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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você sabe a diferença entre o Crasto Etiqueta Negra Reserva Vinhas Velhas e o tradicional Reserva Vinhas Velhas?

Em noite regada a um belo bacalhau na casa de nosso amigo Fernandinho, apreciamos 3 portugueses de muita responsa. E o legal é que não combinamos o que levar. Só tinhamos na cabeça que seriam vinhos de Portugal, claro. Mas o bom de tudo é que cada um levou um vinho de uma região diferente, e com características bem distintas. 
O Paulão levou um de Lisboa (Ex-Estremadura), o Chocapalha Reserva 2006. Gosto muito deste vinho (o 2007 já frequentou o blog algumas vezes - clique aqui). Este 2006 não foge à qualidade. Pelo que vi, o corte é um pouco diferente do 2007, sendo feito com 60% Touriga Nacional e 40% Tinta Roriz (o 2007 tem uma pitada de Syrah). É um vinho rico, com notas de amoras e kirsch em meio a notas tostadas bem dosadas, café e chocolate. Em boca é amplo e sedoso, com taninos muito polidos e um final muito longo. O mais austero da noite. Muito bom! Vinho talhado pelas mãos da brilhante enóloga Sandra Tavares da Silva. 
O JP levou um clássico Alentejano que já pintou no blog (clique aqui), o Cartuxa Reserva 2007. Este há pouco o que escrever... Na verdade, há muito, mas é desnecessário. É um vinhaço! Tudo no lugar. A fruta no ponto em meio a especiarias e chocolate. Muito rico. Em boca repete o nariz e é de um equilibrio invejável. É daqueles vinhos que garantem a noite. Uma delícia!
E eu levei um Duriense, o Crasto Etiqueta Negra Reserva Vinhas Velhas 2010. Aqui tem uma curiosidade a ser esclarecida. Sempre fiquei na dúvida se ele se tratava do mesmo Reserva Vinhas Velhas, mas em roupagem diferente. Nunca ninguém me respondeu a contento. Então, escrevi para a vinícola e o próprio Tomás Roquette gentilmente me respondeu, esclarecendo que o Etiqueta Negra é um projeto especial para a Wine e que é distinto do tradicional Reserva Vinhas Velhas. Transcrevo a seguir, com a sua devida autorização, parte da resposta:

"O vinho Etiqueta Negra, apesar de ter um nome parecido é um vinho diferente, embora também seja proveniente de vinhas velhas com muito baixa produção e com grande concentração. São vinhas com mais de 30 variedades de uvas diferentes o que lhe confere uma grande complexidade mas com um estilo um pouco diferente do tradicional Reserva Vinhas Velhas, bem como uso de barricas de Carvalho também ligeiramente diferentes. Tem sido considerado uma excelente relação custo beneficio".

Só para comparar os rótulos (postagem aqui)
Ou seja, o vinho realmente é diferente e parece ocupar uma posição abaixo de seu tradicional irmão. E o que eu achei dele em comparação ao tradicional da mesma safra, 2010 (que já pintou por aqui há um tempo)? Este Etiqueta Negra é mais jovial, mais pronto para beber. É um vinho complexo, mas não tanto quanto seu irmão. As notas de cereja e framboesa reinam em meio a toques de baunilha, cravo e chocolate. Em boca é muito redondo, sedoso, com acidez correta e taninos perfeitos. Prontinho para beber, mas aguenta tranquilo uma guarda. Seu irmão, aquele tradicional, com a etiqueta bége (é isso?) é mais austero, com presença maior de frutas silvestres em meio a kirsch e chocolate. Tem mais estrutura para guarda. Como o Paulão definiu, "é mais senhorío". Mas vou dizer uma coisa: Pelo preço que estava na Wine, este Etiqueta Negra Vinhas Velhas é uma ótima compra. Impossível não agradar.
Isso aí, pessoal! A noite foi muito boa e os vinhos acompanharam muito bem o belo bacalhau que nosso amigo Fernandinho nos ofertou.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

CHEVERNY Le Vieux Clos 2010, GRANTOM Reserva 2001, CARTUXA Reserva 2007, QUIMERA 2009, DÉCIMA Tannat 2005 e um Torribinha ao final...

Há duas semanas, a noite estava quente, mas a turma não perdoou: Só eu levei um branquelo para refrescar. O restante do pessoal mandou ver nos tintões. 
Eu havia provado o Cheverny Le Vieux Clos 2010, do Domaine du Salvard, no Decanter Wine Show 2012 e gostado muito do seu frescor. Levei o danado e para acompanhar uma fatia de Cablanca, que fez par perfeito. O vinho é feito com 85% Sauvignon Blanc e 15% Chardonnay, e não passa por madeira. É rico em notas de lima, anis e minerais. Possui acidez vibrante e é muito fresco. Ótimo para acompanhar o Cablanca.
O amigo Paolão levou um português que eu não conhecia, nem de nome. É o Grantom 2001, da Real Companhia Velha. O vinho é um regional Trás-os-Montes, raro, dificil de encontrar, e feito com Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional e Touriga Franca. A maturação é feita por 18 meses em barricas de carvalho português. É um vinho exuberante ao nariz, rico em notas de ameixa, cassis e amora, em meio a baunilha, tabaco, chocolate e um tostado aparente ao fundo. Em boca é amplo, seco e com taninos presentes. A madeira faz-se sentir à boca. É um vinho grande, próprio para comida mais pesada e não é para todos os paladares. Valeu Paolão!
Seguimos então com um vinho levado pelo Caião, e que ficou ali no top da noite: O Cartuxa Reserva 2007. Já comentei aqui (e aqui) sobre este vinho e não precisarei gastar mais linhas com ele, que é um vinhaço e agrada sempre. Cartuxa Reserva é sempre certeza de sucesso! Isso aí, Caião!
O amigo Rodrigo levou um Quimera 2009, da grande vinícola argentina Achaval Ferrer. Este vinho já frequentou algumas vezes as reuniões da confraria, inclusive um 2003 já foi ofertado pelo próprio Rodrigo e um 2007 pelo amigo Paolão (clique aqui). O vinho, feito pelas mãos do talentoso Roberto Cipresso, é um corte de 31% Malbec de Medrano e Luján de Cuyo, 20% Merlot deTupungato, 27%  Cabernet Sauvignon de Medrano e Tupungato, 18% Cabernet Franc de Tupungato e 4% Petit Verdot. As videiras são de baixo rendimento (pouco mais de 1 kilo por planta) gerando 18 hectolitros por hectare. A maturação é feita em barricas de carvalho francês (40% novas e 60% de segundo uso). Os Quimeras são sempre ótimos vinhos, mas para mim, não para serem bebidos jovens. E nem sem decantar um bom tempo (como recomendado pelo produtor). Tomando-o jovem, rápido, e sem decantar, não lhe damos o tempo para mostrar todas as suas qualidades. Este 2009 mostrava riqueza aromática, com notas de amora, cereja, mirtilo, anis e café-com-leite. Em boca, potente, um pouco doce, e com taninos sedosos. Mas como citei acima, foi uma pena termos bebido jovem demais e sem decantar. Acabou não fazendo muito sucesso por isso. Mas daqui a uns 2-3 anos o danado se mostrará.
O JP levou um que já nos ofertou e que também já comentei aqui no blog (clique), o brasileiro Décima Gran Reserva Tannat 2005. É um ótimo vinho e que tem feito sucesso em eventos. Eu gosto dele. Acho que o JP deveria ter levado embrulhado para ouvir elogios da turma.
E para terminar, o Tonzinho levou um sempre justo Clos de Torribas Crianza 2008. Este vinho é para mim, um dos que oferecem mais pelo preço dentro de sua faixa. É baratinho e se você abrir em uma festinha, vai fazer sucesso. Também ótimo para o dia-a-dia.
Isso aí! A noite acabou!


terça-feira, 20 de março de 2012

A volta do amigo Paulo: Noite "Power" na Confraria do Ciao

E o Paolão voltou, definitivamente! E para comemorar, nada como uma noite especial, com boa comida e belos vinhos. E não foram poucos. Serei breve na descrição das 8 garrafas abatidas, sem seguir muito a ordem, mesmo por que, várias foram abertas simultaneamente. Vou pela ordem da foto.
Valbuena 2002, de Vega Sicilia - Levada pelo JP. Precisa dizer algo? Já é a terceira garrafa que bebo deste 2002, e todas estavam belíssimas (ver comentário sobre uma delas aqui). A finesse irretocável de um Vega Sicilia! Delicioso! Isso aí JP!
Brane-Cantenac 1995 (Grand Cru Classé, Margaux) - Esse foi levado por este que vos escreve. Um senhor de uma ótima safra! Mostrou as qualidades de um Bordeaux aberto na hora correta. Notas de cassis, cravo, tabaco e café. Taninos doces e perfeitos. Bom mesmo!
Clos Fourtet 2005 (Premier Grand Cru Classé de Saint Emilion) - Bordozão oferecido pelo amigo Tom, de uma safra histórica. Um bebezão nervoso! Fruta viva em meio a alcaçuz e café. Taninos ainda nervosos, mas já perfeitamente apreciável, de preferência após uma boa decantação. Vinhaço encorpado e cheio de camadas! Na minha opinião, ficou ali na ponta, junto com o Valbuena. E se tivesse sido decantado por no mínimo 2 horas, e fosse mais "velhinho", seria o primeirão.
Don Melchor 2006 - Levado pelo amigo Margarido. Esse é certeza de agradar. Já comentei sobre este de 2006 aqui no blog (clique aqui). Um vinho potente, carnudo, com toques balsâmicos, café e cacau. Uma beleza!
Chateau Tertre de La Mouleyre 2009 (St. Emilión) - Levado pelo amigo Paolão. Vinho de um produtor relativamente novo (iniciou em 1995) e que desde 2001 adotou o cultivo orgânico (não confundir com outros "Tertre"...). Supreendemente aberto para um da belíssima safra de 2009, com boa fruta e alcaçuz. De corpo leve para médio. Embora já apreciável, deve ganhar complexidade com os anos. Vinho muito agradável e diferente do que se esperaria de um Bordeaux tão novo.
Lindaflor 2006 - Levado pelo amigo Caio. Já comentei aqui sobre o Lindaflor 2002 e 2003. Sempre um ótimo vinho. Este acho que vai ganhar com o tempo, pois ainda tava meio nervoso. Mas já estava uma delícia, com notas de figo e ameixa bem integradas à madeira.
Cartuxa Reserva 2007 - Brinde do amigo Rodrigo, pela segunda vez (veja aqui os comentários sobre o primeiro levado por ele). Um vinho delicioso, com boa fruta, mas sem exagero, muito elegante e prazeiroso. Fica uns degraus acima de seu irmão menor, o Colheita. 
Barbaresco Produttori de Barbaresco 2006 - Levado pelo amigo Fernandinho. Um bom Barbaresco, também já comentado aqui. Tânico e que precisa respirar, como todo bom Barbaresco. Aliás, definitivamente: Barbarescos e Barolos não são recomendáveis para encontros rápidos e com muita gente. São vinhos para tomar devagar, após longo tempo em decanter. Ao contrário, entrarão em desvantagem contra vinhos mais prontos para beber.

Bem, a noite foi muito boa: "Power", como diz o titulo da postagem.

sábado, 17 de dezembro de 2011

VOLTEI! E COM TUDO! VIU 1 2006, CARTUXA RESERVA 2007 E CATENA ALTA MALBEC 2007

Caros amigos, voltei! Depois de mais de uma semana sem postar em decorrência de meu exame para Professor Titular aqui na Universidade. Aliás, já sou um deles! Mas nesta quinta já comecei as comemorações, que prometem. Podem esperar grandes vinhos bebidos nestes próximos dias, mesmo por que, a reunião de final de ano da nossa confraria é na semana que vem, e só vai ter "Vinhobão"!
Bem, mas nesta quinta o Fernandinho nos recebeu com uma bela comida e um cava Freixenet Cordon Negro, que eu gosto muito. E depois dele, fomos para um tinto top, que levei, e que foi presente de aniversário de minha esposa. Era um Viu 1 2006, vinho ícone da chilena Viu Manent, em tributo à memória de Don Miguel Viu Manent, que o concebeu. O vinho é feito com Malbec (94%) de vinhas de mais de 70 anos de idade, e uma pitadinha de Cabernet Sauvignon (6%). O blend maturou 20 meses em barricas novas de carvalho francês (98%) e americano (2%). Ao nariz, notas de figo, ameixa e leve cassis, em meio a notas de café e chocolate ao leite. Em boca, repetia o nariz e mostrava uma sedosidade incrível. E nada daquele de exageros. Tudo na medida certa. Um vinho grandioso e que teria muitos anos pela frente se não decidíssimos abate-lo, com muito prazer! É uma resposta chilena aos grandes Malbecs argentinos, e para bater de frente com os grandes. Aliás, a Viu Manent está produzindo um grande Malbec no Vale do Uco, que eu quero experimentar um dia.
O amigo Paulão levou um outro Malbec, mas argentino: O Catena Alta Malbec 2007. Bem, os Catena Alta dispensam comentários e este já bebemos e foi comentado aqui no blog (clique aqui). Ele é completamente diferente do Viu 1, pois é muito mais floral. Como eu citei em minha primeira postagem sobre ele, é uma explosão de frutas (amoras, principalmente), misturadas com violetas. Vinho obviamente excelente agora, mas que em alguns anos, ganhará em elegância e complexidade. 
O amigo Rodrigo levou um outro vinhão: Cartuxa Reserva 2007. Vinho feito pela Fundação Eugênio de Almeida, que fica acima do conhecido Cartuxa Colheita, que já é muito bom. Mas o Reserva é outra categoria de vinho.  O corte leva uvas que eu gosto muito: Alfrocheiro, Aragonez, Alicante Bouschet e Trincadeira. Maturou 15 meses em barricas francesas. Ao nariz, notas florais, de cereja, groselha e baunilha. Em boca, muita maciez, com taninos sedosos, redondos. O vinho tem bom ótimo corpo e acidez. Uma beleza! Elegância pura, diretamente proporcional ao amigo Rodrigo, e certeza de agradar bons paladares!
Bem, começou a comemoração da Titularidade, e em grande estilo. Vamos ver o que vem por aí...