sábado, 29 de junho de 2013

Sol de Sol em dobro: Polêmica!

Ontem, sexta-feira, passei na Mercearia 3M para encontrar amigos e beber vinhos, claro.... O JP sugeriu bebermos um Sol de Sol Pinot Noir 2008, que eu havia encomendado para o amigo Léo. Abrimos o danado e a polêmica foi instaurada! A meu ver, o vinho estava fechado e carecia de fruta. Mas mostrava notas de terra molhada e minerais interessantes. Era seco em boca, diferente de seus compatriotas. O pessoal, acostumado com explosão de frutas de Pinots chilenos, estranhou. Alguns até disseram que não tinha nada de Pinot Noir, o que eu discordo. Eu só estranhei um pouco porque já havia lido comentários sobre ele que relatavam boas notas de cerejas e especiarias, as quais, no entanto, não se fizeram notar no conteúdo dessa garrafa. A fruta estava muito discreta (mesmo). Porém, encontrei na rede mais elogios que críticas ao vinho. Talvez não tenhamos dado o tempo suficiente para ele se abrir. No site da vinícola recomendam abrir a garrafa ao menos 30 minutos antes de apreciar. Não fizemos isso. Pode ser também que a garrafa que apreciamos estivesse temperamental, e isso acontece. Mas a conclusão geral é que, realmente, o vinho deixou a desejar.  Eu, como sou teimoso e ponho fé na Aquitânia, peguei uma garrafa e vou deixá-la descansar na adega, pois acredito que pode evoluir com algum tempo. Estou torcendo para mudar de opinião daqui a algum tempo.
E como pintou uma decepção na turma, resolveram abrir um Sol de Sol Chardonnay 2009. Aí a aprovação foi global. Já postei sobre esse vinho aqui no blog (clique aqui). É um dos melhores Chards chilenos que já bebi. Tudo na medida certa: fruta, acidez, mineralidade! Um Chablis sulamericano! [Básico, claro...]. Tem um frescor que impressiona. É compra certa.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Quinta do Ameal 2007, Cava Cristalino Brut, Zuccardi Série A Syrah 2010, Rutini Cabernet-Malbec 2009, Chateau Ste Michelle Merlot 2007 e Vallado Touriga Nacional 2009

Essa postagem estava meio esquecida... Bem, mas sempre é tempo. Vamos lá. Foi uma reunião da confraria com a presença de todos os confrades. 
Quando eu cheguei o Paolão já tinha aberto o vinho que levou, um Quinta do Ameal 2007, branco do Minho feito com a casta Loureiro. O vinho estagiou 6 meses em barricas de carvalho. Ao nariz mostrava notas florais, mamão e mel. Em boca mostrava cansaço, carência de acidez, e já estava descendo a ladeira. Infelizmente, pois tudo indicava que há 2-3 anos devia estar muito bom. Mas agora, já foi... Até deu prá beber, mas não entusiasmou. Sorry, Paolão!
Eu levei um Cava Cristalino Brut, de Jaume Serra, que estava há um tempo estocado em casa. Esse Cava é sempre elogiado pela sua boa relação preço/qualidade. E não decepcionou. As primeiras garrafas que bebi da mesma compra estavam mais cítricas. Esta estava mais sóbria, com as notas de maçãs envoltas em notas de panificação e amêndoas. Um vinho muito bom pelo seu preço. É feito com aquele trio manjado de uvas: Macabeo, Parellada e Xarel-lo. Vale a pena experimentar. E se não gostar, não vai perder muito (está ~34 Reais na Buywine). Mas duvido que não goste.
O amigo Rodrigo levou um Zuccardi Série A Syrah 2010. No começo, fiquei meio desconfiado... Syrah argentino, vai pintar muita fruta madura, geléia, no pedaço. Mas não! O vinho, que teve apenas parte (30%) maturada em barricas de carvalho, mostrava frescor. Notas de amoras e florais se mesclavam a notas apimentadas, de chocolate e minerais. Em boca, repetia o nariz, mostrava ótima acidez, taninos corretos e mineralidade. Do jeito que eu gosto! Nada de Syrazão doce enjoativo. Experimente! Acho que custa 65 pilas na Ravin. Vale a pena. Os vinhos da Série A de Zuccardi são muito justos.
O Caião levou um que não me apeteceu. Apesar de eu gostar dos argentinos feitos pela tradicional Rutini, este Rutini Cabernet-Malbec 2009 estava muito doce. A fruta madura e o dulçor já se mostravam ao nariz. Tinha notas de ameixa, alcaçuz doce e violetas. Em boca é bem redondo, mas doce. Vinho para ser amado por neófitos. Portanto, tem seu público. Custa o mesmo preço do Zuccardi, que não lhe dá chances. Sorry, Caião...rs.
O Tonzinho levou o que considerei o segundo da noite. O vinho era o americano Chateau Ste Michelle Merlot 2007. O vinho é feito com uvas do vinhedo Canoe Ridge Estate, plantado às margens do Rio Columbia, na AVA Horse Heaven Hills, Washington. Na verdade, o vinho tem 10% de Cabernet Sauvignon. A maturação é feita em barricas de carvalho francês (65% novas). Ao nariz mostra fruta madura, com notas de cranberry, cassis e mirtilo, envoltas em notas de alcaçuz e leve tostado. Em boca é amplo, maduro (mas sem ser enjoativo) e com taninos levemente terrosos. É um vinho intenso e elegante. Muito bom, mesmo! Com o custo Brasil e tudo mais, pode ser encontrado por menos de 100 pilas. Pegue um Merlot chileno na mesma faixa e faça a comparação. Aposto na densidade e elegância do americano.
Bem, e para finalizar, o vinho levado pelo JP, um Quinta do Vallado Touriga Nacional 2009. Já comentei sobre esse vinho aqui no blog (clique aqui) e nem vou gastar muitas linhas com ele, que é um vinhão! Notas gostosas de amoras maduras, chocolate, especiarias e o perfume da Touriga Nacional em um vinho amplo e com muita presença. O vinho da noite, claro. Satisfação garantida, sempre.
Isso aí, pessoal! Noite da surpresa do Ste Michelle e certeza do Vallado.


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Perlato del Bosco 2009: Qualidade constante!

Quando chega janeiro o Caião se arma para adquirir os vinhos no bota-fora da World Wine. E na caixa, nunca falta uma boa garrafa do Perlato del Bosco, vinho da vinícola Toscana Tua Rita (produtora do grandioso Redigaffi). Já postei aqui no blog sobre o 2007. Esse Perlato del Bosco 2009 segue o padrão de qualidade. O vinho é feito com Sangiovese e Cabernet Sauvignon (a proporção pode alterar a cada ano - Pelo que vi, nesse 2009 a Sangiovese estava a 60%). A maturação foi por 15 meses em barricas francesas de segundo e terceiro usos. Ao nariz tem notas de cereja preta e amoras maduras, em meio a alcaçuz, leve baunilha, tabaco e notas florais. É um vinho bastante rico em aromas, que mudam com o tempo em taça. Em boca repete o nariz e é amplo, com ótima acidez e taninos sedosos. Como nos outros Perlatos que bebi, o tostadinho aparece, sem sobressair. É vinho que nunca decepciona. Pelo contrário, agrada sempre. É um vinho com muita presença e sem arestas. Compra certa! Valeu Caião!

Ps. Ah, e na mesma noite que o Caião levou esse Perlato, o JP levou um Fulvia Pinot Noir 2011, da Tormentas. Bem, esse não preciso mais comentar...

terça-feira, 25 de junho de 2013

Vallontano Reserva Cabernet Sauvignon 2005: Outro vinho com gosto de...

Vinho!!! 
Após apreciar, e gostar, do Vallontano Reserva Merlot 2007, parti para esse Vallontano Reserva Cabernet Sauvignon 2005. Vinho de uma bela safra no Brasil feito pelas mãos do simpático e entusiasmado Luis Henrique Zanini. O vinho é de tiragem pequena, menos de 6.000 garrafas foram produzidas. A fermentação foi feita em tanques de inox e a maturação em barricas de carvalho francês por 12 meses. O visual denuncia sua idade, com uma cor rubi escuro e bordas alaranjadas, com um nítido halo de evolução. Ao nariz, logo ao início, o álcool aparece um pouco, mas logo tudo se equilibra. As notas de cassis se mesclam a notas de alcaçuz, tabaco e animais. Em boca é fresco, com ótima acidez e taninos redondos. É um vinho com gosto de vinho. Não é geleião e muito menos pimentão ou menta saindo pelo ladrão. É vinho com gosto de vinho! Por cinquentinha, preço pago na Mistral, duvido que você encontre algo com a mesma qualidade. E acompanha uma lasanha que é uma beleza. A propósito, no site da vinícola e da Mistral é indicada a decantação. Faz bem sim. Com o tempo ele vai ficando ainda melhor.

domingo, 23 de junho de 2013

Clos de Chacras Malbec 2009: Elegante e Sedoso

Ganhei essa garrafa do Clos de Chacras Malbec 2009 de meu ex-orientado Wilson (Virsu), que sempre faz suas viagens à Argentina. Eu não conhecia os vinhos desta bodega boutique. Ele passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Sua cor é rubi escura, ao contrário do violeta de grande parte dos Malbecs. Ao nariz, mostra notas de cereja preta, ameixa, toffee e alcaçuz. Não tem aquele excesso de violeta e mirtilo de muitos Malbecs. Tudo é bem acertado. Em boca, repete o nariz e é muito sedoso, com taninos muito macios. É intenso e elegante. Tem acidez muito boa que compensa o dulçor característico da casta. Gostei do vinho, que está prontíssimo para beber. Vi que é importado pela Mercovino. Nota: Todos sabem que estou muito chato com Malbecs, mas esse passou no crivo. Só para completar, na mesma noite também foi aberto um queridinho dos neófitos, o Catena Malbec 2008, que com seus 90 WS não teve chance...rs.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Castillo Ygay 2004, Carmelo Patti Gran Assemblage 2003 e Solar dos Lobos Reserva 2008: Belo trio na confraria!

Nessa última semana éramos apenas 4 na confraria. Mas a noite foi boa... Paulão chegou chutando o balde, com um Castillo Ygay Gran Reserva Especial 2004. O vinho era um replay, pois o Rodrigo havia levado um tempos atrás, em uma grande noite (clique aqui). Mas que replay bem-vindo! É um vinhaço! Riquíssimo em todos os aspectos: Cor, aromas e paladar! Um Rioja típico, com notas de cerejas, cítricas, de madeira e especiarias. Em boca, acidez perfeita e taninos finíssimos. Esse nem precisa comentar muito. É só elogiar... Quando atingir a maturidade de seu irmão mais velho, o 2001, ficará ainda melhor. Valeu Paolão! Foi o rei da noite, claro.
O JP levou outro belo vinho, o Carmelo Patti Gran Assemblage 2003. Tempos atrás apreciamos um Cabernet Sauvignon 1996 do mesmo produtor (clique aqui), mas esse assemblage é outro comprimento de onda. Um vinho muito rico, difícil de ser identificado como um argentino. O vinho é feito com Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Malbec, e passa 12 em barricas francesas. Ao nariz mostra notas de frutas vermelhas, tabaco e especiarias. Em boca é muito elegante, com taninos perfeitos e levemente terrosos. Delicioso! Um vinho distinto e que nada tem a ver com bombas de frutas. Melhora sensivelmente com tempo em taça. Se tiver um desses, não hesite em decantar. Veja aqui comentários do amigo Vitor , do Louco por Vinhos, sobre o mesmo vinho.
E o último vinho foi levado por este que vos escreve. E confesso que foi uma excelente surpresa. Há uns tempos estava querendo apreciar vinhos da vinícola Solar dos Lobos, e esse Solar dos Lobos Reserva 2008 foi uma ótima introdução aos vinhos dessa vinícola alentejana. É um vinho que precisa de decanter. No começo, mostra umas notas de folhas secas que ofuscam um pouco a fruta. Mas depois de um tempo, tudo se integra. Ele puxa um pouco pro estilo do Mouchão. A Alicante Bouschet (30%) dá o ar da graça, dividindo o corte com a Syrah (50%)  e Touriga Nacional (20%). São 12 meses em barricas francesas (30% novas e 70% usadas). Os aromas balsâmicos se misturam à amora madura e especiarias. Em boca é volumoso, elegante e com ótima presença. O final é bastante prazeiroso. Fica melhor ainda com comida. Valeu cada centavo que paguei. Era o mais barato da noite e não fez feio. Estou ansioso para beber agora o outro que comprei no pacote, o Grande Escolha, que dizem ser uma beleza.
Isso aí, pessoal! Três ótimos vinhos e noite agradabilíssima!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dia dos Namorados: Como a patroa não gosta de zurrapa, abri um belo Schubert Block B Pinot Noir 2008!

No dia dos namorados gosto de sair tranquilo com a patroa, ir para um bom restaurante e beber um bom vinho, claro... A patroa já me acompanhou mais nas taças, mas continua com um gosto apuradíssimo. Sabe muito bem reconhecer as imperfeições de um vinho. Sempre fez isso com muita habilidade. E quando gosta, pode botar fé, que é bom. Sabendo disso, fomos ao Chez Marcel e levei um neozelandês de primeira, o Schubert Block B Pinot Noir 2008. Já fazia um tempo que não apreciava um bom Pinot da Nova Zelândia, que para mim, juntamente com aqueles do Oregon, são os que mais se aproximam dos borgonheses. O problema deles é o preço. É difícil pegar um bom PN neozelandês sem gastar uns bons trocados. É até possível achar uns mais em conta (e mais simples) na praça, mas para pegar um bom, tem que tirar o escorpião do bolso. 
Bem, mas vamos a este exemplar abatido. A vinícola Schubert é nova, foi criada em 1998 pelos enólogos alemães Kai Schubert e Marion Deimling. O Schubert Block B é feito com uma seleção de clones especiais de Pinot Noir. O vinho matura durante 14 meses em barricas de carvalho francês (50% novas e 50% usadas). Esse 2008 mostrava ao nariz notas deliciosas de frutas silvestres, sous bois, tabaco e especiarias. Em boca, repete o nariz e deixa um fundinho de café.  Como o tempo, foi se transformando, como deve ser um vinho bão. Para meu deleite, mostrava ótima mineralidade e acidez no ponto certo. O vinho é muito elegante e com ótimo potencial de guarda. Aguentaria tranquilamente mais uns bons anos. Um belíssimo Pinot Noir, que não dá chances para chilenos e argentinos. Comprei na World Wine, que agora, parece só ter a safra 2009.

Ps. Esta é mais uma daquelas postagens que serão pouco visitadas. Apesar de grande, não é vinho badalado...rs. Mas sugiro aos meus fiéis seguidores que, se virem um desse na frente a bom preço, coloquem na cesta! Ele estava na lista promocional da World Wine no começo do ano. Peguei o último! E me dei bem...rs.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Degustação Mercearia 3M/Vinho Sul em São Carlos

Nesse último 8 de junho tivemos mais uma degustação...Dessa vez, foi da importadora Vinho Sul, em parceria com a Mercearia 3M, do amigo Idinir. O local escolhido foi a Casa de Festas Dina Baldoria em São Carlos, lugar muito bonito e com ótima infra-estrutura. 
E o negócio pegou. O Idinir está se aprimorando a cada dia. Música ao vivo e até massagem no evento! E a comida estava ótima: Mesas de frios, frutas e massas quentinhas. Uma beleza! Sem contar os ótimos queijos de búfala da Brava, apresentados pelo amigo Eduardo. Deliciosos! Bem, e os vinhos estavam muito bons. 
O rei da noite foi o CV Curriculum Vitae 2008, duriense de Cristiano Van Zeller. O vinho é feito com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca e matura 21 meses em carvalho francês. Possui aromas de amoras e framboesa, em meio a notas florais, cacau, café e especiarias. Em boca é mineral, denso, untuoso e muito elegante. Os taninos são corretíssimos e o final muito longo. Um vinhaço! Bem, mas tinha certa obrigação de ser, pois além do produtor ser um craque, era o vinho mais caro da noite.
No quesito custo benefício, meu destaque vai para 3 deles: Dois sulafricanos (Tormentoso Syrah-Mourvédre 2010 e Tormentoso Pinotage 2010) e o Clos Centenaire 2009 (Casas Donoso, Chile). O Tormentoso Syrah-Mourvédre tem boa fruta, é leve, fresco, fácil de beber. O Tormentoso Pinotage é mais rico, com aromas cítricos interessantes e especiarias. Ambos valem a pena serem conhecidos. O Clos Centenaire 2009 "dedura" nos aromas a presença da Cabernet Franc e da Malbec. Os aromas de pimenta preta e ameixa entregam. Em boca é de boa intensidade e mostra acidez e taninos corretos. Um vinho que oferece bastante pelo preço. Deve ir bem com uma comida mais condimentada (e é bom abrir com um pouco de antecedência). E já que estamos falando da Casa Donoso, não posso deixar de citar o D de Donoso 2007. Provei esse vinho tempos atrás  no Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto e gostei muito (aliás, foi o meu vencedor nos Top 5). Esse agora, estava melhor ainda: Vinho potente, com frutas, especiarias e chocolate. Para beber agora ou guardar na adega.. O amigo Luiz Fernando gostou muito do danado. O Casa Donoso 1810, ali do lado, feito com Cabernet Sauvignon e Carmenére, também é bom. 
Ainda nos Chilenos, passamos para os vinhos da Perez Cruz. O Perez Cruz Cot 2011 é um Malbec diferente, com uma rusticidade que lhe faz diferenciado. É um vinho com ótima acidez, com frutas mescladas a especiarias, e nem um pouco enjoativo. O duro é dizer que é Malbec. Tem um apimentado típico de vinhos chilenos. Está novo, mas já pronto para beber. O Chaski 2009 é um bom Petit Verdot (com pitadinhas de Carmenére e Malbec). Vinho austero, potente, tânico e com grande potencial de envelhecimento. Se for beber, decante por 1-2 horas. É vinho que pede comida (e adega). O Perez Cruz Liguai 2009 está similar ao 2007 que apreciei tempos atrás (clique aqui). O vinho é feito com Syrah, Cabernet Sauvignon e Carmenére, e também é potente, denso, muito rico. Tem boa acidez, mineralidade e taninos presentes, mas muito acertados. É outro que precisa respirar em decanter ou para os pacientes, guardado em adega por mais um tempo. Bom vinho! 
Mas o melhor da linha estava por vir: Quelen 2008! Um vinhão! É feito com Petit Verdot, Carmenére e Malbec, sendo a primeira um pouquinho a mais que as outras duas, que estão em quantidades similares. Passa 14 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho com aromas muito equilibrados, sem exagero de nada. Lembra um bordeaux de tenra idade. Notas de amoras e cassis se mesclam a chocolate amargo, grafite e pimenta-do-reino leve. Em boca repetia o nariz e mostrava mineralidade, muita elegância e taninos sedosos. É um vinho novo ainda, e com grande potencial de envelhecimento. Deve evoluir maravilhosamente nos próximos anos. Destaque para sua elegância e mineralidade. Um belo vinho! [Nota pós-postagem: Os seus sucessores de 2009 e 2010 já apresentaram características diferentes. Senti aromas muito presentes de goiaba, o que me incomodou um boca (embora em boca a goiaba não seja tão presente)].
Bem, dos argentinos gostei do Temático Blend 2007, feito com Malbec (70%), Syrah (20%) e Petit Verdot (10%) e maturado por 12 meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%).  É um vinho polido, elegante, bem sedoso. A Petit Verdot " dá um contraponto àquele doce geralmente enjoativo da Malbec. O Agostino Familia Blend 2008, feito com Malbec (40%), Petit Verdot (30%), Syrah (15%) e Cabernet Sauvignon (15%) também é legal. Mostra que os blends argentinos estão ganhando espaço. E a Petit Verdot, dando o ar da graça também no lado de cá dos Andes.
Dos espanhóis, gostei do Piélago 2008, de Jimenez Landi (embora o preço seja um pouco salgado). É um Garnacha da D.O. Méntrida, que fica em Castilla-la-Mancha, bem no centro da Espanha. É um vinho distinto, que exige compreensão. Tem boa fruta e umas notas herbáceas e terrosas que podem causar estranheza no início. Além disso, possui um lado mineral interessante. Acho que tem que ser bebido de outra forma, após um bom descanso em decanter e com comida. Degustado na hora, pode ser subestimado.
Bem pessoal, é isso aí! Parabéns ao Idinir e equipe, tanto da 3M (Leozinho e companhia) quanto da Vinho Sul (Elson e Gustavo).
Sessão de massagem na degustação - Inovação do Idinir

domingo, 16 de junho de 2013

Um "Dourinho" e um "Alentejinho" de bom preço: Passa Douro 2009 e Vinha do Mouro 2007

Uma postagem breve sobre dois vinhos portugueses simples, agradáveis e de preços similares. O primeiro é um feito sob a batuta de Jorge Serôdio Borges, o Passa Douro 2009. É feito com Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional. Parte dele (30%) estagiou em barricas usadas de carvalho francês. Tem notas florais, de cereja preta, e framboesa, com um fundinho especiado e de chocolate. Em boca é fresco e leve, fácil de beber. Bom vinho.
O segundo é o Alentejano Vinha do Mouro 2007. É o vinho de entrada da vinícola, feito com Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Ao nariz mostra de framboesa, florais e especiarias. Em boca também é fresco e fácil de beber. Descompromissado.
Ambos são boas pedidas, de bom preço. Mas se eu for escolher, fico com o Passa, que oferece mais complexidade pelo preço.
A propósito, bebemos esses vinhos na festa junina do amigo Tom, que como sempre, foi muito caprichada: Companhias legais, música ao vivo e boa comida...

sábado, 15 de junho de 2013

Korem Isola dei Nuraghi 2003: Belo Vinho!

O amigo Akira nos brindou com uma garrafa do Korem Isola dei Nuraghi 2003, de Argiolas. Já comentei sobre o 2004 aqui no blog (clique). É um vinho de categoria, da Sardegna, feito com as castas Bovale Sardo (Bovaleddu), Carignano e Cannonau. Passa 12 meses em barricas. O vinho tem aromas bem legais de cereja, balsâmico, cedro, tabaco e notas terrosas. Em boca é bem redondo, com boa acidez e taninos levemente terrosos. Tem um fundinho de cedro no ponto. Como mencionou o amigo Vitor, do Louco por Vinhos, não é vinho prá galera. Os Argiolas dão prazer quando jovens, pela sua riqueza e acidez vibrante. Quando mais evoluídos, mostram grande elegância e complexidade.  Outra característica deles é o lado camaleão: Mudam com tempo em taça. Coisa de vinho bão! São vinhos gastronômicos e que acompanham muito bem uma carne grelhada. 
A meu ver, esse 2003 já está mostrando o sinal dos tempos, tanto na cor quanto nos aromas e paladar. Acredito que não deve ganhar com mais tempo em adega. Se tiver uma dessas, mande ver que ficará feliz. Bem, se quiser comprar um mais novinho, a Vinci, sua atual importadora, está comercializando o 2006. O seu problema: Preço salgado! Poderia ser mais em conta.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Noite de Confraria com direito a um ótimo Quinta da Bacalhôa 2010 (e um vinho cozido)!

E na mesma noite que apreciamos o Pichon Baron 1995, bebemos também outros vinhos. Bem, já vou adiantando: os portugueses levaram a noite frente a dois espanhóis e um italiano. 
O primeiro é um que queria experimentar, que é o Quinta da Bacalhôa 2010. Já apreciei Bacalhoas de muitos anos, e mais recentemente, os 2008 e 2009. É um vinho certeiro, longevo e que melhora com os anos. Novo, costuma ter a madeira destacada. Mas esse 2010 foi uma grata surpresa por mostrar tudo já no devido lugar. A madeira não sobrepujava a fruta. As notas de cerejas e frutas silvestres se mesclavam a notas minerais e um fundinho de alcaçuz doce. Uma delícia de vinho! Já prontinho, mas que deve dar alegria por muitos anos. Quero beber novamente, sem dúvida! Ah, a WS lhe deu apenas 85 pontinhos. Sabem por que? Porque não tem excesso de extração, nem madeira aparente. E tampouco é pesado, meladão. A propósito, a WS não gosta de Bacalhôa: O vinho melhor pontuado lá obteve 89 pontos! Tá legal, vai... Estão de brincadeira... O vinho foi levado pelo João, irmão do confrade Rodrigo, que já fez bonito em sua primeira visita à confraria.
E já que estamos na família, continuo com o vinho levado pelo amigo Rodrigo. Foi o riojano Conde de Valdemar Reserva 2006. O vinho é feito majoritariamente com Tempranillo e uma pitadinha de Mazuello. Passa 18 meses em barricas de carvalho francês e americano. Ao nariz mostra notas de amoras e cerejas, com um fundo de chocolate amargo e minerais. Em boca faltou-lhe pegada. O Rodrigo mesmo disse que o vinho estava "frágil"... Foi uma maneira gentil de dizer que o vinho estava ralo. Acho que a safra fraca se manifestou aqui. Uma pena.
Eu levei um Quinta de Pancas Reserva 2009, que já havia apreciado anteriormente e esquecido de postar. É um vinho da Companhia das Quintas, da denominação Lisboa (ex-Extremadura). É feito com Merlot, Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon, e passa 20 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho denso, concentrado e com riqueza ao nariz e em boca. A fruta é madura, com destaque para a cereja preta e ameixa. Estão presentes também notas tostadas e especiadas, em meio a café e chocolate. Em boca tem boa acidez, que lhe aporta frescor, e taninos muito corretos. A madeira aparece, mas não incomoda e deve se integrar ainda mais com alguns anos em adega. Os vinhos da Quinta de Pancas me agradam sempre, e costumam ter bom preço pela qualidade. São vinhos longevos e que recompensam enófilos pacientes.
O Caião levou um italiano de bom produtor (Luigi Coppo). Era um Barbera D'Asti L'Avvocatta 2008. Ao bater o naso e dar as primeiras goladas já imaginei que não passasse por madeira. Mas depois vi que não passa por madeira nova, mas estagia 6-8 meses em grande botti de carvalho. Tem notas de cerejas e especiarias, e é leve em boca, com taninos muito sedosos. É fácil de beber e agradável - descompromissado. Sua rolhinha pequena e de cortiça prensada denunciam sua simplicidade. Seu irmão Camp du Rouss é um pouquinho mais caro, mas carrega mais complexidade.
E para finalizar, a decepção da noite: Viña Sastre Roble 2004. O roble é o vinho de entrada da vinícola de Ribera del Duero. Olha, gosto muito dos vinhos dessa bodega, mas esse foi uma decepção. Estava sem vida, cozido, sem graça. Parecia que o JP o tinha deixado na caçamba da camionete umas duas tardes quentes antes de levar. Eu disse ao JP que não perdoaria...rs. E nem vou mencionar aqui a nota boa que o próprio lhe deu no famigerado Vivino...rs.  Bem, mas o JP tem saldo positivo, pois quem leva Vega Sicilia tem direito a dar umas vaciladas... Mas não abusa, hein!
Isso aí, pessoal! Vou parar por aqui por que hoje estou pegando pesado demais...rs.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Wine Day Qualimpor em São Paulo: Destaque para os Portos da Taylor, incluindo um Vintage 2011, em primeira mão!


Nessa última quinta-feira, fomos em caravana para uma degustação da importadora Qualimpor, em São Paulo. O evento foi realizado na Casa do Itaim, no bairro do mesmo nome, em São Paulo.  
Bem, devo adiantar que estava tudo ótimo: Ambiente agradável, comida boa (caldos deliciosos...rs) e vinhos excelentes!
Eu comecei com os Cavas da gigante Freixenet. Todos bons, mas destaque para o bom custo benefício Vintage 2010, para a novidade Elyssia (rosé de Pinot Noir e Trepat interessante) e para os dois últimos, o Segura Viudas Reserva Heredad (67% Macabeo e 33% Parellada) e o Cava Reserva Real (Macabeo, Parellada e Xarel-lo). Dois ótimos Cavas. O primeiro, além da bela garrafa, tem toques cítricos e de panificação, sendo mais fresco que o Reserva Real, que traz os toques amendoados pela fermentação particular, feita com rolhas de cortiça em vez das metálicas. Ambos deliciosos, mas eu prefiro o frescor do Segura Viudas. Entretanto, acho que o Reserva Real deve escoltar uma comida maravilhosamente. 
Bem, então parti para os vinhos da Quinta do Crasto, que dispensam elogios. Pude experimentar alguns de safras que não havia provado. Gostei do sempre bom Crasto Douro 2011, com fruta, especiarias e um toque vegetal legal. É compra certa. Embora bem feito, o Crasto Superior 2011 já me agradou mais. Acho um pouco doce e fruta madura demais para o meu gosto. Mas é aquele tipo de vinho para fazer sucesso em um jantar. O Crasto Reserva Vinhas Velhas 2010 segue o padrão da linha: Riqueza e elegância de sobra! Amoras e kirsch em meio a chocolate e especiarias. Esse 2010 eu já havia bebido (clique aqui). Uma delícia! Com longos anos pela frente. O Roquette e Cazes é um vinho que para mim, definitivamente, não é para ser bebido jovem. O 2010 que provei é um vinho denso, voluptuoso, mas a baunilha da madeira me incomoda. Talvez isso se ajuste com o tempo. Ainda do Crasto, provei um ótimo Porto Vintage 2008, com muita fruta e tendendo para o lado mais doce (mas sem ser enjoativo).

Da Herdade do Esporão apreciei quase todos. Para os tintos, meu destaque foi para o Esporão Reserva 2010, sólido, com boa fruta e madeira no ponto certo. Sempre confiável e de bom preço. Esperavam que eu citasse o Esporão Private "Garrafeira" Selection 2009, não? Pois é, apesar de ser um vinho rico, potente, com um potencial de envelhecimento enorme, estava como o Roquete e Cazes: Baunilha  denunciando a juventude. A madeira também estava um pouco saliente e me incomodou. E olha que eu gosto muito desse vinho. Espero que daqui a alguns anos a fruta apareça mais e a madeira diminua um pouquinho.  Aí, o danado ficará uma beleza! Talvez se tivesse sido decantado a impressão fosse outra. Senti o mesmo no Quinta das Murças 2009, projeto da Esporão no Douro, que também trazia a baunilha. O 2008 que provei tempos atrás estava mais austero e menos abaunilhado. Será que eu estou ficando muito chato??? Mas do Esporão, meu destaque vai para o Esporão Private Selection branco 2012. Que beleza de branco! Eu não consegui o corte, que muda nos diferentes anos. Mas é um vinho excelente! Lembrava um bom Chateauneuf du Pape branco. Notas de pêssego e pêra em meio a toques florais. Delicioso! Um dos melhores da noite.

E para finalizar, nada melhor que um vinho do Porto, e dos bons: Taylor! Que show! Como são finos os portos desse produtor. Todos de uma sedosidade impressionante. Elegância pura! Mesmo dispensando alguns, a minha cota de vinhos estava já se esgotando e tive que cometer a indelicadeza de partir direto para o Taylor's 10 Anos, que estava uma delícia! Ótima fruta e um toque de castanhas que eu adoro. Do lado dele, um belo Taylor's 20 Anos. Quem bebia o 10 Anos e partir para esse poderia ser induzido a preferir o primeiro. Já na cor, o 20 Anos era mais claro e em nariz e boca era mais comportado. Mas o final de boca era muito elegante. E era só cafungar o finalzinho de taça para sentir aqueles aromas gostosos de charuto que mostravam o quanto o vinho era rico. Excelente! Passei então para o ótimo Taylor's LBV 2008, que vale a pena conhecer.  Quer gastar menos que em um Vintage e tomar um belo Porto? Compre um LBV. Mas o melhor ainda estava por vir: Os Vintages! O primeiro deles foi o Taylor's Vintage 2007. Vinho de grande safra e que tinha uma intensidade incrível. Ao nariz mostrava notas florais, de amoras e cacau. Em boca, repetia o nariz e era untuoso, denso, sem dulçor exagerado, tudo no lugar. Uma maravilha de porto. Segundo o Sr. Fernando Seixas, da Taylor, é um vinho mais pronto e que, embora deva ganhar com os anos, já pode ser apreciado agora. E como se não bastasse, tive que apreciar uma taça, em primeira mão, do Taylor's Vintage 2011. Todos sabem que várias vinícolas estão declarando Vintage para os Portos de 2011, que segunda elas, também foram estupendos. E esse 2011 estava sensacional. Mesmo sendo um bebê, mostrava uma riqueza e finesse incrível que nos leva a imaginar o quanto estará bom em 2021...rs. O duro é esperar até lá... Eu fiquei doido para sair com uma garrafa dele do evento, mas eles não estavam vendendo. Segundo o Sr. Fernando Seixas, toda a safra 2011 foi já foi comprada. Espero que a Qualimpor tenha reservado algumas, pois o vinho é incrível! Destaque total da noite! Cor escura, impenetrável, notas florais, minerais e de frutas (amoras e frutas silvestres), alcaçuz e chocolate amargo. Uau!
                                          Fernando Seixas orgulhoso com o Vintage 2007
Bem, é isso aí pessoal. O evento foi legal, tomei belos vinhos e me diverti com os companheiros de viagem, que eram muito animados.
Grazie pelo convite, Leozinho!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Vinhobão 300.000 acessos! Legal!

Em janeiro desse ano o Vinhobão completou 200.000 visualizações (clique aqui). Agora, pouco mais de 4 meses depois, vi que chegou a 300.000. Os moleques que eu paguei para acessar o dia inteiro estão fazendo o trabalho direitinho!!! rsrsrs... Brincadeiras à parte, eu acho isso legal. Como esse negócio de mídia eletrônica se difunde! E o legal de tudo é que abri o blog apenas para registrar os vinhos que bebi (sozinho ou preferencialmente, com familiares e amigos). Mas o negócio se alastrou e o que tem de gente boa visitando o Vinhobão me espanta. Nada é forçado aqui. O blog é independente, isento e não tem jabá. Não faço "Salame Science" nem tampouco "Salame Posts". As postagens são sobre vinhos que bebemos e pronto. Não fico usando estratégias para aumentar visualizações etc. Não tenho tempo para isso. E espero continuar assim. Acho que as pessoas gostam disso. Quanto aos vinhos, o motivo da visita, espero também continuar postando sobre vinho bão! O que significa que quero continuar a beber vinho bão! É claro que, para não perder a graça, tem que aparecer uma zurrapinha de vez em quando...rs. Bem, conto com os confrades para isso...rsrs.
Na postagem dos 200.000 acessos reclamei que os hermanos argentinos e chilenos estavam acessando pouco. Parecem que leram a postagem, pois noto um aumento de suas visitas. Os patrícios portugueses continuam firmes em terceiro lugar, só atrás dos americanos e brasileiros. Nesses quase 3 anos de existência do Vinhobão (a serem completados em julho) foram quase 500 postagens e quase 1200 comentários. Isso eu também acho legal. Gosto muito quando as minhas postagens são bem visitadas e recebem comentários. É claro que tem uma parte delas pouco visitadas e comentadas, mas é pequena (farei um dia uma postagem sobre as coitadas das postagens pouco populares...rs).
 Bem, vamos em frente. O negócio é beber vinho bão e dividir a experiência com os amigos (antigos e que chegaram com o blog).
Obrigado a todos os visitantes!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Carmelo Rodero Crianza 2008: Muito bom!

E depois de apreciar o Carmelo Rodero Reserva 2007 e o top TSM, chegou a vez do Carmelo Rodero Crianza 2008. Os vinhos desse produtor me agradam bastante, principalmente pela boa acidez e a riqueza em especiarias. Esse Crianza nós compramos no último Bota-Fora da World Wine e apreciamos na casa do amigo Carlão. O vinho é feito com 95% Tempranillo e 5% Cabernet Sauvignon, matura 15 meses em barricas francesas e americanas e descansa 12 meses na garrafa antes de ser comercializado. Apresenta uma cor rubi muito bonita, brilhante, que se destacava frente a outro espanhol que apreciamos em paralelo. Ao nariz, mostrava notas vivas de frutas como ameixa, framboesa e cereja, em meio a notas de café com leite e alcaçuz doce. Com o tempo, foram surgindo notas florais e de especiarias como a canela e noz moscada. Em boca mostrava grande frescor, aportado por uma ótima acidez (destaque nos vinhos desse produtor), um tostado leve e taninos presentes, mas muito sedosos. É um vinho intenso e com final longo e especiado. Essas características me lembram os Pago de Carraovejas. Foi uma pena não termos uma boa carne para acompanhar. Uma leitoa à pururuca lhe faria ótima companhia... Nota: Ao abrir ele já mostra qualidades, mas elas se acentuam com o tempo. Decante para obter melhores resultados.
Vi que os vinhos do produtor estão em promoção na World Wine, e esse Crianza, que normalmente custa 157 pilas, está a ótimos 76,60*. O preço cheio é meio salgado, mas na promoção, é uma barganha e vale cada centavo! Impossível achar algo com essa qualidade por esse preço.

Ps. Na mesma noite eu levei um Ghemme 2003, da Dessilani, já comentado aqui no blog algumas vezes (clique aqui). Pensei que ele já estivesse indo... Nada! Uma beleza: Cereja preta madura, notas terrosas e tabaco em um vinho intenso e de grande persistência. Como envelhece bem o danado!

* Ih, acabei de ver que já subiu para 89,90... Juro que não tenho culpa...rs

terça-feira, 4 de junho de 2013

Chateau Pichon-Longueville Baron 1995: Veio da guerra, mas estava delicioso!

O amigo Paolão achou a chave de sua adega e resolveu levar um vinho bão! E foi providencial, pois já estamos quase no meio do ano e a chance dele ganhar o troféu Yellow Tail em 2013 estava aumentando a cada dia. Mas ele começou a se redimir levando um Chateau Pichon-Longueville Baron 1995. O vinho, um 2ème da denominação Pauillac, é comumente conhecido como Pichon Baron. O Chateau já foi parte de uma propriedade maior (Pichon-Longueville), que incluia o Pichon Longueville Comtesse de Lalande. No entanto, em 1850 a propriedade foi separada em duas. O negócio dos nomes é meio confuso mesmo. O seu vizinho Comtesse acumulou mais reputação nesses anos e costuma ter um preço mais salgado. 
Bem, mas vamos ao vinho.
O rótulo, dessa garrafa em particular, estava um negócio à parte. Parecia que o vinho tinha passado por uma guerra. Mal dava para ler as inscrições. Mas eu gosto de rótulos assim. Acho legal.  No entanto, o vinho estava intacto e muito bom. Esse exemplar, da ótima safra de 1995, foi feito com 60% Cabernet Sauvignon, 35% Merlot, 4% Cabernet Franc e 1% Petit Verdot. A garrafa já mostrava depósito, mas o vinho tinha uma bela cor rubi, bem límpida. Ao nariz apresentava notas florais, tabaco, cereja e cassis, além de transbordar sous bois e mostrar notas de especiarias (alcaçuz e cravo de India). Foi ganhando complexidade com tempo em taça. Em boca, repetia o nariz, era seco, tinha acidez perfeita e taninos sedosos.  O vinho tinha ótima intensidade e final longo. Os 18 anos lhe fizeram muito bem. Um ótimo bordeaux, com frescor e elegância. Isso aí, Paolão: Começou a recuperação! rsrs.

Ps1. Veja aqui a postagem sobre o 1999
Ps2. Obviamente, o negócio do troféu para o Paolão é brincadeira, pois ele costuma levar vinho bão prá turma...rs.

domingo, 2 de junho de 2013

Dois alentejanos na faixa de 50 pilas: Marquês de Borba 2010 e Carlos Reynolds Colheita 2009

Bem, para dar uma quebrada no ritmo, postarei sobre dois vinhos portugueses, mais especificamente, do alentejo, que bebi em paralelo. Os dois têm preço, por volta de 50 pilas. 
O Marques de Borba 2010 é encontrado por um pouco mais de 50, mas essa garrafa paguei ótimas 39 pilas no supermercado Jaú Serve, de Jaú, a cidade de Saul... Saudades dele, que bebia e entendia de vinho. Sem frescura e sabendo do que estava falando (coisa difícil hoje em dia...rs). Voltando ao Marquês de Borba 2010, ele é feito majoritariamente com Aragonez e Trincadeira, mas tem pitadas de Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon (na safra de 2011 mudou bastante a composição). A fermentação é em inox e a maturação em meias-pipas de carvalho de segundo uso. É um vinho com aromas de frutas silvestres, florais e especiarias. Em boca é fresco, com boa acidez e taninos bem acertados. Um vinho fácil de beber e que acompanha bem comida. Por 39 pilas vale comprar algumas garrafas. Bem, João Portugal Ramos é sempre boa pedida. O seu Marquês de Borba Reserva é considerado por muitos (inclusive esse que vos escreve) um dos melhores vinhos Alentejanos. 
O segundo vinho, o Carlos Reynolds Colheita 2009 tem composição parecida (Aragonez 40%, Trincadeira 40% e Alicante Bouschet 20%). Era vendido por 60 pilas na Wine, mas agora está em oferta, por 40 (e para sócios, boas 34 pilas!). A maturação é feita por 8 meses em grandes balseiros de carvalho francês (capacidade para 15 mil litros), produzidos pela tanoaria Seguin Moreau. Difere bastante do vinho anterior. Ao nariz mostra notas tostadas, frutas maduras em compota (ameixa e cereja), alcatrão e alcaçuz. Em boca mostra bom corpo, boa persistência e taninos redondos. Mas confesso que a madeira me incomodou um pouco. Só melhorou depois de bom tempo aberto. Deve agradar quem gosta de vinhos amadeirados. Eu tenho minhas restrições. Por esse motivo, fico com o Marquês de Borba, que possui mais frescor.
Issa aí!