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sexta-feira, 20 de julho de 2012

Montes Alpha Syrah 2007, Amancaya 2009, Heartland Dolcetto-Lagrein 2007 e LAN Reserva 2005

A noite tava fria e a confraria sem a presença de dois confrades. Começamos a noite com  um clássico Montes Alpha Syrah 2007, levado por este que vos escreve. Este é sempre certeza de agradar, correto, e dentro dos padrões novo-mundistas. Vinho denso, com aromas compotados, de amora, cereja preta, chocolate, tabaco e um fundo apimentado. A pitadinha de Viognier, ao estilo do Rhone, lhe aporta sutis notas florais. Em boca, repete o nariz e mostra taninos corretos. É um vinho muito gostoso e muito bem feito (embora eu prefira os Syrah chilenos mais minerais).
Seguindo, fomos para um Australiano levado pelo amigo Paolão. Era um Heartland Dolcetto-Lagrein 2007. Vinho Australiano talhado com castas típicas do Piemonte e Alto-Adige, respectivamente. É diferente. Notas de groselha e chocolate amargo, com fundo herbáceo que me incomodou um pouco. A acidez pede pasta com molho vermelho. Não fizemos isso e a avaliação do vinho pode ter sido prejudicada. Eu, particularmente, não o apreciei muito, apesar de gostar das duas castas com que é feito. Bem, mas o Paolão tem saldo positivo.
O JP levou um já comentado aqui no blog: LAN Reserva 2005 (clique aqui). Eu vou repetir exatamente a descrição que fiz da primeira vez que o JP levou este vinho no Ciao: "O vinho parecia mais novo e tinha notas de cereja, casca de laranja, especiarias e herbáceas. Os taninos ainda aparecem e a madeira deixa sua marca no final de boca. É um vinho seco, fresco e gastronômico. Deve ganhar elegância com alguns anos de adega". Ele estava praticamente idêntico ao dessa descrição. O incrível é que o JP, em outra oportunidade, em sua casa, abriu outra garrafa deste vinho e ele estava bem diferente. Melhor, a meu ver (clique aqui). Isso prova que cada garrafa é uma garrafa... Provavelmente essa que gostei mais evoluiu melhor (ou mais rapidamente). Em suma: Bom vinho que ainda aguenta adega.
E para finalizar, o vinho levado pelo Tonzinho, um Amancaya 2009. Este também já apreciamos e comentei aqui (clique). Este vinho é um ótimo custo-benefício das Bodegas Caro (diga-se CAtena e ROthschild). Eu tenho bebido o Amancaya desde seu lançamento, quando ele era mais potente, manchava a taça (e os dentes), com presença marcante da Malbec. Agora, ele pelo menos nesta safra de 2009, ele está mais leve, e a Cabernet aparece mais. O vinho está mais europeu, mais sutil, com notas de cassis e ameixa, leve tostado e um fundinho de alcaçuz. Eu gostei bastante. E vale a nota: A Wine Spectator lhe tascou 78 pontos! E ainda citou que foi avaliado duas vezes, com notas consistentes entre as duas avaliações. Talvez por que o vinho tenha perdido potência e ganhado em elegância. Bem, discordo então duplamente da revista! 
E é isso!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

E na visita anual do amigo Tony, vinhos de primeira: Americanos, Espanhóis e um Francês premiado!

E como sempre acontece, no final de ano o amigo Tony Conde, atualmente residente nos EUA, nos visita e traz vinhos diferentes para experimentar. E desta vez foi a melhor delas. Cheguei na casa do JP, onde o evento sempre acontece, quando já haviam "evaporado" uma garrafa de um Chard muito fresco, sem barrica, que gostei bastante. Era o californiano de Sonoma, o Martin Ray Chardonnay unoaked 2010. Notas gostosas de melão e pera, bem atraentes. Pena que só bebi umas gotas... rs.
Depois bebemos um outro californiano, agora tinto, da vinícola Shannon Ridge, o Wrangler Red Ranch Collection 2008. É um corte complexo (37% Zinfandel, 35% Syrah, 18% Petite Sirah, 5% Barbera, 3% Mourvédre e 2% Tempranillo). O vinho passa 14 meses em barricas francesas e americanas. É muito gostoso, com notas de groselha, cereja marrasquino e um fundinho de baunilha. É muito redondo em boca, com taninos muito sedosos. Um dos melhores da noite.
Passamos então para um Zinfandel, o Melanto Terrace 2007, do produtor Buford e Brown. É um bom Zin, com notas de frutas vermelhas, anis e alcaçuz. É de uma linha mais leve que os tradicionais Zins californianos, que geralmente têm mais peso. Bom vinho, mas que não chegou a empolgar.
Daí, passamos para o Montoya Pinot Noir 2009, de Central Coast. É um Pinot típico do novo mundo, um pouco doce, com notas de framboesa e cereja. Gostoso, mas se fosse um pouquinho menos doce ficaria melhor.
Bem, aí saimos dos californianos e fomos para aquele que achei um dos tops da noite, o Georges Duboeuf Morgon Jean Descombes 2009. Geoges Duboeuf é um grande negociante de Beaujolais, mas que produz também seus próprios vinhos. Morgon é um dos dez Cru de Beaujolais, onde são produzidos vinhos de qualidade bem superior aqueles conhecidos das AOC Beaujolais e Villages. Nos dez Cru são produzidos vinhos mais elaborados, e no Cru Morgon, em particular, vinhos mais longevos. Este Jean Descombes 2009 estava uma maravilha! Muita fruta, com notas de framboesa e amora, em meio a notas florais, muita mineralidade e uma acidez vibrante. Uma delícia de vinho! Foi aí que o amigo Tony disse que ele foi o número 21 na lista dos Top 100 da WS em 2011, com 93 pontos. Merece! Quem só conhece os Beaujolais alegres e descompromissados precisam experimentar este, para ver como podem ser produzidos vinhos complexos com a Gamay.
LAN Reserva 05 e o Tony ao fundo, clicando
E quando acabamos com os vinhos do Tony, o JP abriu uma garrafa do Riojano LAN Reserva 2005, que já fora oferecido por ele em outra oportunidade (clique aqui). Mas esta garrafa estava melhor. As notas de licor de cereja, em meio a notas de tabaco e casca de laranja, faziam do vinho uma delícia! Em boca, muito redondo, gostoso, com taninos levemente terrosos e final médio. Ficou alí no topo, junto com o Morgon. Nós bebemos também um de Ribera Del Duero, o Embocadero 2009, que estava jovem, mas também muito bom. É um vinho que não parece muito com a maioria de Ribera Del Duero, mas que tem muita presença, com notas de amora, tostadas e balsâmicas. É um vinho com bom corpo e boa mineralidade. Uma novidade da Gran Cru. Esqueci de tirar foto dele...
Gruet Blanc de Noirs - Uma  bela surpresa
E deixei para o final um espumante de primeira, também trazido pelo amigo Tony, o Gruet Blanc de Noirs NV. Pois é amigos, os gringos estão fazendo excelentes espumantes, e a preços mais do que convidativos (pelo menos por lá... rs). E este também ficou na lista dos Top 100 da WS, na posição 43, com seus 90 pntos. Isso foi, obviamente, ajudado pelo belo preço (~14 doletas), mas a qualidade do vinho é alta. Ele é vibrante, gostoso, rico, com notas de maçã, pera e aqueles aromas gostosos de padaria às 6h00 da manhã. Uma belíssima surpresa feita em Albuquerque, Novo México (pois é... rs). Não sei se é vendido no Brasil, mas eu gostaria muito de experimentar outra garrafa deste.
Bem, foi mais uma bela e tradicional noite de final de ano na casa do amigo JP (O Rei da Fraldinha), na presença de amigos e com a presença do amigo Tony, que nos visita apenas anualmente (infelizmente). Bem, é aguardar o próximo ano.
Tony, Eu e JP (O Rei da Fraldinha)

Eu e Tony mandando um naso duplo no Gruet

Até o JP, que não é muito fã de espumante, gostou do Gruet

sexta-feira, 8 de julho de 2011

LAN Reserva 05, Alma Negra Pinot Noir 08, Muga Reserva 04 e Aliara 07- noite boa na confraria!

Ontem os vinhos levados pelos confrades estavam muito bons. O João Paulo, nosso querido JP, levou embrulhado um LAN Reserva 2005. Bem, bati o naso e já mandei um Rioja. Embora com tempo de taça, no fundinho, ele induzisse até outra nacionalidade. O vinho parecia mais novo e tinha notas de cereja, casca de laranja, especiarias e herbáceas. Os taninos ainda aparecem e a madeira deixa sua marca no final de boca. É um vinho seco, fresco e gastronômico. Deve ganhar elegância com alguns anos de adega. Bem, os confrades, inclusive o JP, o deixaram na rabeira dos vinhos apreciados. Mas é um bom vinho.
O Paulão levou uma novidade de Ernesto Catena, o Alma Negra Pinot Noir 2008. O vinho é feito com uvas de um vinhedo de altitude (1.300 m), que segundo o produtor permite um perfeito amadurecimento desta cepa, que é temperamental. Apenas 50% do vinho é maturado por 14 meses em barricas de carvalho francês. O restante é mantido em cubas de aço. Isso mantém as características da cepa e dá frescor ao vinho. É um vinho maduro (até um pouco demais para o meu gosto), bastante aromático e com notas de goiaba e cereja maduras. Em boca é bem gostoso, redondo, com tudo no lugar. É Pinot Noir de novo mundo, não remetendo muito aos borgonhas. No entanto, depois de algum tempo em taça começa a expressar algumas características interessantes. Eu acredito que em alguns anos poderá mostrar novas facetas. Um bom vinho de Ernesto Catena.
O Caião levou o também riojano Muga Reserva 2004. Este vinho foi top 100 da Winespectator em 2008, com 91 pontos da revista. É um vinho de uma belíssima safra e que tem consistência. Ao nariz, notas de cereja madura e casca de laranja, além de um leve caramelo. Em boca está bem redondo, com bom corpo e taninos já domados. Foi um dos melhores da noite. É vinho que deve melhorar ainda nos próximos anos. O difícil é achar esta safra no mercado.
Eu levei um vinho que gosto muito, o Aliara 2007. Eu apreciei há alguns anos atrás o 2001, que estava uma maravilha. O Aliara é um vinho top da vinicola chilena Odjfell. Este 2007 é feito com as uvas Cabernet Sauvignon (10%), Carignan (35%), Malbec (26%) e Syrah (29%). Vejam que é um corte sem a Carmenére, atualmente onipresente nas mesclas chilenas. É um vinho muito complexo. Os aromas de frutas, como o cassis e figo, se mesclam a notas tostadas, de especiarias (noz-moscada e canela), café e chocolate com leite. Em boca é amplo, muito elegante e aveludado, com taninos muito finos. O final é muito gostoso. Um vinho agradabilíssimo! O JP achou muito bom, mas um pouco doce. Acho que realmente tem esta característica, talvez aportada pela Malbec, mas não penso que influencie na grande qualidade do vinho. Aliás, ele acompanhou o filé ao molho Pavarotti muito bem, e acredito que deve ser uma companhia muito boa para um carré de cordeiro assado ou um bom bife de chorizo. A propósito, é comercializado pela Worldwine.