quarta-feira, 27 de julho de 2011

Vega Sauco 2003 e Angheben Barbera 2010

Este final de semana visitamos nossos cunhados Pedro e Mitie em Vinhedo e lá apreciamos um belo churrasco regado a dois bons vinhos. O primeiro, que adquiri na Expand do outlet premium da Bandeirantes, foi um Vega Sauco Crianza 2003. Se não me engano, este vinho agora é o Vega Sauco Piedras, que tem ganhado admiradores no Brasil pela sua qualidade e bom preço (se eu estiver errado, por favor, me corrijam). Este Crianza 2003 estava uma delícia! É um vinho orgânico, da região de Toro mas que não tem toda aquela potência característica dos vinhos da região. É um vinho mais fresco, com muita fruta e muito elegante. Ao nariz, notas deliciosas de cereja madura mescladas a notas de cravo e leve tabaco (que depois de um tempo ficaram mais expressivas). Vinho de excelente nariz! Em boca era fino, de médio corpo e com taninos muito sedosos. Vinho de excelente custo-benefício e que atualmente é comercializado pela Ravin. Estou curioso para conhecer seus irmãos maiores.
Apreciamos ainda um vinho da vinícola brasileira Angheben, o Angheben Barbera 2010. Eu já conhecia o Touriga Nacional e tinha curiosidade para conhecer este Barbera, muito elogiado pelo Didú Russo. O vinho tem bons aromas de cassis e baunilha. Em boca é leve (até um pouquinho ralinho...), um pouco doce, mas com taninos bem ajustados. Ainda tem certa distância dos originais italianos, mas está no caminho. É um vinho simples, fresco, alegre, e como diria o Didú, próprio para acompanhar a macarronada de domingo. Agrada a gregos e troianos. Um custo benefício muito bom. Os vinhos Angheben são comercializados pela Vinci.

Vinhobão: Um ano de muita diversão!!!


Há um ano atrás eu comecei com esta diversão chamada "Vinhobão". A intenção era (e ainda é...) registrar os vinhos que apreciei, principalmente em companhia de grandes amigos. Mas eu não imaginava que a brincadeira fosse tomar as proporções que tomou. Até o momento, foram 175 postagens com cerca de 15.000 visualizações de visitantes de mais de 20 paises. Muitos e muitos vinhos apreciados, em sua maioria, muito bons e em companhia dos amigos da Confraria do Ciao. Além disso, comentários sobre degustações da DecanterVinci, Expovinis e algumas dicas sobre vinhos e promoções.
De tudo, o que acho mais legal no blog são as visitas e comentários dos amigos que conquistei, mesmo à distância. E não foram poucos! Estes, dividiram comigo seus conhecimentos e experiências no mundo do vinho, e aprendi bastante! Tenho certeza de que um dia terei a oportunidade de encontrá-los para apreciarmos juntos bons vinhos e darmos muitas risadas. Como já escrevi aqui, não sou profissional do tema. Sou apenas um apreciador! E gosto de dividir com os amigos minhas experiências. Continuarei a fazê-lo, pois é divertido e quase uma "terapia". Aos meus visitantes, um grande abraço e que continuem a visitar o "Vinhobão"! Amanhã teremos uma reunião especial na Confraria para comemorar o aniversário de um ano, e deve ser regada a grandes vinhos, que postarei aqui.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Landó 2008, Cuvée Alexandre Syrah 2007, Chateau de Macard 2009 e Las Acequias 2007

Nessa última semana o amigo Tom levou um vinho ainda não comercializado no Brasil, mas que espero chegue brevemente. É um novo rótulo das Bodegas Caro, aquela que produz o muito bom Amancaya e o excelente Caro. Bem, o nome Caro vem de CAtena e ROthschild. Há como esperar algo que não seja muito bom?
Mas o vinho em questão é uma novidade. O Landó 2008 é um vinho produzido com 60% Malbec e 40% Cabernet Sauvignon (o Amancaya é 50/50), de vinhedos localizados em Agrelo, Gualtallary, Tupungato e Las Compuertas. O nome Landó vem de Landeau, que em francês é uma carruagem grande, elegante. E queriam mesmo dar destaque a elegância do vinho. Ele descansa 14 meses em barricas francesas de primeiro e segundo uso. O vinho tem cor rubi com tons violáceos. Ao nariz, mostra notas de frutas bem maduras, como cassis e ameixa, além de toques achocolatados e de baunilha. Em boca o ataque é doce, com taninos bem redondos e bem aveludados. Vinho muito gostoso, mas não muito melhor que o Amancaya. Já pode ser apreciado sem problemas ou guardado um tempo na adega. [Nota pós-postagem: Há pouco tempo falei com meu amigo Vitor, do blog Louco por Vinhos, e ele me disse que o Landó foi feito para ser o vinho base da linha, abaixo do Amancaya (chamado Petit Caro na Argentina). No entanto, o Landó foi muito bem sucedido e seu preço acabou subindo, chegando perto do Amancaya].
O Caião levou um vinho de primeiríssima, da chilena Casa Lapostolle, a mais francesa das vinícolas chilenas. O vinho era um Cuvée Alexandre Syrah 2007. Todos gostaram muito. É vinho do tipo maduro, mas menos que o Montes Alpha Syrah. Possui notas típicas de chocolate e café, e muita amora madura. É um vinho que tem boa mineralidade, embora muito menos que um vinho do vale do Limarí. Em boca é untuoso, suculento e com final longo e agradável. Um belo vinho, encontrado na Mistral.
João Paulo e eu fomos responsáveis pelas decepções. Eu levei um bordozinho simples, mas que levou 90 pontos da Winespectator, o Chateau de Macard 2009. Bem, pode-se pensar que o vinho estava novo, mas bordeaux superieur são vinhos mais simples e que podem ser tomados mais jovens mesmo. Não são feitos para aguentar muito tempo de adega. O negócio é que estava ralo mesmo. Quando abri até mostrava uma boa fruta, mas depois de um tempinho aberto se esvaiu. Não gosto de vinho que some depois de um tempo.
O JP levou um cabernet sauvignon argentino, o Las Acequias 2007, que também teve 90 pontos do Parker (diga-se Wine Advocate). Um vinho ralo, doce, sem presença. Parecia um pinozão melado. Não encontrei outra definição. Ou seja, todos nós fomos categóricos ao discordar dos "não-sei-como" 90 pontos outorgados aos vinhos citados, os quais, não recomendamos!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Korem Isola Dei Nuraghi 2004 - Que delícia de vinho!


O rótulo tava baleado,
mas o vinho...
 Ontem o amigo Akira e eu fomos "obrigados" a apreciar um vinho italiano da vinícola Argiolas, da Sardegna. Esta vinícola é colecionadora de "tre bicchieri" do guia Gambero Rosso, já possuindo uma "stella". Seus vinhos são muito elogiados, e contaram com a consultoria de Giacomo Tachis, criador dos grandes Sassicaia e Solaia (e "man of the year 2011" da revista inglesa Decanter). Giacomo se aposentou definitivamente em 2010, mas seu legado sem dúvida ficou na Argiolas. O vinho que apreciamos é o segundo da vinícola, abaixo apenas do grande Turriga. Foi um Korem Isola Dei Nuraghi 2004, feito com as castas Bovale Sardo (Bovaleddu), Carignano e Cannonau. Esta última é a mesma Garnacha espanhola. Aliás, o amigo Akira, antes de saber das uvas que o compõe, citou que o vinho tem aromas que lembram alguns GSM australianos, que são cortes de Grenache, Shiraz e Mourvedre.
O vinho tem notas de cassis e groselha, mescladas a leve tabaco (caixa de charuto), chocolate, especiarias e notas terrosas. Depois de um tempo na taça mostrava ainda notas cítricas que segundo o Akira lembravam tangerina bem madura (nariz bom o cara!). É um vinho mineral, que tem uma acidez muito bem integrada. É rico, tem presença, e combina frescor com um ótimo corpo. Vinho delicioso! Ótimo sozinho, mas excelente acompanhamento uma bela carne grellhada. Mostra os aromas logo ao ser aberto, mas ganha muito depois de um tempo. Um belíssimo vinho! O da safra 2004 ainda pode ser encontrado na Expand, mas atualmente os vinhos da Argiolas são importados pela Vinci.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

J.Alberto 2009 - Belo vinho da Patagônia

Hoje à noite passei na casa de meu amigo Paulão para deixar-lhe uma iguaria de Minas, e obviamente, o amigo estava degustando um bom vinho. Não resisti e tive que acompanhá-lo. O vinho era um J.Alberto 2009, da Bodega Noemia, da Patagônia. A Bodega Noemía produz poucos vinhos, de maneira orgânica e biodinâmica, em pouca quantidade, a partir de parreiras antigas plantadas em pé franco, sem enxerto. Seu ícone, o Noemía, tem hoje destaque mundial, e cada videira produz menos de uma garrafa. O J.Alberto também tem uma produção pequena, limitada a 9.000 garrafas. É um corte de Malbec (95%) e Merlot (5%). Embora em pequena quantidade, a Merlot aparece e aporta complexidade ao vinho. Este 2009, embora novo, já pode ser apreciado, mas deve evoluir que é uma beleza nos próximos anos. É um vinho denso, suculento, com notas de ameixa, figo e amora entremeadas com notas de grafite e alcaçuz. Embora seja um vinho concentrado, não é nem um pouco enjoativo, pelo contrário. Ele não tem exageros de frutas compotadas e nem madeira, e conta com uma acidez muito boa e perfeitamente integrada. A propósito, a partir de 2010 a bodega não mais utilizou barricas novas para o J.Alberto, apenas de segundo e terceiro uso. Gosto disso, pois dá finesse ao vinho.
Este 2009 pode ser apreciado sozinho, mas obviamente é par perfeito para carne na brasa. É vinho para ser decantado ou aberto com bastante antecedência. Belo vinho! Isso aí Paulão!
Os vinhos das Bodegas Noemia são importados pela Vinci.

domingo, 17 de julho de 2011

Tormentas 2011! Adquira os vinhos de Marco Danielle en primeur, com belos descontos!

Como faz em cada lançamento de safra, Marco Danielle está oferecendo seus vinhos da safra de 2011 en primeur, com grandes descontos. Quem comprar até o dia 01 de agosto, por exemplo, terá um desconto de 50% na garrafa! Depois disso os descontos ainda continuam, mas decrescem a cada mês, culminando com o encerramento da oferta em 10/12. A compra mínima é de caixa com 6 garrafas, mas que podem ser sortidas entre os 4 rótulos oferecidos, ao gosto do freguês.
É uma excelente oportunidade para aqueles que já conhecem os vinhos Tormentas e também para aqueles que não os conhecem e querem apreciar vinhos de autor, elogiados por críticos nacionais e internacionais (como Steven Spurrier, da revista Decanter). São vinhos puros, feitos com carinho, sem ou com muito pouco SO2, e diferentes dos vinhos padronizados.
Há dois vinhos que somente serão vendidos en primeur: Um branco, feito com as uvas Arnoison (90%) e Serprino (10%), e um rosé de Pinot Noir. Segundo Marco Danielle, o branco não tem relação com o Branco 2009 Zero SO2, sendo mais gastronômico que este último. Estou curiosíssimo para conhecer, e quando o fizer comentarei com mais detalhes aqui no blog. Bem, e além deles tem o Cabernet Franc e o FVLVIA PINOT NOIR GARAGEM. Já comentei sobre o FVLVIA 2009 aqui no blog. Adorei o vinho, que para mim é o melhor Pinot Noir brasileiro, de longe. Aliás, o considero como sendo o melhor vinho brasileiro. Não espere nada igual aos Pinot Noir do novo mundo, e sim, um Borgonha! Segundo Marco Danielle, o seu Pinot Noir 2011  deverá ter um ganho em complexidade, acidez e estrutura. No entanto, ele deve manter os traços de personalidade e delicadeza do 2009. Uau! Não vejo a hora de apreciar este vinho.
É bom reservar logo suas garrafas. A quantidade produzida é pequena e você pode perder a chance de conhecer vinhos realmente particulares.
Para maiores informações sobre a venda en primeur e também sobre a filosofia dos vinhos de Marco Danielle, visite o site do Atelier Tormentas.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

El Vinculo 2005, Promis 2007, DEI Sancta Catharina 2001, San Vicente 2004 e a volta triunfante do EPU!!!

Nessa última quarta-feira tivemos uma reunião especial da Confraria do Ciao, na casa do amigo João Paulo (JP). A noite foi regada a grandes vinhos e comida de primeira, com carnes na brasa de primeiríssima. O vinho de entrada foi levado pelo amigo Paulão. Foi um espanhol de La Mancha, o El Vinculo 2005, feito pelo grande Alejandro Fernandes, criador dos grandes Pesquera. O vinho é feito com 100% tempranillo de vinhedos antigos, e matura 18 meses em barricas de carvalho. Ao nariz tinha notas de cereja e casca de laranja, lembrando até um Rioja. A madeira aparece bastante, com notas de cedro. Em boca tem bom corpo e a acidez aparece bem, assim como toques herbáceos e os taninos, que são bem secos. Isso fez com que o vinho acompanhasse muito bem as carnes mais gordurosas. No entanto, os taninos secos e o toque herbáceo são meio salientes. Sem comida o vinho pega nestes aspectos.
Seguimos com um vinho levado pelo Caião, um ótimo Promis 2007, de Ca'marcanda, do mestre Angelo Gaja. É um vinho feito com Merlot (55%), Syrah (35%) e Sangiovese (10%), vinificadas separadamente.
Gostei do danado. Como citado no site da Mistral, ele parece pular da taça. O vinho é superaromático, mas sem ser enjoativo. As notas de amora se mesclam a leve toque de chocolate e notas florais, de violetas. Em boca é uma delícia. Bem sedoso e com taninos aveludados. Estilo international, mas muito bem feito.
Eu levei um supertoscano da vinícola DEI. É o top da vinícola, o DEI Sancta Catharina 2001. É uma raridade que dificilmente pode ser encontrada (infelizmente...). Este 2001 foi um dos mais bem avaliados (recentemente o 2007 também foi muitíssimo elogiado). É um vinho feito com Sangiovese, Syrah e Cabernet Sauvignon. Ao nariz mostra belos aromas florais, cereja, chocolate amargo e alcaçuz. Em boca, muito amplo e com taninos muito sedosos. O final é muito longo e agradável. Uma beleza! Bem, eu sou suspeito para dizer isso, pois além de ter levado o vinho, sou fã declarado dos vinhos italianos. Mas acredito que era um vinho para apreciar mais devagar, com tempo, curtindo sua evolução.
E após abrir este vinho, chegou nosso amigo Tom com um vinho embrulhado (e já dizendo que seria o vinho da noite... rs). E o vinho realmente foi sucesso com todos, inclusive com este aqui que vos escreve! O nariz era muito elegante, com notas iniciais de caramelo, ameixa e chocolate. Com o tempo foram aparecendo também notas de figo e cassis. Estava dificil acertar a procedência, mas era consenso que se tratava de um belo vinho. Em boca era muito sedoso, amplo e levemente doce. O JP foi o que mais se aproximou, já no finalzinho, sugerindo um chileno. E era! Sabe qual? O EPU 2007! Pois é, aquele que gerou uma polêmica saudável aqui no blog, quando postei sobre o 2001. E ele virou o jogo, tenho que assumir (com gosto!). Realmente estava muito bom. Tem estilo internacional, poderia ser um pouquinho menos doce (para o meu gosto), mas é muito gostoso. Agora entendo o amigo Rodrigo Mazzei, do blog Vinhos e Viagens, que elogiou o EPU aqui no blog.
E o amigo JP não fez por menos: Nos brindou com o excelente riojano Señorio de San Vicente 2004. Um espetáculo de vinho. Tempos atrás apreciamos um da safra 1999, delicioso [clique aqui]. Este 2004 também estava uma maravilha. Aromas de cereja seca, café e tabaco, além de leve caramelo. Em boca, repetia o nariz e era amplo, intenso, com taninos sedosos e um final longo e delicioso. Vai evoluir que é uma beleza nos próximos anos. Um vinhaço! Valeu JP!
E para finalizar, um vinho doce sul-africano muito bom, de excelente custo-benefício, o Nederburg Noble 2009. É um vinho feito com as uvas Chenin Blanc, Weisser Riesling, Muscat de Frontignan e se não me engano, 1% de Semillon, todas botritizadas. Os aromas são ricos, com notas de mel, damasco e doce de abacaxi. Em boca, muito gostoso e como uma bela acidez que não o deixa enjoativo. Estava perfeito com o Creme Brullé.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Trinch! 2009, Encierra 2005 e Luigi Bosca Malbec Reserva 2009



Ontem o amigo JP (João Paulo) nos convidou para uns queijos em sua casa. Levei então um vinho que me foi indicado pelo amigo Eugênio, do Decantando a Vida. O vinho é um  biodinâmico do Vale do Loire, mais especificamente de Bourgueil, que fica ao norte de Chinon. Como esta última, também produz excelentes Cabernet Franc, que segundo Hugh Johnson, cerca de 100 anos atrás, rivalizava com grandes Bordeaux. Os Cabernet Franc do Vale do Loire são distintos daqueles do resto do mundo (e tem bom preço pela qualidade). Têm muita vida e elegância. São vinhos que podem ser bebidos jovens mas que recompensam pessoas pacientes e que os mantêm na adega por uns anos. Bem, o vinho que levei é um Trinch! 2009, dos produtores Catherine e Pierre Breton. O vinho tinha notas de framboesa, pimenta branca, azeitona preta, tabaco e grafite. É um vinho mineral e com ótima acidez. Gastronômico por natureza. Nada de peso e sim, um vinho alegre e fácil de beber. Os taninos são sedosos e o final é médio. Foi um ótimo acompanhamento para o queijo de cabra (que é temperamental em questão de combinação). Depois de um tempo na taça liberou aromas que lembravam o Cabernet Franc do Marco Danielle. Valeu a indicação Eugênio! O vinho é importado pela Worldwine.
O segundo vinho, ofertado pelo João Paulo (que o ganhou do Paulão) foi um chileno, da familia Eyzaguirre, o Encierra 2005. O vinho é um corte de 60% Cabernet Sauvignon, 30% Syrah, 3% Carménère, 2% Petit Verdot e 5% Merlot que maturou 12 meses em barricas de carvalho francês. Todos juravam que tinha Malbec no corte, pois é do tipo mais doce e com notas evidentes de figo. Também possuia notas de baunilha e leve chocolate ao leite. Em boca é um vinho bem gostoso, redondo, sedoso. Eu achei um pouco doce e senti falta de certa pegada (que poderia ser dada pela Carmenére e Petit Verdot - que não aparecem muito no blend). Mas é um vinho muito gostoso de beber e fácil de agradar. É importado pela Ana Import.
Bem, e fechamos a noite com um Malbec que sempre agrada, de Luigi Bosca, o Malbec Reserva 2009. O vinho estava altamente floral, com notas fortes de violeta. A fruta era vivíssima, com amora e ameixa bem presentes e mescladas com notas especiadas. Em boca repetia o nariz e mostrava taninos já bem resolvidos, mesmo sendo novo. Um vinho do tipo maduro, bem gostoso e de boa relação custo-benefício.
Bem, eu gostei dos vinhos na ordem que os descrevi. O Trinch! é um vinho sincero, gastronômico e mais complexo - faz mais meu estilo; o Encierra é um bom vinho, gostoso de beber até sem comida, mas bem estilo internacional e o Luigi Bosca é um bom Malbec, sempre confiável e companhia certa para um churrasco.
Bem, vou correr por que hoje à noite tem especial da confraria e não posso atrasar. Logo postarei sobre os vinhos que apreciaremos.



sábado, 9 de julho de 2011

Ventisquero Grey Merlot 2007 - Bom vinho!


A linha Grey é uma linha especial da vinícola chilena Ventisquero. Fica acima dos bons Queulat. Os vinhos, feitos sob a batuta do enólogo Felipe Tosso, são maturados por 18 meses em barril de carvalho e descansam em garrafa por 8 meses antes de irem ao mercado. A partir de 2008 levam no rótulo a inscrição "single block", em referência a um conjunto de características que lhes dão características peculiares. O Ventisquero Grey Merlot 2007 é um vinho muito agradável, feitos com uvas de Apalta. Possui uma bonita cor granada escura e aromas muito ricos de ameixa, figo e cacau. Além disso, notas de especiarias, como pimenta-do-reino e canela. Aliás, se não tivesse estas notas especiadas e de cacau seria facilmente confundido com um bom Malbec. No entanto, em boca a diferença já é evidente, pela acidez e pelos taninos, que embora apareçam são bastante finos e sedosos. O vinho tem bom corpo e um final bem gostoso. Depois de um tempo no decanter fica muito redondo e fácil de beber. Aliás, a decantação por no mínimo 30 minutos é recomendada. Um vinho muito bom da Ventisquero! Em São Carlos os vinhos da Ventisquero podem ser encontrados na Mercearia 3M, do amigo Idinir.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

LAN Reserva 05, Alma Negra Pinot Noir 08, Muga Reserva 04 e Aliara 07- noite boa na confraria!

Ontem os vinhos levados pelos confrades estavam muito bons. O João Paulo, nosso querido JP, levou embrulhado um LAN Reserva 2005. Bem, bati o naso e já mandei um Rioja. Embora com tempo de taça, no fundinho, ele induzisse até outra nacionalidade. O vinho parecia mais novo e tinha notas de cereja, casca de laranja, especiarias e herbáceas. Os taninos ainda aparecem e a madeira deixa sua marca no final de boca. É um vinho seco, fresco e gastronômico. Deve ganhar elegância com alguns anos de adega. Bem, os confrades, inclusive o JP, o deixaram na rabeira dos vinhos apreciados. Mas é um bom vinho.
O Paulão levou uma novidade de Ernesto Catena, o Alma Negra Pinot Noir 2008. O vinho é feito com uvas de um vinhedo de altitude (1.300 m), que segundo o produtor permite um perfeito amadurecimento desta cepa, que é temperamental. Apenas 50% do vinho é maturado por 14 meses em barricas de carvalho francês. O restante é mantido em cubas de aço. Isso mantém as características da cepa e dá frescor ao vinho. É um vinho maduro (até um pouco demais para o meu gosto), bastante aromático e com notas de goiaba e cereja maduras. Em boca é bem gostoso, redondo, com tudo no lugar. É Pinot Noir de novo mundo, não remetendo muito aos borgonhas. No entanto, depois de algum tempo em taça começa a expressar algumas características interessantes. Eu acredito que em alguns anos poderá mostrar novas facetas. Um bom vinho de Ernesto Catena.
O Caião levou o também riojano Muga Reserva 2004. Este vinho foi top 100 da Winespectator em 2008, com 91 pontos da revista. É um vinho de uma belíssima safra e que tem consistência. Ao nariz, notas de cereja madura e casca de laranja, além de um leve caramelo. Em boca está bem redondo, com bom corpo e taninos já domados. Foi um dos melhores da noite. É vinho que deve melhorar ainda nos próximos anos. O difícil é achar esta safra no mercado.
Eu levei um vinho que gosto muito, o Aliara 2007. Eu apreciei há alguns anos atrás o 2001, que estava uma maravilha. O Aliara é um vinho top da vinicola chilena Odjfell. Este 2007 é feito com as uvas Cabernet Sauvignon (10%), Carignan (35%), Malbec (26%) e Syrah (29%). Vejam que é um corte sem a Carmenére, atualmente onipresente nas mesclas chilenas. É um vinho muito complexo. Os aromas de frutas, como o cassis e figo, se mesclam a notas tostadas, de especiarias (noz-moscada e canela), café e chocolate com leite. Em boca é amplo, muito elegante e aveludado, com taninos muito finos. O final é muito gostoso. Um vinho agradabilíssimo! O JP achou muito bom, mas um pouco doce. Acho que realmente tem esta característica, talvez aportada pela Malbec, mas não penso que influencie na grande qualidade do vinho. Aliás, ele acompanhou o filé ao molho Pavarotti muito bem, e acredito que deve ser uma companhia muito boa para um carré de cordeiro assado ou um bom bife de chorizo. A propósito, é comercializado pela Worldwine.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

E depois de um tinto de 1996, um branco do mesmo ano: Gravonia 1996

E depois de postar sobre um português tinto, de 1996, mantenho minha incursão pela península ibérica, mas agora tratando de um branco de 1996, do produtor espanhol R. Lopez de Heredia, aquele que produz os espectaculares Tondonia. Os vinhos de Lopez de Heredia são preciosidades que não podem faltar na adega daqueles que apreciam riojanos tradicionais. Eles fogem à internacionalização, tem personalidade e tradição. Seus tintos podem envelhecer por décadas, e em sua maturidade têm uma elegância invejável. Mas surpreendente também são seus brancos, com muito tempo de maturação em barrica e em garrafa antes de serem comercializados. Além disso, possuem uma capacidade incrível de envelhecimento. Lembro-me bem do Tondonia Gran Reserva 1987 que apreciei este ano no último Vini Vinci, uma maravilha! 
Este Gravonia 1996 é feito com a uva Viura, e é maturado por 4 anos em barricas de carvalho. Sua cor é linda, um amarelo dourado sedutor. Ao nariz, aromas de frutas secas, casca de laranja, um pouco de mel e amêndoas. Em boca, uma delícia, com presença elegante da madeira, bom corpo e um final muito gostoso.  Excelente para ser apreciado sozinho ou acompanhando uma bela posta de bacalhau, como o Conde de Valdemar fermentado em barricas. Mas atenção: O vinho não deve ser apreciado gelado como brancos leves e sim, por volta de 12-14 graus, temperatura na qual libera seus aromas e manifesta toda sua potencialidade. Quem está acostumado apenas com os vinhos brancos mais comuns, não pode deixar de experimentar os brancos de Lopez de Heredia, pois são vinhos únicos e muito ricos. São comercializados pela Vinci.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Caves São João Porta dos Cavaleiros 1996

Eu gosto muito dos vinhos das Caves São João, sejam eles da Bairrada, ou do Dão (rimou!). São vinhos únicos, clássicos e sem modismos. Além disso, são altamente gastronômicos e com grande capacidade de envelhecimento.
Neste Porta dos Cavaleiros Reserva 1996 o charme começa pelo rótulo, de cortiça, e se estende à sua bela cor rubi e aromas que lembram um bom borgonha. Aliás, muitos dizem que o Dão é a borgonha portuguesa (talvez até por isso eles utilizem as garrafas borgonhesas). Para manter-me na mesma linha, utilizei taças para borgonha.
Esse vinho é feito com as castas Touriga Nacional, Aragonês, Alfrocheiro e Jaen (a Mencia espanhola). Apesar da idade, tinha aromas ainda vivos de frutas, com notas de framboesa e cereja seca, mescladas a notas terrosas. Em boca, os taninos são presentes, mas bem domados. A acidez típica dos vinhos do produtor aparece e está muito bem integrada, fazendo do vinho uma excelente companhia para bons pratos. Um leitãozinho à pururuca seria uma ótima pedida. Em boca o vinho é seco, leve e deixa impressões da madeira (sândalo) e final herbáceo. É vinho gastronômico que pode não agradar a todos, mas que tem seu público fiel (como eu). São vinhos a serem conhecidos, tanto os da Bairrada, quanto os do Dão; tanto os tintos, quanto os brancos, e também os espumantes. Aliás, experimente um dia o espumante Caves São João tinto, feito com baga,  acompanhando feijoada. É pedida certa!
Os vinhos das Caves São João são importados pela Vinci. Seus preços, principalmente quando jovens, são muito bons. Assim, podem ser ótimas opções para comemorações futuras.

sábado, 2 de julho de 2011

Domus Aurea 1999, EPU de Almaviva 2001 e Cuvée Alexandre 2001

Nesta última noite de sexta-feira apreciamos alguns vinhos chilenos de estirpe e de idades parecidas, feitos em excelentes safras e que dificilmente poderão ser encontrados no mercado. Eram eles o Domus Aurea 1999, o EPU (de Almaviva) 2001 e o Cuvée Alexandre Cabernet Sauvignon 2001, da Casa Lapostolle (mesma produtora do aclamado Clos Apalta). O Domus Aurea e EPU são vinhos bem mais caros que o Cuvée Alexandre e, considerando seus preços atuais, este último custa um pouquinho mais que um terço do valor dos outros dois. Bem, mas vamos aos vinhos...
O Domus Aurea é um top chileno, feito pela vinícola Clos Quebrada de Macul, e é um vinho tradicional, fiel representante do Alto Maipo. Este 1999, de uma cor rubi bem bonita (nem revelava sua idade), é feito majoritariamente com Cabernet Sauvignon, mas tem pitadas de Merlot e Cabernet Franc. Passou 18 meses em barrica de carvalho. Mesmo em decanter demorou a se abrir. Mas depois de uma hora foi liberando belos aromas de frutas, como o cassis, cereja e groselha. Possuia também aromas de eucaliptol (típico dos tradicionais chilenos), menta, notas terrosas e leve café. Em boca era seco, como deve ser, mineral, amplo, mas sem exagero. Os taninos eram presentes mas já estavam redondos, e junto com uma acidez equilibrada davam ao vinho um conjunto muito agradável. Um grande vinho, sem dúvida - entre os tops. A Wine Spectator lhe outorgou merecidos 92 pontos.

Paralelamente, apreciamos o EPU 2001, de Almaviva. Bem, este  aqui trazia com ele a curiosidade por ser o irmão menor do super badalado (e caro demais pelo que oferece) Almaviva. O EPU é feito com Cabernet Sauvignon (majoritariamente) e Carmenére do Vale do Maipo. É vinho novo-mundista típico, muito maduro, bomba de frutas compotadas e madeira aparente. Destacavam-se notas de chocolate, leve menta e balsâmicas. Em boca era amplo, com bons taninos, mas era pesado, meio enjoativo. Tanto que sobrou um terço da garrafa no decanter! Mesmo estando em quatro pessoas! E olha que a opinião foi unânime em relação a ele. Aliás, um amigo, grande entendedor e apreciador de vinhos, já havia me dito que não gostou dele (e que tinha deixado meia garrafa sem beber, pelos mesmos motivos). Eu até pensei que este 2001, de uma grande safra e com 10 anos de idade, já estivesse mais domado. Mas não estava! E não agradou.



Bem, e junto com estes dois bebemos um mais modesto, mas que é um excelente custo benefíco e que sempre arrebata boas pontuações, o Cuvée Alexandre 2001, da Casa Lapostolle. Esta vinícola é considerada a mais francesa das vinícolas chilenas. Seus vinhos são exemplo de elegância e equilibrio. Eu havia bebido um destes, da mesma safra, há uns 3-4 anos atrás, e ficado maravilhado com ele, que considerei um dos melhores Cabernet Sauvignon chilenos que apreciei. Um bordeaux! Obviamente, eu estava curiosíssimo para apreciar ele agora com 10 anos, prazer que o amigo Carlos André nos proporcionou. E olha, foi realmente prazeiroso. O vinho estava maravilhoso. Sua cor, rubi escura, ainda estava vivíssima, sem demonstrar a idade. Ao nariz, belas notas notas de amora e framboesa, mescladas a leve café, chocolate e uma pitadinha de baunilha e especiarias. Em boca estava uma beleza, macio, redondo, sedoso, com taninos finíssimos. Nem preciso dizer que foi o primeiro a "evaporar" logo do decanter. Aliás, isso é um bom termômetro: Vinho sobrou, não agradou!

Antes que eu me esqueça, os vinhos da Casa Lapostolle são importados pela Mistral, o Domus Aurea pela Zahil e o EPU é vendido pela Wine.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Septima Gran Reserva 2008

O Septima Gran Reserva 2008 é um blend elaborado com Malbec, Cabernet Sauvignon e Tannat (55, 34 e 11%, respectivamente), de vinhedos de altitude. O vinho descansa 14 meses em carvalho (50% francês e 50% americano), de primeiro, segundo e terceiro uso, o que lhe aporta bastante complexidade. É vinho no estilo maduro e bastante intenso. Sua intensidade se manifesta já na cor, vermelha intensa, e  continua ao nariz, com notas tostadas, de chocolate, café com leite e fruta compotada (ameixa, amora e figo). Em boca é bastante potente, com taninos ainda a serem domados. É vinho estilo novo mundo e que oferece bastante pelo preço. Acredito que deve recompensar quem tiver paciência de esperar. Dois ou 3 anos de adega lhe farão muito bem. É companhia perfeita para cordeiro e churrasco! O vinho pode ser encontrado na Wine, Adega Curitibana e Costibebidas.