segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Victoria Park Shiraz 2011

Os leitores do blog sabem que são raras as postagens sobre zurrapas e que evito ao máximo malhar vinho. Fiz isso com poucos, como o Toro Loco e o Yellow Tail. Mas sou obrigado a dar meu parecer sobre esse vinho que veio no pacote Clube Wine do mês. Seu irmão Cabernet (com pitadinha de Shiraz) passou raspando, mas esse Victoria Park Shiraz 2011 doeu. O vinho é alcoólico, principalmente após a abertura. Com o tempo, o álcool foi amenizando, mas tem outro problema que não tem jeito: É aguado! Parece que alguém deixou cair uma caixa d'água no vinho antes de engarrafar. Perdeu para o Toro Loco. Dá para imaginar?

Confraria no Barone: Gibbston Valley Pinot Noir 2004, Sela 2008 e um replay de A-Crux blend 2003

Nessa última quinta-feira voltamos ao Restaurante Barone para beber bons vinhos. Estávamos apenas o Caio, JP e eu. 
Começarei pelo que levei, o neozelandês Gibbston Valley Pinot Noir 2004. Comprei este vinho na promoção da Vinci. O preço cheio é salgadinho, como conhecido para bons vinhos da Nova Zelândia. O vinho passa um pouco menos de um ano em barricas francesas (20%) novas. A cor é bem bonita, brilhante, e o nariz muito vivo, com notas de amoras e especiarias. Parecia muito promissor. No entanto, em boca o negócio pegou. A fruta era boa, o vinho saboroso, mas a acidez estava acima da conta. Dava pontadas na língua. E não melhorou com o tempo. Não parecia um vinho de quase 10 anos. Estava pegado e sem a finesse típica da Pinot Noir. Estranho para um Pinot Noir neozelandês, que juntamente com aqueles do Oregon, são os que mais se aproximam dos borgonheses. O JP mencionou que lembrava um sulafricano, mas mais vivão e menos doce. Era a acidez exagerada, que inclusive, não fez muito bem para meu estômago. Eu esperava mais desse vinho, sem dúvida. No catálogo da Vinci mencionam que é vinho pede mais tempo em garrafa que os outros do mesmo produtor. No entanto, não sei se o tempo lhe amansará.
O Caio levou um espanhol, das Bodegas Roda. Na semana anterior havíamos apreciado um Roda I, seu irmão maior. O Sela 2008 é o de entrada da vinícola e este foi elaborado com 96% Tempranillo e 4% Graciano, com passagem de 12 meses por carvalho. É um Riojano mais moderno, no qual a madeira dá lugar à fruta, que é bem viva. Ao nariz mostra notas de cereja e groselha, florais e cravo. Em boca, repete o nariz, mostra muito frescor e taninos redondos e doces. É um vinho muito agradável,  festivo, gostoso, e que agrada a gregos e troianos. Lembrou-me o estilo dos vinhos da Vega Saúco, de Toro. Tinha bom preço para sua qualidade, mas parece que aquele da safra 2009 já veio com um preço mais salgado. É um vinho que custa por volta de 15 Euritos lá na Espanha e que já custou aqui cento e poucos reais. Agora está perto de 200 e em alguns lugares, mais que isso. Aí não dá!
E o JP, levou um vinhão. Um Argentino com alma espanhola, como já citei aqui. Era um replay do A-Cruz Blend 2003. Nem vou gastar muitas linhas com esse vinho. Alguns deles já pintaram aqui no blog e este 2003 já nos foi levado também pelo confrade Rodrigo. Se o leitor quiser saber mais detalhes, clique aqui. Só não posso deixar de mencionar novamente: Um vinhaço que qualquer amigo gostaria de ganhar como presente! O tempo passa e o vinho parece indestrutível. Delicioso!

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Chateau Hyot 2010: Bordozinho bom, e de bom preço!

Este Chateau Hyot 2010 vem de uma denominação criada há apenas 5 anos, a Côtes de Bordeaux, que congregou 5 outras denominações, que foram extintas. Antes pertencia à Côtes de Castillon. É produzido pela enóloga Amelie Aubert, com a consultoria de quem? Isso, Michel Rolland...rs. 
O vinho é feito com Merlot (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Cabernet Franc (10%). Embora novo, já está prontinho para beber (mas aguenta uns aninhos na adega). A fruta é madura, mas sem excessos, e se mostra em notas de cassis e amoras. Tem uma pimentinha ao fundo que dá um toque legal. Depois de um bom tempo aberto surgem notas de alcaçuz e tabaco. Em boca é de corpo médio, fresco e tem boa intensidade. É muito elegante, macio, com taninos bem sedosos. O final de boca é longo e bem agradável. É um vinho muito bom pelo preço. Agora entendi os 90 pontinhos que a WS lhe outorgou. Quer beber um bordozinho legal sem pagar muito? Tá aí uma boa escolha. É importado pela World Wine e custa um pouquinho mais de 80 pilas.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Post 500: A confraria mudou para o Restaurante Barone: Luis Pato Vinhas Velhas Branco 2009, Grosset Piccadilly Chardonnay 2006, Don Melchor 2008, Roda I Reserva 2006 e Gary's Pinot Noir 2010!

Como os leitores do blog devem saber, a Confraria do Ciao acabou... Na verdade, não se reune mais no Restaurante Ciao Bello, que não mais abrirá a noite. Fomos então ao Restaurante Barone, que nos acolheu maravilhosamente. O ambiente é legal, a comida muito boa, e o atendimento, nota 10. E para iniciar nossa saga no Barone, começamos com um branco levado por nosso amigo Paolão. Era um Luis Pato Vinhas Velhas branco 2009. O vinho é feito com Bical (50%), Cerceal (25%) e Cercealinho (25%). A vinificação é feita em inox e barricas de castanho, e a maturação ocorre por 4 meses em tanques de inox. O vinho tem bons aromas cítricos e minerais, mas o seu destaque é a acidez vibrante, que lhe aporta muito frescor e o torna excelente acompanhamento para comida. É um vinho rico, com ótima presença e que tem um preço justo pelo que oferece. Na sua faixa (~80 pilas) é duro de bater. É importado pela Mistral. 
Eu levei um Grosset Piccadilly Chardonnay 2006 que comprei na Vinci. O produtor é conhecido por produzir excelentes brancos na Austrália. Eu ainda não conhecia, mas acreditei nas informações do catálogo e me dei bem. Além disso, o danado, que custa 85 doletas, estava por ótimos 105 reais. Bem, ainda tem gente que tem dó de pagar um pouquinho mais por vinho branco. Essa é uma visão muito antiga e equivocada. Para mim, não tem dessa não. Mas enquanto pensarem assim, dá prá gente comprar ótimos brancos a preços menos exorbitantes que tintos no mesmo patamar. Mas voltando ao vinho, ele é leve, muito fino, com notas de grapefruit, nectarina, florais e minerais. Nada daqueles exageros de manteiga e mel, que tanta gente gosta (eu não...). É muito fresco e com tudo em cima. Muito elegante e com seus 7 anos esbanja vitalidade. Ainda aguenta uns anos pela frente. Estilo borgonha. De pronto, não consigo imaginar nada com a mesma qualidade pelo preço que paguei. Um ótimo Chardonnay.
O Caião levou um embrulhado, que ao dar a primeira cafungada já matei a nacionalidade chilena. Sabia que era um bom vinho e chutei da safra 2007. Pensei até se tratar de um Caballo Loco... Mas não, era um Don Melchor 2008. Não passei muito longe, vai... rs. Bem, esse vinho já foi tema de uma postagem aqui no blog (clique aqui). Nem precisaria comentar muito sobre ele. No entanto, preciso mencionar que estava diferente da garrafa que apreciei anteriormente. Senti menor agressividade, mas elegância nesse exemplar. A madeira estava mais integrada. Depois de um tempo aberto, foi melhorando e ficando muito bom. Como explicar isso? O outro apreciei há alguns meses apenas. Não era para ter tanta diferença. A questão é: Essa garrafa estava melhor que a que eu apreciei da outra vez. E estava muito boa, mesmo! O problema do Don Melchor: Preço alto (no Brasil e no próprio Chile). O negócio é trazer de outras paragens... Valeu Caião!
O JP, que estava ralado por levar vários espanhóis cozidos, resolveu levar agora um que trouxe diretamente da Espanha, o Roda I Reserva 2006. Ele já nos havia brindado com um desses há exatamente um ano (clique aqui). Naquela oportunidade, achei o vinho parecido com exemplares de Ribera del Duero, com notas de toffee. Lembrei que parecia um pouco ralo também. Mas ele evoluiu bem e estava melhor que o anterior. Além disso, o bebemos mais devagar, dando tempo para ele respirar, o que fez com que ele mostrasse suas qualidades. No final da garrafa, estava muito bom, mostrando a que veio. Notas de cereja preta, toffee mais bem integrada, cítricas e especiarias. Bom mesmo. Agora sim, JP!
E para finalizar a bela noite, o Tonzinho levou um californiano, o Garys' Vineyards Pinot Noir 2010, da vinícola Loring Wine Company. Dei uma boa olhada no site dela e vi que o produtor é moderno e bem cuidadoso. Ele menciona apreciar muito os borgonheses. Não encontrei muita informação sobre cada vinho individual no site. Senti falta. Seus vinhos maturam em barricas francesas de primeiro e segundo usos (geralmente 50% cada), com tosta média. A média tosta aparece nesse exemplar levado pelo Tom. Mas nada que incomode. Dá para sentir o tostadinho, que é bem integrado com a fruta, que é madura mas não chega a ser super madura, com em muitos americanos. A framboesa se destaca. É um vinho muito bem feito, redondinho, redondinho.  Tem muito potencial de guarda e acredito que melhorará com o tempo. Gostei dele, mas queria tê-lo bebido mais tranquilamente, em taça apropriada, devagar e sentindo sua evolução. Do jeito que foi, não deu para curtir na totalidade as suas qualidades. Como a maioria dos vinhos americanos, o rótulo é bem bonito. A WS lhe outorgou 92 pontos. Não é um vinho barato, custando uns 50 doletas nos EUA.
Bem, a primeira noite da confraria no Barone foi bem legal. Vamos ver se mantemos o padrão...rs.

domingo, 18 de agosto de 2013

Domados Lobuno Select Blend 2007 e Domados Zaino Grand Reserve 2007

Estes dois vinhos foram regalos do amigo Vitor, do ótimo blog Louco por Vinhos. O Vitor é um garimpeiro de bons vinhos, e de bons preços. Ama a Sangiovese mas não se priva de vinhos feitos com outras uvas, claro. E o Vitor fez uma brincadeira bem legal semanas atrás: Adquiriu duas garrafas de vinho, embrulhou os dois em papel alumínio, arrancou as cápsulas para que eu não tivesse dicas da procedência e me enviou pelo correio. Pediu que eu acompanhasse a evolução dos dois, apreciando taças ao longo do tempo. Bem, fiz tudo direitinho e escrevi prá ele passando minhas impressões. Só depois eu desembrulhei as botellas. E o legal é que nossas impressões foram muito parecidas. Tanto, que nem vou me estender e apenas remeterei ao blog do Vitor, que fez uma descrição detalhada dos danados (clique aqui). 
Bem, os dois eram argentinos. O primeiro vinho, o Domados Select Blend 2007 é um corte de Malbec, Merlot e Cabernet Sauvignon e o segundo, o Domados Zaino Grand Reserve 2007, um 100% Malbec. Ambos tem um toque adocicado ao nariz (mais que em boca), principalmente no começo, ao serem abertos. Mas depois, o dulçor dá uma trégua e deixa os vinhos se mostrarem. A fruta é envolta em toques balsâmicos e alcaçuz (mais presente no blend). A madeira deixa um final característico no blend, sem incomodar (pelo contrário - equilibra o dulçor). Embora o blend seja mais complexo, eu preferi o Malbec. Mas ambos são bons. E depois que o Vitor me passou o preço que pagou, ficaram ainda melhores. Uma compra muito boa que ele fez em uma rede de supermercados do sul. Mais uma amostra de que garimpagem vale a pena, ainda mais em época de dólar alto e preços subindo. Valeu o regalo, Vitor!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Les Granges 2004: Mineral

Este vinho nos foi ofertado pelo amigo Carlão e é o segundo vinho do Chateau Clarke. A companhia vinícola Baron Edmond de Rothschild também produz vinhos aqui pertinho da gente, na Argentina, o conhecido Flecha de los Andes. Esse Les Granges é um corte de 70% Merlot, 20% Cabernet Sauvignon e 10% Cabernet Franc. A maturação é feita por 12 meses em barricas de segundo uso. Ao nariz mostra notas de amoras, cerejas, azeitona preta e animais. Em boca é mineral, com boa acidez e taninos levemente secos. É um vinho leve, fresco e que pede comida.  É fácil de beber. Gostei!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Victoria Park Cabernet/Shiraz 2011

Resolvi dar uma chance ao Clube Wine. Na verdade, mais pelos bons descontos em alguns vinhos que pelas duas garrafas enviadas mensalmente. Mas é claro, torço para pintar coisa boa. Dessa vez, vieram dois australianos, do mesmo produtor. Eu abri primeiramente o Victoria Park Cabernet/Shiraz 2011. Na verdade, se dissessem que era apenas Cabernet não faria diferença, pois ela contribui com 91% enquanto a Shiraz, com apenas 9. Ao nariz imaginei um vinho sem madeira. Depois, ao ler a ficha técnica, vi que tem uma passagem "breve" por ela (tempo não declarado). Deve ser breve mesmo, pois ela não dá o ar da graça, o que até acho legal, visto que muitos vinhos australianos são carregados neste quesito. O vinho também não tem muita extração e excesso de fruta madura, também comum da nacionalidade. Ponto prá ele. A groselha se mostra em meio a um toque de anis e um fundinho de cedro. Em boca é bem redondinho, com boa acidez e taninos sedosos. Tem um finalzinho levemente amargo, que não incomoda (e que muita gente nem vai sentir). É leve e bem fácil de beber. Não espere complexidade e nem evolução em taça. É vinho simples: Começa e termina do mesmo jeito. Bem, mas estamos falando de um vinho que custou 46 pilas no Clube Wine. Não dá para exigir muito. Mas é agradável e encara um dia-a-dia. No preço cheio, já complica, e muito (vi que está custando 80 pilas para não-sócios - Não dá!). Nota: Beba um pouquinho mais resfriado que o normal.

Ps. Veja aqui a postagem (posterior) sobre seu irmão feito com Shiraz.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Jacob's Creek Shiraz Reserve 2003: Redondinho

O Jacob's Creek Shiraz Reserve 2003 da foto se junta a dois outros já apresentados aqui no blog (2004 e 2008). Na postagem sobre o 2004 eu dava uma chamada de leve no Carlão, que ofertou a botella, sobre a possibilidade de abrir o 2003 para acompanhar uma boa carne. Mas não é que ele abriu de surpresa, sem a carne mesmo? rs. E o vinho é o melhor dos 3 citados. Inclusive, vi que foi top 100 da WS em 2006, com 91 pontos e com a designação Smart buy (ajudada pelo ótimo preço de 13 dólares nos EUA - Aqui, beira as 100 pilas). O vinho possui notas de cereja preta, pimenta-do-reino, cravo, alcaçuz e um tostadinho gostoso, sem exagero. É muito sedoso em boca, com taninos já perfeitamente domados pelo tempo. Ao contrário de muitos Shiraz australianos, não tem exageros. Bem gostoso mesmo o vinho. E de novo, faltou a carne para acompanhar...rs.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Meu vinhão do dia dos pais: IL Bosco Syrah 2004 - Belíssimo exemplar Italiano!

Minha digníssima sempre me presenteia com vinhos. E raramente erra. Ontem, no dia dos pais, abri um que ela havia me dado como presente do dia dos pais anos atrás. Era um IL Bosco Syrah 2004, da Tenimenti Luigi D'Alessandro, Cortona, Itália. Já postei aqui sobre um vinho grandioso dessa vinícola, o Migliara 2006 (clique aqui), que fica hierarquicamente acima do IL Bosco. Mas esse IL Bosco não fica nem um pouquinho atrás, e é considerado por muitos, o melhor Syrah italiano. Jancis Robinson o considera um dos melhores Syrahs de clima quente do mundo. A Wine Spectator é só elogios ao vinho. Para o 1997 pergunta: "Why buy Guigal anymore"? Para o 2007 cita: "Says Côte-Rotie in Italian". Para o 2003 menciona "like a great Hermitage" e para esse 2004: "Delicious". E aí vai... E o interessante é que ele não vai ao encontro de Syrahs amados pela revista, como os australianos. E pelo menos para esse 2004, tenho que concordar com as avaliações da revista. Mas vamos ao vinho. Ele é feito com uvas de vinhedos selecionados da vinícola, com rendimento de apenas 800 g de uva por planta. Parte do vinho matura em barricas e parte em "botti", por 18-20 meses. É um vinho aromático, mas sem exageros. Aliás, finesse é seu ponto forte. Nada de tostadão, excesso de extração e fruta madurona. O vinho tem notas de amoras silvestres, florais, alcaçuz, pimenta-do-reino, carne e chocolate. Tudo na medida certa. Em boca é mineral, mostra uma acidez belíssima e taninos muito sedosos. O final é muito longo. É um vinho com uma clareza incrível. Uma maravilha! É caro? Sim. Mas oferece muito. E como citou recentemente meu amigo Vitor, do Louco por Vinhos, tem gente pagando mais de 300tão por chilenos pelo rótulo, e que não oferecem tanto. Mas se você gosta mesmo é do Syrazão novo mundo, cheio de fruta madura, muita extração, tostado e tudo no superlativo, não é o seu vinho. Aqui o negócio é clareza, mineralidade e frescor. Vinho mais que recomendado. E apesar de eu ter adorado o seu irmão Migliara, eu pago menos um pouco, fico com o IL Bosco e guardo o troco para pagar uma bela carne para acompanhá-lo. A propósito, os vinhos da Tenimenti Luigi D'Alessandro são importados pela Mistral.

Ps. Minha digníssima também gostou muito do vinho. Ao beber soltou a frase: "Noooossa, esse é bom!". 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O fim da Confraria do Ciao! Bons vinhos e muita saudade...

Na quinta-feira, 25 de julho, tivemos a última reunião da Confraria do Ciao no seu local de origem, ou seja, o Restaurante Ciao Bello. Isso porque o Fernandinho decidiu que funcionará apenas para os almoços. Uma pena. Frequento o Ciao há 18 anos, desde meu retorno de São Paulo, e a Confraria do Ciao existe há 6 anos, com reuniões toda santa quinta-feira. E rolou muito vinho bão nas reuniões... Bem, continuaremos a nos reunir em outros locais, mas não será a mesma coisa. A nossa mesa, barulhenta, que espantava outras tantas (rs), fará muita falta. Sem contar o tratamento super carinhoso da Lúcia, Cris e Cia. Ficarão saudades... 
Mas deixando a tristeza de lado, vamos aos vinhos que bebemos na última reunião. 
Eu levei um Barbaresco Bordini 2008, de Elvio Cogno. Já havia bebido este vinho em um jantar com o próprio (clique aqui), mas agora, já passado um tempinho na adega e devidamente servido, com decantação por algumas horas, o vinho se mostrou ainda melhor. É um vinho com aromas florais, de frutas como cereja e framboesa e funghi secchi. Em boca mostra acidez vibrante, mineralidade e taninos presentes, como deve ser em um Barbaresco. Pedia comida, mas era perfeitamente apreciável solo. Uma delícia. 94 pontinhos bem dados da WS.
O Paolão bateu de frente: Levou um Priorato que era um soco com luvas de veludo. Era um Clos Galena 2007, do Domini de la Cartoixa. O vinho é orgânico e elaborado com as castas Garnacha negra (40%), Cabernet Sauvignon (20%), Cariñena (20%) e Syrah (20%). Passa 12 meses em barricas de carvalho francês (90%) e americano (10%). É um vinho de cor escura, densa, e com aromas de frutas maduras em meio a notas balsâmicas, de chocolate amargo e minerais. Em boca é amplo, potente, com ótima acidez e taninos firmes. Outra beleza! Priorato é Priorato! A WS lhe outorgou 92 pontinhos (só para conhecimento, não para tomar como regra).
O Caião levou um alentejano da Fundação Eugênio de Almeida, o Foral de Évora 2008. É um vinho feito com Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira, e que passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Os aromas de frutas vermelhas se mesclam a notas de especiarias, como o alcaçuz e canela. É um vinho fácil de beber e muito sedoso em boca. Tem um toque doce, que não incomoda, e a madeira é muito bem integrada. É bem agradável. Obviamente, não briga com os anteriores, mas cumpre bem sua proposta e não faz feio, não! Fica um pouquinho atrás de um Cartuxa Colheita.
O JP levou um Cabernet Sauvignon californiano de pedigree, elaborado pelo craque Paul Hobbs. Era um Crossbarn Cabernet Sauvignon 2009. O vinho é feito com uvas de vinhedos selecionados e de baixo rendimento. Passa 18 meses em barricas de carvalho francês e americano (23% novas). Ao nariz mostra notas de cassis e amoras em meio a chocolate e grafite. Em boca, repete o nariz e é bastante sedoso. Um vinho muito bem feito. Para o meu gosto, um pouco doce, ao gosto dos americanos. Mas é um vinho de categoria. O preço aqui no Brasil é que não ajuda.
Bem, pessoal. Foi isso! A última noite no Ciao Bello foi muito divertida, com muitas risadas, e vinho bão! Teremos muitas saudades.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Volta do Rodrigão e Aniversário do Vinhobão: Brunello de Montalcino Vasco Sassetti 2005, Lindaflor em dose dupla, Chateau Suduiraut 1er Cru de Sauternes 1988 e mais um vinho cozido do JP!

Nessa última semana nosso amigo Rodrigo retornou de viagem e resolvemos ir ao Chez Marcel celebrar, claro. Além disso, foi mês de aniversário do Vinhobão. Apesar dos confrades não terem se lembrado dos cumpleaños do blog, levaram vinho bão. Bem, nem todos...rs. O JP continua a saga dos vinhos espanhóis cozidos. O cara não desiste! rsrs. Levou a sério quando falei que quem leva Vega Sicilia pode fazer o que quiser no resto do ano. Mas a intenção foi boa. Era um belo Tondonia Reserva 1999, que tinha tudo para ser bom, se não tivesse sido comprado na mesma estufa, quero dizer, loja (rs) que ele comprou outras 17 garrafas...kkkk. É rir prá não chorar. Os Tondonias são longevos por natureza, e esse 1999 tinha tudo para estar uma beleza (mesmo que a safra de 1999 não tenha sido lá essas coisas em Rioja). Mas novamente, o JP deu azar. O coitado (o vinho...rs), estava cozido e exalando aromas cetônicos. Uma pena...
Mas mudando de assunto, nosso confrade Rodrigo levou um belo Brunello de Montalcino Vasco Sassetti 2005. Ai o negócio mudou de figura. Um bom Brunello sempre me agrada, e este, estava excelente. Apesar da safra ter ficado engavetada entre duas safras estupendas (2004 e 2006), gerou bons vinhos e com uma vantagem: bebíveis mais cedo. E isso, no caso de Brunellos, ajuda. Esse Vasco Sassetti já começa a agradar pelo nome...rs. Vasco Sassetti é irmão de Livio Sassetti, produtor dos grandes Pertimali. No entanto, dizem que seus vinhos são mais leves. Esse 2005 estava uma beleza. Ao nariz mostrava notas florais, terrosas e de frutas como cereja e tamarindo. Em boca, repetia o nariz, mostrava acidez vibrante e muita clareza. Apesar de ser novo para um Brunello, os taninos estavam sedosos e o vinho perfeitamente apreciável. Brunello mais ao estilo antigo, com muito frescor e toques terrosos. Delicioso!


Tonzinho e eu não combinamos, mas levamos uma vertical de dois degraus (rs), com um degrau quebrado no meio. Eu levei um Lindaflor 2006, já extensivamente comentado aqui no blog. O Tonzinho, levou um Lindaflor 2004, que pela primeira vez aparece por aqui. Foi bem legal apreciar os dois em paralelo, para sentir a diferença entre eles. Eu tenho que ser imparcial, independente de qual vinho levei. Devo dizer o seguinte: De todas as safras de Lindaflor que eu bebi, o 2006 foi o campeão, batendo até mesmo aquele da grande safra de 2002. Por que? É menos extraído, menos maduro, com melhor acidez e taninos mais acertados. Tudo muito equilibrado. Além disso, aponta para alguns anos adicionais de guarda. O 2004 vem de uma safra que perde em qualidade para a excelente 2006. O vinho se mostrava mais maduro, com menos acidez e taninos um pouco inexpressivos. A meu ver, atingiu o platô e não ganhará mais com guarda. Estava ruim? Claro que não! Só que tinha do lado um irmão mais vivo e mais equilibrado. 
E para finalizar a noite, o vinho de nosso amigo Cássio, que frequentou pela segunda vez a confraria e mandou bem nas duas. Dessa vez, teve a ótima idéia de levar um vinho de sobremesa, e não deixou por pouco: Chateau Suduiraut 1988! Pois é, o que falar de um Sauternes Premier Cru Classé, de um grande produtor e com 25 anos de idade? E não era garrafa pequena, não! Bebemos à vontade um Sauternes belíssimo, de cor dourada, com notas de pêssego, papaia, frutas secas, favo de mel e um fundinho de gengibre. Uma delícia! Excelente! Valeu, Cássio!
Isso aí, pessoal! Outra bela noite.

Estragado... Que pena!

sábado, 3 de agosto de 2013

Mais de 2.000 garrafas de vinho espanhol foram destruídas na China

Li na revista Decanter que autoridades chinesas destruíram mais de 2.000 garrafas de vinho espanhol por detectarem quantidades de ferro acima do permitido por lei. As autoridades não divulgaram a marca do vinho, mas acredita-se tratar de vinhos brancos secos que, se consumidos, poderiam causar problemas à saúde dos consumidores. Será que os vinhos foram maturados em tanques de ferro fundido? rs. Mas deixando a brincadeira de lado, é preocupante. Onde vamos chegar?
Leia a reportagem completa aqui.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cansei das visualizações dinâmicas: Voltei ao modelo antigo

Chega! Não aguento mais ter problemas para aceitar comentários e saber que meus leitores tem problemas para comentar no modelo "visualizações dinâmicas". O modelo era legal, mais bonito e parecia mais prático, mas não: Funciona mal com o Google Chrome. Incrível, né? Ambos são do Google, mas não se bicam. Então resolvi voltar ao modelo antigo, pelo menos provisoriamente.