Mostrando postagens com marcador Tony's Visit. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Tony's Visit. Mostrar todas as postagens

sábado, 24 de junho de 2017

Tony's Visit in July: Four Vines Chardonnay 2010, H3 Horse Heaven Hills 2010, Klinker Brick Syrah 2010 e Varramista 2006!

Nosso amigo Tony resolveu mudar a data de sua viagem anual para o Brasil, e nesse ano, veio em Julho. E como sempre, trouxe alguns vinhos americanos, de bom custo, para experimentarmos. 
A noite começou com um Four Vines Naked Chardonnay 2010. A foto está meio escura (como as outras a seguir), mas o vinho não estava... É um Chardonnay  sem passagem por madeira, fermentado em tanques de inox, para manter o frescor. E o intuíto foi alcançado. É diferente de muitos Chardonnays americanos, pois não é carregado em mel-manteiga-baunilha, como diria meu amigo Vitor, do Louco por Vinhos. Tem cor amarelo claro, com toques esverdeados. Ao nariz, mostra notas de cítricas, de grapefruit e limão, e com leve pessego ao fundo. Em boca repete o nariz, tem boa acidez e mostra um fundinho de baunilha, bem leve, que de nada lembra os excessos da dita cuja em muitos vinhos americanos. É um vinho leve, fresco, que vai bem solo e acompanharia bem um peixe. Gostei dele.
Depois do Chardonnay, passamos para H3 Horse Heaven Hills Les Cheveaux 2010, da Columbia Crest. Bem, o nome "Les Cheveaux" vem do francês "os cavalos", em referência aos cavalos selvagens que habitavam a região. O corte não era mencionado na garrafa, e fizemos uma brincadeira. Cada um escreveu em um guardanapo a sua opinião, e o Tony guardou para depois averiguar. Eu chutei Merlot majoritária, com uma pitada de Syrah. Não vou falar do chute dos meus confrades, que erraram feio, claro...rs. Acabei de verificar o corte no site da vinicola: 80% Merlot, 13% Cabernet Sauvignon e 7% Syrah. Passei perto...rs. O vinho matura 18 meses em barricas de carvalho francês (33% novas). O vinho mostra seu lado novo mundo logo de cara. Tem muitas notas de fruta madura, côco queimado, baunilha, alcaçuz e chocolate. Tudo para satisfazer o paladar americano. Parece muita coisa, né? Mas é isso mesmo. É um vinho rico, possuidor de todas as características que agradam novo-mundistas de carteirinha. Em boca repete o nariz e mostra taninos doces. É muito redondo. Com o tempo vai perdendo um pouco o exagero de baunilha e côco queimado, mas não perde essas características. É bem trabalhado? Sim. Mas não faz meu estilo. No entanto, deve agradar muita gente. A WS lhe tascou 90 pontinhos.
Ele foi seguido por um Klinker Brick Syrah 2010, californiano da denominação Lodi. E ao abrir, lá vem a baunilhona de novo, pesado. Mas com o tempo, foi sumindo e dando espaço para a fruta (ameixa e amora), tabaco, chocolate e alcaçuz. Foi melhorando muito com o tempo. A surpresa ficou para a boca. Eu esperava que ele repetisse as notas doces mostradas ao nariz, mas não. A fruta e especiarias dão o toque, e o vinho deixa um retrogosto amargo interessante, que lhe dá um charme especial. Com o tempo foi ficando ainda melhor, pois o nariz foi ficando menos doce e o paladar melhorando cada vez mais, com o surgimento de umas notas minerais. É um vinho para se abrir com antecedência ou então, deixar na adega. Se com o tempo a baunilha  der uma sumida, o vinho vai ganhar muito. Apesar de ainda carregar as características novo-mundistas (mais ao nariz, que na boca, e no início), gostei dele, principalmente depois de uma hora. A WS também lhe tascou 91 pontinhos. Bem, eu também achei melhor que o H3.
E para finalizar, saímos dos EUA e migramos para a Bota. O JP levou um toscano, o Varramista 2006. Foi difícil saber de que uva se tratava. Só depois vimos que era um 100% Syrah. Foi trazido por nosso amigo Marga, em viagem recente à Itália. O vinho é feito na propriedade onde ele ficou. Não é vinho badalado. Passa 15 meses em barricas francesas novas e mais 2 anos em garrafa antes de ser comercializado. Ao nariz, lembra um Chateauneuf. Mostra notas de ameixas, cassis, carne e sálvia (bem evidente), em meio a alcaçuz e outras especiarias. Em boca, repete o nariz, mostra boa acidez e taninos levemente terrosos. É um vinho que fica na outra extremidade dos tintos mencionados anteriormente. Aqui, o velho mundo se manifesta. Eu gostei (muito) dele. Vinho especiado e fresco. Bom mesmo! Foi legal a comparação com o Klinker Syrah.
Bem, foi isso. O nosso amigo Tony disse que só saberia se eu tinha gostado dos vinhos após a postagem. Sintetizando: Gostei do Chardonnay, pelo lado cítrico e frescor; do Klinker Syrah, pelas especiarias e amargor final interessante, e do Varramista (aquí sou suspeito...rs). Mas o melhor de tudo, claro, foi dividir a mesa com meus queridos amigos. Uma visita anual é pouco, amigo Tony! Gracias! Ou melhor, TKU!