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terça-feira, 20 de setembro de 2016

Uma super noite com Buçaco Branco 2009, Chateau Brown Blanc 2009, Chateau d'Yquem 1997, Aalto PS 2009, Crasto Tinta Roriz 2012, Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010 e Brunello Siro Pacenti PS 2008!

Acho que o pessoal da confraria já tinha até desistido, ou até mesmo esquecido desta postagem. Faz tempo, claro. Trata-se dos vinhos que bebemos em nossa especial do final de 2016! Quase um ano depois, estou aqui postando. Bem, antes tarde do que nunca. E alguns leitores já haviam reclamado. Vamos lá então.
Prá começar, belos brancos. O primeiro deles, e também o que gostei mais, foi um grande Buçaco Branco 2009. Este, como os Tondonias, é difícil não agradar. A bela cor amarela brilhante do vinhão, feito com uvas da Bairrada e do Dão, apresentava um vinho com aromas deliciosos de uvaia, florais, ervas frescas, cítricos e alecrim. Em boca, a acidez vibrante lhe aporta um frescor impressionante. É cítrico, mineral e com notas de ervas frescas. O final, interminável, é mineral e muito fresco. Um super branco, que nunca cansa. Uma raridade do Castelo do Bussaco.
O outro branco apreciado, do lado do Buçaco na foto, foi um Chateau Brown Blanc 2009.  Aqui muda-se o estilo. O vinho é um bordeaux de Pessac-Léognan feito com Sauvignon Blanc (majoritária) e Semillon. A fermentação é feita em barricas 50% novas, sobre as lias, com batonnage periódico. A maturação ocorre por 8 meses em barricas 50% novas com tosta leve. O vinho tem aromas de pera, pêssego e ervas, tudo sobre um tostado muito elegante. Em boca é amplo, denso, com boa acidez e notas tostadas da barrica. Muito equilibrado, com final longo e amendoado. Ótimo branco bordalês! Estilo distinto em relação ao Buçaco, mas também, delicioso.
E passando para os tintos, só vinho de primeiríssima também. O primeiro que descreverei, e também um dos melhores da noite, é um Aalto PS 2009. Aqui o negócio pega. O vinho é produzido por ninguém menos que Mariano Garcia, que foi durante 30 anos enólogo da Vega Sicília. A bodega produz apenas dois vinhos, o excelente Aalto e o grandioso Aalto PS (de Pagos Selecionados). As videiras, de baixo rendimento, de onde vêm as uvas para este vinho possuem de 60 a 100 anos. A maturação ocorre por 22-24 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, o vinho mostra notas de cerejas pretas, ameixas, toffee, chocolate e tabaco. Em boca é volumoso, intenso, acidez perfeita e taninos muito sedosos. Uma explosão de sensações que perduram pela noite e deixam lembranças. Um soco com uma luva de veludo. Sempre digo aos amigos que, se quiserem me dar 3-4 garrafas deste em troca de uma de Vega Sicília (é esta a relação), faço a troca na hora e saio dando risadas. 
Ainda na península ibérica, e com a mesma uva, passamos para um Crasto Tinta Roriz 2012. Embora a uva seja a mesma Tempranillo espanhola, as características são distintas em relação ao Aalto. Em comum, a grandiosidade! O Crasto matura 16 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, mostra notas florais, frutas silvestres, chocolate amargo e especiarias. Em boca, repete o nariz e mostra acidez vibrante, mineralidade e final longuíssimo, levemente achocolatado e com notas de alcaçuz. Os taninos são firmes e devem arredondar com o tempo. É mais fresco e mineral que seu primo de Ribera del Duero. Uma beleza de vinho, com aptidões gastronômicas e longa vida pela frente. Se tiver um desses, guarde sem medo. Mas se não resistir, será feliz também. Vinhaço!
Um outro tinto de muita categoria apreciado foi um Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010, em garrafa Magnum. O Domaine Delas, embora tenha sua história iniciada há mais de 100 anos, teve uma completa reformulação em 1996, com introdução de grandes cascos por barricas francesas. O Domaine des Tourettes compreendem apenas 10 hectares de Syrah. A cada safra os produtores variam a proporção entre barricas novas e usadas, para tirar o melhor resultado. Ao nariz o vinho mostrava notas de amoras, florais, cacau, couro e alcaçuz. Em boca, repetia o nariz e mostrava  nervo e estrutura tânica. O final era longo, mineral, especiado e com notas de chocolate amargo. Um vinho grande, de grande safra, excelente produtor e que teria anos e anos pela frente. Já poderia ter sido bebido agora, mas sem dúvida, era o que mais necessitava de mais tempo em adega. Para ser bebido agora, precisa de decanter e uma boa carne gordurosa para fazer frente aos taninos.
E finalizando os tintos, um belo Brunello di Montalcino Siro Pacenti PS 2008. Eu sou fã incondicional deste produtor. E o Caio também, depois de beber um 2000 que levei anos atrás em um aniversário. É um vinho que mostra o seu melhor após uma década. Portanto, já adianto que este 2008 ainda estava nervoso. Ao nariz, notas florais, de cereja, cítricas e chá. Em boca, acidez marcante e taninos levemente terrosos. O final, longo, era especiado e mineral. Um belo Brunello, completo e com grande estrutura. Mas como o Hermitage supracitado, ainda novo. Imagino este vinho daqui a uns 3 anos ou mais... 
Bem, e para finalizar a noite e acompanhar o meu aclamado Creme Brulée, um super vinho, representação máxima de Sauternes: Chateau d'Yquem 1997! Alguns irmãos seus já pintaram aqui no blog, mas considero este, o melhor d'Yquem que já bebi. Aliás, o melhor Sauternes que já bebi. Aqui, a qualidade se juntou a uma excelente evolução nesses quase 20 anos. O vinho estava extraordinário! A cor belíssima dourada, nos introduzia um vinho soberbo, com aromas riquíssimos, florais, de pêssego, damasco, mexerica, em meio a notas de gengibre, mel e frutas secas. Em boca, uma explosão de sabores, com acidez equilibrando o dulçor e um final interminável. Que qualidade! Um super vinho, para ficar na memória. Seu gosto ainda está nas minhas lembranças.
Ah, e o JP ainda ofertou uns portos. Vou me abster para não alongar a conversa.
Isso aí! Grande noite! Vejam abaixo a cara do Paulinho tentando eleger o que mais gostou...rs.

Paulinho indeciso, mirando os vinhos... Tudo em duplicata.





sábado, 24 de dezembro de 2011

DE BARCA VELHA A CHATEAU D'YQUEM - SÓ MARAVILHAS EM NOSSO JANTAR DE FINAL DE ANO

Nessa semana fizemos o jantar de final de ano da Confraria do Ciao. E para acaompanhar a bela massa feita pelo Tom e o pernil de Cabrito que fiz, só grandes vinhos. O primeiro aberto foi um Chateauneuf du Pape Domaine du Pégau Cuvée Laurence 2005. Não confundir com o Selection Laurence Pégau, que é um vinho bem mais simples. Este é outra coisa. Um dos tops do produtor, tradicional no Rhone. É um Chateauneuf à moda antiga. Vinho com aromas de groselha, tabaco doce, tostado e ao fundo, notas de Bret e toques terrosos. Em boca, redondo, sedoso e com final muito longo. Vinho complexo, refinado e velho mundo por natureza. Eu gostei muito. Uma raridade já difícil de encontrar, mesmo fora do Brasil. Eu tive a chance de adquirir na Grand Cru e felizmente ainda tenho duas garrafinhas para beber daqui a alguns anos.
Seguimos com um top chileno que há tempos queria provar, o Chadwick 2005. Este vinho coleciona vitórias em degustações às cegas frente a grandes Bordeaux. E que vinho! Um nariz de arrebentar. Aromas deliciosos de cassis, cereja preta, cacau e chocolate, em meio a um tostado muito gostoso. Em boca, amplo, sedoso e com final longuíssimo! Um vinhaço! Um dos melhores chilenos que já sorvi. Superou minhas expectativas.
E depois do grande Chadwick, mandamos ver em um espanhol de Ribera del Duero, o Flor de Pingus 2008. É um vinho produzido pelo engenheiro agrônomo Dinamarquês Peter Sisseck. O mesmo que produz o famoso e caro Pingus. Bem, este Flor de Pingus é um vinhão! Um vinho um pouco exótico, com ótima fruta e notas especiadas diferentes, em meio a notas balsâmicas. Em boca, muita estrutura e complexidade. Já bebível agora (e com prazer...), mas com longos anos pela frente. Também agradou a todos.
Mas o conterrâneo dele, alí, de pertinho, Rioja, fez ainda mais presença. O riojano La Viña de Andrés Romeo 2005, produzido por Benjamin Romeo, fez um sucesso incrível. O vinho, da família do grande Contador, é também grande! Ele alia potência e elegância. Ao nariz, notas de amora, cereja preta, tostadas, café e caramelo. Em boca, repete o nariz e é suntuoso, amplo, longo e muito sedoso. Que delícia! Um vinhaço!
E vamos em frente...
Depois das feras anteriores, mandamos ver em duas belezas da Casa Ferreirinha. O primeiro deles foi um Casa Ferreirinha Reserva Especial 2003. Nós já havíamos bebido o 1997, que estava maravilhoso (clique aqui). Este 2003 também estava muito bom, mas não ao nível do 1997, que a meu ver, estava melhor. Ao nariz, notas de groselha, amora, melaço, chocolate e alcaçuz. Em boca, redondo, longo e com taninos já arredondados. Um belo vinho, mas que ficou na sombra de seu irmão mais velho, que mostro a seguir...
No ano passado, apreciamos uma magnum do grande Barca Velha do ano 2000 (clique aqui). Confesso que naquela ocasião fiquei até um pouco decepcionado. Não por que o vinho estava ruim, longe disso. Mas por que eu esperava mais. Acredito que era porque, apesar da idade, ainda estava fechado. 
Mas pessoal, este Barca Velha 2000 que abrimos desta vez, estava uma coisa do outro mundo! Uma maravilha engarrafada. Nem dá para descrever a complexidade do danado. Foi unanimidade: O melhor da noite, sem dúvida alguma! Que riqueza! Vinho delicioso, com notas de figo, amora, cereja, café com leite, melaço, chocolate e alcaçuz. E com o tempo, ia se abrindo cada vez mais. Em boca, uma delícia! Taninos sedosos e final interminável. Grandioso!
E depois disso tudo, para acompanhar meu clássico e aclamado Créme Brulée, um grandioso Chateau D'Yquem 1997. O que dizer deste vinho? Talvez fosse melhor parar por aqui e só mostrar a foto. Uma maravilha! Vinho estupendo, riquíssimo, harmonioso. Um néctar dos deuses! E chega! Não vou correr o risco de cometer qualquer injustiça com esta preciosidade que é para ser bebida de joelhos.

Bem, a noite foi maravilhosa, com bela comida, amigos para sempre e vinhos grandiosos. A única falha foi a ausência de nosso amigo Paolão, que estava doente. Uma ausência muito sentida.