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Muitos anos de barrica, elegância e longevidade |
Nessa edição de 2013 do Vini Vinci a importadora Vinci voltou para o local onde foi feito o seu primeiro evento, ou seja, o Hotel Tivoli. Lembro-me bem daquele evento estreiante. Obviamente, a cada edição fica ainda melhor. É difícil eleger destaques dentre tantos vinhos excelentes.
Minha primeira passagem foi na CVNE, onde experimentei um branco muito fresco, feito só com Viura e sem madeira, o Monopole. Alí também bebi o grande Imperial Gran Reserva 2001, que dispensa comentários. Nossa turma já apreciou o 1998 e eu no último Vini Vinci experimentei o 1999. Todos ótimos! Ah, tem a história batida de que é o preferido do Rei...
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Sedosidade! |
Dalí, fui direto ao estande da Lopez de Heredia, o qual tinha como anfitrião o simpático e empolgado Sr. Júlio Lopez de Heredia. Também, como não ser empolgado com aqueles vinhos maravilhosos? São destaques sempre. Brancos incríveis, tintos maravilhosos! O que há de melhor em Rioja. São sucesso sempre em nossa confraria. Ficarei devendo as fotos dos tintos, um Cubillo, um Reserva 2001 e um belíssimo Gran Reserva 1994, vivíssimo e cheio de finesse.
Passei alí pertinho pelo estande da italiana Fontodi, que produz grandes vinhos, entre eles o grande Flaccianello 2007, o Vigna del Sorbo Riserva 2006 e o ótimo Syrah Case Via. Ah, e o Pinot Nero também é uma beleza, assim como o Vin Santo, feito com Sangiovese e Malvasia Bianca. Todos vinhos excelentes, de muita classe. E se estamos falando de italianos, grandes vinhos da Argiolas (destaque óbvio para o Turriga, mas também o grande Vermentino Cerdeña e o de sobremesa Angialis).
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Alegria, elegância e grandes vinhos |
E os vinhos da vinícola Dei? O estande nem estava tão cheio. Parece que o pessoal não conhece muito. Mas se não visitou, perdeu. Os vinhos são ótimos e eram apresentados pela super simpática Catharina Dei, proprietária da vinícola. Aliás, seu vinho top tem o nome de Sancta Catharina, e é uma beleza. Eu já havia apreciado o 2001 e agora apreciei o 2009, que embora novo, estava muito sedoso. São vinhos a serem conhecidos. Todos são muito elegantes. Eu gosto muito de seu Nobile de Montepulciano.
Da Argentina não podia deixar de visitar a Noemía e apreciar todos os seus vinhos, que gosto muito. Quem quiser conhecer o estilo deles pode começar pelo ótimo A Lisa. Mas se quiser chutar o balde mesmo deve mandar um Noemía, que é maravilhoso, para muitos anos de adega. Experimentei o 2008 e o 2009 e estavam belíssimos. Incrível como são distintos dos outros Malbecs argentinos. E ainda tinho o "2", que é um corte que tem como majoritária a Cabernet Sauvignon. Outro vinhão!

Passando para o Chile, mas com alma espanhola, visitei o estande da O. Fournier, onde o incansável José Manuel Ortega Founier mostrava os vinhos que faz na Argentina, Chile e Espanha. É outro produtor que gosto muito, pela qualidade e regularidade de seus vinhos. Bebi todos, mas fiquei particularmente impressionado com o chileno O. Fournier blend 2008, que tem como majoritária a Cabernet Franc, com pitadas de Cabernet Sauvignon e Carignan. Os vinhedos de Cabernet Franc foram plantados em 1890! Um grande vinho, que deve evoluir maravilhosamente em garrafa. O problema é, como sempre, o preço, que está salgado... Mas que é um grande vinho, é! E também grandioso o de Ribeira del Duero, o O. Fournier 2005. Cem por cento Tempranillo de uma grande safra e de um grande produtor. Potência e elegância perfeitamente casadas.

De Portugal, gostei muito dos vinhos da Monte da Ravasqueira. É claro que o pessoal (fugindo da etiqueta) ía logo pedindo o MR Premium 2007, top da vinícola, mas perdeu quem não começou do prinícipio, ou seja, do ótimo Viognier Flavours, que é muito típico. Ou então, não quis conhecer o bom custo benefício Monte da Ravasqueira. É claro que o Vinha dos Romãs e o MR agradaram a todos. O Romãs, que tem como majoritárias a Syrah e Touriga Nacional, eu já havia gostado muito da última vez que provei. O MR Premium é feito com Alicante Bouschet, Syrah e Petit Verdot.
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Joana Cunha: Entusiasmo! |
E já que entrei nos portugueses, gostei bastante também dos vinhos da Fontes da Cunha. Eles eram apresentados pela simpática e entusiasmada enóloga Joana Cunha, que conta com a assessoria de Francisco Olazoabal (Meão e Valllado). Vinhos do Dão, com alma do lugar (embora eu tenha notado um lado mais moderno neles). Muito frescor aportado pela ótima acidez e taninos marcantes. O Munda Touriga Nacional 2007 estava uma delícia. É a Touriga no seu berço, diferente daquela do Douro. Ela é menos floral, menos explosiva, e mais elegante. Confesso que a prefiro. Ah, e o branco Munda Encruzado 2010 não pode deixar de ser provado. É fermentado em barricas grandes, onde também matura por 6 meses, junto com as borras. Um vinho de muito personalidade e de ótimo preço. Bem, ainda nos patrícios, nem precisaria comentar sobre os Portos Fonseca, belíssimos vinhos, apresentados pelo conterrâneo Frederico. Mas não posso deixar de citar o Tawny 20 Anos e o Fonseca Vintage 2009, do qual peguei uma bela taça e apreciei bem devagar caminhando pelos corredores do evento.
E ainda nos portugueses, quem não bebeu o belíssimo Dão Porta dos Cavaleiros Reserva 1975, das Caves São João, perdeu boa parte do ingresso. Antes de apreciá-lo, é claro que bebi todos os outros da vinícola, cujos vinhos muito me agradam. Em sua juventude, mostram certa rusticidade, mas com o tempo, vão ganhando muita elegância. É só ter paciência. Mas quando cheguei naquele "Senhor" de 38 anos, fiquei estupefado. Como são longevos os vinhos dessa vinícola! Impressionante! Um Touriga Nacional estupendo, que evoluiu maravilhosamente bem nesses 38 anos e ainda mostra muito frescor. Destaque total!
E vamos em frente com a vinícola sulafricana Rust en Vrede. Gostei muito do Shiraz e Cabernet Sauvignon. São vinhos de ótimo corpo e com estrutura para guarda. Mas fiquei impressionado com o seu primo Guardian Peak Lapa Cabernet Sauvignon 2009, alí no mesmo estande. Um vinho com ótima estrutura, nervoso, com taninos presentes e toques muito gostosos de pimenta e tabaco em meio ao cassis. Um belo vinho com ótimo potencial de envelhecimento, mas que já dá muito prazer agora.
Ufa, já tô ficando cansado... Gostei dos vinhos do Clos de L'Oratoire, principalmente o Chateauneuf Branco 2010 e os de Ogier, com destaque para o Gigondas e o Côte Rotie, muito sedosos e elegantes.
E para finalizar, impossível não se deslumbrar com os vinhos La Spinetta. O Chardonnay Lidia tem muita presença. Lembra, mas não tem o peso e exagero de novo-mundo. O Barbera D'Alba é belíssimo, assim como os Pin Monferrato. Mas o destaque, claro, vai para o estupendo Barbaresco Gallina 2007. Esse sim, merece o adjetivo estupendo. Que vinhaço! Bebi devagar, curtindo com alguns queijos. Um vinho de cor clara, límpida e aromas deliciosas, riquíssimos, com notas de frutas em meio a notas florais e de especiarias. Muscular, mas extremamente elegante, com taninos perfeitos. Estonteante! Esse vou conferir devagar, em taças adequadas, brevemente.
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Turma da pesada: La Espinetta |
Bem, chega vai... Teve muitos outros e não dá para citar todos. Fiquem com as fotos. Ah, e ainda deu tempo de gastar um pouquinho de energia dando uma caminhada até a Tasca da Esquina para apreciar uma boa comida portuguesa, porque ninguém é de ferro...rs.
Ps. Os asteriscos nos marcadores indicam os vinhos "provados", não os bebidos... Estou adotando essa marca agora para diferenciá-los.
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Sr. Júlio Lopez de Heredia e eu |
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Olha a cor desse Barbaresco Gallina La Espinetta! |
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O incansável José Manuel Ortega Fournier |
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O melhor em Chianti Clássico Riserva |
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Ótimos brancos de Argiolas, liderados pelo grande Cerdeña |
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Suolo 2007: Ótimo Sangiovese de Argiano, que mostrava também um grande Solengo 2006 |
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Paleta de Porco Preto com Creme de Cogumelos e Farofa de Torresmo - Bão demais! |
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Pudim de Abade de Priscos - Delicioso candidato a Doce do Ano pela Prazeres da Mesa - Eu já votei! |