segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A noite em que nosso confrade Rodrigo deu uma de Judas! Com direito ainda a um belo Máximo Deicas 2009, Mas la Plana 2010 etc

Em reunião recente da confraria bebemos ótimos vinhos, e ainda rimos muito com o que nosso confrade Rodrigo aprontou. Bem, mas quem começou aprontando foi o Paulinho, Rei dos Portugueses, mas que está se tornando também Rei dos Uruguaios... Estou devendo relatos de uns grandes que ele levou, mas dessa vez ele pegou pesado. Levou simplesmente aquele que considero o melhor vinho uruguaio que conheço. Era um Massimo Deicas 2009. Esse vinho antigamente era chamado 1er Cru de Exception. Eu já descrevi aqui o 2007, que estava uma maravilha. E esse 2009 não ficou atrás. Aliás, diferenciava-se de seu irmão por ser um pouquinho mais maduro. Ao nariz mostrava notas de ameixas pretas, alcaçuz, chocolate amargo, couro e tabaco. Em boca era amplo, mineral, com ótima acidez e taninos típicos da Tannat, mas redondos. O vinho evoluiu maravilhosamente em taça. O final era interminável e com notas de alcaçuz. Um vinhaço uruguaio! Para mim, o rei da noite.
Vou logo para outro top, levado pelo Rodrigo. Bem, aqui tem algo engraçado... Quando o Rodrigo chegou, todos já estavamos bebendo outros vinhos, e ao olhar para a sua garrafa, ficamos surpresos. Era um Judas Blend 2012, top da vinícola argentina Sottano. A surpresa se justificava pelo fato de termos comprado duas garrafas dele para nossa especial de final de ano. Ficamos então elogiando o confrade, e até mesmo indecisos se abriríamos o vinho, pois perderíamos a surpresa em nossa especial de final de ano. Bem, é claro que resolvemos abrir e mandar ver no danado. Só quando já estávamos na metade alguém resolver perguntar onde estavam as duas garrafas que compramos, e alguém respondeu: - Na casa do Rodrigo! Bem, concluindo, o cara passou a mão no primeiro vinho que viu na sua frente e levou o vinho da reunião de final de ano para ser abatido, sem saber. O fato é que rimos muito pelo ocorrido. Bem, o vinho é um blend de 70% Malbec, 20% Cabernet Sauvignon e 10% Merlot. Passa 24 meses em barricas novas francesas. Apenas 2.500 garrafas foram produzidas. Segundo o produtor, era um vinho feito apenas para consumo da família, que resolveram comercializar. Surpreende pela cor mais clara que o normal para blends com Malbec.  Ao nariz mostrava fruta envolta em muita especiaria. Bem rico. Em boca era muito macio, redondo, com taninos doces e final longo e novamente, especiado, com notas de canela, noz moscada etc. A boa acidez equilibrava o dulçor. O incrível e que seus mais de 15% de álcool nem apareceriam. Mas muito álcool é algo que não me agrada.  É vinho para muitos anos de adega. A outra garrafa dele foi bebida em nossa reunião de final de ano, que descreverei logo. Aí o negócio pegou, pois a briga foi feia...
O Tonzinho levou um ótimo Mas la Plana 2010, Cabernet Sauvignon do craque espanhol Miguel Torres. Este, em particular, celebra os 40 anos do lançamento do primeiro da marca, que em uma degustação às cegas deu umas chineladas em uns bordozões, incluindo um Latour. O 2009 já frequentou nossa confraria algumas vezes (veja uma aqui). Esse 2010 não ficou atrás, embora tenha me parecido mais pronto que seu irmão, e menos apimentado. Mas estava excelente, claro! Notas de cereja preta, tabaco, chocolate amargo, especiarias... Taninos redondos e ótima intensidade. Anos de vida pela frente, mas já apreciável agora (e como). Vinhão! Para esse que vos escreve, foi o segundo da noite, só atrás do Massimo Deicas.
Eu levei o mais simples da noite, mas nem por isso, o pior...rs. Era um Rívola 2009, espanhol da Abadia Retuerta. Esse nunca decepciona. Vinho de bom preço e que satisfaz. Às cegas, JP notou bastante presença da Cabernet Sauvignon, que entra com 40% no corte junto com a Tempranillo. Realmente ela aparece até mais que a tradicional espanhola. Vinho de bom nariz e redondo em boca. Um tanto modernoso... Eu gostaria que tivesse mais presença da Tempranillo. Mas nem por isso, deixa de ser bom.
O Caião levou um branco que já pintou por aqui: Esporão Reserva branco 2014! Ótimo vinho! Fresco, boa fruta, com muita presença e difícil de ser batido em sua faixa de preço. 
E para finalizar, o JP levou um El Enemigo Bonarda 2011. Lembro que o primeiro Bonarda que bebi foi um Colonia las Liebres 2002, da Altos las Hormigas. Se não me engano, em sua primeira safra. O que eu gostava nele? Frescor! Não passava por madeira e era vinho fácil de beber. Custava apenas 9 doletas na Mistral. O que vejo agora são Bonardas mais pesados, concentrados. Este El Enemigo é um bom vinho, mas no estilo concentrado, com estágio em madeira e uma pitadinha de Cabernet Franc para dar uma apimentada. É complexo, com notas de alcaçuz, kirsch, chocolate amargo e especiarias. Deve envelhecer bem e também ser bom par para um churrasco. 
O Thiago levou um Malbec de Matias Riccitelli, o The Apple doesn't fall far from the Tree Malbec 2013. O nome é original e o rótulo é de muito bom gosto. Há tempos queria experimentar vinhos desse produtor. Esse tinha cor clara e aromas doces de frutas, baunilha e chocolate. Em boca, a doçura também reinava, até nos taninos. Por esses motivos, não é meu vinho.
Isso aí!  




segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Arboleda Pinot Noir 2013: Bom vinho!

Em uma passagem pela loja da Expand no Outlet de Itupeva, coloquei na cesta este Arboleda Pinot Noir 2013 por cerca de 100 pilas. Valeu a pena! Vinho com gosto de Pinot Noir e sem exageros de extração (comum em muitos PN chilenos). Ao nariz, notas florais e de cereja, em meio a leve tostado e toques terrosos. Em boca, mostra frescor, mineralidade e taninos finos. Um Pinot Noir chileno bem feito e que trilha bom caminho. Recomendado. Mas não pode abusar do preço...

domingo, 6 de dezembro de 2015

O Vinho Bão mudará um pouco...

Caros leitores. Como devem ter notado, tenho postado de forma irregular aqui no blog. As causas são várias. Uma delas é representada pela "carinha" que coloco na postagem: Cansaço! Cansaço não apenas físico, mas mental. Mas é também cansaço dos blogs de vinho. Não aguento mais ler tanta besteira. Estou de "sapato cheio" de ler coisas repetidas, copiadas, erradas, equivocadas e tantos outros "adas". Não aguento mais ver gente bebendo geléia com chips de madeira e dizendo que é o melhor vinho do mundo. Não suporto mais ver gente escrevendo sobre "microorganismos" (atualmente o correto é micro-organismos) sem saber a diferença entre uma barata e um elefante. Escrever sobre leveduras sem saber o que as diferem de bactérias. Gente falando sobre fermentação sem saber o que é um açúcar. Outros, escrevendo sobre transgênicos sem conhecimento de causa. Tem gente tentando ser biólogo ou bioquímico sem formação para tal. Não dá! Encheu! 
Também estou cansado de ver propaganda embutida e postagens maquiadas. Vocês já ouviram falar de "Salame Science"? É quando pesquisadores publicam vários artigos científicos com resultados que poderiam ser reunidos em um único artigo mais consistente e de melhor qualidade. Sabe por que fazem isso? Para ter mais publicações. Nos blogs de vinhos acontece coisa similar. Blogueiros vão a um evento, bebem uns fundinhos de taça e têm material para publicar o ano inteiro! Uma noitada com amigos, com algumas garrafas, geram inúmeras postagens. Sem contar que cada blogueiro participante da noitada (ou evento) escreve um artigo. Ou seja, como rende! Eu não tenho nada a ver com isso. Cada um faz o que quer. Só não preciso concordar.
Por outro lado, também estou cansado de escrever sobre alguns vinhos que se repetem. Ou seja, aqueles internacionais, todos iguais. Resolvi então que vou postar (ou comentar com mais carinho) sobre vinhos que me agradam mais. Mesmo nas degustações de nossa confraria, onde rolam muitas garrafas, posso até colocar a foto, mas me permitirei passar "reto" por vinhos que não me surpreendem ou são repetidos. Isso, independente se são os chamados "ícones"... Alguns amigos me dizem que eu deveria falar mal dos vinhos que não considero bons, para funcionar como alerta. Não vou fazer isso, principalmente se forem de produtores menores. Não é o intuito do blog. Posso até fazer uma pequena crítica, mas nada além disso. Então, se eu não me aprofundar no vinho, já sabem o que achei dele. Por fim, meus textos serão mais curtos, como está meu tempo...rs.
É isso!