segunda-feira, 31 de julho de 2017

Gravner Breg 2000, Dominique Laurent Vosne-Romanée 2007 e Escultor 2010

Bebemos estes vinhos em uma noite na qual foram apreciados dois grandes (na verdade, enormes...) borgonheses, que infelizmente, estavam passados. Assim, nem vou mencionar quais eram.

Gravner Breg 2000: Obra do grande Josko Gravner, do Friuli. É feito com Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot Grigio e Riesling itálico. O último que não usou ânfora. As uvas foram fermentadas separadamente e afinadas juntas por 3 anos em grandes botti de carvalho da eslavônia. A cor é amarelo escura, devido à fermentação em contato com as cascas, e os aromas de pêssego, marmelo, maçã e mel. Em boca, no entanto, me decepcionou. Para mim, estava cansado, com acidez abaixo do esperado para lhe aportar frescor. Muito diferente de um esplendoroso Gravner Ribolla 2005 que bebi tempos atrás, que mostrava-se vivo e vibrante (logo postarei). Dava para beber? Sim, claro. Mas quando eu lembrava do Ribolla, ficava triste. Uma pena.

Dominique Laurent Vosne-Romanée Vieilles Vignes 2007: Um vinhão do chamado "mágico das barricas". Aromas florais, de cereja preta, terrosos e tostados. Em boca, bom corpo, taninos sedosos e final mineral. Uma delícia de vinho, que evapora ligeiro da taça... Compensou os outros dois borgonheses estragados que nos fizeram chorar.
Este Escultor 2010 foi feito com Trincadeira, Aragonês e Petit Verdot (um pouquinho diferente de seu irmão de 2007). Apenas 3333 garrafas foram produzidas. É vinho feito apenas em algumas safras. Top da alentejana Monte do Pintor. Ao nariz, notas de fruta madura, ameixas e amoras, em meio a baunilha, chocolate e tostado. Em boca, denso, boa acidez e muito sedoso. Destaque para sua maciez e intensidade. Fica degraus acima de seu irmão Monte do Pintor Reserva, que já é muito bom. Vinho dos grandes, que teria bons anos pela frente, o que deveria até contribuir para dar uma atenuada na baunilha. 






quarta-feira, 26 de julho de 2017

Fabre Montmayou Gran Vin 2009 e Trapiche Single Vineyard Cristina y Bibiana Coletto 2008: Dois argentinos de categoria!


Fabre Montmayou Gran Vin 2009: Vinho top desta vinícola boutique, conhecida por produzir vinhos muito elegantes. E não podia ser diferente, vindo de um produtor (Hervé Joyaux Fabre) nascido em Bordeaux. O vinho é feito com uvas (Malbec 85%, Cabernet Sauvignon 10% e Merlot 5%) de vinhedos de baixo rendimento, plantados em 1908. A maturação é por 16 meses em barricas de carvalho francês. Tem bela cor rubi escura e aromas de cerejas e ameixas, em um fundo abaunilhado e especiado. Em boca, destaca-se pela sua elegância e maciez. Muito equilibrado, com boa acidez e taninos sedosos. Ótimo vinho, que destaca-se pela elegância, lembrando bons bordeaux. Levado pelo Joãozinho. Muito boa pedida!

Trapiche Single Vineyard Cristina y Bibiana Coletto 2008: Da série de single vineyards da Trapiche, que sempre gera belos vinhos. São Malbecs acima da média, com excelente qualidade. Sempre digo que esta linha é o máximo que eu espero da Malbec. São ótimos! E este da foto não é diferente. Vinho bem feito, polido, com fruta madura, tostado, toffee e especiarias. Muito sedoso em boca, com acidez equilibrando dulçor da Malbec. Fez sucesso, apesar de não ter vencido a briga com o Fabre Montmayou. Acho que foi levado pelo Caião, que acertou... 




terça-feira, 25 de julho de 2017

Casa Ferreirinha Vinha Grande 2010 e Emilio Moro Finca Resalso 2010: Bons vinhos!

Dois ibéricos 2010, de produtores que sempre agradam. Bom duelo, vencido pelo português.

Casa Ferreirinha Vinha Grande 2010: Notas de frutas silvestres, florais e especiarias (além daquele aroma que só os Ferreirinha tem, e que eu não consigo definir). Em boca, frescor, elegância e equilíbrio, típicos dos vinhos da casa. Muito bom agora e preparado para aguentar em adega.

Emilio Moro Finca Resalso 2010: A bela safra garante a qualidade deste vinho de entrada de Emilio Moro. Notas de cereja preta, café com leite e minerais. Em boca, repete o nariz, mostra médio corpo e bons taninos. Vinho simples, de entrada da vinícola. Mas não faz feio, pelo menos pelo preço que era encontrado tempos atrás no Brasil. Pelo preço que é cobrado atualmente, ponho mais uma graninha e pego seu irmão maior. Perde a batalha fácil para seu parceiro na noite. Teria que ser o seu irmão para competir com o Vinha Grande.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Festão do Caião: Almaviva 2010, Lindaflor La Violeta 2008, Valduero 6 Años 2005, etc

Aniversário do Caião no Cabaña. Já faz um bom tempo... Mas não poderia deixar a postagem engavetada, pois os vinhos foram cabeludos.

Almaviva 2010, levado pelo aniversariante. Gigante chileno feito com Cabernet Sauvignon (61%), Carmenére (29%), Cabernet Franc (9%) e Petit Verdot (1%). Rico em aromas de amoras, cassis, chocolate amargo, pimenta-do-reino e toque de menta. Em boca, ótima acidez, taninos sedosos e final muito longo. Vinhão, claro. Mas deveria ter sido decantado. Gosto do Almaviva, mas sempre achei (e continuo achando) muito caro. Nota: O Almaviva que mais gostei foi o 2007. E nem foi o mais badalado e pontuado.

Lindaflor La Violeta Malbec 2008: Vinho top da Monteviejo, levado pelo Tonzinho. Irmão maior do potente Lindaflor (e quatro vezes o preço dele...). Produção pequena e crianza um pouco mais longa em barricas novas de carvalho francês (por até 36 meses).  Notas florais, de ameixas e figos, em fundo abaunilhado. Em boca, acidez equilibrando o dulçor, taninos muito sedosos e final interminável. A diferença em relação ao seu irmão "menor"? Finesse! É incrível como fica degraus acima neste quesito. É elegante ao extremo, macio e refinado. Vinhão! 
Valduero 6 Años 2005, levado pelo JP (que aliás, já havia levado o 2004). Este sou fã incondicional. Monstro de vinho! 3 anos de barrica (de origens variadas) e mais 3 em garrafa antes de sair ao mercado. Sempre digo que este vinho é um camaleão. No começo, se apresenta como um vinho espanhol de estirpe, e depois, vai mudando, adquirindo novas nuances, novos aromas e sabores. É muito rico. Notas de cerejas pretas, toffee, especiarias doces, alcaçuz e chocolate. Em boca, muita sedosidade e final interminável. Simplesmente, delicioso! Vinho grandioso! Continuarei gostando, sempre. 



Vida Toscana 2006: Vinho levado por este que vos escreve, produzido em Firenze, por Tony Sasa, dono da Enoteca Pontevecchio. Trazidos no colo por minhas queridas irmãs. Tempos atrás levei para a turma beber um Brunello dele, excelente, chamado Martina, em homenagem à sua filha (clique aqui). Este Vida é coisa rara. Foi feito em homenagem à avó de Tony. O corte é inusitado (ainda mais para a Toscana): Cabernet Franc 70% e Cabernet Sauvignon 30%. Parece que não passa por madeira. Além do belo rótulo, o vinho é muito bom. Aromas de amoras e framboesas, em meio a um toque picante. Em boca, vinho vibrante, bela acidez e taninos finos. Eu achei uma beleza. Talvez meus confrades não tenham entendido muito a sua proposta. 
Amarone della Valpolicella Giacomo Montresor 2009: Levado pelo Joãozinho. Amarone típico, com aromas florais, uvas passas, azeitona preta e chocolate. Em boca, repete o nariz e mostra taninos  volumosos. Final longo e com notas de chocolate amargo. Bom e com anos pela frente. Também precisava de decanter. 



El Enemigo Malbec 2008: Não me lembro quem levou. O mais singelo da noite, claro. Bem, é só olhar para os outros. Malbec concentrado, extraído, com notas de fruta em compota. 




sábado, 22 de julho de 2017

Castello di Ama Chianti Clássico 1998 e La Spinetta Barbera D'Asti Superiore 2001

Tempos atrás o Akira fez uns negócios com um senhor de São Paulo, que nos rendeu muitos vinhos antigos, todos italianos. Teve Gravner, Biondi Santi, La Spinetta etc. E esses dois abaixo foram da mesma leva. 
Castello di Ama Chianti Clássico 1998: Velhinho de pedigree. Para nossa surpresa, ainda inteiro. Acho que foi o Castello di Ama mais leve que bebi. Cor clara, aromas de cereja, chocolate e especiarias. Em boca, corpo leve, taninos devidamente arredondados pelo tempo e final especiado. Bem, a safra ficou engavetada entre duas grandes safras: a histórica de 1997 e a excelente de 1999. Não foi dos melhores Castello di Ama que bebi, mas estava bem agradável.
La Spinetta Barbera D'Asti Superiore 2001: Outro velhinho de grande safra, mas agora, do Piemonte. O produtor é tradicional e produz ótimos vinhos com a Barbera. Vinho com aromas de frutas silvestres, florais, funghi e especiarias. Em boca, elegância, boa acidez, taninos redondos e final especiado. Um senhor, devidamente amaciado pelo tempo. Bem mais inteiro que o seu irmão toscano. Muito bom.





quinta-feira, 20 de julho de 2017

Fontodi Vigna del Sorbo Reserva 2007, 12 Volts 2011 e um Amici!

Noite com pouca gente na confraria. Só JP (que não falta), Thiago e eu. Mas os vinhos foram bons. Decepção, só mesmo o levado pelo JP. Uma pena, pois ele estava muito bem intencionado, e o vinho, era para ser grande: Fontodi Chianti Classico Vigna del Sorbo Riserva 2007. Safra boa, vinho com pedigree, que a partir de 2011 foi até promovido a Gran Selezione. Mas infelizmente, não estava de acordo. O nariz mostrava fruta madura, quase cozida, aromas meio passados. Em boca, a mesma decepção: Fruta meio passada, esquisito, cansado, pouca acidez. Parecia vinho que tinha tomado sol, mal acondicionado, ou coisa do tipo. Uma pena, pois a expectativa era grande. Felizmente, tenho um 2006 deste que espero apague esta experiência ruim com esta garrafa. Mas o que eu levei, na foto à esquerda, um 12 Volts 2011, da vinícola espanhola 4 Kilos, de Mallorca, fez bonito. É um corte de Callet (majoritária), Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot, com fermentação em inox e maturação por 9 meses em barricas usadas e foundre. É um vinho diferente, com aromas um pouco exóticos, frutado, com notas de groselha e mirtilo, em um fundo tostado e especiado. Em boca, fruta madura, com entrada levemente doce equilibrada com ótima acidez e toques picantes. Muito agradável e interessante. Na verdade, muito gostoso o danado! Todos gostamos muito. Mandei para a cesta mais uma garrafa em um bota-fora recente da Vinci. Recomendado!


O Amici Cabernet Sauvignon 2012, levado pelo Thiago, é produzido por um grupo de quatro amigos que decidiram, em 1991, esmagar umas uvas no Napa Valley e fazer um vinho para consumo próprio. O danado ficou tão bom que gostaram da ideia e começaram a produzir vinhos comercialmente. A produção ainda é pequena, mantendo o caráter artesanal. Este "Amici", que tem a Cabernet Sauvignon como majoritária, mas pitadas de outras castas francesas, tem aromas de amoras, cassis, café e madeira (cedro). Em boca, boa fruta, chocolate amargo e especiarias. Intenso e com taninos sedosos. O final tem um toque de cedro. Vinho bem feito e muito agradável. 
Isso aí!


quarta-feira, 19 de julho de 2017

La Azul Gran Reserva 2009, Meandro 2011, Poliphonia Signature, Il Balzini White Label e Mastroberardino Aglianico


La Azul Gran Reserva 2009: Levado pelo JP. Corte de Malbec e Cabernet Sauvignon, com maturação por 24 meses em barricas 70% francesas e 30% americanas. Produção pequena, apenas 3.000 garrafas. Notas de ameixas e cereja, chocolate, baunilha e tabaco. Denso, com taninos redondos e grande potencial de guarda. Muito bom.

Meandro 2011, da Quinta do Vale Meão, em garrafa Magnum, levado pelo Joãozinho (que comprou enganado, pensando estar levando um Meão...rs). Esse não decepciona. Cerejas e frutas silvestres em meio a especiarias e notas minerais. Em boca, repete o nariz e mostra taninos redondos. Muito bom, mas eu esperava mais considerando a safra histórica. Pode ser que ganhe com o tempo. Por hora, não acompanhou seus conterrâneos na alta qualidade da safra. Mas posso morder a língua...rs. Do lado direito dele, o alentejano Poliphonia Signature 2009, levado pelo Paulinho. Este já pintou aqui outras vezes (clique aqui). Assim, não vou gastar muitas linhas com ele. Só dizer que é um vinhaço!

I Balzini White Label 2008: Levado pelo Caião, que desta vez, acertou a mão. Sangiovese temperada com Cabernet Sauvignon. Vinho de grande complexidade, com notas de cereja, framboesa, tabaco e especiarias. Madeira bem integrada, acidez vibrante e taninos redondos. Final longo e especiado. Um vinhão, muito polido e com grande presença. Esteve em oferta muitas vezes em promoções da World Wine. Quem pegou, se deu bem. 

Mastroberardino Aglianico 2010: Acho que foi levado pelo Thiago, pela segunda vez. A primeira pode ser vista aqui. Um vinho que eu gosto, com certa rusticidade, bela acidez, nervo. Para quem gosta de vinhos italianos. Eu sempre os prefiro mais velhinhos...









terça-feira, 18 de julho de 2017

Lavradores de Feitoria Três Bagos 2010

Um vinho mais tranquilo, para quebrar o ritmo...
Lavradores de Feitoria Três Bagos 2010: O nome vem do fato de ser feito com 3 castas (Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca), provenientes de 15 quintas da propriedade. Os vinhedos possuem entre 25-30 anos de idade. Metade do vinho matura em inox e a outra metade, em barricas francesas de segundo uso por 8 meses. Tem aromas de frutas silvestres (amoras), alcaçuz, minerais e um fundo balsâmico. A baunilha, relatada por alguns degustadores, já não aparece tanto. Em boca, boa fruta e bom frescor, taninos redondos e final mineral. Bom vinho, em seu ápice. 




segunda-feira, 17 de julho de 2017

Festa no JP: Paella do Caião e muito vinho bão! Valbuena, Prado Enea, Pingus PSI, Condrieu Georges Vernay etc...


Tempos atrás fomos à casa do JP comer uma paella, feita pelo Caião. O dia estava quente e sugerimos levar mais brancos, inclusive, para acompanhar a paella. É claro que a turma não resiste e um ou outro tinto sempre aparece...rs. E a lista foi boa. Um deles, foi este aqui do lado, ofertado pelo JP. Mas teve muitos outros, mostrados no painel abaixo e descritos a seguir. Belo almoço!






Começando pelos brancos, o Saxum Sauvignon Blanc 2008, espanhol de rueda, feito com uvas de vinhedos centenários, barricado, com notas de maracujá e frutas tropicais. Levado pelo Paolão. Bom vinho para acompanhar a paella. Mas acabou antes...rs. Eu levei duas garrafas: Sol de Sol Chardonnay 2009, que já pintou por aqui. Muito bom vinho, fresco, vivo, um dos melhores chilenos feitos com esta casta. Pena estar subindo muito de preço. O outro que levei foi também chileno, premiado recentemente pela revista Decanter e também muito elogiado pela Jancis Robinson: Clous des Fous Locura 1 Chardonnay 2012. Vinho feito por Pedro Parra, com pouca intervenção, a la bourgogne. Achei ainda mais fresco que o Sol de Sol, com madeira imperceptível. Fruta na medida, frescor e mineralidade são a receita deste vinho que surpreende. Experimente. O Caio levou um Condrieu Georges Vernay Les Chailles de L'Enfer 2007, que já pintou por aqui. Ótimo como sempre, mas no seu ápice e começando a descida. Mas é uma descida de uma ladeira alta. Muito bom! Outro branco foi um Colomé Torrontés 2012. Não me lembro quem levou este danado. Não sou lá muito fã de vinhos feitos com esta uva, mas este é muito bem feito e na minha opinião, um dos melhores. Notas florais, mexerica e toques minerais. O Paulinho levou um Principal Rosé 2010, que já pintou por aqui outras vezes (clique). Rosé fresco, com bom corpo e muito agradável. Perfeito para acompanhar a paella do Caião. Não sei quem levou o Crasto Superior Branco 2013, do painel acima, mas estava muito bom. Frutas tropicais, flores e notas minerais. Frescor em boca e final mineral. Mais um bom vinho desta vinícola que nunca decepciona.
Os tintos, desta vez, foram minoria, mas uma minoria nervosa. Além do Principal Rosé, o Paulinho levou um belo riojano: Muga Prado Enea 2004. Que delícia de vinho! Cereja preta, notas tostadas, alcaçuz e tabaco. Tradição e modernidade com mãos dadas, em vinho de grande safra. Grande estrutura e potencial para ainda muitos anos. Mas este já foi. Delicioso! Um dos melhores da tarde, sem dúvida. O Thiago levou um Clos Floridene 2011. Vinho de Graves, feito com Cabernet Sauvignon cortada com Merlot. Nariz floral, framboesa e notas minerais. Em boca, acidez cítrica, mineral e taninos redondos. Deve ganhar com o tempo, mas já pode ser bebido agora. Ótimo custo benefício para um Bordeaux de muito boa qualidade. Bem, e para finalizar, os vinhos ofertados pelo anfitrião, JP. O primeiro foi um Pingus PSI 2011. Vinho de pedigree, cor escura, fruta madura, notas vegetais, mineral, caráter gastronômico. Diferente dos tradicionais Ribera. Tem jeito próprio. Gosto dele! Acho que precisa ter decantado um tempo para dar uma equilibrada. Mas a turma não dá tempo... E para finalizar, um Valbuena 2006, para o JP não perder o costume, claro... Nosso amigo Rodrigo já levou um deste em 2014 (clique aqui), em um aniversário do JP. Mudou pouco nesse tempo, mas está adquirindo um toque mais sério, terroso. Ameixas, cerejas pretas e especiarias. Vinhaço, sempre! Uma delícia! Mas olha, o Prado Enea 2004 não ficou longe dele...
Isso aí!

Ah, a Paella do Caião. Bonita, né? E gostosa!




sexta-feira, 14 de julho de 2017

El Vinculo Gran Reserva 2005, Chateau Belregard-Figeac 2009, Marques de Riscal Reserva 2012 e Animal Malbec Orgânico 2015

El Vinculo Gran Reserva 2005: Uma edição limitada, de apenas 9.000 garrafas. Feito sob a batuta do grande Alejandro Fernandez (Pesquera), na região de La Mancha. Grande safra e grande produtor. Aromas de cereja madura, ameixas, caixa de charuto e especiarias. Em boca, fruta madura e especiarias, boa acidez, mineralidade e taninos devidamente domados pelo tempo. Rico e delicioso! Não por que eu que levou o danado, mas ele foi fácil o melhor da noite...

Chateau Belregard-Figeac 2009: Feito com 75% Merlot e restante de Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. Aromas de amoras, couro, picantes e grafite. Em boca, novo ainda, demandando tempo para se mostrar. A fruta ainda fica um pouco escondida. Notas picantes e minerais. Bom vinho, mas precisa respirar bastante. Bebemos rápido e não deu para curtir de maneira adequada. Levado pelo Tonzinho.
Marques de Riscal Reserva 2012: Este não falha! Sempre bom! Aromas abaunilhados, madeira, cereja, ameixa e tabaco. Em boca, corpo médio, madeira ainda saliente, mas sem incomodar, e taninos sedosos. Dê-lhe tempo...

Animal Malbec Orgânico 2015: Obra de Ernesto Catena, que tem enveredado pelo caminho dos orgânicos e naturais. Passa 10 meses em barricas francesas e americanas. Cor cereja, límpida e brilhante, aromas de framboesas bem maduras e especiarias doces. Em boca, o dulçor da Malbec, mas com bom frescor. Malbec fácil de beber, sem peso e que deve melhorar com um pouco de guarda. Uma linha distinta, que apesar do dulçor, agrada.




Ainda na linha "bom e barato": Adro da Sé Reserva 2008

Na verdade, eu diria que este Adro da Sé Reserva 2008 é muito bom, e barato! Vinho da cooperativa UDACA, que sempre tem bons vinhos a bons preços, ele é feito com Touriga Nacional (majoritária), Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro. Não passa por madeira. É um vinho já com seus 9 anos e com boa riqueza aromática, sem exageros e equilibrado. A fruta madura se mescla a notas de especiarias e terrosas, muito agradáveis. Em boca, repete o nariz, mostrando taninos finos, especiarias e mineralidade. Vinho senhorío, de qualidade, que surpreende pelo preço que é comercializado aqui (em Portugal, ainda mais surpreendente). E vi que sempre abocanha uns prêmios por lá. Recomendo! Importado para o Brasil pela Orion. Em São Carlos é comercializado pelas Casa Deliza.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Aliança Bairrada Reserva 2011: Bom e Barato!

Servi este Aliança Bairrada Reserva 2011 em um almoço e foi unanimidade: Todos gostamos! Vinho feito com Touriga Nacional, Baga e Tinta Roriz. Aromas de frutas maduras, leve floral e especiarias. Em boca, entrada levemente doce que engana um pouco e que agradou a mulherada. Mas a acidez e taninos equilibram o conjunto, e o vinho é bem agradável. Leve e fácil de beber. Bom para bacalhoada. Quando disse que comprei em um supermercado e paguei cerca de 30 Reais, ficaram surpresos. Claro que, por este preço, não podemos esperar um vinhão, complexo etc, e sim, um vinho justo e que entregue boa qualidade pelo preço. E este o faz. Vi que este 2011 foi incluído em uma lista de grandes vinhos portugueses pelo Dirceu Vianna, em 2013. Não sei se é para tanto, mas confirma que é legal.

Ps. Tenho postado sobre alguns vinhos de bom preço. Já reclamaram que eu só falo de vinho caro... Não é bem assim.


domingo, 9 de julho de 2017

Quintas das Bágeiras Colheita 2009: Bom preço e muito agradável!

Sou fã dos vinhos do Mario Sérgio Alves Nuno. Dos mais simples e de preço mais amigável, até os mais complexos (e mais caros). Dos vinhos tranquilos, aos espumantes, que são ricos e particulares. Esse Quintas das Bágeiras Colheita 2009 não tem a complexidade de um Reserva e muito menos de um Garrafeira do produtor, mas tem muito mais complexidade que vinhos na mesma faixa. É bairradino tradicional, feito com Baga, sem desengace, que deixa um caráter vegetal típico. Tem cor bonita, grená, e aromas de frutas maduras, especiarias doces e vegetais. Em boca, boa acidez, fruta madura, toques vegetais e taninos redondos. Muito bom para a sua faixa de preço. Combinação perfeita para as comidas lusitanas do Solar dos Portuga. Só não está fácil de encontrar. É importado pela Premium, de BH, mas difícil de achar. Eu comprava da Wine me Up, que infelizmente fechou, e da Morumbi vinhos. 

Veja aqui outros posts sobre vinhos da Quinta das Bágeiras.



sexta-feira, 7 de julho de 2017

Pulenta X Gran Malbec 2013, Campo Viejo Gran Reserva 2010 e Duorum Reserva Vinhas Velhas 2009

Noite só com 3 confrades: JP, Tonzinho e este que vos escreve. JP levou o Pulenta X Gran Malbec 2013. Estava meio preocupado se viria Malbecão pesadão, "doção" etc. Mas olha, é bom... Vinho com beleos aromas de cereja preta, baunilha e toffee. Em boca, muito sedoso, equilibrado, taninos finos e grande persistência. Às cegas lembrava até um belo Ribera del Duero. Fez sucesso. O Campo Viejo Gran Reserva 2010, levado novamente pelo Tonzinho (que pelo jeito arrematou todas as garrafas do Free Shop), foi comentado aqui recentemente (clique aqui). Então, passarei...  E por fim, o Duorum Reserva Vinhas Velhas 2009, levado por mim. Projeto dos grandes João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco. Vinho feito com uvas de vinhas velhas de Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Sousão, com cerca de 100 anos de idade. Matura 18 meses em barricas 70% novas. O vinho tem cor escura, intransponível, e aromas florais, de amoras, kirsch, chocolate amargo e minerais. A madeira aparece, sem incomodar. Em boca é muito intenso, denso, com ótima acidez e taninos já redondos. O final é longo e com notas de uma especiaria que não identifiquei. Vinho complexo, com muita estrutura e corpo. Muito bom! Mas confesso que achei um pouco pesado. Estou tendendo para Durienses um pouco mais leves e frescos.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Sagrantino de Montefalco Arnaldo Caprai 25 Anni 2000: Um gigante!

Sagrantino de Montefalco Arnaldo Caprai 25 Anni 2000: Um super vinho ofertado pelo amigo Akira em seu aniversário! Eu já havia bebido outros Sagrantino, mas não este especial de um dos maiores produtores dele. O vinho demorou a se abrir. Ficou umas duas horas reticente. Mas depois disso, o danado arrebentou. Aromas de cereja preta, alcaçuz, tabaco, café, cacau, defumados e terrosos. Aos poucos foi surgindo um mentolado muito gostoso. Grande riqueza aromática! Em boca, uma explosão: Intenso, denso, carnudo, mas com ótima acidez, taninos redondos, mineralidade e um final interminável. Impressionante! Evolução belíssima nesses 17 anos! Os fãs de Brunellos devem tentar conhecer o poder deste vinho da Umbria. Nesta mesma noite foi aberto um Brunello de ótimo produtor, e o Sagrantino passou em cima sem dó. Vinhaço! Recomendadíssimo! Mas lembre-se de decantar ou beber devagar, deixando o danado mostrar o crescimento em taça. Não é vinho para apressados.

Mas a noite começou com este Domaine du Clos Naudin Vouvray Brut Reserve 2007. Espumante do Vale do Loire, feito com Chenin Blanc, por um produtor tradicional. Cor bonita, bolhas finas, aromas florais, boa fruta e panificação. Bom frescor e cremosidade em boca. Uma prova que não é só em Champagne que são feitos grandes espumantes na França. E também que esse negócio de ficar falando que o espumante brasileiro é o segundo melhor do mundo é precipitado. Além da França, Itália, Espanha, Portugal e até Inglaterra, produzem ótimos espumantes. Claro que temos ótimos espumantes aqui, mas entrar nessa onda de melhor, segundo melhor, terceiro melhor etc, não sei se ajuda.

Teve ainda um americano do Napa Valley, o Orin Swift The Prisoner 2006. Este é feito com um corte inusitado de Zinfandel, Cabernet Sauvignon, Syrah, Petite Syrah, Charbono e Grenache. Vinho complexo, fruta madura, groselha e cereja, em meio a notas de couro, alcaçuz e tostadas. Denso em boca, até um pouco licoroso. Acho que já atingiu o seu ápice. Para fãs do estilo.




August Kesseler Riesling Kabinett Pradikatswein "R" 2015 e Castle Rock Pinot Noir Willamette Valley 2015

Dupla boa, para entrada e prato principal: August Kesseler Riesling Kabinett Pradikatswein "R" 2015 e Castle Rock Pinot Noir 2015. Dois jovens muito agradáveis.  O primeiro, muito fresco, com notas de maçã, cítricos e ervas, em meio àquele toque mineral típico da Riesling. Uma delícia, leve, jovem, para já. Perfeito com camarão. O Castle Rock Pinot Noir Willamette Valley 2015 vai no mesmo sentido. O vinho é leve, fácil de beber, bons aromas de morango e especiarias (destaque para a canela, que combinou perfeitamente com o prato que comi, que a continha). Uma dupla muito bem casada, sem ambições, mas que entrega boa qualidade pelo preço (ambos ao redor de 12 doletas nos EUA). É para chorar quando se vê os preços dos vinhos no Brasil.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Aniversário do JP, com direito a Vega Sicilia, Tondonia, Tignanello e muito mais!

Aniversário do JP é garantia de vinho bão. Para começar, quase sempre ele abre um Vega Sicilia prá gente se divertir. Dessa vez não foi diferente: Chegou com um Vega Sicilia Único 2000 debaixo do braço. Quando o caso é Vega, não tem muito o que comentar. O negócio é saborear e ficar com a lembrança de um vinho profundo, rico em aromas de cereja preta, curry, notas terrosas, alcaçuz e tabaco. Em boca, muita elegância e grande presença. É intenso, sedoso, taninos redondos e final interminável. Uma beleza de vinho, sempre! Tomara que o JP mantenha a tradição em seus aniversários.
Mas teve ainda muita coisa boa, de primeira.
Eu levei um Tondonia Reserva 2004. Safra que adoro e produtor que sou fã incondicional. Aqui é tradição pura. Leveduras indígenas, seis anos em madeira, clarificação com claras de ovo, etc. E tudo isso resulta em um vinho de muita classe. Este 2004 estava uma beleza. Cor mais escura que de costume, aromas de cereja seca, baunilha, tabaco, cítricos e terrosos. Em boca, ótima acidez, mineralidade, textura complexa e final longo. Mais um excelente Tondonia. Obviamente, fez muito sucesso com os confrades, que o colocaram como um dos melhores da noite. Eu concordo! 
O Paulinho levou dois vinhos. Os dois foram replays, muito bem-vindos! Se quiser levar pela terceira vez, não se intimide, Paul! Um deles foi o Tignanello 2010, vinho de grande safra na Itália, que ganhou bastante desde quando o bebemos em 2015 (clique aqui). Não vou falar muito dele. Só que está melhorando, já estando ótimo. Tem muitos anos pela frente o danado. Agora, ainda pede decanter. Vinhão! Ou outro vinhão levado pelo Paulinho foi um Marquesa de Alorna Grande Reserva 2011. Outro que deve melhorar com o tempo. Não deu para sentir muita diferença em relação ao que bebemos em Abril (clique aqui), pois o tempo é muito curto. É vinho para muitos anos também. Denso, concentrado, poderoso.
O Tonzinho abriu dois vinhos. Um deles é o primeiro à esquerda, na foto: Soléna Pinot Noir Grande Cuvée 2012. Pinot do Oregon, que sempre me deixam felizes. Este, particularmente, foi o 38 da lista dos Top 100 da Wine Spectator em 2015. Vinho com aromas de cereja em licor, morango e especiarias (canela e outras). Muito sedoso em boca, elegante e com final especiado. Desce fácil, muito agradável! Gostei dele, ainda que não seja dos mais minerais.
O Outro vinho aberto pelo Tonzinho foi um do sul da França (Minervois): Chateau de Landure Cuvée de L'Abbé Frégouse 2005. Que nomão! É o último do lado direito da foto. O vinho já está com boa idade e na hora de ser abatido. Tem aromas de cereja preta, alcaçuz, couro, café e chocolate. Em boca, boa acidez e taninos já devidamente arredondados pelo tempo. Bom vinho.
O Caião levou um Judas Malbec 2013. Não fez minha cabeça. Muito doce para meu gosto. E é caro...
E para finalizar, um Penfolds Bin 389 Cabernet Shiraz 2012, levado pelo Rodrigo. Cor escura, intransponível, e aromas de fruta madura, florais, chocolate amargo e especiarias. Dá a impressão que será muito pesado em boca, mas não. É encorpado, mas vibrante, cheio de energia. Os taninos devem ainda arredondar com o tempo. Aliás, este vinho costuma ser longevo. Muito bom!
Isso aí! Noitada boa para celebrar o aniversário do chefe (como diria o Caio).
O Chefe (segundo o Caio) fazendo o teste drive do Vega...



domingo, 2 de julho de 2017

Super noite com Mouchão Tonel 3-4 2008, Protos Gran Reserva 2004, Xisto Cru branco 2013, Brunello Mastrojanni 2010 e outros vinhões


Grande noite na confraria! Só vinhões! Vejam os danados:

Mouchão Tonel 3-4 2008: Grande vinho levado pelo Paulinho, o Rei dos Portugueses! Aliás, grande é pouco... Vinho sério, com aromas de amoras, ameixas pretas, fumo de corda e balsâmicos. Em boca, repete o nariz e mostra grande complexidade, concentração, acidez correta, taninos redondos e final interminável, com toques de tabaco e alcaçuz. Deixa lembranças! Vinho enorme! Especialíssimo! Para beber tranquilo, sem pressa. 

Outro grande vinho: Protos Gran Reserva 2004! Levado pelo Tonzinho. Vinho riquíssimo, de grande safra. Aromas florais, cereja, café com leite e especiarias. Em boca, rico, elegante, fresco e com final longo e especiado. Taninos já arredondados como tempo. Ainda teria belos anos pela frente, mas esta garrafa, já foi! E agradou, sem dúvida!

Um painel com os vinhões. Champagne Perrier Jouet Blason Rosé, levado por este que vos escreve. Delicioso! Fresco, boa fruta, cremoso e com notas de panificação. Perfeito para iniciar a noite. 
Xisto Cru Douro 2013. Novidade levada pelo JP. Infelizmente, não encontrado no Brasil (que eu saiba). Tem também um irmão tinto. Não tem relação com o Xisto, da Roquette e Cazes, ou o Quinta do Monte Xisto. É um projeto pessoal de Luis Seabra, ex-enólogo da Niepoort. O vinho é feito com uvas autóctones portuguesas, como a Rabigato, Gouveio, Viosinho e outras. Cor linda, palha, brilhante, e aromas florais, cítricos, pera, amendoados e minerais. Muito rico! Em boca, ótimo frescor, mineralidade e cremosidade. Muito elegante e refinado, sem exageros. Dá para matar uma garrafa fácil, sem problemas. Vinhão!
O Rodrigo levou um excelente Brunello di Montalcino Mastrojanni 2010. Vinho de grande safra e considerado por alguns críticos, um dos melhores dela. Novo ainda, mas já apreciável e surpreendentemente, macio. Notas de cerejas e framboesas, em meio a tabaco e alcaçuz. Em boca, frescor e taninos presentes, como esperado. Uma beleza de vinho, que deve ganhar muito com alguns anos de adega. Mas já está bebível.
E voltando aos brancos, o Campolargo branco 2009 levado pelo Paolão estava um monstro! Os anos tem-lhe feito muito bem. Como os vinhos feitos com a Cerceal envelhecem bem! O vinho está riquíssimo, mineral (lembrando grandes Riesling), floral, notas herbáceas e cítricas. Uma beleza, com ótimo frescor e persistência. Bairradino de primeira! Nível de Buçaco.
O Joãozinho levou um ótimo Palácio da Bacalhoa 2009. Um dos melhores da linha que bebi. O Palácio é um dos vinhos portugueses que, para mim, remetem muito a ótimos Bordeaux. Corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Petit Verdot. Vinho classudo, com fruta na medida e notas apimentadas e de chocolate amargo. Muito elegante e com grande potencial de envelhecimento. Vinhão! 
Ainda no painel, um Tokaji Derezla 5 Puttonyos 2003, que não me lembro quem levou. Delícia de vinho de sobremesa! Notas de damasco, mel e gengibre Acidez equilibrando o dulçor. Uma beleza!


A turma reunida! Ah, e a foto inclui ainda um Chateauneuf du Pape Cuvée de L'Hospice 2013, acho que levado pelo Caião (que comprou uma caixa dele...rs). É feito pela Oggier, com uvas doadas por produtores da região. Sua produção tem fins filantrópicos. Bom Chateauneuf, que bebemos outras vezes. Frutas silvestres, confitura e toques de baunilha e couro. Está novo ainda. Os taninos ainda pegam. Mas mostra potencial.
Grande noite!!!


Chocalan Vitrum Blend 2012: Para brindar o Chile na Copa das Confederações!

Chocalan Vitrum Blend 2012: Regalo de mi hermano Cubano-Chileno Ariel Arencíbia! A vinícola fica no meio do caminho de Santiago até o mar (apenas 35 km dele), a oeste da capital chilena. Vitrum é um vinho Premium da vinícola. Além do blend, são produzidos um Malbec e um Pinot Noir da mesma linha. O nome Vitrum (vidro) é em referência ao negócio da família que, por várias décadas, forneceu garrafas à indústria do vinho.  O nome indígena Chocalan significa "brotes amarillos" (brotos amarelos). O Vitrum é um Gran Reserva, que após 2012 ganhou uma nova roupagem, com o rótulo se referindo ao vídro. Muito bonito, aliás. É um blend de 6 uvas: Cabernet Sauvignon (35%), Syrah (27%), Cabernet Franc (18%), Malbec (13%), Carmenére (5%) e Petit Verdot (2%), com maturação em barricas novas de carvalho francês. O vinho mostra uma bela cor rubi escura, brilhante, límpida. Ao nariz mostra notas de groselhas, cassis, defumadas e especiarias, como pimenta e um toque de gengibre. Com o tempo foi surgindo um mentolado gostoso. Em boca é bem fresco, picante, com taninos firmes e final longo e especiado. Gostei! Vinho com nervo! "Nervo" que a seleção chilena apresentou no jogo final contra a poderosa Alemanha. Torci para que fossem bem sucedidos. Não deu, mas jogaram bem.

Ps. O vinho ganha bastante com tempo em taça. A decantação é recomendada.

sábado, 1 de julho de 2017

Harmonium Nero d'Avola 2010, Pulenta VII Gran Corte 2012, Pêra-Grave 2014 e outros...

Da esquerda para a direita... Quinta do Valdoeiro Syrah 2010, levado por este que vos escreve. Vinho frutado, aromas de amoras maduras, baunilha, café e chocolate. Muito redondo em boca, taninos sedosos e toque de especiarias. Levei embrulhado, ninguém acertou, mas todos gostaram. Na primeira impressão o JP acertou ser um Syrah... Mas acabou mudando de opinião e dançou. O mais barato da noite, e brigou com todos, sem nenhum pudor. Syrah da Bairrada... Ótima compra! Do lado dele, um Pulenta VII Gran Corte 2012, levado pelo Paulinho. Vinho denso, feito com Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot e Tannat. No começo, nervoso, mas com um pouco de tempo na taça mostrou complexidade, com um mentolado gostoso. Rico em frutas e fundo tostado. Suplica por uma carne. Novo ainda, e deve evoluir muito bem. Do lado dele, um queridinho da turma: Lindaflor 2010. Mais um 2010 na noite... Levado pelo Caião. Denso, concentrado, Malbec de manual. Notas de ameixa e achocolatadas. Final longo, como sempre. A única coisa é que meu fígado já não tá encarando com tanta disposição sua potencia. A turma gosta muito. Prova disso é que, na mesma noite, o JP também levou uma garrafa do mesmo ano. Liquidação na fronteira dá nisso...rs. O Little John levou um Cuvelier de los Andes Gran Vin 2009. O vinho também é um corte, parecido com o Pulenta. A família proprietária também é dona do Chateau Leoville-Poyferré e Le Crock, em Bordeaux. Tem assessoria do onipresente Michel Rolland. Malbec cortada com Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Petit Verdot. Muita fruta madura, estilo Michel Rolland, com notas especiadas, de chocolate e café. Acho que deve estar como vai ficar o Pulenta acima daqui a uns anos. Potencial para aguentar bastante na adega. O Tonzinho levou (de novo) um Campo Viejo Gran Reserva 2010. Bem, o vinho já pintou por aqui (clique). Eu não sou muito fã dos Campo Viejo, mas aqui a safra ajudou bastante. Está bem acertado o vinho. Ufa... Ainda faltam dois. E foram dois que mais gostei, junto com o Valdoeiro. O Thiago levou o Pêra-Grave 2014, feito pela Quinta de São José de Peramanca. É feito com Aragonez, Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet, com estagio de 12 meses em barricas de segundo uso. Fruta bonita, fresca, em meio a chocolate amargo. Em boca, bom frescor e mineralidade, com taninos finos e sedosos. Uma delícia de vinho, muito agradável. O de entrada da vinícola, que tem me surpreendido. Logo escrevo sobre o Pêra-Velha Grande Reserva, seu vinho top. E para finalizar, um vinho de categoria levado pelo Paolão: Harmonium Nero d'Avola 2010, da vinícola Firriato. O vinho é feito com Nero d'Avola de três vinhedos únicos, selecionados. Estagia um ano em barricas francesas e americanas. É um vinho muito rico em aromas, com notas de amoras e cerejas, em meio a cacau e ervas. Em boca, boa textura, acidez correta e taninos redondos. É bem complexo e vai mudando com tempo em taça. O toque de ervas e fundo mineral dão um charme ao vinho, que, diferente de muitos exemplares feitos com esta casta, não tem aquele dulçor e concentração que às vezes enjoam. Para quem torce o nariz para a Nero d'Avola, por estes motivo, este é uma ótima pedida. Acompanhamento perfeito para massa com molho vermelho. 
Conclusão da noite: Bebi mais dos mais baratos Quinta do Valdoeiro Syrah e Pêra-Grave. Depois, partindo para os mais caros, destaque para o Harmonium.