sábado, 27 de novembro de 2010

Señorio de San Vicente 1999, Quintas de Pancas Reserva Especial 2003 e Tokaji Disznoko 1993


Hoje à tarde, e entrando pela noite, tomamos 3 vinhos que me marcaram. Há tempos não tinhamos uma experiência tão bem sucedida. Bem, a comida estava boa: Cordeiro, Bife do Açougueiro, Picanha... e os vinhos, maravilhosos. As companhias agradabilíssimas: Paulão e João Paulo. Vamos aos vinhos. 
O primeiro deles foi um que eu trouxe de Campello, cidadezinha vizinha de Alicante, Espanha. Um Señorio de San Vicente 1999. Um estrondo. Tempranillo envelhecido, de Rioja, de cor atijolada, aromas de cereja e especiados. Em boca, elegante ao extremos e com taninos mais que redondos. O vinho foi ganhando muito depois que foi respirando. Difícil bater este danado - Primeira linha! Se for à Espanha, guarde um lugar na mala para um destes.
O segundo foi um trazido pelo Paulão, o Quinta de Pancas Reserva Especial 2003, de Estremadura (atual Lisboa). Os vinhos da Quinta de Pancas não seguem modernismos. São vinhos elegantes, de corpo médio e que agradam por seu equilibrio e boa fruta. Este estava sensacional. Apesar da idade ainda mostrava boa fruta, principalmente cereja. Depois de um tempo podia-se notar morango, como um borgonha. Complexidade sem igual. Sensacional! Esse não mais, mas outros 2003 devem ter ainda alguns anos de vida. 
E para fechar, abri um Tokaji 1993 5 Puttonyos, da Disznoko. Comprei este vinho também em Campello, sem saber que tinha sido o sexto vinho da WS em 1998. A cor do danado é diferente de todos os outros Tokaji que já bebi. Vejam a foto do vinho na taça ao lado da garrafa. Cor escura, como um bom tinto. Incrível! Parecia um néctar dos Deuses! O melhor Tokaji que já experimentei. No nariz, além do Botrytis, sentia-se uma complexidade incrível. O mais impressionante era o aroma de coco queimado, que combinou demais com o bolo de côco e ameixa que minha amada Terumi comprou. Realmente, uma experiência sem igual. Ainda bem que tenho outra garrafa...

Falesco 2006 - Sangiovese Umbria

Adquiri algumas garrafas do Falesco 2006 da Worldwine e tomei uma ontem acompanhando uma lasanha. Nada melhor que um bom vinho italiano acompanhando um prato da mesma procedência. Aliás, esta é uma maneira de acertar na harmonização: Combine pratos com vinhos da mesma região e nacionalidade. A Úmbria é a terra do Orvieto e da Sagrantino. Esta última gera vinhos bastante firmes. É também a terra do produtor Lungarotti, que faz um Rubesco de primeiríssima, utilizando a Sangiovese e a Canaiolo. A sangiovese é muito popular na Úmbria e faz vinhos perfeitos para acompanhar uma boa massa. Este Falesco 2006 é rubi escuro opaco. Na boca é seco, corpo médio para encorpado, com taninos presentes, mas bem integrados. Notas de amoras e um toque leve de baunilha. A WS lhe outorgou 90 pontos, que achei merecidos. Um belo vinho com um bom preço, para acompanhar almoços de domingo com a família.

Val de Flores 2005 - Paulão tá abusando...

O amigo Paulo levou nesta última quinta um Val de Flores 2005. É um vinho Top de Mendoza, talhado com a consultoria do onipresente Michel Rolland com vinhas de mais de 50 anos de idade da uva Malbec. O vinho foi envelhecido por 14 meses em barricas de carvalho francês novas e engarrafado sem filtragem. É um vinho escuro, tendendo ao roxo, muito perfumado, com notas de mirtilo, cereja e café. Na boca é muito elegante, sem o excesso de doce usual da Malbec. Os taninos são sedosos e o final é muito longo. Deve envelhecer que é uma beleza! Valeu Paulão!
O amigo João Paulo levou um sempre bom Duas Quintas 2007 que já foi comentado aqui neste blog. É uma pedida certa. O amigo Tom levou um Uruguayo que, segundo o João Paulo, lhe garantiu a renovação da carteirinha "Palo Alto"... Um  dia explico. O vinho é de Tannat e se chamava Estancias Antiguas, do ano de 2007. É um vinho com pouco álcool, o que me agrada, e a primeira vista parecia um vinho com bom nariz, lembrando estrebaria, couro... Mas com o tempo este aspecto foi se acentuando e também se apresentava na boca fortemente. Ou seja, troféu "Palo Alto" prá ele!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Vinum Cellars, Anthony Dell e o número 9 do ano Carm Reserva 2007

Recebemos ontem em casa os amigos Carlos, Marcelo e Vanessa para uns petiscos e uns vinhos, claro. Os amigos Carlos e Marcelo levaram dois vinhos norte-americanos, o Vinum Cellars Cabernet Sauvignon 2006 e o Anthony Dell 2006.
Vinum Cellars é uma pequena e nova vinicola do Napa Valley, Califórnia, fundada em 1997, e que trabalha com uvas de áreas frias e costeiras. São vinhos feitos em pequenos lotes e de maneira artesanal. É um vinho robusto, escuro, e equilibrado para os seus 14,9% de álcool, com taninos bem ajustados. O nariz é muito bom, com notas de framboesa, chocolate, leve cereja e tostados. Lembra bons cabernets chilenos, mas sem a presença do mentol e/ou eucaliptol. Um belo vinho.
O Anthony Dell é da Anthony Dell Cellars, de  Mcminnville, Oregon, também uma pequena vinícola fundada em 2002, que utiliza tratamento natural para possíveis doenças nas plantas, além de corujas para evitar ataque de roedores. O que bebemos é um Red del Rio 2006, que é um corte de Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon e Merlot, quase que nas mesmas proporções. É um vinho equilibrado, com predominancia da Cabernet Sauvignon mas com notas apimentadas da Cabernet Franc aparecendo depois de um tempo de garrafa aberta. Eu gostei muito do vinho, que é um smart buy.
Eu ofereci aos amigos o Carm Reserva 2007, que foi o número 9 do ano da Wine Spectator este ano, levando 94 pontos da revista. É um vinho feito com Touriga Nacional, Tinta Roriz, Touriga Franca e a pouco conhecida Tinta Francisca. O vinho estagiou 18 meses em barricas usadas de carvalho frances e americano, o que lhe aportou muita elegância e complexidade, sem deixar o exagero da madeira nova. As notas de baunilha aparecem muito sutilmente. É um vinho de cor vermelha forte, opaca, com aromas complexos de frutas vermelhas silvestres, kirsch e notas florais aportadas pela Touriga Nacional. Me lembrou muito o Vallado Reserva 2007, estando, no entanto, mais aberto que este. Na boca é encorpado, frutado, fresco e com final bem longo. Como citado na Wine Spectator, ainda é um bebê, e deve ganhar muito com alguns anos de adega. Um grande vinho a um preço bem melhor que outros de menos categoria. Aposta certa! Vendido pela Worldwine.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

TOP 100 Wine Spectator 2010 - acertei alguns...

Saiu a lista dos TOP 100 da Wine Spectator, a qual coloco a seguir. Depois de ter falado sobre a presença forte dos Americanos (ver post http://vinhobao.blogspot.com/2010/11/contagem-regressiva-para-os-top-10-2010.html) e ter sugerido o Saxum e Flaccianello na lista, matei outros, como o Achaval, Colomé, De Martino Syrah, Dow Vintage 2007, Schrader Cellars, Quinta do Vallado Reserva 2007, LAN, Chianti Frescobaldi e outros 2007, Modus 2007 etc... Como boas surpresas o Veramonte Pinot Noir e o La Viña Syrah e o Trapiche Viña Fausto. Senti falta de uns brancos Chilenos que a meu ver mereciam. Bons Alemães aparecem, como Robert Weill. Os Australianos como sempre. Por outro lado, nomes como Catena, Hormigas e Montes, sempre presentes, não figuraram este ano. Vai a lista definitiva. Deixei os preços para ver o quanto pagamos aqui... Depois da colocação está a pontuação de cada vinho.


#      pts      U$                                Vinho
-------------------------------------------------------------------------
1      98      $67      Saxum!James Berry Vineyard Paso Robles 2007

2      94      $55      Two Hands!Shiraz Barossa Valley Bella’s Garden 2008

3      97      $85      Peter Michael!Chardonnay Sonoma County Ma Belle-Fille 2008

4      97      $125     Revana!Cabernet Sauvignon St. Helena 2007

5      96      $85      Altamura!Cabernet Sauvignon Napa Valley 2007

6      94      $45      Paul Hobbs!Pinot Noir Russian River Valley 2008

7      94      $20      Schild!Shiraz Barossa 2008

8      95      $110      Fontodi!Colli della Toscana Centrale Flaccianello 2007

9      94      $27      CARM!Douro Reserva 2007

10    95      $100      Clos des Papes!Châteauneuf-du-Pape White 2009

11      96      $48      Mount Eden Vineyards!Chardonnay Santa Cruz Mountains 2006

12      94      $52      Kosta Browne!Pinot Noir Russian River Valley 2008

13      97      $74      Alban!Syrah Edna Valley Alban Estate Reva 2006

14      100      $80      Dow!Vintage Port 2007

15      100      $150      Schrader Cellars!Cabernet Sauvignon Napa Valley CCS Beckstoffer To Kalon Vineyard 2007

16      98      $175      Staglin!Cabernet Sauvignon Rutherford 25th Anniversary Selection 2007

17      95      $38      Tensley!Syrah Santa Barbara County Colson Canyon Vineyard 2008

18      94      $40      Hall!Cabernet Sauvignon Napa Valley 2006

19      95      $40      Coho!Headwaters Napa Valley 2007

20      96      $40      Carlisle!Zinfandel Russian River Valley Papera Ranch 2007

21      95      $60      Ridge!Chardonnay Santa Cruz Mountains Monte Bello 2006

22      96      $65      Quinta do Vallado!Douro Reserva 2007

23      97      $45      Owen Roe!Syrah Yakima Valley Red Willow Vineyard Chapel Block 2008

24      98      $125      Maybach!Cabernet Sauvignon Oakville Materium Weitz Vineyard 2007

25      96      $35      Ruffino!Toscana Modus 2007

26      94      $35      Bodegas Resalte de Peñafiel!Ribera del Duero Crianza 2005

27      96      $80      Aubert!Chardonnay Sonoma Coast Ritchie Vineyard 2008

28      94      $39      The Royal Tokaji Wine Co.!Tokaji Aszú 5 Puttonyos Red Label 2006 (500ml)

29      93      $22      Zaca Mesa!Syrah Santa Ynez Valley 2006

30      95      $85      Ramey!Cabernet Sauvignon Napa Valley Annum 2007

31      96      $95      Terralsole!Brunello di Montalcino Riserva 2004

32      96      $65      Evening Land!Pinot Noir Eola-Amity Hills Seven Springs Vineyard La Source 2008

33      94      $50      Tablas Creek!Esprit de Beaucastel Paso Robles 2007

34      94      $56      Pride!Merlot Sonoma-Napa Counties 2007

35      99      $535 Château de Beaucastel!Châteauneuf-du- Pape Hommage à Jacques Perrin Grande Cuvée 2007

36      94      $70      Zenato!Amarone della Valpolicella Classico 2006

37      95      $35      Bedrock!The Bedrock Heirloom Sonoma Valley 2008

38      93      $25      Hijos de Antonio Barceló!Ribera del Duero Viña Mayor Reserva 2004

39      92      $24      Domaine Le Colombier!Vacqueyras Cuvée G. 2007

40      93      $30      Viticcio!Chianti Classico Riserva 2007

41      93      $25      Goose Ridge!Vireo Columbia Valley 2006

42      93      $39      Craggy Range!Pinot Noir Martinborough Te Muna Road Vineyard 2008

43      91      $15      Columbia Crest!Merlot Horse Heaven Hills H3 2007

44      90      $12      Bodegas LAN!Rioja Crianza 2006

45      91      $16      Yealands!Pinot Noir Marlborough 2008

46      92      $22      Waterbrook!Merlot Columbia Valley Reserve 2007

47      90      $17      Castello d’Albola!Chianti Classico 2007

48      90      $20      Mumm Napa!Brut Napa Valley Prestige NV

49      90      $16      Tamarack!Firehouse Red Columbia Valley 2008

50      91      $17      Château de Flaugergues!Coteaux du Languedoc La Méjanelle Cuvée Sommelière 2007

51      91      $19      Attems!Pinot Grigio Venezia-Giulia 2008

52      91      $19      Bodegas Beronia!Rioja Reserva 2005

53      93      $52      Godmé Père & Fils!Brut Champagne Réserve NV

54      95      $82      Doubleback!Cabernet Sauvignon Walla Walla Valley 2007

55      94      $90      Mollydooker!Shiraz McLaren Vale Carnival of Love 2009

56      91      $21      Concha y Toro!Cabernet Sauvignon Puente Alto Marqués de Casa Concha 2007

57      92      $19      St.-Urbans-Hof!Riesling Kabinett Mosel Ockfen Bockstein 2009

58      91      $18      Bodegas Ondarre!Rioja Reserva 2004

59      95      $75      Christian Moreau Père & Fils!Chablis Les Clos 2008

60      94      $125      Didier Dagueneau!Pouilly-Fumé Silex 2007

61      91      $22      Fetish!Shiraz Barossa Valley The Watcher 2008

62      92      $25      Trimbach!Riesling Alsace Réserve 2008

63      90      $11      d’Arenberg!The Stump Jump Red South Australia 2008

64      90      $13      Bouza do Rei!Albariño Rias Baixas Lagar 2009

65      91      $20      Marchesi de’ Frescobaldi!Chianti Rufina Castello di Nipozzano Riserva 2007

66      91      $25      Bodega Colomé!Malbec Calchaquí Valley 2008

67      92      $28      Domaine Les Pallières!Gigondas Terrasse du Diable 2007

68      91      $25      Achával-Ferrer!Malbec Mendoza 2009

69      91      $28      Orin Swift!Zinfandel California Saldo 2008

70      91      $20      Schloss Vollrads!Riesling Kabinett Rheingau 2008

71      92      $30      Roco!Pinot Noir Willamette Valley 2008

72      91      $24      Knoll!Grüner Veltliner Federspiel Trocken Wachau Loibner 2008

73      92      $32      Dominio de Atauta!Ribera del Duero 2006

74      90      $15      Durigutti!Malbec Mendoza 2008

75      90      $20      A to Z Wineworks!Pinot Noir Oregon 2008

76      90      $16      J.-C. Pichot!Vouvray Domaine Le Peu de la Moriette 2008

77      90      $16      Peter Lehmann!Clancy’s Barossa 2007

78      92      $35      Perrin & Fils!Gigondas La Gille 2007

79      90      $19      Elk Cove!Pinot Gris Willamette Valley 2009

80      90      $18      Viña Nora!Rias Baixas 2008

81      93      $48      Robert Weil!Riesling Qualitätswein Trocken Rheingau Kiedrich Turmberg 2009

82      93      $48      Trapiche!Malbec Mendoza Viña Fausto Orellana de Escobar 2007

83      90      $25      Avignonesi!Vino Nobile di Montepulciano 2007

84      91      $16      Pagos de Familia Marqués de Griñon!Syrah- Petit Verdot Dominio de Valdepusa Caliza 2006

85      91      $16      Château de Lascaux!Coteaux du Languedoc 2008

86      91      $19      Koutsoyiannopoulos!Santorini 2009

87      90      $20      Veramonte!Pinot Noir Casablanca Valley Ritual 2008

88      90      $18      St.-Cosme!Côtes du Rhône 2009

89      91      $23      Agricola La Viña!Syrah Colchagua Valley Polkura 2008

90      90      $20      Bodega Norton!Malbec Mendoza Reserva 2007

91      94      $145      Domaine Leflaive!Puligny-Montrachet Clavoillon 2007

92      90      $15      De Martino!Syrah Choapa Valley Legado Reserva 2007

93      90      $16      Stadt Krems!Grüner Veltliner Qualitätswein Trocken Kremstal 2008

94      90      $18      Louis Jadot!Moulin-à-Vent Château des Jacques 2009

95      90      $18      Château de la Greffière!Mâcon-La Roche Vineuse Vieilles Vignes 2008

96      90      $30      Château Rollan de By!Médoc 2008

97      91      $23      Hermann J. Wiemer!Riesling Finger Lakes Dry Reserve 2008

98      92      $61      Bouchard Père & Fils!Volnay Caillerets Ancienne Cuvée Carnot Domaine 2008

99      91      $35      Domaine Tempier!Bandol Rosé 2009

100      91      $35      Kanonkop!Pinotage Simonsberg-Stellenbosch 2008

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Le Beaujolais Noveau est arrivé à São Carlos

Amigo Paulo chegando com a caixa de Beajolais 2010
Hoje a noite tomamos o Beaujolais Noveau 2010 de Joseph Drouhin na casa do Tom, acompanhando o seu já famoso Galeto Braseado com polenta. Nosso amigo Paulo, dono do Hotel San Ciro em São Carlos foi o único na cidade a receber o vinho no mesmo dia da chegada na Mistral. O Beaujolais de Drouhin é considerado um dos melhores, e este de 2010 estava bem legal, pois foi um ano de baixíssimo rendimento. Beber o Beaujolais na terceira quinta do mês de novembro é uma tradição mundial, iniciada na França no início do século passado. É um momento alegre e festivo, que tivemos o prazer de celebrar na confraria. O vinho fresco, vivo, com uma cor vermelho púrpura bonita, e notas de framboeza, cassis, cereja e um fundinho de jaboticaba. Gostoso sozinho e mais ainda com o maravilhoso Galeto Braseado do Tom. Uma noite inesquecível!
Caio (esquerda) apreciando a habilidade do Tom (direita) com os Galetos
A turma (Fernando, Paulo e ao fundo Rodrigo e João Paulo) apreciando o danado.
Beajoulais Noveau 2010 de Joseph Drouhin

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

SAXUM 2007 - O number one da Wine Spectator em 2010

Como eu havia previsto, os americanos estariam fortes na lista dos TOP 10. Este ano a presença foi massiva, diferente dos anos anteriores. Apesar de considerar que os vinhos são bons e têm bom preço, fiquei decepcionado, pois outros grandes vinhos ficaram de fora. Espero que apareçam no restante da lista. Bem, mas vai a seguir o grande campeão, o Saxum James Berry Vineyard Paso Robles 2007, citado por mim em minha postagem do dia 15 como um forte candidato, mas não pensava que seria o primeiro ("Os americanos devem estar fortemente presentes na lista, como sempre. Vou arriscar Schrader Cellars 2007, Saxum e um Caymus Special Selection 2007" - http://vinhobao.blogspot.com/2010/11/contagem-regressiva-para-os-top-10-2010.html). O vinho deve ser no velho estilo americano, que combina potência e elegância. É um corte de Grenache, Mourvèdre and Syrah. Bem, bateu os Cabs!


--------------------------------------------------------------------

VINHO DO ANO - SAXUM 2007


Saxum - James Berry Vineyard Paso Robles 2007 - 98 points

In 1998, when 28-year-old Justin Smith started Saxum, Paso Robles was a sleepy Central Coast area. Now the wine region is one of California’s fastest-growing. West Paso has a magical combination of rocky limestone soils, rolling hillsides and a not-too-cool climate that gives red Rhône varieties a firm structure to frame their rich, dark berry flavors.
Smith, who owns the 3,000-case winery with his wife, Heather, creates wines of distinctive character, depth and personality. In 2007, a near-perfect vintage, Saxum’s wines reached new heights. The 2007 James Berry Vineyard Paso Robles is a blend of Grenache, Mourvèdre and Syrah from a vineyard named after Smith’s father. The three varieties are aged 20 months in new and used barriques and large puncheons, to emphasize fruit purity. With its classic quality and reasonable price, this wine is a testament that Paso Robles has earned its place on the world stage.

Comentário da Wine Spectator sobre o vinho, destacando que é um vinho incrível, denso, rico e cheio de camadas, oferecendo uma mistura de potência e finesse:

An amazing wine, dense, rich and layered, offering a mix of power and finesse, with concentrated dark berry fruit, mineral, sage, herb and cedar notes that are pure, intense, focused and persistent. Grenache, Mourvèdre and Syrah. Drink now through 2018. – JL

Mais um americano nos TOP 10 - 3th e 2nd

Como eu havia previsto, os americanos estariam em peso na lista. Mais um aqui, também da Califórnia, mas agora um branco, o Peter Michael Chardonnay Sonoma County Ma Belle-Fille 2008. Em segundo ficou o Two hands Shiraz Bella's Garden 2008, Australiano vendido pela Mistral. O da safra de 2005 já havia faturado o quinto lugar na lista de 2007. Fica também na classe de vinhos concentrados.

Na próxima postagem vem o number one! Será que é americano???

----------------------------------------------------------------------
3 - Peter Michael Chardonnay Sonoma County Ma Belle-Fille 2008

97 points

Ma Belle-Fille is the youngest vineyard on the winery’s Knights Valley estate, as well as the highest, reaching an elevation of 1,900 feet, and is quickly becoming the winery’s best source for Chardonnay. It’s a cool location but situated above the summer fog line, allowing for excellent sun exposure. Winemaker Nick Morlet uses native yeast; the wine is 100 percent barrel-fermented in French oak.

 
 
 
 
 
-----------------------------------------------------------------------
2 - Two Hands Shiraz Barossa Valley Bella’s Garden 2008

94 points



Managing partner Michael Twelftree and winemaker Matt Wenk have found a winning formula with their Garden Series, an umbrella of six different Shiraz wines, each sourced from vineyards located in subappellations of South Australia. The Barossa bottling, Bella’s Garden, has reached the Top 100 a total of six times since its first release (the 2001 vintage). Wenk used 18 percent new French oak hogsheads, minimal fining and no filtration to produce this fresh-tasting, complex wine.

TOP 10 da WS: Vinhos 5 e 4

A Winespectator acabou de divulgar o 5th e o 4th vinho da lista dos TOP 10, os quais, posto a seguir transcrevendo por completo os comentários da revista. Como eu previa, os americanos estariam fortes... Já são 3 californianos nos TOP 10. Será que vem mais?

-----------------------------------------------------------------

5 - Altamura Cabernet Sauvignon Napa Valley 2007

96 points

Altamura comes from one of the least-known corners of Napa, a small, remote area called Wooden Valley. Northeast of the city of Napa, this area is distinguished by a dramatic fog bank and cooler climate, and subsequently a longer growing season; temperatures here can be as many as 10 degrees lower than the Napa Valley average. Frank and Karen Altamura started planting grapes on their 400-acre family ranch in 1985. They also make Sangiovese and Sauvignon Blanc.

------------------------------------------------------------------
6- Revana Cabernet Sauvignon St. Helena 2007

97 points

Houston cardiologist Madaiah Revana grew up in rural India, immigrated to America and caught the wine bug. In 1998, he planted 9 acres of grapes north of St. Helena, across Highway 29 from Grace Family. This 2007 is Revana’s best effort to date. Winemaker Heidi Peterson Barrett ferments small lots and ages them separately for 20 months in French oak (40 percent new) before making the final blend of 92 percent Cabernet Sauvignon, with Petit Verdot and Cabernet Franc.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Schild Shiraz e Paul Hobbs Pinot - 7th e 6th dos TOP 10

Saiu agora há pouco o número 7 e número 6 da lista dos TOP 10. O número 7 é um vinho de entrada da vínicola Australiana Schild. Vinho de bom preço. Os vinhos da vinícola são vendidos no Brasil pela importadora Decanter. Só não estou certo se tem o 2008. Outro detalhe: A Decanter tem um excelente portfólio, mas seu site deixa muito a desejar.
----------------------------------------------------------
7 - Schild Shiraz Barossa 2008

94 points

Schild’s entry-level Shiraz has all of the stuffing of a blue-chip bottling, but sells for a fraction of the price of other brands. The winery is able to achieve this because it’s one of the largest independent growers in the Barossa, with more than 400 acres under vine. Winemakers Jo Irvine and Scott Hazeldine used grapes from the cooler southern Barossa to produce this polished and complex red that was aged in both new and used American oak.

Nota pós-postagem: Veja postagem sobre a apreciação deste vinho (clique aqui)

---------------------------------------------------------

O sexto vinho é do famoso Paul Hobbs. Aqui aparece o primeiro americano. Tive o prazer de degustá-lo no último encontro Mistral, representante da vinicola. É um excelente Pinot.

6 - Paul Hobbs Pinot Noir Russian River Valley 2008

94 points

Paul Hobbs made this exceptional Pinot Noir in a tricky year and made it in considerable volume, a challenge to most vintners. Hobbs founded his own label in 1991, but also consults for dozens of clients in California, Argentina, Chile and Hungary. This bottling is one of six different 2008 California Pinot Noirs from Hobbs; the grapes for this one come from six vineyards in Russian River Valley, including the Lindsey Estate, Valdez and Walker Station.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Contagem regressiva para os TOP 10 2010 da WineSpectator

Como faz todo ano, a WineSpectator está fazendo a contagem regressiva para os TOP 10 do ano. Vou divulgar nesta postagem os números 10, 9 e 8. Amanhã postarei mais. Este ano estava certo que algum Douro 2007 teria boa colocação entre os 10. Eu apostava minhas fichas nos Vallado. Também estou apostando fichas nos vinhos italianos da D'Alessandro, que faz excelentes syrah, como os Il Bosco. O Migliara 2006 é um candidato forte. Boto ainda fé no Ruffino Modus 2007, que pode ser uma grande e bela surpresa. Está mesmo é dificil achar o danado no Brasil. Bem, entre os 100 algumas figurinhas carimbadas devem figurar. Clos des Papes é sempre candidato forte. Do novo mundo, aqui pertinho, algum Catena sempre emplaca (os Malbecs de vinhedos únicos são concorrentes fortes), assim como Achaval e Las Hormigas Reserva. Eu apostaria no Luca Malbec e também em um Alta Vista. No campo de bom custo benefício os Colomé e La Posta. Do Chile, a Casa Lapostolle e Montes aparecem com frequência, mas eu ficaria feliz em ver este ano alguma novidade, como Maycas de Limarí, De Martino e Casa Marin, principalmente se forem Syrah, Sauvignon Blanc ou Chardonnay. Seria legal ver um La Joya Syrah pegando um bom lugar... Dos espanhois, gostaria muito de ver um Tondonia branco na lista, ou um tinto, como o Bosconia. Ainda nos espanhois, Bodegas Muga, LAN e Numanthia podem constar na lista. Eu arriscaria também um Castro Ventosa e Pago de Capellanes. Dos italianos aposto nos Chianti 2007. Nestes, os candidatos devem ser Viticcio, Ricasoli, Fontodi e Frescobaldi. A Toscana deve ainda emplacar alguns de 2008, como o Oreno.  Os americanos devem estar fortemente presentes na lista, como sempre. Vou arriscar Schrader Cellars 2007, Saxum e um Caymus Special Selection 2007. E como não ter um Porto Vintage 2007 na lista? Eu arrisco um Dow´s Vintage Port 2007 e um Vesúvio Capela. Para mim, os portugueses 2007 poderão vir forte na lista. Quanto aos alemães, fica difícil arriscar, mesmo porque, seria dificil escrever os nomes. Mas não há como não ter alguns na lista, pois seus brancos são os mais bem pontuados e melhor custo benefício não há. Vamos ver no que dá!
Abaixo vai o décimo deste ano, o Clos des Papes branco 2009. Esta vinicola, que está acostumada a faturar prêmios com seus tintos, pega agora o décimo lugar com seu Chateauneuf branco. Eu, infelizmente, não tive muita sorte quando tentei comprar o Clos des Papes 2005 tinto da Premium Wines, de Belo Horizonte. Depois de saber que ele havia faturado o primeiro lugar, no dia seguinte encomendei duas garrafas. Passei o endereço de entrega e tudo mais e quando fui pagar disseram que só poderiam vender em uma cesta com outros vinhos... Pois é... Triste, né? Transcrevo em inglês os comentários da WS sobre o décimo, nono e oitavo colocados deste ano:


10 - Clos des Papes


Châteauneuf-du-Pape White 2009

95 points

France

Clos des Papes is widely recognized for its red cuvée (its 2005 earned Wine of the Year in 2007), but this estate also produces one of the appellation’s best whites. From the Southern Rhône’s excellent 2009 vintage, this wine blends equal parts Grenache Blanc, Clairette, Roussanne, Picpoul and Bourboulenc. To retain freshness, Vincent Avril fermented the wine in stainless steel tanks and avoided malolactic conversion. This white will benefit from a few years in the cellar.

--------------------------------------------------------------
O nono colocado procurei como um louco para comprar meses atrás e não encontrei no Brasil. A Worldwine, representante da Carm, já o recebeu. Inclusive, tem uma opção para presente muito interessante e a bom preço. 


9 - CARM Douro Reserva 2007

94 points

Portugal

CARM stands for Casa Agrícola Roboredo Madeira. The Madeira family has owned vineyards in the Douro Valley since the 1600s, but until a decade ago, they were more focused on olive trees than their 150 acres of vines. Energetic Rui Roboredo Madeira has been the winemaker since 1999, farming seven vineyards at the extremely dry upper end of the Douro. The reserva is a blend of mostly Touriga Nacional, with some Touriga Franca and Tinta Roriz, aged in French and American.

--------------------------------------------------------------------
O oitavo colocado é de uma vinicola que sempre está entre os 100: A Fontodi, produtora do famoso Flaccianello. Só para recordar, o Flaccianello 2006 obteve 99 pontos da WS e foi também o oitavo no ano passado! Que coincidência... Quando eu beber uma das garrafas que tenho na adega postarei aqui. Flaccianello é sempre vinho de respeito, e que deve descansar em adega antes de ser apreciado. O oitavo este ano foi o Flaccianello 2007. Bem, a safra de 2007 na Toscana foi tão boa quanto à de 2006, e este puro Sangiovese deve estar uma beleza! A propósito, os vinhos da Fontodi são encontrados na Vinci, e podem, obviamente, ser adquiridos individualmente...

8 - Fontodi - Colli della Toscana Centrale - Flaccianello 2007

95 points

Italy

The area around Fontodi’s property in Panzano is known as the Conca d’Oro, or Golden Shell, for its heat-trapping amphitheater shape, excellent for ripening grapes. Flaccianello, 100 percent Sangiovese, is a selection of the estate’s best grapes. The 2007 was fermented in stainless steel, transferred to oak barrels for malolactic fermentation and aged in new French oak for 18 months. This is the third Top 10 appearance for Flaccianello and owner Giovanni Manetti this decade.

--------------------------------------------------------------------

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Confraria: Amancaya, Cuvee Alexandre Merlot e Mitolo

Bons vinhos ontem na confraria. Só o que eu levei que estava bem ruinzinho, a meu ver... Então nem comentarei sobre ele. O João Paulo levou um vinho que gosto muito e que tem uma relação custo-benefício invejável: O Amancaya. Este argentino de sangue francês é das Bodegas Caro, uma parceria entre a Catena Zapata e Chateau Lafite Rothschild. É o irmão mais novo do Caro, um excelente vinho e que não é tão caro assim. Este Amancaya 2009 estava uma delícia. Caminha em direção ao seu irmão mais velho. Apesar de novo apresentava muita elegância e frutas na medida. Outros que bebi, de safras anteriores, tinham uma presença muito forte da Cabernet e madeira, além de uma acidez um pouco alta. Este estava no ponto. Equilibrio perfeito entre a fruta da Malbec (50%) e a elegância da Cabernet Sauvignon (50%). Vinho sedoso, redondo, equilibrado, com notas de cassis, ameixa e cereja. E como casou bem com aquela polenta frita do Ciao Bello...
O Paulão levou um vinho de um produtor que gosto muito: Casa Lapostolle. É o produtor mais francês no Chile. Seus vinhos são páreo para muitos franceses bem mais caros. Aliás, um dos melhores cabernet sauvignon que bebi do Chile foi um Cuvee Alexandre 2001, bebido em 2008. São vinhos que envelhecem muito bem. O vinho levado pelo Paulão era um Cuvée Alexandre Merlot, de 2007. O vinho conta com 85% de Merlot e 15% de Carmenére de vinhedos de Apalta de mais de 60 anos de idade. Estava ótimo. Vinho encorpado e com personalidade. No entanto, penso que está muito novo. A carmenére lhe aporta notas clássicas de pimenta que ainda estão sobrepujando a fruta. E os taninos ainda pegam um pouco. É vinho para decantar e o melhor seria esperar um tempinho na adega. Mas em pouco tempo deve arredondar os taninos e alcançar um equilibrio que o deixará muito melhor que muitos franceses que chegam aqui pelo dobro do preço.
O Rodrigo e Tom fizeram um doblé! Pela primeira vez na confraria dois confrades levaram o mesmo vinho! Era um vinho bom, aliás. Um Mitolo Jester Shiraz 2004. É um vinho típico Australiano, denso e com muita fruta. Este estava bem sedoso, frutado (ameixa e amora) mas confesso que o achei um pouco doce para o meu gosto. Prefiro um pouco mais de taninos e acidez, como os do Rhone. É um vinho que deve envelhecer bem.

sábado, 6 de novembro de 2010

Segunda na Casa do João Paulo: Esporão Garrafeira 1999 e Alma Negra 2007

Na última segunda, dia 01 de novembro, fomos a casa do João Paulo dar uma "estudada" nos vinhos que comporão nosso jantar de final de ano. O negócio estará bom, como todos os anos. Este ano o Vega, Canon La Gaffeliere, Lafite etc., darão lugar a outros... A lista inclui Pera Manca, Telmo Rodriguez, Rieussec, Baumard, dentre outros... Não estragarei a surpresa... O único que estava disponível para a reunião era o Caio, que aliás, só foi depois de saber que abriríamos o Esporão Garrafeira 1999 que o João Paulo me deu... Acompanhando uma bela picanha, uns espetinhos de cordeiro, Queijo da Mó... Bem, o Esporão é certeza de felicidade. Este, que é um corte de Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Trincadeira e Aragonês, estava já na sua maturidade, com uma bela cor de tijolo e um halo de evolução de um senhor. A borra era espessa no fundo da garrafa. Ou seja, tudo de bom! A fruta, claro, já não era tão presente, mas ainda se notava a cereja e amora maduras. Notas de tabaco, couro, folhas secas (chá) e alcaçuz. Um vinho maduro e elegante. Belo presente João Paulo!
Bem, mas como nem tudo são flores, e o Caio reclamou que só falo bem dos vinhos... Terei que descer a lenha em um que o querido João Paulo abriu prá gente. O Alma Negra 2007 do simpático Ernesto Catena foi decepção geral. O corte é um mistério, mas a Malbec não deve faltar, assim como a Bonarda, a qual aparece pela fruta muito forte. Não que eu seja contra a Bonarda. Aliás, já bebi bons vinhos feitos com ela (Colonia las liebres, de Altos las hormigas e Nieto Senetiner). Este Alma Negra é doce tanto no nariz quanto na boca. Xarope puro! Vinho para novo-mundista que se encanta com vinhos potentes, bombas de fruta e madeira... Bem amigo João Paulo, este não teve jeito. Tive que quebrar meu protocolo, que é não comentar sobre vinhos que não gostei... Mas foi a pedido do Caio, o qual disse que eu estou muito bonzinho! Bem, mas você tem um saldo mais que positivo. E ainda bem que também não gostou... É aquele negócio: Você pode levar flores prá esposa todos os dias, mas se esquecer um... tá ferrado!