Mostrando postagens com marcador Marques de Murrieta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marques de Murrieta. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Dois amigões, dois vinhões: Newton Chardonnay 2011 e Castillo Ygay Gran Reserva Especial 2005!

O Paolão ligou chamando para comermos algo em sua casa e obviamente, mandar ver em uns vinhões, por que ninguém é de ferro. Terça-feira brava e lá fui eu, carregando um espanhol de estirpe debaixo do braço. Chegando lá, o Paolão já havia aberto um Newton Chardonnay 2011 para iniciarmos os serviços. O californiando fez sucesso. Do início ao fim da noite foi mudando, ganhando novas nuances, o que mostra que o danado é um vinho de primeira. O vinho tem bela cor amarelo brilhante, bem transparente, e aromas de pera, maçã verde, abacaxi, baunilha e leve mel. Tudo isso em um fundo mineral que se acentuou com o tempo, lembrando aqueles toques de gás de isqueiro, frequentemente encontrados em Rieslings. Em boca, mostrou grande pureza, mineralidade, ótima acidez, e grande persistência. Tem o carimbo americano, mas é mais seco que muito de seus conterrâneos e sem grande influência da madeira ou fruta em excesso. É um vinho de muita presença.
Bem, e partindo para o tinto espanhol que levei, tratava-se de um grande Castillo Ygay Gran Reserva Especial 2005, da Marquês de Murrieta. Esse riojano dispensa apresentações. Eu havia prometido beber com o Paolão, em comemoração ao seu aniversário de 70 anos, que ocorreu recentemente. E acho que o cara gostou...rs. Bem, é vinho para mais de metro. Rioja mais modernoso. Cor escura, aromas ricos de ameixa, cereja preta, casca de laranja, alcaçuz, chocolate e caixa de charuto. Em boca era amplo, intenso, mas ao mesmo tempo, muito elegante e sedoso. Por outro lado, a bela acidez lhe aportava ótimo frescor. O final era interminável. Tem um tostado característico, tanto ao nariz quanto em boca, que, no entanto, era mais evidente no seu irmão de 2004. Gostei (demais) dos dois, claro, mas achei o 2005 mais fresco. Na trilogia das safras (2001, 2004 e 2005), ainda fico com o 2001 (adorei os vinhos dessa safra...). Uma definição para este 2005? Maravilha! É daqueles vinhos que deixam marcas. Primeiro time! Top 100 da WS em 2014, com 94 pontos e a designação de "highly recommended".
Paolão mirando o Ygay...


sábado, 31 de maio de 2014

Dalmau 1996: Nata riojana, em seus 18 anos!

O nosso amigo Fernandinho nos convidou para um jantar em sua casa e resolvi levar este Dalmau 1996 que descansava na adega já há alguns anos. É o vinho top da riojana Marqués de Murrieta, irmão do belíssimo Castillo Ygay. Dá para imaginar então do que se trata, né? Bem, a vinícola é tradicionalíssima, tendo sido fundada em 1852. O Dalmau é um vinho de pago, feito com uvas de um vinhedo centenário (Pago Canajas), que fica dentro da famosa Finca Ygay. É feito com Tempranillo e pitadinhas de Graciano e Cabernet Sauvignon. A maturação é por cerca de 24 meses em barricas de carvalho francês. Este 1996 tinha uma cor rubi muito bonita, límpida. Parecia um Borgonha. Ao nariz, notas de
Que cor do Dalmau!
cereja madura, kirsch, tabaco bem sutil, couro e especiarias. Em boca, repetia o nariz e mostrava-se um vinho maduro, com taninos muito sedosos, devidamente arredondados pelo tempo. O final era maduro e levemente achocolatado. Vinho com elegância ímpar. Um Rioja com estilo um pouco mais moderno. Uma delícia! Desceu rápido nas taças do Fernandinho, JP e este que vos escreve, e combinou muito bem com o Coniglio alla cacciatora que o Fernandinho nos ofertou. É um vinho que já atingiu o seu máximo. E seu máximo é excelente...rs. Como é bom apreciar um vinho devidamente amaciado pelo tempo...
E ao lado dele apreciamos outro vinhão, levado pelo JP, o Crasto Vinhas Velhas 2007. Este já apreciamos anteriormente, mas em 2010, quando ainda estava novo (clique aqui). Agora, com seus 7 anos, já ficou bem mais macio. Vinho com notas de cereja, ameixa, alcaçuz e chocolate. Em boca estava bem macio, redondo, com final longo e especiado. Uma beleza de vinho, como sempre! Certeza de agradar.
Valeu, meus amigos! Foi uma ótima noite!
JP feliz, como sempre, pronto para abater os vinhões!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O que achei da World Wine Experience 2012

Sou frequentador assíduo de grandes degustações. Até hoje fui em todas que foram promovidas pela Mistral, Vinci e Decanter. Mas esta da World Wine é a primeira vez. No ano passado não pude ir. E gostei muito do evento! Tudo estava perfeito: Ambiente bonito, música ambiente agradável, comida muito boa, atendimento de primeira e por fim, vinhos excelentes! Certamente esquecerei muitos dos que apreciei, mas citarei alguns aqui.
Casa Fasano - Em um espaço destes fica melhor ainda
Jamon Ibérico - Excelente com o Capellania

Geralmente organizo minhas visitas indo primeiro aos brancos, tintos leves e finalmente os de mais corpo. Nem sempre isso é possível, mas ajuda. Mas dessa vez não segui muito uma ordem. Fui direto aos meus amados vinhos italianos. De cara apreciei os toscanos da Fattoria La Massa. Que maravilha! Comecei com um La Massa, muito bom, e migrei para uma vertical de Giorgio Primo. Aí o negócio pegou! Bebi o 2006, 2007 e 2008. Todos excelentes! A curiosidade aqui é que o 2006 foi o último que teve a Sangiovese no corte. No 2007 e 2008 ela foi retirada. Mesmo assim, os vinhos estavam divinos. São cortes de Merlot, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot. Todos estão jovens ainda e se forem bebidos agora necessitam de boa decantação. Vinhaços!

E ali do ladinho estavam os vinhos da Tenuta Sette Ponti.  Três vinhos belíssimos. O início foi o Crognolo 2008, que estava muito bom. É vinho que sempre agrada. Mas o Oreno 2008, assim como o Orma, são de babar. Potência e finesse juntas. O Orma tem uma sedosidade que impressiona.
Stéfano e Oreno

E saindo dali, visitei a Tua Rita. Mais maravilhas engarrafas. Detaque para um Syrah de ótimo corpo e profundidade, e para o grandioso (e caro) Redigaffi. Este estava querendo experimentar faz tempo. E que maravilha! Um Merlot austero, vivo, cheio de camadas e com muita elegância. De babar! Não poupei elogios ao produtor.
Turma forte!
Vejam minha cara de felicidade, segurando a fera!

E a partir de agora não vou mais seguir a ordem... Mas mantendo nos italianos, mas migrando para o Piemonte, deliciosos o Barbaresco de Bruno Rocca e os Gattinara de Travaglini. Estes últimos estavam excelentes! Vinhos com gosto de vinho! Gastronômicos por natureza, pedindo um belo risoto al funghi.
O simpatissíssimo Andrea Perini com o Gattinara Tragliavini Riserva

E viajando em direção ao Vêneto, que beleza os vinhos de Zenato. O Amarone estava muito bom, mas fiquei impressionado com o Cresasso 2005. Vinho muito rico. Frutas negras, notas especiadas e ótima mineralidade. Gostoso mesmo.
Cresasso 2005, de Zenato - Muito bom!
E a excursão continuou... Dos franceses, bebi menos que queria (e mais que podia). Destaque para os vinhos autênticos de Philippe Pacalet, feitos de forma natural, sem uso de defensivos químicos e sem adição de SO2. Todos estavam excelentes! Ótima acidez e mineralidade. Isso é borgonha! O Pommard é de uma profundidade incrível. No mesmo estande estava um Chateau Le Puy 2006 que estava muito gostoso, com notas animais.

E como não visitar o estande do Chateau de Beaucastel? Esse, além de contar com belos vinhos, contava com o charme e simpatia do casal François Perrin e Isabel Sued. Para quem não sabe, Isabel Sued é filha do inesquecível Ibrahim Sued. E neste estande pude apreciar vinhos do Rhone do jeito que eu gosto, com aquele fundinho de estábulo. Ainda da França apreciei os brancos de Hugel e Fils, com seus grandes Gewurztraminer, o Morgon de Lapierre e o rosé Chateau Roubine (muito bom!). Ah, e é claro, umas taças de Champagne Billecart-Salmon, que ninguém é de ferro... rs.

Casal François Perrin e Isabel Sued - Elegância pura
Tava bom este Champagne Billecart-Salmon Rosé...
E quanto aos ibéricos? De Portugal, apreciei os vinhos CARM, que estavam muito bons. Destaque para o  Touriga Nacional sem adição de sulfito e para o Maria de Lourdes 2008. Este último é excelente! Muito complexo. Mas o CARM CM Reserve não fica atrás.
Produtor da vinícola CARM servindo o Touriga SO2 free
Da Espanha, belos vinhos. Fui logo no Marques de Murrieta, em busca do Ygay ou Dalmau, que não deram o ar da graça. Mas os outros estavam muito bons. Destaque para o branco Capellania. Estruturado, com 16 meses de barrica, forte, com toques de jerez. Só faltou um bacalhau! Muito bom! Para quem gosta de brancos potentes. Também havia um Albariño muito vivo, o Pazo Barrantes. Gostei. Também me chamaram a atenção os vinhos de Carmelo Rodero. O Joven era de um frescor impressionante, e todos os outros eram muito gostosos. Claro que o destaque ficou para o top TSM do ano 2005 (havia também o 2003, mas preferi o 05). Vale ressaltar o entusiasmo (justificado) do produtor.
Muito bons os vinhos de Carmelo Rodero
E ainda da Espanha, ótimos vinhos também de Dinastia Vivanco, de Rioja. Aqui a tradição fala alto, inclusive na garrafa com formato especial. Destaque para os varietais de Manzuelo, Garnacha e Graciano. Geralmente estas uvas entram no corte em que a Tempranillo é majoritária. A Dinastia Vivanco resolveu lhes dar mais destaque. E eram ótimos vinhos, com excelente presença.
Dinastia Vivanco - Ótimos vinhos!
E tá ficando longa demais a postagem. Mas não posso deixar de citar os vinhos alemães de Balthasar Ress, principalmente o Auslese.
Vinhos Balthasar Ress
E dessa vez não visitei o novo mundo, com uma única exceção: A Viña San Pedro. Experimentei 3 vinhos da vinícola. O primeiro foi um Carmenére muito bom, o Tierras Moradas 2007, o segundo o Kankana del Elqui Solar n. 10 Syrah 2007 (excelente!) e o Cabo de Hornos 2006 (muita personalidade).

Bem, teve mais, mas chega! Tá bom! O evento foi excelente e no ano que vem estarei lá, sem dúvida!