domingo, 27 de novembro de 2016

Galatrona 2006: Mais um gigante!

É bom quando temos amigos dispostos a nos brindar com vinhos como este. Dias atrás, o Paulinho nos brindou com um Galatrona 2007. Tempos atrás, perto de um Natal, o Akira abriu um Galatrona 2004 e alguns meses depois, quando eu comemorava aniversário, chega o Akira com este Galatrona 2006. É muito Galatrona para um curto espaço de tempo...rs. Mas não me importo. Bebo e dou risadas. E este 2006, me fez dar muitas. Que vinho! Tão bom quanto seus irmãos de outros anos. Claro que cada um, apesar do pedigree, possuía um jeitão próprio, como uma digital. Mas a qualidade, a mesma. Ao nariz, notas riquíssimas de amoras, café amargo, azeitona preta, grafite, cacau e especiarias. Em boca, intensidade e ao mesmo tempo, muita elegância. Taninos sedosos e final interminável, com notas minerais e de especiarias. Outro super vinho deste produtor que sou cada vez mais fã. Só por curiosidade: 96 pontos da Wine Spectator, 95 do Mr. Parker, 95 do Antonio Galloni (Vinous) e 95 da Wine Enthusiast. Consistente, não? 
Valeu, Akira! Tá gravado!

Nota: É um vinho caro? Sim! Lá fora também. Mas acho que vale muito mais a pena juntar uma grana e beber um vinho desse, que comprar um monte de zurrapas que não darão a mesma alegria. É a máxima: Beber menos, e melhor!




domingo, 20 de novembro de 2016

Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2007: Tudo que eu espero de um vinho!

Dei uma rasgada sincera no rótulo ao tirar o vinho da adega... Ficou feio. Mas o que estava lá dentro, uma beleza! Digo e repito: Sou fã incondicional dos vinhos da Quinta do Monte d'Oiro. Os vinhos produzidos por José Bento dos Santos são todos de primeiríssima. Este Quinta do Monte d'Oiro Reserva 2007 não foge à regra. É feito com 95% Syrah e 5% Viognier fermentadas juntas, aos moldes dos Côte-Rôtie. O vinho matura por 18 meses em barricas de carvalho francês e mais 15 em garrafa antes de ir ao mercado. É vinho de exceção! Sua cor é linda, rubi, brilhante. Os aromas, ricos e finos, com fruta envolta em especiarias, leve chocolate amargo e toques florais. A gente não cansa de ficar cheirando a taça. Em boca, destaque para o sua clareza, grande frescor, mineralidade e taninos finos. O final é longo e especiado. Elegância pura, sem arestas e sem exageros. Uma delícia! Bebe-se sem parar, com grande prazer. Grande vinho! Talvez o único porém seja o fato de que não muda muito com o tempo. É bom sempre... Aliás, o vinho está com 10 anos e está inteiraço! No entanto, não creio que deve crescer em adega. Só por curiosidade, este, da grande safra de 2007, não foi avaliado pela Wine Spectator. Mas alguns de seus irmãos, de outras safras, sim. No entanto, nenhum deles ganhou mais de 88 pontos. Talvez seja por que não tenham superextração, excesso de baunilha, chocolate, madeira etc. 


terça-feira, 15 de novembro de 2016

UDACA e Caves da Montanha: Dão e Alentejo, bons e baratos!

Quer beber bem pagando pouco? Servir amigos em uma festinha ou almoço de domingo e não decepcionar? Veja os vinhos abaixo. A primeira foto mostra vinhos da UDACA, que é uma cooperativa de pequenos produtores do Dão. A segunda, mostra vinhos da Caves da Montanha, feitos no Alentejo. A última foto mostra os preços dos danados, na Casa Deliza, em São Carlos. É claro que não estou tratando de super vinhos, etc, etc. Trato de bons vinhos, bem feitos, justos e que não machucam o bolso. 





















O Eloquente, primeiro à esquerda, é leve e bom para o dia a dia. O Udaca Colheita 2014, mais rico, médio corpo, sedoso e muito bom pelo preço. Feito com Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Alfrocheiro Preto, sem passagem por madeira. O de rótulo mais escuro, Udaca Colheita 50 Anos 2015, é uma edição especial, com garrafas numeradas, feito com as mesmas castas de seu irmão de rótulo branco, mas com descanso por 10 meses em inox e 6 em garrafa antes de ser comercializado. Mais complexo que seu irmão, com notas de fruta silvestre, cacau e especiarias. Tem pouco álcool (12,5%), é sedoso, não cansa e surpreende. Experimente! O Udaca Touriga Nacional 2011 eu já tinha bebido antes. Esse já passa 12 meses em barricas de carvalho e 6 meses em garrafa antes de sair ao mercado. Aromas florais na medida, frutos silvestres e especiarias. Ótima presença em boca. Vejam a tabela abaixo com o preço. Difícil achar um 100% Touriga Nacional, bem feito, e com este preço. 
A foto abaixo mostra os vinhos Alentejanos da Caves da Montanha.

O da esquerda é o mais complexo, Conde de Serpa 2013. Ele feito com Aragonez, Alfrocheiro e Alicante Bouschet, com passagem de 12 meses por madeira. Aromas de frutas em compota, tosta e leve baunilha. Boa presença em boca e final com notas de chocolate amargo. Bom vinho! O do meio da foto, Tapada D'Elvas não me chamou muito a atenção. O último da direita, Monte do Cansado, que não é safrado, já se mostrou um alentejano sem excesso de dulçor, com boa acidez, certa rusticidade e um toque vegetal que o torna gastronômico. Pelo preço, vale a investida para acompanhar uma pizza. Vejam abaixo os preços. Os vinhos são importados pela Orion.



domingo, 13 de novembro de 2016

Quinta das Bágeiras Garrafeira 2009: Bairradino clássico, de primeira!

Eu não gosto de dizer que tal vinho "não é para principiante" etc. Acho prepotência. Prefiro dizer que alguns vinhos são para paladares mais experimentados, ou que não são para amantes dos vinhos fáceis de beber, como a maioria do novo mundo. Os da Bairrada são assim. Não são vinhos internacionais. Pelo contrário. São característicos da região e têm identidade. No caso dos tintos, em que a Baga impera, trazem um toque vegetal característico, e que algumas pessoas estranham. Eu, já gosto muito. São vinhos gastronômicos, que crescem muito acompanhando comida. Esbanjam acidez e taninos. É o caso deste Quinta das Bágeiras Garrafeira 2009. O vinho é feito com uvas de vinhedos centenárias, sob a batuta do proprietário e enólogo da vinícola, Mário Sérgio Alves Nuno. Ele contém 80% Baga e 20% Touriga Nacional. Durante a produção, o vinho sofre inúmeras trasfegas para não recorrer aos processos de colagem e filtração. É um vinho de cor escura, intransponível. Os aromas são bastante complexos, com notas florais, de mirtilo e amoras, em meio a notas vegetais, de ervas, cacau, fumo de corda e especiarias. Em boca é amplo, austero, com ótima acidez, taninos firmes e final muito longo. Aquele toque de ervas está lá, presente. O vinho é ótimo acompanhamento para comida, como supracitado. No entanto, é importante deixá-lo respirar. Sugiro ir acompanhando sua evolução. Certamente, este de 2009 teria ainda muitos anos pela frente. Entretanto, eu resolvi abri-lo, pois vi um sinal de vazamento por baixo da cápsula e fiquei com medo de perder. Mas nada... O vinho estava em perfeitas (e excelentes) condições. Mas vai saber se estaria daqui a uns tempos, né? Então, vale a máxima: Melhor um ano antes, que um dia depois! Eu fui bebendo aos poucos, e o vinho não perdeu a qualidade ao longo de dias. Pelo contrário, foi ficando mais macio. Qualidade de vinho bão!
Comprei o danado na Wine me Up, que infelizmente, encerrou suas atividades. Os Bágeiras são importados pela Premium Wines.


domingo, 6 de novembro de 2016

Garcia Schwaderer Sofia Pinot Noir 2012: Ótimo exemplar Chileno!

Não é fácil eu encontrar um Pinot Noir chileno que me agrade. Muitos deles têm excesso de extração, fruta madura demais e madeira em excesso. Não é o caso deste Garcia Schwaderer Sofia Pinot Noir 2012. O vinho é produzido pela vinícola Garcia-Schwaderer (antes chamada Bravado Wines). É um projeto do casal de engenheiros agrônomos e enólogos Felipe Garcia e Costanza Schwaderer. O primeiro, foi enólogo da Casas del Bosque, e ela, da Agustinos. Eles produzem 9 vinhos diferentes, bastante interessantes. Já bebi o Marina Sauvignon Blanc deles, que é ótimo, e tenho um Syrah e um Facundo esperando na adega. Todos têm recebido muitos elogios da crítica internacional. Para se ter uma ideia, este Garcia-Schwaderer Pinot Noir 2012 ficou entre os 50 melhores vinhos chilenos na história, para Robert Parker, e faturou nada menos que 95 pontos de James Suckling (que também não poupou elogios ao Syrah da vinícola). O vinho tem aromas de morangos silvestres, funghi secchi e terrosos. Em boca mostra ótimo frescor, fruta na medida e mineralidade. Nada de exageros, superextração etc. É vinho muito fino, elegante e agradável. Um dos melhores exemplares feitos com esta casta que já apreciei, vindo do Chile. Muito bom, mesmo! Os vinhos do produtor são importados pela Terramatter, que infelizmente, não tem o Pinot Noir no site. 


quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Perez Cruz Pircas de Liguai Cabernet Sauvignon 2012: Ótima qualidade!

Há um tempo bebi uma safra mais antiga deste Perez Cruz Pircas de Liguai Cabernet Sauvignon 2012, e gostei. Este mais novo tem uma característica um pouco diferente do anterior, que era um pouco mais apimentado ao nariz, ainda que fosse bem equilibrado em boca. O vinho matura em barricas 40% novas de carvalho francês por 15 meses. A madeira aparece, mas está bem integrada. Ele mostra aromas de cassis, ameixas e cedro, com notas mentoladas discretas. Em boca, repete o nariz, mostra frescor, taninos maduros e final com notas de cacau e especiarias. Não tem os exageros apimentados de tantos outros conterrâneos. Merece os elogios que recebeu da Wine Spectator, que lhe outorgou 92 pontos. Lá fora custa perto de 40 doletas, o que significaria um valor alto aqui. Embora seu preço tenha subido ultimamente, ainda pode ser encontrado a um valor bem justo na Mercearia 3M, em São Carlos. Aliás, os vinhos da Perez Cruz têm bom preço lá. Eu gosto também do Chaski Petit Verdot e do Liguai.