segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Confraria: Pangea 2006 rouba a cena, mas o Salton 100 Anos também estava muito bom...

Nesta última quinta havíamos combinado de levar apenas vinhos brancos, mas a turma furou. Ainda bem! Tirando o Angelica Zapata Chardonnay 2008 levado pelo João Paulo, os outros estavam uma lástima. O Paulão, que parece ter trancado definitivamente sua adega (e é candidato forte ao troféu Palo Alto este ano), levou o português Quinta da Pedra Alta 2008, estragado. O vinho já não é lá estas coisas, e "passado" é de matar! Eu insisti e levei o argentino Las Perdices Viogner 2010. Já não havia feito sucesso com o Malbec, e levei o Viogner. Apesar da presença dasa notas típicas de pêssego e anis, o vinho era um pouco aguado, sem expressão. Não repetirei. Já o Angélica levado pelo JP é muito bom! O Angélica Chardonnay é considerado um dos melhores chards da argentina. O vinho tinha notas gostosas de frutas tropicais, como maracujá, papaia e abacaxi, envoltas pela madeira, que é bem presente. É companhia excelente para uma bela posta de bacalhau! Foi o único branco que não fez feio.
Bem, mas felizmente os amigos Tom e Caio salvaram a noite. O Tonzinho levou o primeirão da noite. Aliás, este ano o cara está impossível. Desta vez levou outro Syrah top, o chileno Pangea 2006, da Ventisquero. O nome do vinho é uma referência ao continente único existente na terra há cerca de 250 milhões de anos e a união do enólogo chileno Felipe Tosso e do australiano John Duval (responsável pelo famoso Grange). Assim, a Ventisquero esperava gerar um vinho que reunisse características dos Syrah chilenos e australianos. E conseguiu! Um vinhaço! Aliás, lembrou-me muito o Tanagra, de Villard, já comentado aqui. O vinho, que estagia 20 meses em barricas 60% novas, tem aromas potentes de amora e mirtilo, envoltas por notas balsâmicas, de cacau e de café torrado. Em boca, amplo, denso, intenso, e o que é bom, com boa mineralidade! Vinho para evoluir por alguns anos na adega. Valeu Tonzinho!
O Caio, que tem melhorado muito nos últimos tempos quanto aos vinhos que leva, nos brindou com um vinho embrulhado, que agradou. Tom e eu pensamos se tratar de um português. Mas o certo era que o parecer unânime era que se tratava de um vinho bastante novo.
Era o brasileiro Salton 100 Anos 2008, lançado em comemoração aos 100 anos da vinícola, comemorado em 2010. O vinho é feito com 50% Cabernet Sauvignon, 40% Merlot e 10% Cabernet Franc, de vinhedos selecionados, e estagia 16 meses em barricas de carvalho francês. Uma coisa boa: Não passou dos 13% de álcool. O nariz é frutado, com notas de ameixa, cassis, café, menta, chocolate, leve apimentado e a baunilha bem presente, denunciando sua juventude. Em boca é denso, com ótima acidez e taninos ainda por arredondar. Vinho para bons anos de adega e que deve melhorar em alguns anos. Minhas críticas: Preço, que poderia ser menor, e tamanho da garrafa. O brasileiro entrou na moda argentina de utilizar garrafas monstruosas para seus vinhos top. Isso é ruim. A França faz grandes vinhos e não exagera no tamanho e peso das garrafas. O mundo do vinho tem feito uma campanha para a utilização de garrafas menores e mais leves, que são mais ecológicas e geram menores custos para armazenamento e transporte. Vamos torcer para o pessoal mudar.
Bem, ao final,o Tonzinho ainda abriu o Aliara 2007 que tinha guardado lá no Ciao, que acho muito bom. Mas já comentei sobre ele aqui no blog.
Conclusão da noite: Paulão e eu estamos devendo bons vinhos para a próxima reunião, para que nossa imaculada imagem não seja "manchada".

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Hayes Ranch Syrah 2006 e Emiliana Novas Syrah Mourvedre 2006

Nesse último sábado, antes de apreciarmos os grandes Carm Reserva 2007 e Quinta do Carmo Reserva, do mesmo ano, apreciamos às cegas dois vinhos mais simples, o americano Hayes Ranch Syrah 2006 e o chileno Emiliana Novas Syrah/Mourvedre 2006. O Hayes Ranch, feito pela vinícola Hayes na baía de San Francisco, Califórnia, é um vinho com aromas de amora, cereja,  e toques cítricos e de especiarias. Em boca era leve, com final ligeiro. Não é estilo denso e maduro como australianos e chilenos, pendendo mais para aqueles do Rhone, mas sem a riqueza e finesse destes últimos. Não empolgou.
O Novas Syrah Mourvedre 2006 é feito sob a batuta de Álvaro Spinoza, o mestre da biodinâmica no Chile, com uvas de plantio orgânico. Ao nariz, a madeira aparece em meio a notas bem semelhantes àquelas do Hayes, inclusive as cítricas. O que me agradou neste vinho foi sua evolução em comparação à última vez que o apreciei, há cerca de 2-3 anos, quando ele era potencia pura, inclusive, tinha uma cor fortíssima. A madeira aparecia muito naquela oportunidade. Agora, embora presente, aparece menos. O tempo lhe fez bem. Em boca está bem mais macio, com taninos já domados. Deve ser boa companhia para um bom churrasco. O amigo Idinir está com uma boa promoção para este vinho na Mercearia 3M, na qual se leva 3 ao preço de 2. Aliás, tem outros vinhos nesta mesma promoção.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Saldão Mercovino! Ótimos vinhos com grandes descontos!

A loja da importadora Mercovino, em Ribeirão Preto, está promovendo um "Saldão" com belos descontos, de 24 a 27 de Agosto. São inúmeros vinhos, das mais diferentes nacionalidades. Não dá para citar todos aqui, mas alguns exemplos são o Sul-Africano Stellenbosch Hills 1707 Reserve 2007 (de R$146,00 por R$49,00); Os vinhos da vinícola piemontesa Dessilani (os excelentes Gattinara e Ghemme, ambos de 2003, de R$116,00 por R$58,00); Os toscanos de Rocca di Castagnoli (Chianti Riserva 2006 de R$150,00 por R$75,00 e Stielle IGT 2000 de R$235,00 por 117,50, dentre outros); Portugueses da Casa Cadaval Ribeira da Ervideira (alguns ótimos vinhos para o dia-a-dia, como o Lusitano tinto 2008, de R$43,00 por R$21,50 e os Castas D'Ervideira varietais, como o Aragonez, de R$59,00 por R$29,50); O espanhol Casalobos (já comentado aqui, de R$118,00 por R$59,00); Borgonhas de Jaffelin; etc....
Bem, a lista tem vários e bons rótulos, tanto de vinhos especiais, quanto de vinhos para o dia-a-dia. Vale a pena conferir!

domingo, 21 de agosto de 2011

Carm ou Carmo? Douro ou Alentejo? Uma briga boa entre dois patrícios de 2007!

O amigo Carlos André propôs um duelo entre dois portugueses de peso, um do Douro, e outro do Alentejo. Os nomes são até parecidos, Carm e Carmo, e ambos Reservas da bela safra de 2007. Levei então o Carm para "brigar" com o Quinta do Carmo que ele tinha. Já adianto que a briga foi muito boa, principalmente para a gente. O Carm Reserva 2007 foi o nono na lista dos top 100 da Wine Spectator em 2010, e esta é a segunda botella dele que aprecio. Já comentei aqui no blog sobre ele (clique aqui). Desde a primeira vez que apreciei se foram 9 meses, mas ele não mudou muito, a não ser por uma leve sombra de precipitado se formando na lateral da garrafa. Acho que em 2 anos estará uma beleza. O vinho tem um nariz excelente, é muito floral, com a Touriga Nacional se manifestando plenamente com aromas de violetas, junto a notas de frutas silvestres e framboesa. Em boca é amplo, longo, mineral e com taninos muito bem integrados. Uma beleza de vinho! Já é dificil de se encontrar no mercado, que disponibiliza o 2008, que ainda não bebi, mas dizem que não foi tão bem sucedido quanto o 2007.
E seu "oponente"? O Quinta do Carmo Reserva 2007 é um Alentejano de primeira feito em parceria com os Rothschild. No entanto, em 2008 a Quinta foi adquirida pela Bacalhôa (a cápsula já indica isso nas últimas safras). Após esta aquisição não sei como ficou a parceria com os Rothschild. Este 2007 é feito com Aragonez, Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet. Notem que não tem a Touriga Nacional. No entanto, ele possui aromas florais, mas menos intensos que o Carm, e mais de flor de laranjeira do que de violetas (quem é da "cidade grande" não conhece muito isso...). A fruta também aparece ao nariz (cereja e cassis), mesclada com notas de baunilha e café-com-leite. Em boca é denso, mais sóbrio e menos alegre que o Carm, mas com muita elegância, típica dos Rothschild. Os taninos são finíssimos! Um vinhaço! Com muitos anos pela frente.
Bem, querem saber quem ganhou? A gente! O Carlos André ficou meio indeciso, gostou de ambos. O Akira, que matou logo os aromas de flor de laranjeira do Carmo, preferiu o Carm. Aliás, desde a outra garrafa que ele se manifesta fã incondicional deste vinho. Eu, gostei dos dois, mas confesso que o Quinta do Carmo faz mais minha cabeça pela elegância e finesse. De qualquer forma, são ambos vinhos top de linha e que merecem mais uns anos de adega para expressarem todas as suas qualidades, que não são poucas. O duro é esperar...
Bem, foi um belíssimo duelo acompanhado de Talharini com Ragú de Cordeiro.
A propósito, o Carm é importado pela Worldwine e o Quinta do Carmo pela Mistral.


Ps. Ontem conheci a sequência de Numanthias que o Carlos tem (2003 a 2006), e estou ansioso à espera da vertical... rs.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vega Saúco Piedras 2005, Luis Pato Vinhas Velhas 2005 e Castell del Remei Gotim Bru 2006 - na Confraria

Ontem a reunião da confraria estava menos prestigiada que o normal. Vários confrades deram o cano. Apenas três exemplares foram apreciados. O primeiro deles, levado por mim, foi o Vega Saúco Piedras 2005. Este vinho teve destaque recentemente no Brasil por ter sido bem avaliado em comparação com outros espanhóis mais caros. Eu bebi um da safra de 2003, designado apenas "Vega Saúco Crianza", não Piedras, mas acho que trata-se do mesmo vinho (ver comentário). No entanto, o 2003 estava muito superior. Tinha mais fruta, mais cereja, mais especiarias, e menos tabaco que o 2005, que apesar de ter as notas de cereja, elas ficavam sobrepujadas pelo tabaco. O vinho é leve, muito distinto de vinhos do Toro, com acidez marcante e taninos já domados. É um bom vinho, de boa qualidade para a sua faixa de preço. Mas confesso que não me empolgou tanto quanto o 2003. Seguimos com um levado pelo amigo João Paulo (JP). O vinho tem pedigree, pois é obra do grande Luis Pato, da Bairrada. Eu gosto muito de seus vinhos, tanto mais novos, quando a tanicidade e o lado rústico da Baga se apresentam, quanto mais evoluídos, domados pelo tempo, quando a Baga lembra até a Pinot Noir. O vinho levado pelo JP foi um Luis Pato Vinhas Velhas 2005. É vinho feito com 100% Baga de vinhas de cerca de 40 anos de idade. A maturação é feita em pipas grandes, de 650 litros, por 15 meses. O vinho tinha um aroma inicial que lembrava verniz, que diminuia com o tempo e dava lugar a notas de cereja seca, ervas secas e pimenta do reino. Em boca estava muito leve, até meio aguado. Nada da rusticidade da Baga e tampouco atingia a elegância típica dela mais evoluída. Ficou no meio do caminho. Bem, pode ser a garrafa, mas não gostamos muito.
E finalizamos com um espanhol de Penedés, o Gotim Bru 2006, de Castell del Remei. O vinho é feito com Tempranillo, Garnacha, Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, e descansa em barricas de carvalho americano e francês por 10 meses. O nariz remete a geléia de amora em meio a notas balsâmicas e minerais, além de tostado. Em boca é gostoso, com taninos redondos e boa acidez, mas não é tão bom quanto ao nariz.  O final é bem ligeiro. Fica bem longe de seu irmão maior, o Oda, que tem bem mais presença.
Bem, eu achei a noite meio rala... Vamos ver se na próxima semana o negócio melhora.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Chianti Clássico Badia a Coltibuono 2006, Camp du Rouss Barbera D'Asti 2006 e Clos de Los Siete 2008

Nesta segunda-feira foi feriado em São Carlos e fomos a cozinha do amigo Tom apreciar seus belos assados, acompanhados obviamente de bons vinhos. A tarde começou com um refrescante espumante francês que é sucesso de vendas na França e uma boa opção para festas, o Veuve Paul Bur. Ele é feito com Chardonnay, Ugni Blanc e outras castas brancas, e possui cor amarelada e pérlage fino. É um bom espumante, com notas de pera e de panificação bem gostosas. Além dele, bebemos o rosé italiano Torresella, feito com a uva Pinot Grigio, que é leve, com notas de maçã gala. Dada a partida, fomos para os tintos.
Eu levei um chianti da Badia a Coltibuono, uma vinícola milenar e destaque na produção de Chianti utilizando agricultura biológica. Já comentei aqui no blog sobre o Riserva 2006, que estava uma delícia. Este Badia a Coltibuono Chianti Clássico, também da excelente safra de 2006,  foi ganhador dos 3 bicchieri do guia Gambero Rosso. É vinho produzido de forma natural, com uvas provenientes de agricultura biológica. É elaborado com 90% Sangiovese e 10% Canaiolo, e maturado em barricas de carvalho francês e austriaco. Tinha cor rubi e aromas gostosos de cereja, baunilha e leve tabaco. Em boca era de médio corpo, levemente tostado, com taninos muito sedosos e boa acidez. Um belíssimo Chianti e já pronto para ser apreciado.
O Caião levou o piemontês Camp du Rouss Barbera D'Asti 2006, do produtor Luigi Coppo, é feito com 100% Barbera e é maturado por 12 meses em barricas de carvalho francês 20% novas e 80% de segundo e terceiro uso, o que o deixa muito macio e elegante. O vinho ganhou os 2 bicchieri do Gambero Rosso, com a ressalva de ser um ótimo custo benefício. Ao nariz, é bem parecido com o Chianti, com notas de cereja e baunilha, mas um pouco mais floral e com  menos peso que primeiro. Em boca, era leve, com taninos macios e acidez própria para uma boa massa com molho vermelho. O Caião achou um pouquinho ralo, mas penso que foi em comparação com o chianti, que tinha mais corpo. Mas os dois vinhos são muito bons, tanto para tomar sozinhos como para acompanhar comida. Duas ótimas pedidas para um belo almoço de domingo! Ambos são importados pela Mistral
E para finalizar, o Tonzinho abriu um Clos de los Siete, vinho já conhecido pelo público brasileiro. O vinho é feito sob a batuta de Michel Rolland, no Vale do Uco. Este 2008, já comentado aqui no blog, foi elaborado com Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot (segundo a WS). É um vinho potente, no estilo maduro, com notas de ameixa, amora e leve especiaria. A madeira está bem presente, e deve se integrar melhor em alguns anos. É um bom vinho e que costuma ganhar com tempo de adega. Eu gosto dele mais velhinho. É importado pela Grand Cru     

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Paul Sauer 2005 - Um "bordeaux" sul-africano de primeiríssima!


Foto dos vinhedos de Kanonkop, retirada de seu site

A vinícola sul-africana Kanonkop é uma propriedade familiar que já está em sua quarta geração de proprietários. A vinícola foi adquirida inicialmente por JW Sauer, membro do governo sul-africano, e passada em 1968  para seu filho, Paul Sauer (também ministro do governo). No entanto, os primeiros vinhos foram engarrafados em 1973, pela herdeira de Paul Sauer, Mary Sauer. Os vinhedos da propriedade se localizam nas encontas da colina Somnsberg, distrito de Stellenbosch (Coastal Region - Provincia de Western Cape). A vinícola produz vários vinhos, dentre eles um Pinotage excelente (inclusive um denominado Black Label, que ainda não vi no Brasil), Cabernet Sauvignon, Rosé, Kadette (corte que é ótimo custo-benefício) e o grande Paul Sauer, que é um corte bordalês típico. Há alguns anos atrás, acho que no segundo Encontro Mistral, visitei o estande da vinícola e conversei bastante com seu simpático representante. Depois de muito conversar e apreciar seus vinhos, ele disse que me mostraria a capacidade de guarda do Paul Sauer. Sacou então uma garrafa Jeroboam (3 litros) do ano de 1995 e me serviu o néctar! Que maravilha! Parecia ainda jovem, com longa vida pela frente. Foi uma experiência ímpar. Depois daquela vez, a visita ao estande da Kanonkop é obrigatória. A propósito, o Paul Sauer já foi eleito pela revista Decanter como melhor corte bordalês sul-africano e também venceu um painel de 85 vinhos estilo bordalês. Além daquele de 1995, tive a oportunidade de experimentar o 2000 (grande), 2002 (que comprei em um bota-fora Mistral) e o 2004. Todos excelentes! Bem, mas vamos ao Paul Sauer 2005 que levei para apreciar com os amigos nesta última semana.


O vinho deste ano foi feito com 70% Cabernet Sauvignon, 15% Merlot e 15% Cabernet Franc, ou seja, corte bordalês típico. As proporções variam de ano para ano, mas sempre a Cabernet Sauvignon é majoritária. O vinho matura 24 meses em barricas francesas (de Nevers). Sua cor é muito bonita, granada, brilhante. Ao nariz, notas vivas de cassis harmonizadas com tabaco e alcaçuz, além de leve tostado. Em boca é amplo, maduro, com taninos muito sedosos e um final muito longo. Vinho delicioso! Finíssimo! Recomendo mesmo!  Esse é um daqueles vinhos que tornam a vida dos top chilenos bem difícil...


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Grand Cru Tasting em Campinas! A Confraria do Ciao foi e gostou!

A Confraria do Ciao foi em peso ao Grand Cru Tasting em Campinas. Só faltaram o Caio e Fernandinho, acostumados a dar furos... O evento ocorreu na própria loja da Grand Cru Campinas, e foi muito bem organizado. É claro que sempre tem aquelas pessoas que conhecem pouco de etiqueta de degustação, como evitar ir direto ao melhor vinho do produtor, usar perfume etc. Mas isso é normal. 
Achei legal as estações temáticas, como a de Pinot Noir, espumantes, brancos e outras,  nas quais havia exemplares de diversas regiões do vinicolas do mundo, para comparação. Isso é interessante. 
O destaque absoluto foi para a vertical do supertoscano Il Blu, top da vinícola italiana Brancaia. Um show!
Algumas garrafas dos maravilhosos Il Blu
Estavam disponíveis vinhos das safras de 1994, 1996, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2005, 2007 e 2008. Bem, faltaram o 2006 e o belíssimo 2004, o mais pontuado de todos eles. Mas e dai? Estava maravilhosa a vertical! Todos vinhos excelentes, mas eu destaco o 1996, 1999 e o mais novinho 2007. Só esta vertical já valeria nossa viagem à Campinas, mas teve mais. 

Representante da Viticcio e o maravilhoso Viticcio Chianti Clássico Riserva 2007

Como sou fã de italianos, não posso deixar de citar o Barbaresco del Produttori del Barbaresco e o delicioso Viticcio Chianti Clássico Riserva 2007 (número 40 na lista dos top 100 da WS). O Este último foi um dos meus preferidos no evento. Tive que apreciá-lo algumas vezes. A propósito, o Chianti Clássico 2008, não reserva, também estava excelente. 
No campo dos brancos, gostei muito do Chateauneuf du Pape La Nerthe 2008, que é bastante rico e fresco.
Os portugueses estavam bem representados pela Quinta do Noval e Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo. Gostei bastante dos vinhos destes dois produtores. Da Quinta do Noval, além do Porto 10 Anos (claro), gostei do Cedro, e da Quinta Nossa Senhora do Carmo, preferi o Reserva ao Gran Reserva. Aliás, já havia apreciado o Reserva 2007  algum tempo atrás, oferecido pelo amigo JP. Migrando agora para a América do Sul, gostei dos sempre justos Medalla Real (Syrah e Cabernet) da Santa Rita e fiquei um pouco decepcionado com o Casa Real, top da empresa, do qual esperava mais. Adorei o Sideral e Altair, vinhos muito elegantes.
 
Representante da Tabali com o denso e saboroso Payen
Os Syrah chilenos se destacaram. A Matetic mostrou dois bons exemplares deles (com boa mineralidade), assim como a Tabalí, que tem um estilo bem mais denso e maduro. O Tabalí Payen 2007 foi sucesso no evento. É um vinho de mastigar, muito denso (até um pouco demais para o meu gosto), mas com mineralidade e muitíssímo saboroso. Em alguns anos deve ficar maravilhoso. Bem, dos Argentinos, não posso deixar de citar o Pulenta XI 2007, que é para mim um dos melhores Cabernet Franc da Argentina e um projeto novo do grupo Clos de los Siete, o Diamandes, que tem o bom Perlita (Malbec e Syrah), sem madeira e bem vivo, e o Diamandes de Uco Gran Reserva Malbec, que é bastante denso e com um belo final. 
Bem, teve mais, mas vou parar por aqui. O evento foi muito legal, bem organizado, com bons vinhos (servidos em boa quantidade, até com repetição) e boa comida. Além disso, o pessoal da Grand Cru Campinas foi muito atencioso. Parabéns!


Tanagra 2007! Que delícia de Syrah de Casablanca!

O amigo Tom sempre nos reserva boas surpresas. E esta eu confesso que já estava esperando há tempos, pois sabia que estava em sua adega, bem guardadinha. E quando vimos estava lá o Tom, cortando a bonita cápsula azul que lembra aquelas de cêra dos portugueses.

E era um chileno top da vinícola Villard, o Tanagra 2007. E eu, que tempos atrás fiquei impressionado com o Maycas del Limarí Reserva Especial, por ser parecido com os Syrah italianos de Cortona, cai o queixo com este exemplar do Vale de Casablanca. Que Syrah!!! Aliás, ele foi destaque no Guia Descorchados 2010, ficando entre os melhores tintos do ano, com elogios rasgados de Patricio Tapias (e eu confio nele!). Nada daqueles Syrah muito quentes, doces, com muita extração. É um Syrah potente, mas com frescor e mineralidade. Ao nariz, amoras amassadas, mirtilo e um toque balsâmico penetrante, mesclados com cacau. Aromas que parecem saltar do copo, sem torná-lo enjoativo, pelo contrário. Em boca, fruta muito bem harmonizada com a acidez vibrante que o faz altamente gastronômico (aliás, acompanhou maravilhosamente o "pirulito de carne de búfalo" assado pelo Tom). Os taninos são presentes  e devem melhorar com o tempo. Imagino este vinho daqui a alguns anos. Entre os tops chilenos, sem dúvida. A propósito, os vinhos de Thierry Villard são importados pela Decanter.


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Meandro e Crasto Reserva Vinhas Velhas 2008! Bem na foto, sempre!

Caião e JP nos brindaram com dois vinhos que adoro: O Meandro e o Crasto Reserva Vinhas Velhas. São figuras constantes nas taças da Confraria do Ciao. Dois durienses de primeira, e que valem cada gota. O Meandro 2008 já foi comentado aqui no blog. Este 2008 está menos austero que aqueles dos anos anteriores, mas com a qualidade de sempre. Suas notas de amora e cereja, mescladas com chocolate, tudo no lugar, são demais. E depois de um tempo na taça fica melhor ainda. Um vinhão! Sempre bem avaliado pela crítica e sucesso certo. O Crasto Reserva Vinhas Velhas 2008 ainda não tinha sido apreciado (outros sim: 2003, 2005, 2007 - O 2004 e 2006 também, mas eu ainda não tinha o blog...). Este exemplar de 2008 não foge à qualidade de todos os outros. Apesar de novo, já está pronto para beber, e acena para anos de belo envelhecimento. Um vinho com notas de cerejas secas, cacau e um tostado bem gostoso. Em boca é delicioso, muito elegante, com taninos sedosos e um final duradouro. Tem mais peso e complexidade que o Meandro. Dificil alguém não gostar dele. Aliás, dificil não gostar de um dos dois. Até suas fotos parecem que ficam mais bonitas! Quer dar um presente legal para um amigo? Conhecedor ou não? Escolha um dos dois e fará bonito.
A propósito, o Meandro é importado pela Mistral e o Crasto pela Qualimpor (e em São Carlos é encontrado na Mercearia 3M).

domingo, 7 de agosto de 2011

Panceri Grande Reserva 2004 - Bom Cabernet de Santa Catarina

Tempos atrás, li no blog do Didú um artigo sobre o Panceri Grande Reserva Cabernet Sauvignon, ao qual o Didú tecia muitos elogios. Consegui então adquirir em São Carlos, na Adega Spazio, uma garrafa do exemplar de 2004 para experimentar. A vinicola Panceri se localiza em Santa Catarina, e faz vinhos com uvas de vinhedos de altitude, como este cabernet, feito a partir de vinhas plantadas em encostas da Serra do Marari a cerca de 1.200 metros de altitude. A  familia Panceri é de origem italiana e em 1953,  Nilo Panceri, neto de Giuseppe Panceri, iniciou em Santa Catarina o projeto da Vinicola Panceri. Em 1990, Nilo e seus filhos Celso e Luiz fundaram definitivamente a Vinícola. A empresa produz vários vinhos, e dizem que o Teroldego Nilo é particular. 
Bem, mas vamos ao Panceri Grande Reserva 2004. O vinho mostra a capacidade de envelhecimento do vinho nacional. Sua cor é bonita, rubi intenso, brilhante, já apresentando um pequeno halo de evolução. Ao nariz, notas de cassis, pimentão maduro e leve tabaco. Em boca repete o nariz e é um vinho fresco, vivo, com boa acidez e bem gastronômico. O produtor recomenda decantar ou abrir duas horas antes de beber. Faz diferença (a propósito, depois de aberto e com vacuvin, ele aguenta uns bons dias).  Um belo exemplar do vinho nacional, para aqueles que fogem do modismo. Aliás, o vinho está em uma excelente promoção na loja virtual da Panceri, pela metade do preço (apenas 27 Reais). 



sábado, 6 de agosto de 2011

Le Cordon Bleu no Brasil

A famosa escola de culinária "Le Cordon Bleu", que após 1984 passou a ser de propriedade da família Cointreau, abrirá uma filial no Rio de Janeiro. Ela se somará a um conjunto de 45 filiais em todo mundo. Nesta última semana, o senhor André Cointreau esteve no Brasil e anunciou a abertura da filial no Rio. Ela será instalada em um casarão em Botafogo; onde haverá, segundo Cointreau, "aulas de cozinha salgada, pâtisserie, boulangerie, vinhos e serviço". E também um restaurante, porque segundo ele "é no dia a dia de uma cozinha de restaurante que se forma um chefe", Que ótimo para os Cariocas e para o Brasil! Teremos que visitar mais vezes a cidade maravilhosa.
Para mais detalhes leiam o artigo original de Lectícia Cavalcanti, no Terra Magazine, de onde extrai estas informações.

Confraria: Ànima Negra AN/2, Achaval Ferrer Quimera, Tapada do Fidalgo Reserva, Gran Feudo Reserva, Atalayas de Golban e Lunta Malbec

Outra noite boa na Confraria! Começamos com um vinho que levei, o AN/2 2006, de Ànima Negra, vinho espanhol da ilha de Mallorca. O Paulão já levou duas vezes este vinho (clique).  O vinho é feito com 5 uvas, as cepas locais Callet (60%), Mantonegro e Fogones (20%), e as francesas Cabernet Sauvignon e Syrah (20%). Um belo vinho, com boa fruta, sem exageros, com madeira na dose certa. Notas de groselha e figo, com leve toque de especiarias. Em boca é muito gostoso, redondo, com taninos muito acertados e um final de boca levemente balsâmico. Ficou ali na ponta, pertinho do Quimera 2007, um argentino de primeira, da Bodega Achaval Ferrer, levado pelo amigo Paulão. O vinho já frequentou algumas vezes a mesa do Ciao Bello, sempre fazendo muito sucesso. Tive o prazer de tomar o 2001, 2002 e 2003, todos ótimos! Este 2007, apesar de novo ainda, já estava uma beleza. O vinho é um corte  de 38% de Malbec de vinhas velhas de Medrano e Luján de Cuyo, 24% de Merlot de  Tupungato, 24% de  Cabernet Sauvignon de vinhas velhas de Medrano e Tupungato,  e 14% de Cabernet Franc de Tupungato. As plantas são de baixo rendimento (~800 gramas de uva por planta! O que significa 2 plantas para cada garrafa). Um vinho de primeira. Nele, a Malbec não reina, e sim, está muito bem integrada às outras castas. Notas de groselha, ameixa e amora se mesclam a especiarias e grafite, provavelmente aportadas pela Merlot e Cabernet Franc. Belíssimo vinho!
O próximo, levado pelo João Paulo, foi o vinho que ganhou como tinto de 2011 em degustação recente da Revista Gula, o Tapada do Fidalgo Reserva 2008. É um vinho feito para o mercado brasileiro. Alentejano menos perfumado que de costume, elaborado com as castas Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira. O vinho tem notas florais e de bolo com frutas. Pode-se notar também um mentolado leve, gostoso, que não é enjoativo.  A baunilha também aparece um pouco, mas sem exagero. Em boca, é muito sedoso, redondo, com taninos muito finos. Um belo vinho, mas não sei se tanto para ser primeiro do ano. Acho que deve melhorar com a guarda.
O Caião levou o espanhol Atalayas de Golban, de Ribeira del Duero. O vinho tem menos caramelo e mais acidez que os Ribeira. As notas de cereja estão presentes, mas não tão maduras. Notei também um leve Brett, que não incomodava nem um pouco. Em boca mostrava que é vinho para comida, com boa acidez e final levemente herbáceo. Um bom vinho, um pouco atípico para Ribeira del Duero.
O Paulo, filho do Paulão, levou um Gran Feudo Reserva 2004, produzido pela bodega Julian Chivite em Navarra. Eu gosto muito dos vinhos deste produtor. Este estava muito bom com a comida, mas sozinho mostrou-se um pouco ralo e levemente herbáceo. As notas de cereja e groselha estavam presentes mescladas a notas de madeira (cedro) e ervas secas. Um vinho que estava bom com a comida, mas que sozinho decepcionou um pouco.
E finalmente, o vinho do Tom, que está sempre aparecendo com alguma surpresa (que as vezes lhe confere o troféu Palo Alto...rsrs). Mas não é que estava bom o danado? Era um vinho das Bodegas Mendel, da Argentina, o Lunta 2009. Vinho jovem ainda, mas já perfeitamente bebível. O vinho tem cor rubi, nada de violeta de grande parte dos Malbec. Ao nariz, também fugia um pouco do comum para esta casta, com menor presença da ameixa compotada, e sim, ameixa fresca com pinceladas de figo e amora. Também eram evidentes notas de café (ralo) e alcaçuz. Um vinho bem gostoso e de bom custo benefício. Diferente do trivial.
Uma bela noite na confraria!

IV Vinum Brasilis acontece neste mês de agosto

Se tiver oportunidade não deixe de visitar a IV Vinum Brasilis. Serão mais de 30 produtores nacionais e que apresentarão seus vinhos em uma feira já tradicional em Brasilia. Serão mais de 300 rótulos a serem degustados. Prestigie o vinho nacional e veja a riqueza que temos em variedade e qualidade. Para mais informações visite o Decantando a Vida, do amigo Eugênio.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Montes Alpha Pinot Noir 2007


Ontem a noite estava fria, muito fria, e não teve jeito: tive que abrir uma botella de vinho. O eleito foi um Montes Alpha Pinot Noir 2007. Acho que até errei na escolha, pois a noite pedia um vinho mais "quente", mas a vontade era de tomar um Pinot Noir. Bem, mas vamos ao vinho. Ele é feito com uvas do Vale do Leyda, que foram maceradas a frio por 7 dias e então fermentadas. Sessenta por cento do vinho estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês (20% novas), e os outros 40% ficaram sem madeira, para manter as características da casta. O vinho tem uma cor rubi bonita, mas escura que o normal, ou seja, típica de Pinot de novo mundo. Os aromas são dominados pelo morango, com um pouco de cereja, baunilha e um toquezinho terroso. Em boca é do tipo maduro, meio doce, o que cada vez me agrada menos em Pinot Noir. O final de boca tem um leve amargor e um toque metálico. A acidez é boa, até melhor que a do 2008, que já comentei aqui no blog. Bem, eu já apreciei algumas vezes este vinho, que já na primeira vez me passou uma impressão muito boa. Mas confesso que já gostei mais dele. Realmente é um bom vinho, mas ainda não atingiu o padrão de excelência dos Montes Alpha Cabernet, Merlot e Syrah. Além disso, ainda precisa melhorar para se comparar aos vinhos dos compatriotas Villard e Casa Marin. Eu acho que estes últimos expressam melhor as características da bela Pinot Noir.
Os franceses sempre dizem, até com certo exagero, que Pinot Noir fora de Borgonha é tudo, menos Pinot Noir. No entanto, isso não significa que não existam bons Pinot fora da Borgonha. As características é que são distintas. Recentemente, ao apreciar o brasileiro FVLVIA Garagem 2009, de Marco Danielle (Tormentas) notei que isso pode mudar. Eu semprei achei que os Pinot Noir da Nova Zelândia fossem os que mais se aproximassem dos borgonheses (por isso gosto deles), mas o FVLVIA foi sem dúvida o Pinot Noir produzido fora da Borgonha que mais me lembrou os vinhos daquela terra abençoada. Estou ansioso à espera do 2011, que adquiri en primeur com um belo desconto.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A celebração de 1 ano do Vinhobão! Cos d'Estournel 2002, Castillo Ygay Gran Reserva 2001, Quinta da Pellada TN 2001, Chateau Olivier 2000, Awatea 2008 e Campo Viejo 2003

Nessa última quinta-feira comemoramos o primeiro aniversário do blog Vinhobão e a volta do confrade Rodrigo, que estava viajando. A noite foi regada a grandes vinhos. O primeiro a ser aberto foi um levado por este que vos escreve, o Castillo Ygay Gran Reserva Especial 2001, das Bodegas Marqués de Murrieta. Este vinho foi considerado o terceiro melhor vinho de Rioja pelo prestigiado Guia Peñin, em sua edição de 2011. Só ficou atrás do Contador 2008 e do grande Viña Él Pison 2008, de Artadi, o primeiro da lista. Bem, e atrás dele ficaram uma lista de grandes vinhos, como Cirsion, San Vicente, Pagos Viejos, Dalmau, Aro, Real de Asúa, Trasnocho e aí vai... Para ver a lista completa (e muitas outras coisas boas) visite o blog Vivendo a Vida, do colega Silvestre Tavares.
Mas vamos ao Castillo de Ygay 2001, que maravilhou a todos da confraria.  Um rapaz de 10 anos de idade, mas com muita vida pela frente. A cor já mostrava que ainda tem lenha para queimar. Um vermelho rubi brilhante bonito, sedutor. Ao nariz, fruta madura, com notas clássicas de licor de cereja mescladas a tabaco, notas herbáceas, casca de laranja e couro. Em boca, elegância pura! O vinho é amplo, untuoso, com uma acidez viva e taninos sedosos ao extremo. Uma maravilha!
Seguimos com um belo Bordeaux levado pelo amigo João Paulo, o Chateau Olivier 2000. É um Gran Cru Classé de Pessac-Léognan e de uma safra maravilhosa. E também foi sucesso. Demorou um pouquinho a se abrir, mas quando isso aconteceu, deixou o recado. Ao nariz, notas de cassis maduro, groselha, alcaçuz, e estrebaria. Em boca, redondo, elegante, com taninos muito macios. Vinho muito gostoso mesmo. Poderia ainda ficar na adega por uns bons anos, mas felizmente, o amigo JP não lhe deu esta chance! Valeu JP!
O amigo Paulão nos brindou com outro grande vinho, de corte bordalês, mas de terras neo-zelandesas, o Awatea Cabernets-Merlot 2008, da vinícola Te Mata. Bem, eu gosto muito dos vinhos da Nova Zelândia. Acho que é o lugar que produz os Pinot Noir mais próximos dos borgonheses. Mas eles não ficam só no Pinot. Produzem Sauvignon blanc estupendos e cortes bordaleses excelentes e que têm alta capacidade de envelhecimento. Eles geralmente colocam "Cabernets" no rótulo para se referir à Sauvignon e sua mãe Franc. Na verdade, este Awatea 2008 é um blend de 44% cabernet sauvignon, 33% merlot, 16% cabernet franc, e 7% petit verdot, vinificadas separadamente e que estagiaram 20 meses em barricas de carvalho francês antes de comporem o blend. E o vinho estava, como esperado, muito bom. Um vinho que precisa de tempo, muito novo ainda, mas que foi se abrindo devagar e mostrando muita categoria. Um nariz gostoso, com notas florais e de amora, cereja, cedro e um pouco de chocolate ao leite. Em boca, elegante, limpo, mas com taninos a arredondarem. Dêem-lhe um tempo e terão um bordeaux de primeira! Valeu Paulão!
O Caião nos levou um vinhão do Dão. O Quinta da Pellada Touriga Nacional 2004, do grande Álvaro Castro. Bem, a Touriga Nacional se dá muito bem no Dão (de onde dizem ser originária), onde gera vinhos geralmente um pouco mais leves que aqueles do Douro. Mas a danada já se manifestava logo ao abrir a garrafa. Era como se entrássemos em um jardim de violetas. Que perfume! Além disso, notas de frutas silvestres e azeitona preta, entremeadas com um pouquinho de chocolate. Em boca, potente, com acidez viva que implorava um leitão à pururuca. Um belíssimo vinho que teria muitos anos ainda de vida em uma adega paciente. Isso aí Caião!
E nosso amigo Rodrigo, de retorno de viagem, trouxe consigo uma jóia de Saint-Estèphe, o famoso Cos d'Estournel. Este vinho é sempre garantia de qualidade - Um deuxième que com nível de premier cru. O Chateau é vizinho do Chateau Lafite, que fica ao sul, separado do primeiro por um riacho. Aliás, dizem que do Chateau Cos d'Estournel, cuja construção é baseada em pagodes chineses, pode-se ver os vinhedos de Lafite ao sul. O que o amigo Rodrigo levou era da safra de 2002, que não foi uma safra top como 1982, 2000, 2005 etc, mas que com a qualidade do produtor, gerou um vinho de primeiríssima. Inclusive, foi citado no livro 1001 vinhos para se beber antes de morrer. Bem, já bebi alguns deles...rs. E com esse, ficam faltando ainda algumas centenas...
A composição do Cos varia de ano para ano e este 2002 foi feito com 58% cabernet sauvignon,  38% merlot, 3% cabernet franc e 1% petit verdot. O vinho ainda está novo, mas já dá muito prazer (e que prazer...). Ao nariz, notas florais, de frutas maduras (cassis, amoras) e alcaçuz, com um tostadinho de fundo e baunilha bem gostosos. Em boca mostrou a pujança de um Cos d'Estournel, que sempre consegue aliar potência com muita elegância. Mesmo novo, ele estava com uma sedosidade incrível! Macio, amplo e com um final muito longo. Vinho que poderia ganhar ainda mais em complexidade com mais uns anos de adega, se o amigo Rodrigo não decidisse nos dar o farto prazer de apreciá-lo. E eu fiquei feliz com isso! Vale Rodrigão!!! O Vinhobão agradece!
E finalizando, nosso querido Tom chegou com um espanhol muito bom, o Riojano Campo Viejo Gran Reserva 2003. A Bodega Campo Viejo é nova, tendo iniciado em 2001, mas é promissora. Suas instalações, por sinal muito bonitas e modernas, ficam perto de Logroño. O seu Gran Reserva estagia 2 anos em barrica de carvalho e 3 anos em garrafa antes de ser comercializado. Este 2003 parecia bem mais novo do que era, talvez pela boa acidez. Ao nariz, boa fruta e casca de laranja, com notas de sândalo ao fundo. Em boca, levemente tânico e com acidez marcante. Vinho que pede comida, e com longos anos pela frente. Fechou a noite muito bem Tonzinho!
E para acompanhar tudo isso, os belos pratos do Ciao Bello, como o sempre eleito Filet a Pavarotti, sucesso entre os confrades e exclusividade do Ciao.
Bem, foi um aniversário bem comemorado! Obrigado confrades!