terça-feira, 11 de março de 2014

O Vinhobão vai parar por uns tempos... Repensando o blog!

Caros leitores (fiéis e aqueles que passam por aqui por acidente): Vou dar um tempo! O Vinhobão vai ficar em stand by até segunda ordem. Quero descansar um pouco e também repensar o blog (assim como repenso a todo momento a maneira de apreciar o vinho). Espero que seja momentâneo... Não sei. Só o tempo dirá. Abração a todos!

domingo, 9 de março de 2014

Que noite na Confraria!!! Carmín de Peumo 2008, Migliara 2006, Mouchão Colheitas Antigas 2003, Poesia 2002, A-Crux Blend 2006, Santa Rita Triple C 2008, Chateau de la Mulonnière 2004 e Baron de Magaña 2007! Uau!

O aniversário de nosso amigo Thiago foi comemorado em grande estilo. Levamos vários vinhos embrulhados, para brincar um pouco com a turma, que sempre está afiada.
 O primeiro a ser aberto foi levado por este que vos escreve, e era o argentino Poesia 2002 (foto acima). Ele já apareceu aqui no blog em duas ocasiões (clique aqui). Uma vez levado por este que vos escreve e outra pelo Caião. É um vinhão das Bodegas Poesia, feito com Malbec (60%) e Cabernet Sauvignon (40%). Vinho de safra histórica na Argentina, mostrava, depois de 12 anos, muita vida. Aromos de cereja se mesclavam a cassis e notas especiadas. Um toque licoroso lhe dava um charme. Uma delícia. O Caião, sugeriu ser um Tempranillo, o que não ficou longe, pois os cortes argentinos com Malbec, depois de evoluídos, lembram bem vinhos espanhóis. Outros amigos, sugeriram um Bordeaux, pela elegância. O fato é que o vinho estava ótimo, repleto de elegância. Acho que é o último da turma. Sobrou um 2004 em minha adega. Logo veremos como está.
O Paolão então chegou com um vinho do Vale do Loire, feito com Chenin Blanc, o Chateau de la Mulonnière Savennières 2004. Sua cor dourada, com toque âmbar, já denunciava seus 10 anos. O nariz também, que mostrava notas amendoadas, de mel, gengibre, compota de abacaxi e damasco. Em boca, repetia o nariz, mostrava leve amanteigado e boa acidez para a sua idade. Bom vinho, já senhorío, descendo a Rebouças em direção ao Jóquei Clube, mas ainda apreciável. Sería par perfeito para um camarão ou lagosta. Importado pela Vinci.
O Joãozinho, que está se especializando em levar coisa boa (rs), levou um ótimo A-Cruz Blend 2006, de O.Fournier. Aqui fica até fácil de falar. Não tem erro! Safra boa e vinho que sempre agrada. Seus irmãos de 2001, 2002 e 2003 já pintaram por aqui. Este 2006 subiu mais uns degrauzinhos na escada. E a qualidade, continua a mesma. Vinho de grande riqueza e elegância. Um vinho argentino com acento espanho. É feito com 75% Tempranillo e 25% Malbec, e passa 20 meses em barricas novas de carvalho francês (80%) e americano (20%). Ao nariz, notas de cereja preta, ameixa seca, tabaco e toffee. Em boca, repete o nariz e mostra toda a sedosidade dos vinhos de José Manuel Ortega Fournier. Mais um vinhão da linha. Como sempre digo: Quer agradar um amigo? Dê-lhe um desses! Valeu Joãozinho!
O Caião, também mandou muito bem. Levou embrulhado um Santa Rita Triple C 2008. A maioria matou de cara a procedência chilena, mas o Tonzinho arriscou um pouco mais no corte, dizendo que tinha Carmenêre, Cabernet Sauvignon e algo mais que ele não conseguia pegar. Bem, passou perto. O vinho, como o próprio nome diz, é um corte de três uvas cujos nomes se iniciam com a letra "C": Cabernet Sauvignon, Carmenére e Cabernet Franc. O vinho foi top 100 da WS em 2013, com 93 pontos e com a tarja de highly recommended. E realmente é um ótimo vinho! Notas de amoras e cassis se mesclam a tabaco, chocolate e especiarias. Em boca é amplo, untuoso, sedoso e com final bastante longo e persistente. Para mim, e vários colegas, acima de muitos vinhos badalados chilenos e com preço (embora não baixo) mais convidativo (principalmente na promoção de começo de ano da Grand Cru). Valeu, Caião!
O JP também levou um vinhão embrulhado, cuja garrafa era bem parecida com a do Paulinho. Aí foi feita a confusão. Ao bebê-lo, pensei que era o do Paulinho e fiquei passando para ele, anotado, as minhas impressões. De cara, mandei que era um Syrah de responsa. Ao receber a resposta negativa do Paulinho fiquei muito cabreiro e ainda aguentei as chacotas da turma. Mas nada me tirava da cabeça se tratar de um grandioso Syrah. Bem, era sim! Só que aquela não era a garrafa do Paulinho, e sim, do JP... rsrs. E que Syrah era! Carnudo, nervoso, cheio de corpo mas com frescor e mineralidade. Longe de Syrah australiano. As notas de amora madura eram equilibradas com muita mineralidade e acidez vibrante, que lhe aportavam muito frescor. E o que era? Um grande Migliara 2006, toscano da Tenimenti Luigi D'Alessandro! Este vinho, que recebeu nada menos que 98 pontos da WS, já apareceu aqui no blog várias vezes (clique aqui). Acho que esta é a quarta garrafa que apreciamos. Mas aqui vale aquele negócio, de que cada garrafa é uma garrafa. O vinho nesta contido estava muito mais nervoso que nas outras anteriores. Mais pegado, potente e acenando para muitos anos de vida ainda. Sem dúvida, um dos melhores da noite, e que merecia ter sido decantado. Ainda bem que tenho ainda uma garrafa deste danado, que apreciarei daqui a uns anos. Belíssimo vinho, JP! Valeu!
Bem, mas vamos então ao vinho levado pelo Paulinho. Bem, tirando a confusão engraçada com aquele levado pelo JP, ele foi para mim o vinho mais emocionante da noite. Também embrulhado, a primeira taça foi um mistério. Fruta madura, notas terrosas e tabaco. Mas fechado. Depois de um tempo, que maravilha! Foi se abrindo, mostrando ótima fruta em meio ao balsâmico, especiarias, fumo de corda e tantos outros. Em boca, untuosidade, frescor e final interminável. E o que era? Eu mandei que era um Alentejano, quase mandei Mouchão, mas achei muito fresco, e como o Paulinho disse que era mais velho, a confusão foi feita. Mas era um Mouchão! O Mouchão Colheitas Antigas 2003! Por que o nome? Na verdade, é o mesmo Mouchão 2003, mas na ocasião do engarrafamento, a vinícola guarda em suas adegas, algumas garrafas da preciosidade para ser comercializada 10 anos após a colheita, justamente para mostrar a capacidade de guarda e evolução do vinho. E como isso fica patente! Como evolui o vinho! De jeito nenhum parece ter 10 anos. Um frescor acima da média para um Alentejano e muita vida pela frente. A validação perfeita da importância do bom acondicionamento para um vinho. Repito aqui o que disse ao pessoal: O vinho me emocionou! Valeu mesmo, Paulinho! Quero beber de novo. A propósito, o Mouchão é muito conhecido, mas só lembrando que é feito com base na Alicante Bouschet (70%) e Trincadeira (30%), com a tradicional pisa a pé (2 vezes por dia) e maturação em grandes tonéis de 5.000 litros, de carvalho português, macacaúba e mogno. Depois disso, 24 a 26 meses em garrafa antes de ser comercializado. Bem, este Colheitas Antigas fica bem mais tempo em garrafa.
Vamos em frente que ainda tem vinho...rs.
O Tonzinho levou também embrulhado um vinho que na hora vários de nós chutamos ser um corte bordalês. Eu, até pensei ser um Assemblage do Carmelo Patti, mas senti falta de mais especiarias, cor mais cereja e taninos arenosos... Mas era um espanhol, de Navarra! Baron de Magaña 2007. O Tonzinho tirou aquele sarro básico (rs), mas depois, ao ver a ficha técnica do vinho, constatei que ele é feito com Cabernet Sauvignon (35%), Merlot (35%), Tempranillo (20%) e Syrah (10%), com passagem de 14 meses por barricas novas. Tá aí o motivo de nosso chute! Até o Mr. Parker (ou o Jay Miller? rs), que lhe atribui "generosos" 94 pontos, mencionou o lado bordalês. Aliás, este negócio de buscar estilo bordalês fora de Bordeaux não me agrada muito. O pessoal tá perdendo a identidade... Bem, tirando a polêmica, o vinho tinha notas de cassis, cereja, couro e especiarias. Em boca era de médio corpo e bem elegante. Foi o mais simples da noite, mas mostrou-se um bom custo benefício. Vinho bom, correto e de bom preço pela qualidade. A competição era que era dura para ele na noite. Mas não fez feio, não. Eu gostei dele. Mas Tonzinho, olha o troféu, hein! rsrs.
Bem, e para finalizar, o vinho levado pelo aniversariante, também embrulhado. Na hora todo mundo mandou: Carmenére! Não tinha erro. Mas não era um Carmenére qualquer, repleto de pimentão e notas herbáceas. Não, era algo superior, bem superior... Ao nariz, notas de cassis, tabaco, grafite e de especiarias (como a pimenta do reino). Em boca, era untuoso, mas nada exagerado. Não transbordava pimentão. Tinha sim um toquezinho de pimenta do reino ao fundo. O final, especiado e mineral, era longuíssimo. Um vinhão! E sabem o que era? Aquele que é considerado o melhor Carmenére chileno: Carmin de Peumo 2008! O caro e imponente vinho da Concha y Toro tem também 7.5% de Cabernet Sauvignon e 2.5% de Cabernet Franc, e passa 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Um vinho feito para ser grande. Eu estava curioso para experimentá-lo. E mesmo para aqueles que não apreciam muito a Carmenére, há que se reconhecer a qualidade que este atingiu. Aliás, foi o que eu disse ao pessoal: O vinho me surpreendeu por mostrar até que ponto um Carmenére pode chegar em termos de sofisticação. Um grande vinho, sem dúvida... O problema? Seu preço... Muito salgado, mesmo lá no Chile. Aqui no Brasil... uff...
Valeu, Thiago! Cumpleaños bien celebrados!


quinta-feira, 6 de março de 2014

Jean Grivot Clos de Vougeot Grand Cru 2006: Nervoso!

A família Grivot tem origem no Jura mas se estabeleceu na Borgonha no século XVII. Atualmente o Domaine é conduzido por Étienne Grivot (filho de Jean Grivot), que formou-se em Beaune e tem experiência também na Califórnia. A vinícola pratica agricultura orgânica e só usa leveduras da própria uva para fermentação. O vinhedo em Clos de Vougeot foi adquirido em 1919 por Gaston Grivot, avô de Étienne, e possui pouco mais de um hectare, no lado leste da denominação. Este Clos de Vougeot Grand Cru 2006, ofertado pelo Cássio, mostrou-se um vinho robusto, nervoso, até com certa rusticidade. O vinho tinha notas de morangos silvestres, daqueles pequenos, meio azedinhos, cereja, funghi e especiarias (com destaque para um lado apimentado que me agrada muito). Em boca, mostrava ótima acidez e mineralidade, com um final muito longo e apimentado. Os taninos eram finos e corretos. Um ótimo vinho, que deve ganhar muito com adega. Mas este já foi... E estava excelente! Gostei demais, claro....rs. Valeu, Cássio!
Nota: O vinho é importado pela Mistral. Salgadinho...rs.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Dinastia Vivanco Crianza 2008: Dê-lhe um tempinho

As Bodegas Vivanco ficam situadas em La Rioja Alta, no sopé da Serra Cantabria e as margens do Rio Ebro. Este Dinastia Vivanco Crianza 2008 representa o vinho de entrada da vinícola, e é feito com Tempranillo de vinhedos de 15-20 anos. A fermentação é feita em barricas de carvalho francês e a maturação, por 16 meses em barricas de carvalho francês e americano. O vinho é floral e mostra também notas de ameixa, tostado, alcaçuz, cedro e baunilha. A madeira está bem aparente, tanto ao nariz, quanto na boca. Apesar de mostrar frescor em boca, com boa acidez, eu achei que ainda mostra muita baunilha e notas de madeira seca. Muita gente gosta de vinho assim, nesta fase. Eu, prefiro deixá-lo descansar um pouco em adega para que estas características fiquem menos evidentes. Com certeza estará melhor em 1-2 anos, pois mostra qualidade o danado. Em 2011 foi top 100 da WS, com 90 pontos. Quando comprei, paguei um preção. Atualmente, seu preço deu uma subida. Para terminar: A garrafa é bem bonita!

terça-feira, 4 de março de 2014

Degustação Idealdrinks na Mercearia 3M, com direito ao Principal Grande Reserva 2008 e ao famoso (e portentoso) Principal Grande Reserva 2009!

 Há duas semanas, fomos à Mercearia 3M, de nosso amigo Idinir, para participar de uma degustação para poucos felizardos, com vinhos da Idealdrinks. Já disse aqui que o Idinir não brinca em serviço: É vinho à vontade, sem aquele negócio de colocar só o fundinho da taça. Mas e os vinhos? Começo por cima? Vamos lá. Vou começar pelo famoso Principal Grande Reserva 2009, Bairradino das Colinas de São Lourenço. Aquí o negócio pegou. Era uma garrafa Jeroboam, de 3 litros (double-magnum), que fez a alegria dos beb..s, quero dizer, dos enófilos. Não apenas porque proporcionou taças generosas, mas porque era um belíssimo vinho. 
Não era só a garrafa que era grande...
3 litros de um vinhão!
Este vinho tem causado alvoroço na Europa, principal-mente, porque ficou entre os top 10 em uma lista da revista italiana Spirito diVino, que contava também com o Ex-Aqueo, Petrus, Cheval Blanc etc. Acreditemos ou não nestas listas, o fato é que é uma referência. O vinho é feito com Cabernet Sauvignon, Merlot e Touriga Nacional. Não consegui encontrar as proporções e tampouco dados sobre a vinificação e maturação no site da Ideal Drinks. Bem, disso tudo, queria só saber um pouco mais sobre as proporções de cada casta. E obviamente, não posso deixar de perguntar, em se tratando de um bairradino: Onde está a Baga?
Bem, mas vamos ao vinho. O Idinir colocou parte dele em decanter e o restante ficou na garrafona, respirando igualmente. Deu prá sentir a evolução do danado durante a noite. Este 2009 era floral, mas sem os exageros típicos muitas vezes aportado pela Touriga Nacional. Ele mostrava notas de amoras e cassis, em meio a chocolate amargo e um apimentado gostoso. Uma beleza ao nariz e explosivo em boca, onde mostrava muita intensidade e taninos ainda nervosos, por evoluir. O vinho ainda é novo para sua potência. Mas eu não me importo em bebê-lo agora, pois gosto de vinhos nervosos. O final era longo, muito longo. Uma beleza de vinho! Tem muitos anos de vida pela frente. Para guardar com carinho na adega. Seu irmão, o Principal Grande Reserva 2008, tinha notas de cassis, framboesa, chocolate e especiarias. Aromas deliciosos! Em boca mostrava-se mais sedoso e pronto que o 2009, com taninos mais macios, e um final muito longo. Outra beleza de vinho! Refinado! Tanto o 2008, quanto o 2009 são dois vinhaços! Pode fechar os olhos e pegar qualquer um dos dois que ficará muito feliz. São vinhos muito bem talhados. Entendo o sucesso que estão fazendo. Mas ainda não entendo a falta da Baga...rs (cara chato, hein!).
A linha Terras do Pó é muito boa (e a maioria, de preço bem justo), tanto os brancos, quanto os tintos. Tem um Duriense aí no meio...rs.
A noite teve ainda outros vinhos da Ideal Drinks. Desde os bons básicos (e de bom preço) Terras do Pó (o Reserva, com Castelão, é show), o Colinas de São Lourenço Bairrada 2008 (ótimo custo-benefício), até os da linha Reserva da Principal. Destes últimos, um branco com muita estrutura, um rosé de Pinot Noir intenso (mas fresco) e o Principal tinto Reserva 2007 (já comentado aqui). Bem, tinha outros vinhos, mas o texto está ficando longo. Vou concluir dizendo que recomendo todos os vinhos da empresa. Há vinhos de entrada, bons e com bom preço, e outros tops, mais caros, mas que oferecem muito. Vale a pena conhecer o portifólio deles. Aliás, eu estou devendo ainda umas notas sobre os brancos das belas garrafas... Logo sai... Mas como eu disse no artigo sobre o São Lourenço Bairrada, só espero que os vinhos mantenham a alma portuguesa.
A propósito, aqui não tem jabá. Se estou falando bem dos vinhos é porque gostei, e pronto. 
Um Rosé de primeira, um tinto de estirpe e um Bairrada bom e barato!

sábado, 1 de março de 2014

Bons vinhos na confraria: Chacra Barda 2012, EPU de Almaviva 2010, Chateau de Chamirey Mercurey Les Ruelles 2009, Trefethen Merlot 2001 e Calyptra Assemblage 2008

Foi uma noite estranha, que esquentou de repente e nos pegou de surpresa, sem nos dar chance para levar brancos para a reunião da Confraria lá no Chez Marcel. Mas de mais leves, dois Pinots deliciosos. 
O primeiro deles, o patagônico Chacra Barda 2012, tinha cor clara, bonita, e aromas frutados, de morango e cereja, em meio a um tostadinho gostoso e especiarias (cravo). Destaque para ao seu frescor. Era um vinho fresco, mineral,  do tipo festivo. Como o pessoal disse, para um fim de tarde à beira da piscina. Muito gostoso! Diferente de outros Barda que bebi, que eram mais tostados. Eu sempre achei este de entrada da Chacra o melhor. Não me encantaram o Chacra 55 nem o Chacra 32. Por outro lado, o preço que estão cobrando por aqui é surreal. O Caião trouxe direto da Argentina, direto para a nossa mesa. Valeu! Importante sobre este vinho: A experiência que tive com outros anteriores é que não aguenta guarda. É para beber logo.
Depois dele, outro Pinot de responsa, levado pelo Paolão. Mas agora, algo com mais peso e estrutura. Era um Chateau de Chamirey Mercurey Les Ruelles 2009. Vinho de excelente safra, cor mais escura que o primeiro, aromas deliciosos de cereja, framboesa e especiarias, como a canela.  Em boca é amplo, mineral, com um toque salino bem gostoso. Foi um camaleão durante a noite, mostrando aromas distintos e fazendo a felicidade da turma. Para mim, e vários outros, o melhor da noite. Uma delícia! Vou guardar uma garrafa dele que tenho para apreciar daqui a uns anos. Quem pegou no último bota-fora da World Wine pode ficar feliz. A propósito, o Caião já havia levado uma garrafa destes prá gente semanas atrás, em postagem que ainda não publiquei.
O JP chegou disposto também (apesar do resfriado....rs): Levou um EPU de Almaviva 2010. Não este, mas dois de outras safras, já foram motivo de artigos (e "polêmica salutar") aqui no blog (clique aqui e alí). Mas este 2010 já me atraiu pela safra, que tem me trazido boas surpresas, com vinhos mais vivos e menos extraídos que o normal. E este seguiu a mesma linha. Estava pegado no começo, nervoso, mas depois de um tempo no decanter, foi se equilibrando. Diferentemente de outros EPUs que bebi, é menos extraído, mas fresco, como tenho visto nos Cabernets chilenos de 2010. Vinho com aromas de cassis, cereja preta e alcaçuz. Em boca, amplo, fresco e com taninos nervosos, do jeito que eu gosto. Para mim, o melhor dos EPUs que bebi. E com longa vida pela frente. Me lembrou o TEZ. Gostei, JP! Tá indo muito bem no ano.
Eu levei um Trefethen Estate Merlot 2001. A vinícola familiar do Napa Valley produz uma ampla gama de vinhos e muitos deles têm feito muito sucesso por aí (o Cabernet 2005 é muito elogiado e faturou 97 da WE). Este Merlot tem também uma pitadinha de Cabernet Sauvignon (e em algumas safras, Malbec). Passa 19 meses em barricas de carvalho francês e americano. Ao nariz, mostra notas de frutas maduras, tostadas, chocolate, couro e tabaco. Já traz o sinal dos 13 anos. O JP, que estava com o nariz um pouco afetado...rs, dizia que ele estava na descendente. Para mim, ele estava senhorío, maduro, evoluído, o que é diferente. Até acho que não ganhará mais com o tempo e talvez já comece a descer. Mas agora, está no ponto, macio, redondo, muito elegante. Eu gostei. Mas ele ficou na rabeira dos outros.
E para finalizar, o Thiago levou um Calyptra Assemblage Gran Reserva 2008. Chileno feito com Merlot, Syrah e Cabernet Sauvignon, e que passa 26 meses em barricas usadas. Apenas 3.500 garrafas foram produzidas. Tem aromas de amoras, pimenta do reino, madeira e chocolate amargo. Em boca, repete o nariz, mostra mineralidade e bons taninos. É um vinho com bom nervo. A madeira aparece um pouquinho, mas não incomoda. Pede comida. Pelo preço, uma boa pedida. Gostei dele. O Descorchados lhe atribuiu 93 pontos.
Isso aí, pessoal! Todos os vinhos aprovados! E como estava bom aquele Risoto com lula, chorizo e vieira, hein? O Bart estava inspirado.
A turma reunida