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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Malbec Day??? Então tá... Colomé Auténtico Malbec 2011: Orgânico, biodinâmico, sem madeira e excelente!

Já relatei aqui minha predileção, em se tratando de Malbecs, por vinhos da Colomé e Noemía, ou seja, dos dois extremos da Argentina. São vinhos que fogem daquele padrão "Malbequiano" que tomou conta do mercado. Recentemente, apreciando um Colomé 180 Años 2010 confirmei novamente o fato (clique aqui). Na semana passada, o amigo JP nos ofertou uma garrafa do Colomé Auténtico Malbec 2011. O vinho é um lançamento da vinícola, que ainda não vem para o Brasil e fica na mesma faixa do 180 Años e do Colomé Reserva. Ou seja, é da linha superior. Só lembrando, a Colomé é a vinícola mais antiga da Argentina, usa dos preceitos da biodinâmica e tem os vinhas mais altos do mundo (até 3.000 m). São vinhas muito antigas, como as que geraram as uvas para esse Autêntico, com cerca de 150 anos.
O vinho é uma homenagem aos pioneiros da vinícola, que começaram a sua saga em 1831. Ele é produzido com técnicas ancestrais, utilizando o pigeage, leveduras selvagens, sem bactéria láctica para acelerar ou provocar a fermentação, pouca correção de acidez e pouco SO2. Além disso, não estagia em madeira (passa 9 meses em tanques de inox) e é engarrafado sem filtrar. Antes de ser comercializado, descansa 9 meses na garrafa. Esse Malbec tem cor bem escura, mas com tons mais avermelhados e menos violeta (comum na maioria dos Malbecs) [ver a taça ao lado]. Ao nariz, é uma explosão de frutas, mas sem aqueles exageros de geléia. É muito rico e vivo. As notas de cerejas, amoras e figo se mesclam a especiarias, como o cravo e alcaçuz e um fundo mineral (grafite) muito gostoso. Em boca, é intenso, concentrado e mineral. Além disso, mostra uma acidez vibrante e taninos ainda nervosos, mas que não incomodam. Nadinha enjoativo! Sempre pede outra taça. Um vinhaço! Tá novo? Claro. Mas assim como mencionei para o Barbaresco Pio Cesare, não tô nem aí! Deu um prazer danado agora e certamente daria até mais daqui a alguns anos. Mas o amanhã, deixa prá depois. Quero ter o prazer de beber um desses daqui a uns 4 anos, mas aí, é outra história. Esse já foi!!! Gracias JP!
A propósito, os vinhos da Colomé são importados pela Decanter, mas acho que esse ainda não está no catálogo.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Colomé 180 Años 2010: Malbec de primeira, e nada óbvio!

Já mencionei aqui no blog várias vezes que conto nos dedos (de uma mão), os Malbecs que atualmente me agradam. Não aguento mais aqueles Malbecões doces, geleionas, para agradar gosto americano e de neófitos. Mas ainda dá para selecionar coisa boa. Eu gostei de um orgânico, sem sulfito, que experimentei tempos atrás (clique aqui). Também tenho dado preferência aos extremos argentinos: Sul (Patagônia) e Norte (Salta). Nesse sentido, me agradam aqueles da Bodega Noemía e da Colomé, respectivamente. Os da Colomé, apesar de alcoólicos (uma característica da região), fogem do padrão típico dos Malbecs de Mendoza, carregados na geléia, ameixa, baixa acidez, geralmente enjoativos. Esse Colomé 180 Años 2010 foi feito para celebrar, obviamente, os 180 anos da vinícola mais antiga da Argentina. Levei o danado no aniversário do amigo Carlão, que já estava lá com uma tropa formada por um Xisto 2005, Torre Muga 2005 e Don Maximiano 2005 (todos grandes vinhos, já comentados aqui no blog - Ótimos replays, claro...rs). Bem, mas vamos ao Colomé 180 Años... O vinho é biodinâmico, feito com uvas de vinhedos  centenários, de altitude (mais de 2.500 m) e com estágio de 12 meses em barricas francesas  (50% novas e 50% de vários usos). Ainda está novo, claro. Mas já apreciável. E como! Já na cor, difere dos Malbecs tradicionais. Lembra mais aquela cor de Malbec de Cahors. Eu sou meio ruim com esse negócio de cor, meus amigos sabem...rs (sou daltônico...). Mas é uma cor rubi escura, que depois, associei a seus aromas e paladar: Cranberry! Isso! Tem cor de Cranberry seca, e sabor de Cranberry seca. É um vinho denso, untuoso, com fruta madura, mas sem aquele exagero de geléia. Destaque para a Cranberry e cereja preta madura, que ficam em meio a notas de alcaçuz, grafite e leve floral. Em boca é potente, nervoso mas equilibrado, com ótima acidez e final muito longo. Os taninos são corretíssimos. Uma beleza de vinho. Nada enjoativo. Sempre pede outra taça. E a gente fica triste quando ele acaba. Se você, que já não aguenta os Malbecões, estava sem esperança, experimente um desses. Ficará feliz... Está muito acima da mesmice que reina no mercado... Deve evoluir muito bem em adega. Quero beber um desses daqui a algum tempo. 
A propósito, os vinhos da Colomé são importados pela Decanter.