Já relatei aqui minha predileção, em se tratando de Malbecs, por vinhos da Colomé e Noemía, ou seja, dos dois extremos da Argentina. São vinhos que fogem daquele padrão "Malbequiano" que tomou conta do mercado. Recentemente, apreciando um Colomé 180 Años 2010 confirmei novamente o fato (clique aqui). Na semana passada, o amigo JP nos ofertou uma garrafa do Colomé Auténtico Malbec 2011. O vinho é um lançamento da vinícola, que ainda não vem para o Brasil e fica na mesma faixa do 180 Años e do Colomé Reserva. Ou seja, é da linha superior. Só lembrando, a Colomé é a vinícola mais antiga da Argentina, usa dos preceitos da biodinâmica e tem os vinhas mais altos do mundo (até 3.000 m). São vinhas muito antigas, como as que geraram as uvas para esse Autêntico, com cerca de 150 anos.
O vinho é uma homenagem aos pioneiros da vinícola, que começaram a sua saga em 1831. Ele é produzido com técnicas ancestrais, utilizando o pigeage, leveduras selvagens, sem bactéria láctica para acelerar ou provocar a fermentação, pouca correção de acidez e pouco SO2. Além disso, não estagia em madeira (passa 9 meses em tanques de inox) e é engarrafado sem filtrar. Antes de ser comercializado, descansa 9 meses na garrafa. Esse Malbec tem cor bem escura, mas com tons mais avermelhados e menos violeta (comum na maioria dos Malbecs) [ver a taça ao lado]. Ao nariz, é uma explosão de frutas, mas sem aqueles exageros de geléia. É muito rico e vivo. As notas de cerejas, amoras e figo se mesclam a especiarias, como o cravo e alcaçuz e um fundo mineral (grafite) muito gostoso. Em boca, é intenso, concentrado e mineral. Além disso, mostra uma acidez vibrante e taninos ainda nervosos, mas que não incomodam. Nadinha enjoativo! Sempre pede outra taça. Um vinhaço! Tá novo? Claro. Mas assim como mencionei para o Barbaresco Pio Cesare, não tô nem aí! Deu um prazer danado agora e certamente daria até mais daqui a alguns anos. Mas o amanhã, deixa prá depois. Quero ter o prazer de beber um desses daqui a uns 4 anos, mas aí, é outra história. Esse já foi!!! Gracias JP!
A propósito, os vinhos da Colomé são importados pela Decanter, mas acho que esse ainda não está no catálogo.

A propósito, os vinhos da Colomé são importados pela Decanter, mas acho que esse ainda não está no catálogo.