A bodega Emilio Moro, localizada em Ribera del Duero, é relativamente jovem, tendo lançado o seu vinho Malleolus de Sanchomartin apenas em 2002, como este Emilio Moro Malleolus de Sanchomartin 2004 que bebemos. As uvas vem do Pago de Sanchomartin, um vinhedo de altitude, pequeno, com menos de 1 hectare (mais especificamente 0,85 hectare), plantado em 1964, e que tem solo rico em calcáreo e argila. A produção é pequena, geralmente ao redor de 2.500 garrafas. A maturação é feita em carvalho francês por 22 meses. Ao nariz, já mostrava a que veio. Vinho poderoso! Depois de uma hora em decanter ainda relutava em mostrar suas melhores qualidades. Eu, particularmente, sentia muito as notas tostadas e de baunilha. No entanto, elas foram se equilibrando com o restante e deixando que aparecessem notas de ameixa e amora bem maduras e alcaçuz marcante. Confesso que me lembrou muito um Kilikanoon Oracle que bebemos tempos atrás. Mesmo apreciando muitos vinhos espanhóis, tive dificuldades em identificá-lo como tal. Só com o passar do tempo (+/- 3 horas) é que mostrava mais a sua identidade. Podia-se sentir, depois deste tempo, notas cítricas, mentoladas, de café e florais. Em boca é um vinho carnudo, daqueles de mastigar, de densidade impressionante. Enchia a boca com seus aromas de fruta madura, balsâmicas e alcaçuz. Com o tempo, notas minerais, mentoladas e herbáceas foram surgindo. Os taninos são presentes mas com uma polidez incrível. O vinho é sedoso até mandar parar. E a persistência? Aqui outro grande destaque: O danado insistia em permanecer na boca. Interminável! Realmente, um grande vinho, opulento! E para favorecer, produto de uma safra grandiosa. Este da safra de 2004 foi o mais aclamado entre os Sanchomartin, com 97 pontos da Wine Spectator e 97 do Mr. Parker. Mas os de outras safras, sempre ficam alí pelos 94-95 pontos. Bem, aí emendo com a minha primeira crítica. Para o meu gosto (por favor, entendam: Para o meu gosto!), o vinho satisfaz o paladar americano, que adora o estilo mastigável. Para atestar o quanto o vinho os alegra é só fazer uma boa busca na rede e ver como os elogios são rasgados. Mas acredito que essa concentração seja uma característica própria do vinho, que é oriundo de uvas de vinhedo de baixo rendimento. Aliás, lembrou-me a concentração do seu primo riojano Pujanza Cisma, que também é feito com uvas de um vinhedo de menos de 1 hectare e de baixo rendimento (e que também é de solo calcáreo e argiloso).
Por outro lado, acho o preço salgado, mesmo lá fora. No Brasil, causa hipertensão. Não farei comparações diretas, mas aqui mesmo no blog dá para encontrar conterrâneos dele que fazem muita presença com um preço menor. Mas é claro, a experiência valeu, e muito!
Por outro lado, acho o preço salgado, mesmo lá fora. No Brasil, causa hipertensão. Não farei comparações diretas, mas aqui mesmo no blog dá para encontrar conterrâneos dele que fazem muita presença com um preço menor. Mas é claro, a experiência valeu, e muito!