segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Emilio Moro Malleolus de Sanchomartin 2004: Opulento!

A bodega Emilio Moro, localizada em Ribera del Duero, é relativamente jovem, tendo lançado o seu vinho Malleolus de Sanchomartin apenas em 2002, como este Emilio Moro Malleolus de Sanchomartin 2004 que bebemos. As uvas vem do Pago de Sanchomartin, um vinhedo de altitude, pequeno, com menos de 1 hectare (mais especificamente 0,85 hectare), plantado em 1964, e que tem solo rico em calcáreo e argila. A produção é pequena, geralmente ao redor de 2.500 garrafas.  A maturação é feita em carvalho francês por 22 meses. Ao nariz, já mostrava a que veio. Vinho poderoso! Depois de uma hora em decanter ainda relutava em mostrar suas melhores qualidades. Eu, particularmente, sentia muito as notas tostadas e de baunilha. No entanto, elas foram se equilibrando com o restante e deixando que aparecessem notas de ameixa e amora bem maduras e alcaçuz marcante. Confesso que me lembrou muito um Kilikanoon Oracle que bebemos tempos atrás. Mesmo apreciando muitos vinhos espanhóis, tive dificuldades em identificá-lo como tal. Só com o passar do tempo (+/- 3 horas) é que mostrava mais a sua identidade. Podia-se sentir, depois deste tempo, notas cítricas, mentoladas, de café e florais. Em boca é um vinho carnudo, daqueles de mastigar, de densidade impressionante. Enchia a boca com seus aromas de fruta madura, balsâmicas e alcaçuz. Com o tempo, notas minerais, mentoladas e herbáceas foram surgindo. Os taninos são presentes mas com uma polidez incrível. O vinho é sedoso até mandar parar. E a persistência? Aqui outro grande destaque: O danado insistia em permanecer na boca. Interminável! Realmente, um grande vinho, opulento! E para favorecer, produto de uma safra grandiosa. Este da safra de 2004 foi o mais aclamado entre os Sanchomartin, com 97 pontos da Wine Spectator e 97 do Mr. Parker. Mas os de outras safras, sempre ficam alí pelos 94-95 pontos. Bem, aí emendo com a minha primeira crítica. Para o meu gosto (por favor, entendam: Para o meu gosto!), o vinho satisfaz o paladar americano, que adora o estilo mastigável. Para atestar o quanto o vinho os alegra é só fazer uma boa busca na rede e ver como os elogios são rasgados. Mas acredito que essa concentração seja uma característica própria do vinho, que é oriundo de uvas de vinhedo de baixo rendimento. Aliás, lembrou-me a concentração do seu primo riojano Pujanza Cisma, que também é feito com uvas de um vinhedo de menos de 1 hectare e de baixo rendimento (e que também é de solo calcáreo e argiloso). 
Por outro lado, acho o preço salgado, mesmo lá fora. No Brasil, causa hipertensão. Não farei comparações diretas, mas aqui mesmo no blog dá para encontrar conterrâneos dele que fazem muita presença com um preço menor. Mas é claro, a experiência valeu, e muito! 

sábado, 28 de setembro de 2013

Dois alentejanos: Esporão Quatro Castas 2011 e Herdade São Miguel Touriga Franca 2010

Nessa última sexta-feira passamos na Mercearia 3M para aquele tradicional fim de tarde regado a bons vinhos. Estávamos Caio, JP, Carlão e este que vos escreve. Eu queria abrir um Tosca, chianti que sempre me agrada. Mas o JP estava inclinado a abrir um português e elegemos o Esporão Quatro Castas 2011. Bem, nem preciso dizer que o vinho é feito com 4 uvas diferentes: Aragonez (com vinificação em lagares e estágio de 6 meses em carvalho americano), Alicante Bouschet (com vinificação em inox e estágio de 6 meses em carvalho francês), Petit Verdot (vinificada em inox e com estágio de 6 meses em carvalho francês) e Syrah (vinificada em cubas roto-fermentativas e estágio de 6 meses em cavalho americano). O vinho é concentrado, com aromas de frutas compotadas, baunilha e um fundinho mineral. Em boca, repete o nariz, mostra bom corpo e bom equilibrio (embora logo ao ser aberto se mostrasse um pouco "quente"). Ficou bem melhor depois de algum tempo. Assim, se for beber, decanter nele. É bem feito e redondinho, mas confesso que não é o tipo de vinho que me mais me agrada. Se fosse um pouquinho mais seco e com um pouquinho menos de extração, me alegraria mais. 
O Carlão, que chegou depois, abriu um Herdade São Miguel Touriga Franca 2010. O vinho é feito pela Companhia Agrícola Alexandre Relvas (que tive o prazer de conhecer tempos atrás - clique aqui). Este 2010 é muito parecido com o 2009 que bebi tempos atrás. Ele estagia 9 meses em carvalho francês. Ao nariz mostra notas de framboeza, alcaçuz e leve tostado. Em boca, repete o nariz e é bastante sedoso, levemente glicerinado. Agrada fácil, fácil. Mas se tivesse uma pitada de alguma uva para lhe agregar uma certa rusticidade, para o meu paladar, melhoraria. Eu o preferi ao 4 Castas. Nota pós-postagem: O vinho ficou entre os 100 melhores vinhos da Revista Adega no final do ano, com elogios para sua qualidade e relação custo/benefício.
São vinhos na mesma faixa de preço (75-80 Reais), e que justificam o valor pago.
Bem, isso aí, pessoal!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Foradori Morei Teroldego 2010: Belo vinho!

Tempos atrás escrevi aqui no blog sobre o vinho biodinâmico Foradori Sgarzon Teroldego 2010, italiano do Trentino-Alto Adige que gostei bastante. Bem, agora chegou a hora de seu irmão, o Foradori Morei Teroldego 2010, que apreciamos na casa do Carlão. A diferença quanto ao seu irmão é apenas em relação ao vinhedo, já que a vinificação é parecida, assim como a maturação em ânforas (tinajas espanholas) por 8 meses. Também não são utilizadas leveduras industriais e a adição de sulfito é miníma, só ao final do processo. Dessa vez, deixamos o vinho descansar em decanter por no mínimo uma hora e fomos apreciando devagar, acompanhando a sua evolução. Ao nariz ele mostra notas de amoras silvestres, azeitonas pretas, alcaçuz e minerais. Em boca, repete o nariz, mostrando ótima intensidade e muita mineralidade. Os taninos são firmes e devem melhorar com os anos, mas nada que incomodasse agora. É um vinho de muita presença e, da mesma forma que o Sgarzon, distinto. Não quero ser prepotente, longe de mim, mas não é vinho para iniciantes. Novo-mundistas de carteirinha podem estranhar esta beleza. 
Cada vez eu fico mais fã dos vinhos de Elisabetta Foradori.

sábado, 21 de setembro de 2013

Espino Pinot Noir 2012: Legalzinho!

Nessa semana estava na querida Ribeirão Preto e tirei uma noite para ir ao Bistrô Flor de Sal. Se estiver em Ribeirão, pode ir que vale a visita. O ambiente é legal, a comida boa e a carta de vinho com boas opções, desde vinhoa mais "em conta" quanto alguns de mais peso. O legal é que não há exagero nos preços dos vinhos. A margem fica abaixo do normalmente cobrado nos restaurantes. E para acompanhar um carré de novilho precoce delicioso, escolhi um Espino Pinot Noir 2012, feito por William Févre no Chile. O vinho passa 8 meses em barricas e 6 meses em garrafa antes de ir ao mercado. Ao nariz mostra notas de morango, cerejas e um toquezinho de goiaba, sem exageros, lembrando um suflê. Em boca é fresco, com boa acidez, taninos discretos e um fundinho apimentado legal. É um vinho sem exagero de extração e muito justo. No seu valor, que vi por aí abaixo de 50 pilas, uma ótima pedida. Um exemplo para um monte de Pinot Noir cozido e sem graça que tem por aí... Aliás, esta linha Espino é muito boa. Todos que provei dela são bem feitos.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

António Saramago Escolha 2003: Um vinho de muita classe!

Dias atrás passei na casa de meu amigo Paulão para trocar um dedo de prosa e levei um vinho para bebermos tranquilamente, sem pressa, como deve ser. O vinho era um António Saramago Escolha 2003. O produtor é tradicional, com algumas boas décadas na produção de vinhos de ótima qualidade e trabalho junto a várias vinícolas portuguesas. António Saramago é filho de José Maria Saramago, que foi adegueiro da empresa de José Maria da Fonseca por mais de 40 anos. Formado em enologia em Bordeaux, trabalhou com o próprio José Maria da Fonseca e foi, na década de 90, responsável pelos ótimos vinhos Tapada dos Coelheiros. Além de produzir vinhos em diferentes regiões de Portugal, Saramago estendeu seu trabalho para o Brasil, junto à vinícola catarinense Villagio Grando. Em 2012, comemorou 50 anos de carreira. Ou seja, é experiência para dar e vender. Bem, mas voltando ao vinho que levei, o Escolha 2003, ele é feito com 100% Castelão (Periquita) e passa 12 meses em barricas de carvalho francês. Seus aromas já são de um vinho senhorío. No começo, me deu até a impressão de que em pouco tempo perderia vigor na taça. Mas pelo contrário, o tempo foi passando e o vinho foi se arredondando e ganhando novas nuances. Riqueza impressionante. Mostrava notas de cereja bem madura, quase em licor, ameixa seca, balsâmicas, chocolate, tostadas, alcaçuz e um fundinho de baunilha. Com o tempo, surgiu um mentoladinho bem gostoso e um toquezinho de sálvia. Em boca era muito equilibrado e mostrava taninos arredondados pelo tempo. Era intenso, com um final longo e muito gostoso, levemente amadeirado. Um senhor vinho, de muita categoria e que está no seu auge. Uma demonstração clara de que a Castelão pode gerar ótimos vinhos nas mãos de quem sabe trabalhá-la. Paolão e eu, que apreciamos muito vinhos portugueses devidamente amaciados pelo tempo, gostamos demais deste vinhão de 10 anos. Peguei esta garrafa na última promoção da Vinci, por praticamente a metade do preço. Estou (muito) arrependido de ter pegado só uma. Os vinhos de António Saramago são agora importados pela Viníssimo.
Ah, e para terminar a noite, o Paolão ainda serviu um belo macarrão e umas taças de um Lindaflor 2004, já comentado aqui no blog.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Dois espanhóis e dois chilenos: Hacienda Monasterio 2008, Beronia Gran Reserva 2005, Montes Alpha Pinot Noir 2009 e Sol de Sol Pinot Noir 2008

A noite estava quente e estávamos inclinados a levar brancos para a reunião da confraria no restaurantes Chez Marcel. No entanto, furou e dois de nós levamos Pinot Noir e dois outros, tintos espanhóis.
O Caião levou um clássico Montes Alpha Pinot Noir 2009. Ele gosta muito do estilo do vinho, maduro e com bastante fruta. O vinho era quente, com notas de cereja e goiaba, em meio a um toque tostado. Em boca repetia o nariz, tendia para o doce e deixava um final levemente herbáceo. Não é do tipo de Pinot Noir que eu aprecie muito. Prefiro os menos frutadões. Este Montes Alpha é um representante fiel do estilo dos Pinot Noir chilenos.
Eu levei um embrulhado, para matar a cisma com este Sol de Sol Pinot Noir 2008. Da outra vez ele não deixou boa impressão (clique aqui). Dessa vez, deixei respirando mais tempo em casa antes de levar e ele melhorou. Às cegas, o pessoal não malhou tanto, mas notou seu lado seco e falta de fruta. Eu achei melhor que da outra vez e notei que ele acompanha muito bem comida. No entanto, ao contrário do Montes Alpha anterior, que a meu ver peca pelo excesso, este peca pela falta de de fruta. E é só um totózinho. Se tivesse um pouquinho mais... Eu ainda boto fé nas futuras safras deste vinho.
Migrando para os espanhóis, o levado pelo JP foi um Hacienda Monasterio 2008. Havíamos provado um 1999 há algum tempo e que estava ótimo. Este 2008, que é da linha Cosecha, estava uma delícia. Bem, a vinícola tem como enólogos Carlos de La Fuente e Peter Sisseck (Domínio Pingus) e dela espera-se coisa boa. O vinho é feito com 80% Tempranillo e pitadas de Merlot e Cabernet Sauvignon. A fermentação é feita por leveduras da própria uva e o vinho matura 20 meses em barricas de carvalho francês. Os aromas de frutas, como a ameixa e cassis, se mesclam a notas de especiarias, como o alcaçuz e canela. Em boca é mineral e destaca-se pela suavidade. Os taninos são muito sedosos. Vinho redondinho, redondinho. Delicioso! Para mim, o destaque da noite.
E para finalizar, nosso confrade Rodrigo levou um Beronia Gran Reserva 2005. Eu considero os Beronia riojanos de ótima relação custo benefício. Oferecem bastante pelo preço. Já passaram por aqui os Gran Reservas 1995 e 2001. Esse 2005 não ficou atrás. Só lhe achei mais maduro e um pouquinho mais doce que os seus irmãos. Mas a qualidade estava lá. O vinho mostra notas de cereja madura, ameixa e tostadas, em meio a um toque de casca de laranja. Os taninos estão já redondinhos e o vinho é muito sedoso. Tudo certinho! Novamente, um ótimo Beronia.
Bem, é isso aí!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Villa Maria Private Bin Pinot Noir 2010 e dois repetecos

Na semana passada sentamos para beber uns vinhos na casa do Carlão. Eu levei o neozelandês Villa Maria Private Bin Pinot Noir 2009. Adquiri este vinho na promoção da Vinci, por um bom preço. O vinho é o mais simplezinho da vinícola, mas me animou para abrir os seus irmãos "maiores" que tenho na adega. Ele é feito com uvas de vinhedos localizados em Awatere e Wairau (Marlborough), e maturou 9 meses em barricas de carvalho francês. É um vinho com aromas de frutas silvestres, "tutti-fruti", tabaco e especiarias. Depois de um tempo aberto lembrou-me aromas do Fulvia 2010. Em boca mostrava bom frescor, aportado pela acidez correta, mineralidade e taninos firmes. É bem elegante que pode ser bebido solo ou acompanhando comida. Claro que, sendo o vinho de entrada da vinícola, não é aquela exuberância toda. Mas dá chineladas em muitos chilenos, argentinos e sem dó em alguns brasileiros que têm sido elogiados por aí...rs. Todos sabem que não tenho preconceito e que mando ver em vinhos nacionais, mas recentemente ouvi elogios para dois Pinot Noir, um com madeira amarga e outro cozido, que não dá... A verdade é que a grande maioria dos Pinot Noir sulamericanos ainda precisa caminhar muito para alcançar a qualidade dos neozelandeses.
Bem, e a noite teve ainda dois repetecos: Beringer Cabernet Sauvignon Knights Valley 2009 e Quinta da Bacalhoa 2010. Ambos já foram descritos aqui e não vou gastar mais linhas. Só posso dizer: Dois Cabernets de primeira!

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Você sabe a diferença entre o Crasto Etiqueta Negra Reserva Vinhas Velhas e o tradicional Reserva Vinhas Velhas?

Em noite regada a um belo bacalhau na casa de nosso amigo Fernandinho, apreciamos 3 portugueses de muita responsa. E o legal é que não combinamos o que levar. Só tinhamos na cabeça que seriam vinhos de Portugal, claro. Mas o bom de tudo é que cada um levou um vinho de uma região diferente, e com características bem distintas. 
O Paulão levou um de Lisboa (Ex-Estremadura), o Chocapalha Reserva 2006. Gosto muito deste vinho (o 2007 já frequentou o blog algumas vezes - clique aqui). Este 2006 não foge à qualidade. Pelo que vi, o corte é um pouco diferente do 2007, sendo feito com 60% Touriga Nacional e 40% Tinta Roriz (o 2007 tem uma pitada de Syrah). É um vinho rico, com notas de amoras e kirsch em meio a notas tostadas bem dosadas, café e chocolate. Em boca é amplo e sedoso, com taninos muito polidos e um final muito longo. O mais austero da noite. Muito bom! Vinho talhado pelas mãos da brilhante enóloga Sandra Tavares da Silva. 
O JP levou um clássico Alentejano que já pintou no blog (clique aqui), o Cartuxa Reserva 2007. Este há pouco o que escrever... Na verdade, há muito, mas é desnecessário. É um vinhaço! Tudo no lugar. A fruta no ponto em meio a especiarias e chocolate. Muito rico. Em boca repete o nariz e é de um equilibrio invejável. É daqueles vinhos que garantem a noite. Uma delícia!
E eu levei um Duriense, o Crasto Etiqueta Negra Reserva Vinhas Velhas 2010. Aqui tem uma curiosidade a ser esclarecida. Sempre fiquei na dúvida se ele se tratava do mesmo Reserva Vinhas Velhas, mas em roupagem diferente. Nunca ninguém me respondeu a contento. Então, escrevi para a vinícola e o próprio Tomás Roquette gentilmente me respondeu, esclarecendo que o Etiqueta Negra é um projeto especial para a Wine e que é distinto do tradicional Reserva Vinhas Velhas. Transcrevo a seguir, com a sua devida autorização, parte da resposta:

"O vinho Etiqueta Negra, apesar de ter um nome parecido é um vinho diferente, embora também seja proveniente de vinhas velhas com muito baixa produção e com grande concentração. São vinhas com mais de 30 variedades de uvas diferentes o que lhe confere uma grande complexidade mas com um estilo um pouco diferente do tradicional Reserva Vinhas Velhas, bem como uso de barricas de Carvalho também ligeiramente diferentes. Tem sido considerado uma excelente relação custo beneficio".

Só para comparar os rótulos (postagem aqui)
Ou seja, o vinho realmente é diferente e parece ocupar uma posição abaixo de seu tradicional irmão. E o que eu achei dele em comparação ao tradicional da mesma safra, 2010 (que já pintou por aqui há um tempo)? Este Etiqueta Negra é mais jovial, mais pronto para beber. É um vinho complexo, mas não tanto quanto seu irmão. As notas de cereja e framboesa reinam em meio a toques de baunilha, cravo e chocolate. Em boca é muito redondo, sedoso, com acidez correta e taninos perfeitos. Prontinho para beber, mas aguenta tranquilo uma guarda. Seu irmão, aquele tradicional, com a etiqueta bége (é isso?) é mais austero, com presença maior de frutas silvestres em meio a kirsch e chocolate. Tem mais estrutura para guarda. Como o Paulão definiu, "é mais senhorío". Mas vou dizer uma coisa: Pelo preço que estava na Wine, este Etiqueta Negra Vinhas Velhas é uma ótima compra. Impossível não agradar.
Isso aí, pessoal! A noite foi muito boa e os vinhos acompanharam muito bem o belo bacalhau que nosso amigo Fernandinho nos ofertou.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Clos Floridene 2009: Mais um Bordeaux de bom preço e (muito) boa qualidade

O Clos Floridene é talhado sob a batuta de Denis Dubourdieu, que é conhecido pelos seus ótimos brancos, tanto os secos quanto os Sauternes Chateau Cantegril e Doisy-Daene. No portfólio está ainda o grandioso Sauternes L'Extravagant (para quem quer, e pode, gastar bastante). Embora não tão famoso, ele é comparável ao grande Chateau D'Yquem, para o qual Dubourdieu já deu consultoria. Bem, mas voltando a este tinto que bebi na última sexta-feira, o Clos Floridene 2009, ele é feito na região de Graves com 70% Cabernet Sauvignon e 30% Merlot, maturando 12 meses em barricas de carvalho francês (1/3 novas). Eu imaginava se tratar de um bordozinho leve, frutadinho e fácil de beber. Nada! É austero e com boa estrutura. A fruta está lá, com notas de cassis e amoras, mas entre notas especiadas e minerais bem firmes. A pimenta branca aparece, assim como o tabaco e toques defumados. Em boca é seco, mineral e com final longo. Ainda está jovem e a madeira aparece um pouco. Os taninos ainda anseiam por uns aninhos para entrarem na melhor forma, mas nada que nos impeça de apreciá-lo agora (depois de uma horinha de decanter e de preferência com comida). Se você tiver paciência, guarde em adega por uns tempos e terá uma boa surpresa. É um vinho muito bom e que oferece bastante pelo preço. Vi que na Winestore (loja virtual que oferece os produtos da Casa Flora) está a 128 (eu paguei 100 pilas...rs). Vale, tranquilo. Pode comprar. Se você não gostar, aguento o xingo...rs. Só a título de informação, a WS outorgou 90 pontos para este 2009 e 91 para o 2010.