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domingo, 23 de outubro de 2011

Caballo Loco, Afincado, Erasmo, Chateau Signac e Cicônia - Mais uma bela rodada da Confraria do Ciao!

Nessa última reunião da Confraria do Ciao não combinamos, mas 3 de nós levamos os vinhos embrulhados. Eu levei um Erasmo 2006, e o JP já decifrou sua origem Chilena. Já comentei sobre este vinho aqui no blog (clique aqui), e por isso serei breve. Ele foi eleito a melhor mescla chilena no Descorchados 2010, e justifica o título. Corte bordalês clássico, é vinho muito elegante, com tudo na medida certa - sem arestas! É comercializado pela Casa do Porto.
O amigo Paulão levou também um embrulhado que decantamos, pois a rolha quebrou, já denunciando um vinho mais antigo. Ao nariz, notas de cereja, couro, tabaco e alcaçuz. Em boca, redondo, com taninos redondos e levemente terrosos. Lembrava um Tempranillo já evoluído. Imaginei também que poderia ser um português com presença de Aragonez. No entanto, para nossa surpresa, era o top da vinícola argentina Terrazas, o Afincado, na sua versão Cabernet Sauvignon. Eu havia apreciado apenas o Malbec da linha, que é muito bom. Mas este Afincado Cabernet Sauvignon 2001 estava uma delícia! Para mim, melhor que o Malbec. Ele, e o Trapiche Medalla 2002 que o Paulão levou tempos atrás, mostram uma tendência de evolução parecida dos Cabs argentinos, lembrando bons espanhóis. Belo vinho!
O outro embrulhado foi levado pelo amigo Tom, que está se especializando em levar grandes vinhos. Bati no naso e já senti o mentolado típico de Cabernet chileno, o que foi também sentido pelo JP. Bebendo mais um pouco o vinho, resolvi arriscar o nome do danado. E foi na bucha! Caballo Loco, da Valdivieso! Só não arrisquei o número, mas suspeitei ser dos mais novos, que mudaram para um estillo um pouco mais encorpado que os mais antigos. Era o Caballo Loco número 10. O Caballo Loco, que tem este nome devido ao apelido do proprietário Jorge Coderch, é produzido desde 1994 e desde lá foram 12 edições. O interessante é que o vinho atual é sempre cortado com 50% do vinho anterior, o que lhe aporta muita complexidade. Saber a mescla exata é difícil, mas ele conta majoritariamente com Cabernet Sauvignon e também Malbec, Carmenére e Merlot. Provavelmente este foi feito com uvas de 2005 e mesclado com a versão anterior (vi no site da Valdivieso que o no. 13 foi feito com uvas de 2008 e anteriores, assim, é só fazer as contas). Este número 10 estava uma maravilha! Era potente, mas elegante. Ao nariz notas de ameixa, café, especiarias e grafite, que se repetiam em boca. Vinho com boa mineralidade e amplo, cheio de camadas. Uma beleza! Os taninos são finos e em alguns anos devem arredondar e dar sedosidade ao vinho. É um vinho de dar inveja a muitos Bordeaux. Quem não conhece tem que experimentar este ultra-premium chileno.
O amigo Rodrigo levou um daqueles vinhos frescos, mais simples, mas muito bom para o dia-a-dia. Era um português, o alentejano Cicônia 2009. É um vinho tranquilo, sem complicações, com notas de frutas vermelhas e leve tabaco. Em boca é leve e fácil de beber. Um bom custo benefício.
O JP levou outro na mesma linha do anterior. Um Chateau Signac 2005, do Rhône. É um corte GSM com pitadas de outras uvas. Ao nariz, notas de frutas silvestres e cítricas. Em boca, era leve e fresco, também fácil de beber e bom para comida. Também é um bom custo benefício, comercializado pela Grand Cru.
Bem, amigos, foi mais uma daquelas noites boas da confraria. Até a próxima.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Terça na casa do Tom - Chilenos e Argentinos em maioria

Ontem era para ser a nossa premium anual, mas adiamos para a próxima terça... No entanto, fomos à casa do amigo Tom apreciar uma boa picanha,carré de porco defumado, linguiça Cuibana e um Risoto de Funghi Secchi. Não combinamos, mas quase todos os vinhos foram 4 chilenos, 1 argentino e apenas um ibérico. Eu levei um Casa Marin Pinot Noir 2009 que não passa por madeira. É fruta pura, com notas de groselha e morango. O vinho é refrescante demais, doce, mas com boa acidez, e merece todos os elogios do Patricio Tapia, no Descorchados 2010, onde teve 91 pontos. Uma delicia para ser apreciada mais resfriado. 
Seguindo este, bebemos um Montes Alpha Pinot Noir 2008 levado pelo Caio. Este já tem mais complexidade, aportada pela madeira. É um vinho redondo, com notas de cereja e morango. A madeira, presente, lhe aporta um tostado gostoso. É só um pouco doce, como muitos Pinot chilenos. Bem, mas Montes Alpha é Montes Alpha, ou seja, sempre bom. Mas acho que não tem a qualidade dos Alpha Cabernet, Merlot ou o Syrah.
 O Paulão levou um Séptima Gran Reserva 2008, um argentino potente, musculoso, mas muito elegante. É um corte de Malbec, Cabernet e Tannat. A Malbec reina com a doçura e notas de ameixa, mas a Cabernet lhe aporta elegância e a Tannat os taninos, que são muito redondos. O vinho é perfeito para um churrasco e deve envelhecer muito bem. A meu ver ainda está novo. Excelente custo benefício. 
O amigo Rodrigo Ray levou o estranho no ninho, o português Vallado 2008. Já comentei sobre este vinho no blog, mas não sobre este 2008, que como o outros de anos anteriores, está muito bom. A touriga nacional se destaca, com as notas perfumadas de violeta.  A madeira geralmente pega um pouquinho quando o vinho é jovem, mas com o tempo, as coisas se equilibram. Vinho sempre bom. 
Aí chegou o João Paulo, um pouco atrasado (o que não é de seu costume...rs). Levou uma pérola, que é o Erasmo 2006. Bem, também já comentei bastante sobre este vinho no blog, mas não posso deixar de lembrar que foi a mescla do ano no Descorchados 2010, com elogios rasgados do Patricio Tapia. O último que havia bebido estava um pouco fechado, mas este do João Paulo já estava bem mais aberto. Depois de algum tempo na taça foi só alegria. Que vinho! Um Bordeaux! Melhor que muitos Bordeaux por ai, e muito mais barato. Feito no Chile por um Italiano. Que mescla! Bem, é um vinho elegante ao extremo e que recomendo fortemente. 
Para finalizar o Tom resolveu abrir uma magnum de um Tabali Syrah Reserva Especial 2007. É um vinho muito bom. Bem diferente da maioria dos vinhos do Limarí, que são mais minerais e menos doces. Este está na parte dos sobremaduros, com uma explosão de frutas. A cor é bem escura, e na boca é pleno. Um belo vinho dentro da familia dos super-maduros.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Erasmo 2006 - La Reserva de Caliboro

Apreciei um Erasmo 2006 com meu amigo Fernando Tinton, no Ciao Bello, poucos dias atrás. O vinho teve 94 pontos do Guia Descorchados 2010 e foi eleito a melhor mescla chilena e segundo melhor vinho da américa latina. É um corte bordalês clássico (Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc) e produzido por um italiano (Conde Marone Cinzano) no Chile. É muito elegante, com grande delicadeza. A fruta não aparece excessivamente doce, como é moda, e sim, fresca. Tudo é equilibrado no vinho: acidez, álcool e madeira. Discordo completamente da Wine Spectator, que o considerou levemente rústico e lhe atribuiu apenas 88 pontos, com a indicação de consumo até 2011. O Guia Descorchados sugere decantar e consumir entre 2011 e 2021. Não sei se chega até lá, mas uma sobrevida maior é mais provável. O vinho ainda está meio fechado, e só começa a se abrir depois de um bom tempo em decanter (mínimo 2 horas). Na taça ele também se mostra aos poucos, como deve ser com um bom vinho. Por isso, não é para quem bebe ligeiro, sem apreciar. É um vinho para curtir. Depois de aberto dá para sentir notas de amora, groselha, tabaco e uma pitadinha de azeitona verde.Quanto ao preço, é bastante honesto, pelo que oferece e quando comparamos com ícones chilenos (R$99,00).