Nessa última reunião da Confraria do Ciao não combinamos, mas 3 de nós levamos os vinhos embrulhados. Eu levei um Erasmo 2006, e o JP já decifrou sua origem Chilena. Já comentei sobre este vinho aqui no blog (clique aqui), e por isso serei breve. Ele foi eleito a melhor mescla chilena no Descorchados 2010, e justifica o título. Corte bordalês clássico, é vinho muito elegante, com tudo na medida certa - sem arestas! É comercializado pela Casa do Porto.
O amigo Paulão levou também um embrulhado que decantamos, pois a rolha quebrou, já denunciando um vinho mais antigo. Ao nariz, notas de cereja, couro, tabaco e alcaçuz. Em boca, redondo, com taninos redondos e levemente terrosos. Lembrava um Tempranillo já evoluído. Imaginei também que poderia ser um português com presença de Aragonez. No entanto, para nossa surpresa, era o top da vinícola argentina Terrazas, o Afincado, na sua versão Cabernet Sauvignon. Eu havia apreciado apenas o Malbec da linha, que é muito bom. Mas este Afincado Cabernet Sauvignon 2001 estava uma delícia! Para mim, melhor que o Malbec. Ele, e o Trapiche Medalla 2002 que o Paulão levou tempos atrás, mostram uma tendência de evolução parecida dos Cabs argentinos, lembrando bons espanhóis. Belo vinho!
O outro embrulhado foi levado pelo amigo Tom, que está se especializando em levar grandes vinhos. Bati no naso e já senti o mentolado típico de Cabernet chileno, o que foi também sentido pelo JP. Bebendo mais um pouco o vinho, resolvi arriscar o nome do danado. E foi na bucha! Caballo Loco, da Valdivieso! Só não arrisquei o número, mas suspeitei ser dos mais novos, que mudaram para um estillo um pouco mais encorpado que os mais antigos. Era o Caballo Loco número 10. O Caballo Loco, que tem este nome devido ao apelido do proprietário Jorge Coderch, é produzido desde 1994 e desde lá foram 12 edições. O interessante é que o vinho atual é sempre cortado com 50% do vinho anterior, o que lhe aporta muita complexidade. Saber a mescla exata é difícil, mas ele conta majoritariamente com Cabernet Sauvignon e também Malbec, Carmenére e Merlot. Provavelmente este foi feito com uvas de 2005 e mesclado com a versão anterior (vi no site da Valdivieso que o no. 13 foi feito com uvas de 2008 e anteriores, assim, é só fazer as contas). Este número 10 estava uma maravilha! Era potente, mas elegante. Ao nariz notas de ameixa, café, especiarias e grafite, que se repetiam em boca. Vinho com boa mineralidade e amplo, cheio de camadas. Uma beleza! Os taninos são finos e em alguns anos devem arredondar e dar sedosidade ao vinho. É um vinho de dar inveja a muitos Bordeaux. Quem não conhece tem que experimentar este ultra-premium chileno.
O amigo Rodrigo levou um daqueles vinhos frescos, mais simples, mas muito bom para o dia-a-dia. Era um português, o alentejano Cicônia 2009. É um vinho tranquilo, sem complicações, com notas de frutas vermelhas e leve tabaco. Em boca é leve e fácil de beber. Um bom custo benefício.
O JP levou outro na mesma linha do anterior. Um Chateau Signac 2005, do Rhône. É um corte GSM com pitadas de outras uvas. Ao nariz, notas de frutas silvestres e cítricas. Em boca, era leve e fresco, também fácil de beber e bom para comida. Também é um bom custo benefício, comercializado pela Grand Cru.
Bem, amigos, foi mais uma daquelas noites boas da confraria. Até a próxima.
Flavitz,
ResponderExcluirEsse ano vai ser difícil tirar o troféuzão TOP do Tomzão!
A disputa agora é pelo Palo Alto.
Abraço
Verdade amigo Tom! Você está jogando pesado. Mas tomara que o pessoal tente tirar seu troféu e esqueça o Palo Alto!
ResponderExcluirAbração,
Flavitz