quinta-feira, 31 de maio de 2012

Ué, a Wine Spectator começou a gostar dos Brunellos Biondi-Santi???

Pois é, sempre achei que há enormes injustiças em avaliações. E a lista é farta! Mas um produtor que sempre achei bastante injustiçado é o grande Biondi-Santi. Criador dos portentosos, e por mim amados, Brunellos, o produtor teve apenas 10 de seus vinhos com nota igual ou acima de 90 pontos. Incrível isso, quando vemos uma enxurrada de argentinos, chilenos, americanos e outros tantos, batendo fácil esta marca. Seria o fruto da banalização daquela barreira que para mim é a diferença entre os grandes vinhos e os bons vinhos? Acho que sim. Mas fiquei feliz quando o Brunello Biondi-Santi 2006 faturou 94 pontos e também agora, quando vi o seu Brunello Tenuta Greppo Riserva 2006 faturar 97 pontos. O que aconteceu com a WS? Ficou boazinha de uma hora prá outra? Abriram o vinho um dia antes, deixaram respirar, como recomenda o produtor, e o apreciaram com uma belíssima bisteca fiorentina??? Começaram a apreciar vinhos de verdade? Ou será que Biondi-Santi está fazendo vinhos que agradam mais o gosto americano? Acho (e espero) que não. De qualquer forma, independente dos 97 pontos, em se tratando de Biondi-Santi, deve ser uma maravilha. Lembro-me muito bem do segundo Encontro Mistral que fui, acho que em 2002, quando no final da noite, havia um estande vazio e um italiano com seu terno elegantíssimo (nem precisava dizer isso, né?) me olhou e ofereceu orgulhoso seu "Brunello de Montalcino Riserva 1997"!!! Tufou a taça sem dó e ficou me olhando apreciar o néctar. Meu Deus! Que maravilha! Ele, me vendo estupefado com o vinho, sorriu e me serviu mais duas belas taças (à Italiana, não Francesa...), enquanto contava a história do vinho. Esqueci quase tudo que havia bebido naquela noite. Não tenho dúvidas: Este Biondi-Santi Riserva 97 foi o melhor Brunello que bebi em minha vida. E por que não dizer, um dos melhores vinhos que apreciei. Só fiquei triste quando olhei quanto custava a botella... Ah, e só por curiosidade, o vinho, da histórica safra de 1997, teve meros 91 pontos da WS...rs. Abaixo coloco o comentário sobre o 2006 na WS:

Biondi-Santi Brunello di Montalcino Tenuta Greppo Riserva 2006


97 points:
A mix of sweet cherry, raspberry, floral, tobacco, tea and balsamic flavors mingle in this complex, layered red. The acidity and tannins are present and well-integrated as this remains elegant and harmonious on the lingering finish. There’s a racy aspect, with a tobacco and mineral aftertaste. Best from 2016 through 2035. From Italy.—B.S.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fabre Montmayou Gran Reserva 2009: Ainda novo, mas já bom...

Eu, Wesley e Rafael, no La Rueda
Nessa última semana, em visita ao restaurante La Rueda, em Puerto Iguazu, Argentina, apreciamos belos bifes de chorizo acompanhados por um Fabre Montmayou Gran Reserva 2009. A vinícola foi montada em 1992 pelo francês Hervé Joyaux Fabre, membro de uma familia envolvida com a viticultura em Bordeaux. A vinícola Fabre Montmayou é considerada a primeira vinícola boutique da Argentina. Ela utiliza de uvas de mais de 60 anos de idade, com baixo rendimento, e adota o cultivo ecológico, sem o uso de herbicidas. Além disso, utiliza leveduras indígenas para a fermentação. Parece que a partir de 2004 a vinícola conta com a consultoria do enólogo português Rui Reguinga. Inclusive, agora está produzindo um blend 70% Malbec e 30% Touriga Nacional, que deve ser interessante. 
Bem, o Malbec Gran Reserva que apreciamos é um vinho potente, com muita presença. No início, o álcool aparece um pouco, mas com o tempo fica mais integrado. É um vinho bastante frutado, com notas de ameixa, amora, florais (violeta) e baunilha. Em boca é amplo, com ótima presença. É um vinho menos modernoso que a maioria, e que deve ganhar complexidade com alguns anos de garrafa. Ficou perfeito com o bife de chorizo. Se for abrir um desses, deixe respirar por 30-60 minutos.
Belo desenho no reboco da parede do La Rueda


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cortes de Cima 2005: Ótimo vinho!

A vinícola alentejana Cortes de Cima é conhecida pelo grande Incógnito, cujo nome é devido ao fato do vinho ser produzido com a casta Syrah, por muito tempo proíbida de ser plantada no Alentejo. No entanto, o carro chefe da vinícola é o Cortes de Cima. Esta garrafa que apreciei no último domingo, do Cortes de Cima 2005, trazia um vinho elaborado com 67% Syrah, 16% Aragonez (Tempranillo), 12% Touriga Nacional e 5% Cabernet Sauvignon, e que estagiou 12 meses em barricas de carvalho (80% Francesas e 20% Americanas). O danado possuía uma cor rubi belíssima, com leve halo de evolução. Ao nariz mostrava muita riqueza, com muita fruta vermelha madura,  kirsch, alcaçuz, notas florais e couro. Em boca, repetia o nariz, apresentava ótima acidez e taninos levemente terrosos. Eu achei delicioso! Atualmente há vinhos bem mais em moda, mas esse dá baile em muitos deles. E pelo preço (abaixo de 70 pilas), é uma grande pedida. Recomendo mesmo! 

domingo, 27 de maio de 2012

Clos des Menuts 2006: Bom vinho!

Dias atrás, em comemoração ao aniversário de meu aluno Wesley, almoçamos juntos e apreciamos um bom vinho de Saint Emilion. Era um Clos des Menuts 2006. Bem, a safra não foi lá essas coisas, o rótulo é meio estranho (assim como o nome) e o vinho não figura na lista dos conhecidos bordaleses. No entanto, as vezes encontramos bons achados nesses mais desconhecidos. Este estava bem correto, com tudo no lugar. Surpreendeu-me pelo elegância e harmonia. É feito com 85% Merlot, 10% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc. Ao nariz, notas de cassis, tabaco, tostadas e de baunilha. Em boca estava muito redondo, repetia o nariz e era bem sedoso. Ótimo vinho ao preço de 66 doletas já na mesa, em belas taças. Eu acabei não tirando fotos e emprestei a figura do site do produtor.

sábado, 26 de maio de 2012

Fontalloro 2005 e Brunello Casanova di Neri 2006: Vinhobão para quem é Loucoporvinhos!

Nessa última semana fiz uma longa viagem e no caminho tive o prazer de encontrar o Confrade Blogueiro Vitor, do Louco por Vinhos. E obviamente, não tomaríamos um vinho de 3 libras (mesmo que ele fosse eleito um dos melhores do mundo! kkkk - Leve referência ao Toro Doido). O amigo Vitor levou um belíssimo Fontalloro 2005, da Fattoria Fèlsina. Vinho de estirpe: Sangiovese na veia! Com aqueles aromas definidos pelo Vitor como sendo: -De Sangiovese! Concordo plenamente! A Sangiovese é uma das minhas castas preferidas. Seus aromas são inconfundíveis e os vinhos feitos com ela (se bem feitos, como este Fontalloro), são de encher a boca. Bem, nem preciso dizer que o Fontalloro estava uma beleza, preciso? No começo, um pouco fechado em boca, embora ao nariz já mostrasse grande riqueza. Mas depois de um tempo, mostrou poder. Valeu Vitor! A propósito, o vinho é importado pela Mistral.
Eu levei um Brunello de Montalcino Casanova di Neri 2006. Já havia apreciado uma garrafa desse danado tempos atrás (clique aqui). O legal é que ele estava muito parecido com o Fontalloro, embora, como citado pelo Vitor, com mais fruta e potência. Eu não vou comentar mais sobre esses vinhos que bebemos, pois o Vitor fez uma postagem perfeita sobre eles em seu blog. Divido com ele todas as impressões sobre as duas belas botellas. Portanto amigos, visitem o Louco por Vinhos para saberem mais sobre os dois danados (e também para conhecerem os vinhos que o amigo Vitor aprecia).
E como eu mencionei no título da postagem: "Loucos por Vinhos" merecem "Vinhobão"! 
Ah, Vitor, na próxima vamos ver se encontramos um Toro Loco para colocar na briga... rs.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Le Canon du Maréchal (Domaine Cazes) 2007: Bom e barato!

Nesse dia das Mães pedi no Restaurante Barone uma garrafa de um tinto do Languedoc-Roussillon, o Le Canon Du Maréchal 2007, do Domaine Cazes. Eu já havia apreciado o Muscat de Rivesaltes  2005 (sobremesa) do produtor, que me agradou bastante, mas o tinto ainda não havia apreciado. E gostei. Nada de extraordinário, mas muito sincero pelo preço. É daqueles vinhos fáceis de beber e que também melhora com comida. Ele é um corte de Syrah/Merlot (50/50) que não passa por madeira. Este 2007 possuía aromas de groselha, framboesa e alcaçuz, que se repetiam em boca. Era um vinho leve, bem agradável (aliás, se você gosta de bombas, ou está naquele dia de vinho mais potente, esse não é o seu vinho). Ele Me lembrou os vinhos mais simples de Mas de Daumas Gassac, da mesma região (onde aliás, são produzidos bons vinhos, de bom preço e que não são tão badalados quanto de outras regiões francesas). A propósito, atualmente os vinhos do Domaine Cazes são comercializados pela Mistral.

sábado, 12 de maio de 2012

Crasto Vinhas Velhas 2005, Pago de Carraovejas Crianza 2007 e Rapariga da Quinta Reserva 2008 - 3 belos vinhos em reunião esvaziada da Confraria...

Nessa última quinta-feira estavam apenas Paulão, Tom, Fernandinho e eu na Confraria. E os que não foram perderam! Eu levei um de uma linha que todos adoramos, o Crasto Vinhas Velhas. No caso, levei um de uma safra que já apreciamos (aliás, desde o 2003 que não damos trégua para este vinho). O vinho em questão era um Crasto Vinhas Velhas 2005. O Tonzinho já havia nos brindado com uma garrafa dele (clique aqui). Eu acho que é o mais austero e complexo de todos que bebi da linha. Aliás, ele levou o posto de terceiro do mundo pela WS em 2008, como 95 pontos. Obviamente, não que isso vá fazê-lo melhor, mas é um vinhão! Muito aromático, com ótima fruta, Kirsch, notas especiadas e de chocolate. Em boca é amplo, com taninos finíssimos, acidez correta e final longo. Vinho com tudo na medida certa e que ainda pode aguentar alguns anos. O duro é achá-lo no mercado. Encontrei o pessoal da vinícola tempos atrás, em um evento, e me disseram que é objeto de colecionador. Se você tem uma garrafa dessas, fique feliz (eu, felizmente, ainda tenho uma, que deixarei descansando mais um tempinho para ver sua evolução).
Mas o amigo Paulão entrou feio na briga! Levou um que eu estava curioso para apreciar, já há tempos. Era o Pago de Carraovejas Crianza 2007. Este vinho de Ribera del Duero é muito elogiado na Espanha, e não é encontrado com facilidade. A Peninsula o importa, e vi também que pode ser encontrado na Invinovita. Este Crianza 2007 é feito com 94% Tempranillo, 5% Cabernet Sauvignon e 1% Merlot, e passa 12 meses em barricas de carvalho francês e americano. É um vinho muito aromático, com notas de frutas mescladas a um leve tostado, um fundinho de cedro e notas especiadas. Aliás, o mais marcante no vinho foi a riqueza em especiarias! São notas deliciosas de alcaçuz, canela, noz-moscada e outras. Realmente diferente e muitíssimo agradável. Em boca repete o nariz, mostra acidez correta e um retrogosto especiado muito gostoso. Um vinhão! Esse eu quero repetir e também conhecer seus irmãos mais velhos (Reserva e Vendimia Selecionada). Valeu Paolão!
E o Tonzinho levou um que figura bem na linha ótimo custo benefício. Era o alentejano Rapariga da Quinta Reserva 2008. O vinho é feito com Alicante Bouschet, Aragonez e Trincadeira e estagiou 9 meses em barricas de carvalho francês e americano. Ao nariz, mostra fruta bem madura (incluindo  ameixa seca, lembrada pelo Tom), café e alcaçuz. Em boca é muito redondo, com taninos doces. É um vinho difícil de não agradar. Pelo preço dele então, é aposta certa! Recomendado.
Confrades que faltaram: Perderam!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

TURMA ABUSADA: Don Maximiano, Sastre Pago de Santa Cruz, Tondonia Reserva e Can Bonastre! Uau!

Olha a fera!
A turma tá pegando pesado. Nessa quinta-feira passada, em comemoração ao retorno do amigo Rodrigo, e à viagem do JP, mandamos ver em várias botellas de muito respeito. A primeira delas foi levada pelo Caião, que está se especializando em levar belos vinhos. E foi uma de Don Maximiano 2007, o top da chilena Errazuriz. Eu já postei aqui sobre o 2005 e também tomei uns goles do próprio 2007 no último Vini Vinci. Naquela oportunidade, achei um vinhão, claro. Mas agora, muito mais, pois pude apreciar boas taças e o vinho já estava mais aberto. É um vinho diferente do 2005, mais austero  e para mim, ainda melhor que ele. Aromas muito ricos, com notas de cassis, tabaco, leve pimenta, grafite e alcaçuz. Em boca, muito amplo, com taninos sedosos e final longuíssimo! Belíssimo vinho Caião! Valeu mesmo! Bem, os vinhos da Errazuriz são importados pela Vinci.

Veja o número da garrafa...
O segundo vinho foi levado por este que vos escreve. Era um irmão maior do Sastre Crianza, que sempre foi sucesso em nossa turma (veja aqui comentário sobre o 2002). O vinho em questão era um Sastre Pago de Santa Cruz 2003. É feito a partir de uvas de vinhedos especiais de Tempranillo, com mais de 64 anos de idade. As videiras são tratadas de forma natural, e não recebem tratamento de inseticidas ou herbicidas. O vinho matura por 18 meses em barricas novas de carvalho americano. Ao nariz já mostra sua força: Notas de cereja preta, caramelo e terrosas. Em boca, intensidade pura, com taninos sedosos e com um final interminável. É daqueles vinhos que a gente fica triste quando acaba. Uma beleza! Degraus acima de seu já ótimo irmão mais novo, o Crianza. A Peninsula comercializa os vinhos Sastre, mas pelo menos em seu site não figura o Pago de Santa Cruz, que pode ser encontrado na Invinovita
Tradição pura!
E a saga continuou com mais um espanhol, mas agora, de Rioja. E não era qualquer um. O amigo Rodrigo levou uma garrafa de um queridinho da turma, o Tondonia Reserva 2001. Esse dispensa maiores comentários. O 2001 já foi comentado aqui no blog, assim como outros belos vinhos deste tradicional produtor (clique aqui). E este estava uma delícia! As tradicionais notas de cereja e tabaco se misturavam a um fundinho cítrico. Tudo correto! Quem nunca tomou um longevo Tondonia não sabe o que está perdendo.
E como estas garrafas evaporaram logo, antes mesmo do jantar, o Fernandinho ofereceu uma garrafa de outro espanhol! E de outra região. Desta vez, da Catalunha: O Can Bonastre 2006 É um vinho que não peita os anteriores, mas muito gostoso. É feito com 60% Cabernet Sauvignon e 40% Merlot, e passa 12 meses em barricas francesas e americanas. Embora seja elaborado com castas francesas, possui a alma da Catalunha, mostrando fruta escura, notas balsâmicas, tostadas e boa mineralidade. Um vinho muito bom, e que se não tivesse sucedido a turma supracitada, faria ainda mais sucesso. É importado pela Mercovino.
Bem, como diria meu amigo Eugênio: Degustação totalmente Faixa-Preta! Paolão e Tom, que estavam viajando, perderam mais uma grande noite...
Balsâmico

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Replay de Solengo??? Em pouco mais de um mês? Que beleza!

Nesse último sábado fui com o Fernandinho até Ribeirão Preto comprar uns vinhos para seu restaurante. E na volta, ele me convidou para um jantar no Ciao Bello, com direito a um belo Ravioli e uma garrafa do grande Solengo 2005, da vinícola Argiano. Há pouco mais de um mês levei uma destas para beber com meu amigo Paulão, no mesmo Ciao (veja aqui), e foi demais. Bem, um replay destes é para deixar qualquer enófilo feliz. E o interessante é que esta garrafa estava ligeiramente diferente da outra. Pelo menos logo após abri-la, quando o vinho mostrava aromas diferentes, de pitanga. Estes aromas foram diminuindo com o tempo, dando lugar a aromas de cassis e cereja, com um fundo de alcaçuz e café (lembrando mais o vinho da outra garrafa). Este estava um pouquinho menos sedoso que o outro, um pouco mais austero. No entanto, com o mesmo peso e intensidade. Um vinhaço! Este replay mostrou bem que cada garrafa é uma garrafa (mantendo, é claro, as características principais do vinho). Quem quiser me oferecer mais um repeteco desse, mandar ver!!! Valeu Fernandinho!!!

Nota: Os vinhos da vinícola Argiano são importados pela Vinci.

sábado, 5 de maio de 2012

Vertente 2006! Ótimo vinho de Dirk Niepoort

Dirk Niepoort é um craque! Nunca tomei um vinho seu que não fosse bom. Seus brancos são ótimos. Apreciei o Tiara tempos atrás e gostei muito (ainda preciso aprecisar o Redoma Reserva, que dizem ser um dos melhores brancos portugueses). Seus tintos de mesa são elegantíssimos, assim como seus Portos, que são referência. O Vertente é um vinho de ótimo preço, que sempre recebe grandes elogios da crítica especializada. Bebemos o 2007 há algum tempo, e gostei muito (clique aqui). Este Vertente 2006 eu guardava carinhosamente na adega e esperava um momento para apreciá-lo. E foi neste último domingo. E que vinho! A meu ver, é ainda melhor que o 2007. Este sim justifica os elogios e a nota 93 da WS. Vinho finíssimo, muito elegante, aromático e difícil de ser batido em sua faixa de preço. Como citei para o 2007, briga de frente com o sempre bom Meandro e a meu ver, se aproxima bastante de vinhos como o Crasto Vinhas Velhas e outros mais caros. O vinho é muito aromático, com notas de cereja, groselha, alcaçuz e leve baunilha. Em boca, é bem fresco, mineral, equilibrado, com taninos sedosos, ótima acidez e final persistente. Bom para beber sozinho, mas melhor ainda acompanhando comida. Se quiser tomar um ótimo vinho, a preço justo pela qualidade que ele oferece, não hesite: O Vertente é uma ótima pedida!

Nota: Este Vertente 2006 foi elaborado com Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Amarela, Touriga Nacional e outras, de vinhedos com idade média de 20-70 anos. A fermentação foi feita em tanques de inox e a maturação em barricas novas de carvalho francês por 17 meses. É importado pela Mistral.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Finis Terrae 2008, Cuvée Alexandre Cabernet Sauvignon 2009 e Langhe Rosso Montegrilli 2008 - Três bons vinhos em uma noite fria Sancarlense!

Carlão mandando ver...
Nessa segunda-feira, véspera de feriado, a  noite foi típica de outono/inverno Sancarlense: Frio e aquela névoa bonita, que deixa a cidade com ares europeus. Um convite para um bom vinho. Os amigos Carlos, Akira e eu nos reunimos para apreciar umas botellas. Um deles foi o Finis Terrae 2008, de Cousiño Macul. É um vinho que fica acima do conhecidíssimo Antiguas Reservas e abaixo do Lota. É elaborado com as castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah. Ao nariz, mostra aromas de ameixa, groselha e notas defumadas. Em boca é de meio corpo, com taninos redondos e final levemente herbáceo. É um bom vinho, que precisa de uma hora de decanter para ficar mais redondo. Bom representante para a sua faixa de preço. 
O outro vinho, aberto pelo Carlão, foi um Cuvée Alexandre Cabernet Sauvignon 2009, das Casas Lapostolle. A linha Cuvée Alexandre é sempre muito boa e faz sucesso na crítica. Já apreciei por duas vezes o CS 2001, em datas diferentes, e nas duas fiquei muito bem impressionado (veja aqui a última). Este 2009, obviamente, não tem a maciez do 2001, que foi domado pelo tempo e era de uma safra melhor, mas estava muito bom. Todos fomos unânimes de que ele precisa de um bom tempo de adega para domar a madeira ainda saliente. Ao nariz, mostra notas de cassis, cereja preta e grafite. Em boca, é potente e seus taninos ainda pegam. Vamos dar-lhe tempo!
E o terceiro vinho foi um que levei, e que já descrevi elogiosamente aqui no blog. Era o Langhe Rosso Montegrilli 2008, da vinícola Elvio Cogno. Uma delícia de vinho! Feito com 50% Nebbiolo e 50% Barbera e que ao nariz, mostrou notas de groselha, framboesa, florais e um fundinho de Brett. Em boca, muito redondo e com ótima acidez. Um ótimo vinho! Replay bem-vindo!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Um jantar com Valter Fissore, da vinícola Elvio Cogno, e seus belos vinhos!

Valter, ao fundo, a direita - Elegância e simpatia de sobra!
Tive o prazer de ser convidado pela Vinos y Vinos para participar de um jantar com a presença do simpático Valter Fissore, da vinícola piemontesa Elvio Cogno. O jantar ocorreu no Bistro da Faria Lima, no mesmo dia do evento do Gambero Rosso. E eu, que já havia apreciado o Montegrilli, o Barolo Bricco Pernice 2006 e o branco Anas-Cetta, do produtor (clique aqui), pude apreciar outros tantos vinhos, em companhias muito agradáveis e escoltado por boa comida. A experiência foi única!
Começamos com um bom e típico Dolcetto d'Alba Vigna del Mandorlo 2010. Um vinho que não passa por madeira e com acidez vibrante. Daqueles ótimos para acompanhar antepastos.
Seguimos com o Barbera Bricco dei Merli 2009. Este já passa 12 meses em barricas grandes de carvalho da eslavonia. Um vinho mais complexo que o primeiro, com aromas florais, de cereja e com ótima acidez. Perfeito para uma massa com molho vermelho, bem italiano!

E aí fomos subindo a escada. O próximo foi um Barbaresco que recentemente faturou 94 pontos da WS, o Barbaresco Bordini 2008. É um vinho vibrante, com notas florais e de cereja. Ótimo Barbaresco. Ainda está novo e se for beber agora melhor decantar para que ele mostre suas qualidades. Mas com uns 2-3 anos de adega vai ficar redondinho.
E fomos para os belos Barolos do produtor. O começo foi com um que recentemente foi agraciado com 95 pontos da WS, o Barolo Cascina Nuova 2007. O vinho passa 24 meses em barricas de carvalho eslavonio e mais 6 em garrafa antes de ser comercializado. É bastante aromático, com notas florais, framboesa, cereja e um fundinho de tabaco. Em boca, apesar de novo, já é perfeitamente apreciável. É um vinho com acidez vibrante, tânico (como esperado para um Barolo - Ainda mais, jovem como este...) e com final longo. Se for bebê-lo, faça como recomendado para todo Barolo: Deixe em decanter por horas! Ai verá sua evolução e o seu lado camaleão. Um ótimo vinho! Vou guardar minhas garrafas por alguns anos na adega
Subimos então para o Barolo Ravera 2007. O vinho é produto do Grand Cru Ravera, de Novello. É distinto e mais complexo que o primeiro, e mais especiado. Ao nariz mostra notas de cereja, morango, tabaco e um fundinho apimentado. Em boca é amplo, mais redondo que o Cascina e com final bem longo. Gostei muito! Também ganhará com anos de adega.
E por fim, apreciamos o Barolo Bricco Pernice 2006. Este eu havia provado na Master Class do Gambero Rosso, e gostado muito. É o mais complexo de todos. Matura 30 meses em barricas de carvalho eslavonio e 18 meses em garrafa antes de ser comercializado. Apresenta aromas florais, trufados, de cereja, morango, alcaçuz e tabaco. Em boca é muito amplo, austero e com final muito longo. Tem anos e anos de ótima evolução pela frente. Um vinhaço!
Valter Fissore, no encontro do Gambero Rosso
Bem, a noite foi belíssima! Ouvir o simpático Valter Fissore falar com entusiasmo sobre os seus ótimos vinhos, do amor com que os produz, foi um prazer que será difícil de esquecer. E JP e eu ainda batemos um ótimo papo com os conterrâneos mineiros Vinicius, o chará Flávio e o proprietário da Vinos y Vinos Hildebrando Lacerda, além de termos sido muito bem recebidos pela Melissa, coordenadora comercial da empresa.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Cheval des Andes 2007, Valduero Gran Reserva 1999, San Roman 2006, Amat 2005, Esporão Private Selection 2007 e Tondonia Reserva 1986 - Na cozinha do Tom!

Os Confrades resolveram se reunir para comemorar os aniversários do Tom, Rodrigo e deste que vos escreve, todos ocorridos no mês de abril. O Tonzinho mandou ver nas suas carnes e a turma levou vinhos de força. 
Eu levei um da região de Toro, o San Román 2006, de Maurodos. Um vinhaço! Todo mundo gostou do danado, que, apesar da potência típico dos vinhos desta região, mostrava uma elegância incrível. Notas de frutas negras, chocolate, balsâmicas e alcaçuz. Vinho de encher a boca e deixar lembranças. Muito bom mesmo!
O Caião levou outro potente, o Cheval des Andes 2007, top da Terrazas (em uma parceria com o famoso Cheval Blanc). Já apreciamos o 2006, que apesar de novo, estava muito bom. Este 2007 é feito com Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. É um vinho bem complexo, potente e de estilão francês. Notas de cassis, ameixa, tabaco e um fundinho de couro. Muito bom!
O JP levou um que ele e eu já havíamos apreciado na casa de nosso querido amigo Paulão. Era o Valduero Gran Reserva 1999. Vinho de estipe! Tanto ele quanto eu achamos que o que bebemos na casa do Paulão estava melhor... (clique aqui). Este não tinha muito aquelas notas de bala toffee tão apreciadas em bons Ribeiras. De qualquer forma, estava muito bom. Notas de cereja seca, couro, tabaco e um fundinho herbáceo (que não aparecia na primeira garrafa). Um vinho grande, complexo, e que acho tem que ser bebido devagar, de forma mais contemplativa.
O amigo Paulão levou um Tannat das Bodegas Carrau, o Amat 2005. É um vinho top da vinícola. Eu esperava mais potência e estrutura dele. Tem tostado aparente e notas de ameixa. Em boca não tem muita presença e os taninos, característicos da casta, não aparecem muito. Achei meio pálido...
O Rodrigo levou um que é grande, o Esporão Private Selection 2008. Vinho da linha superior da vinícola, que antes era o Garrafeira (aliás, preferia quando era chamado assim). Bem, vou ter que ser sincero Rodrigo: O vinho estava estragado... Bouchonée. Por isso, nem vou comentar.
O Tonzinho ofertou ao final uma garrafa que eu sempre ficava de olho quando abria sua adega. Era um Tondonia 1986. Bem, o volume já estava abaixo do gargalo. Quando abri, a rolha estava molhada e já bem baleada. Estragado, estragado, ele não estava. Mas já estava sem vida, o álcool já tinha ido. Que pena...