quinta-feira, 23 de maio de 2019

Bressia Conjuro 2013, Pêra-Grave Reserva e outros

Noite da confraria no Cabanha, com muita carne e vinho para escoltá-la. O primeiro, este abaixo levado pelo nosso querido amigo Rodrigo.

Bressia Conjuro 2013: Argentino de vinícola boutique, com produção pequena (apenas 2.800 garrafas). Corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Merlot, em proporções de 50/30/20. Muito bem feito, com aromas de frutas silvestres e especiariais, em fundo abaunilhado. Em boca, ótimo conjunto, com acidez aportando frescor e taninos redondos. Sem exageros e com final longo. Belo vinho!

Do lado direito do Bressia, dois Cabernet Franc. O primeiro deles é o argentino Matilda Gran Cabernet Franc 2016, da bodegasLa Azul, levado pelo Joãozinho. O segundo é o chileno Valdivieso Single Vineyard Cabernet Franc 2013, levado por este que vos escreve. Dois estilos bem distintos de Cabernet Franc. O Matilda é mais extraído, com notas de ameixa, defumadas, chocolate e especiarias. Em boca é denso, mastigável, com taninos redondos e final levemente herbáceo. O Valdivieso vai mais para o estilo Loire, com notas de amoras silvestres, azeitona preta e pimenta-do-reino. Em boca mostra mais clareza, acidez convidativa e taninos finos. Final picante. Eu, particularmente, prefiro o Valdivieso. Aliás, o pessoal nem notou, mas ele evaporou logo, o que mostra que agradou. O Matilda é para tomar em grupo. O último da foto, um Pêra-Grave Reserva 2013, foi levado pelo Paulinho, Rei dos Portugueses. Um belo vinho, que se destacou nessa safra. Já pintou em nossos encontros algumas vezes (clique aqui), e dispensa mais comentários.

El Enemigo Bonarda 2014, levado pelo JP. Vinho novomundista, com Bonarda concentrada, muita fruta madura, mas boa acidez e taninos finos. No começo, parece até que vai enjoar, mas com o tempo, agrada e escolta muito bem a carne. É perfeito para acompanhar um churrascão. 

El Primer Paso 2015, do Domínio del Bendito. Espanhol da região de Toro. Aromas e paladar doce, com fruta madura, muito cravo e especiarias doces. Para mim, faltou-lhe acidez e, consequentemente, frescor. Passo el Primer Paso. Levado pelo Tonzinho.








Georges Vernay Mirbaudie blanc: Era para cozinhar, mas...

Era dia das Mães e estava cozinhando para minha querida esposa para celebrar. Busquei na adega um vinho branco para temperar uns pratos e vi uma garrafa do Georges Vernay Mirbaudie dando sopa. Nem safrada era, mas com certeza, anterior a 2010, pois comprei junto com outros tantos do produtor quando a Grand Cru decidiu, infelizmente, parar de importar seus vinhos. Meus confrades e eu pegamos um monte, principalmente os maravilhosos brancos feitos com a Viognier. E esse, mais simples do produtor do norte do Rhone, um "Vin de Table", foi junto, para beber despretenciosamente. Bem, e ao abrir esta garrafa, pensando já estar descendo a ladeira (ou no final dela), tive uma bela surpresa. O vinho estava inteiraço e delicioso. A cor viva e os aromas florais e de pêssego branco pediam que o colocasse na taça antes de ir à panela. E foi uma, duas, tres vezes... Para a goela, sem dó! E faltou vinho na comida... 



Espero que um dia alguma importadora de bom gosto volte a importar os grandes vinhos de Georges Vernay.









quarta-feira, 22 de maio de 2019

Champagne Henriot Rosé: Para celebrar o dia das Mães!

 O Dia das Mães sempre foi um dia que guardo com muito carinho. Lembro-me de nunca ter deixado de visitar minha amada Mãezinha nesse dia. Hoje, que ela está do lado de lá, celebro esse dia com a Mãe de meus filhos, minha amada Terumi, que é uma Super Mãe e uma Super Esposa. E para ela, que não bebe muito, abro sempre um vinhão (que acaba sobrando todo para mim). Dessa vez, foi um belo Champagne Henriot Rosé. Gosto demais desse vinho. Seu destaque: A cremosidade! Borbulhas abundantes e finas trazem uma sensação deliciosa que nos enche de prazer. É um Champagne muito elegante, com muita finesse. Aromas de grapefruit e leve morango, com o fundo de panificação. Cremoso, equilibrado, fresco, sempre pedindo outra taça. Um belíssimo Champagne, digno do dia!







terça-feira, 21 de maio de 2019

Confraria com: Bosconia Reserva 2004, Le Prélat de Pape Clément 2007 e outros

Noite boa na confraria, que começou com este Viña Bosconia 2004, levado pelo Paulinho, Rei dos Portugueses, mas que às vezes se enverada, e bem, pelos espanhóis.

Viña Bosconia Reserva 2004: Obra de Lopez de Heredia, os irmãos dos belos Tondonia provêm de uvas plantadas no vinhedo El bosque. O vinho procede de um vinho que costumava ser feito pelo bisavô da família, com influência francesa, ao estilo de Borgonha e com parte de Pinot Noir. Daí a garrafa no estilo borgonhês. O vinhedo tem apenas 15 hectares e nele são plantadas, além da Tempranillo, a Garnacha, Mazuelo e Graciano. O vinho, como é tradição da vinícola, tem longa Crianza, de 5 anos em barricas de carvalho americano, com 10 trasfegas. A diferença em relação ao Gran Reserva é que este último matura mais tempo em barricas de carvalho (6-7 anos) e são produzidos apenas em grandes safras, em quantidade menor. Este Bosconia da grande safra 2004 estava ainda nervoso e precisava ter sido decantado. Mostrou austeridade e a madeira se mostrava um pouco acima do meu limiar. Bela acidez e taninos ainda pegados. Foi melhorando com o tempo, mas acabou antes de mostrar o seu melhor. Bom? Claro! É um Lopez de Heredia!

AN/2 2005, da vinícola Anima Negra, de Mallorca. Levado pelo Caio. Vinho feito com as uvas O vinho é feito com 5 uvas, as cepas locais Callet (60%), Mantonegro e Fogones (20%), e as francesas Cabernet Sauvignon e Syrah (20%). No seu ápice, mostra ainda ótima fruta e toques de couro e tabaco. Muito redondo e fácil de beber. Gosto dos vinhos dessa vinícola. 

Barolo Tenuta Arnulfo Costa de Bussia 2013: Levado pelo Tonzinho. Barolão feito em Bussia, localidade de Monforte d'Alba. A vinícola data do século XIX. O vinho é um Barolo clássico, com notas de pétalas de rosa, morangos e cerejas, com um fundo de funghi secchi e alcaçuz. Em boca, ótima acidez, mineralidade e taninos finos, bem presentes, como esperado para um Barolo de apenas 6 anos. Mas mesmo assim, uma delícia em boca. Gostei muito.

Tarapacá Etiqueta Negra 2011. Levado por este que vos escreve para matar as saudades. É um vinho que não decepciona e que há tempos não bebíamos. Nariz com notas de amoras, cassis e pimenta-do-reino. Em boca, bom conjunto, com taninos já domados e final picante. Vinho bem feito, como sempre, e que sempre agrada. Não fez feio. Eu pensei que ocuparia uma posição nos degraus de baixo da escada, mas o JP se incumbiu de levar um que além de ficar na rabeira, não agradou. 
Le Prélat de Pape Clément 2007: Terceiro vinho do grande Chateau Pape Clement, destaque na região de Graves (o segundo é o Le Clémentin de Pape Clément). É feito com Merlot e Cabernet Sauvignon em quantidades parecidas e pitadinhas de Cabernet Franc e Petit Verdot. Nariz mostrando fruta madura e especiarias. Em boca, a fruta madura dava o tom e os taninos já redondinhos. Ótimo volume e persistência. O mais acertado da noite. Muito bom! Isso aí, Thiagão!


Oak Ridge Lodi Zinfandel Ancient Vine 2016, levado pelo JP. Não é o primeiro Zinfandel meloso que o JP leva. Acho que ele pensa que todos os Zins (como chamam nos EUA) são da mesma qualidade do Seghesio Sonoma County. Não são! Para mim, a maioria lembra este da foto: Doce, superextraido, abaunilhado etc. Este, na verdade, superou todos os outros que já bebemos. Ninguém conseguiu terminar uma taça. Nem o JP! Não foi para o Sagu por que o deixaria muito doce. 







segunda-feira, 20 de maio de 2019

Morandé Golden Harvest Edición Limitada 2007: Boa companhia para meu Creme Brulee!

Um almoço finalizado com um vinho de sobremesa é outra coisa. Se o vinho for bom, fecha com chave de ouro e faz até a gente esquecer se durante o almoço (ou jantar), um outro vinho deixou a desejar. Eu sou fã desse tipo de vinho, e costumo apreciar de diferentes nacionalidades. Apesar de mais comuns no velho mundo, o novo mundo também nos brinda com alguns de qualidade. Podemos encontrar grandes vinhos de sobremesa na África do Sul, Austrália e também aqui na América do Sul. Um dos que mais aprecio é aquele produzido por Pablo Morandé, no Chile. Na verdade, são dois. Um deles, mais simples, é feito com Sauvignon blanc de Casablanca, atacada pelo Botrytis cinerea. No entanto, todo o cacho é usado, podendo não estar totalmente botrytizado. 
Perfeito com meu Creme Brulee...
Vai bem também com queijos azuis.
A rolha estava meio seca e quebrou.
O outro vinho, é este da foto, no caso, um Morandé Golden Harvest Edición Limitada 2007. O Golden Harvest é feito em safras nas quais 100% das uvas são atacadas pelo B.cinerea, como as de 2000, 2007, 2011 e 2013. O vinho passa 2 anos em barrica, enquanto o primeiro passa um ano. Sua cor é diferente do irmão menor, sendo mais escura, como mostrado na foto. Seu preço, também difere, custando no mínimo o dobro. O vinho tem aromas de damasco, mamão papaia, mel e gengibre. Em boca, é mais doce que seu irmão "menor", além de ser mais denso e com maior carga de Botrytis. A acidez equilibra o dulçor e o vinho é muito agradável. Bate fácil aqueles Sauternes mais baratos encontrados no mercado. Tem muita categoria. É, para mim, o melhor sulamericano do tipo. E o seu irmão menor? Olha, gosto muito dele também. São vinhos distintos. O seu irmão "menor" é mais vivo, mais leve e com maior acidez, que lhe torna fresco e muito agradável. O Golden, é bem mais denso, concentrado e persistente. Ambos, destaque entre os outros similares produzidos na América do Sul. Compre sem medo!










domingo, 19 de maio de 2019

Hess Collection Mount Veeder 19 Block Cuvée 2008: Longevidade e elegância!


Faz bastante tempo que comprei este Hess Collection Mount Veeder 19 Block Cuvée 2008. Lembro de ter pago um ótimo preço em uma Black Friday muito confusa das Americanas (ou Submarino?). Peguei várias coisas boas, e estava na hora de abater este vinho, que é feito pela tradicional Hess Family, no Napa Valley. O corte é complexo, formado por várias uvas: Cabernet Sauvignon (majoritária), Malbec, Merlot, Syrah, Cabernet Franc e Petit Verdot. O vinho não mostrou nenhum tipo de cansaço, seja na cor, ou no paladar. Ao nariz, mostrou notas de cassis, cereja preta, framboesa, baunilha e alcaçuz. A fruta se mostrava viva nos aromas e também no paladar. Em boca, o vinho era muito elegante e sem exageros. Nada de excesso de extração, dulçor e tostado. A acidez era correta e os taninos já domados pelo tempo. O final era médio e levemente herbáceo, com notas de alcaçuz. É um vinho muito bem equilibrado, elegante e no estilo bordalês. Muito bem feito. Poderia até aguentar um pouco mais em adega, mas está em um ótimo momento para o abate. Muito bom!