sábado, 31 de maio de 2014

Dalmau 1996: Nata riojana, em seus 18 anos!

O nosso amigo Fernandinho nos convidou para um jantar em sua casa e resolvi levar este Dalmau 1996 que descansava na adega já há alguns anos. É o vinho top da riojana Marqués de Murrieta, irmão do belíssimo Castillo Ygay. Dá para imaginar então do que se trata, né? Bem, a vinícola é tradicionalíssima, tendo sido fundada em 1852. O Dalmau é um vinho de pago, feito com uvas de um vinhedo centenário (Pago Canajas), que fica dentro da famosa Finca Ygay. É feito com Tempranillo e pitadinhas de Graciano e Cabernet Sauvignon. A maturação é por cerca de 24 meses em barricas de carvalho francês. Este 1996 tinha uma cor rubi muito bonita, límpida. Parecia um Borgonha. Ao nariz, notas de
Que cor do Dalmau!
cereja madura, kirsch, tabaco bem sutil, couro e especiarias. Em boca, repetia o nariz e mostrava-se um vinho maduro, com taninos muito sedosos, devidamente arredondados pelo tempo. O final era maduro e levemente achocolatado. Vinho com elegância ímpar. Um Rioja com estilo um pouco mais moderno. Uma delícia! Desceu rápido nas taças do Fernandinho, JP e este que vos escreve, e combinou muito bem com o Coniglio alla cacciatora que o Fernandinho nos ofertou. É um vinho que já atingiu o seu máximo. E seu máximo é excelente...rs. Como é bom apreciar um vinho devidamente amaciado pelo tempo...
E ao lado dele apreciamos outro vinhão, levado pelo JP, o Crasto Vinhas Velhas 2007. Este já apreciamos anteriormente, mas em 2010, quando ainda estava novo (clique aqui). Agora, com seus 7 anos, já ficou bem mais macio. Vinho com notas de cereja, ameixa, alcaçuz e chocolate. Em boca estava bem macio, redondo, com final longo e especiado. Uma beleza de vinho, como sempre! Certeza de agradar.
Valeu, meus amigos! Foi uma ótima noite!
JP feliz, como sempre, pronto para abater os vinhões!

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Carmelo Patti e Passionate Wine: Destaques no Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto

Nesse último Encontro de Vinhos em Ribeirão Preto apreciamos ótimos vinhos. Mas estou fazendo esta postagem em separado por que se tratam de vinhos especiais. Alguns deles já são conhecidos aqui no blog, os de Carmelo Patti. Mas os outros, da Passionate Wine, projeto pessoal do irriquieto Matias Michelini (Zorzal), eu ainda não conhecia. E me agradaram bastante. Bem, mas vamos aos Carmelo Patti. O simpático e atencioso Sebastian, da Neve Wines, nos serviu com entusiasmo o Carmello Patti Cabernet Sauvignon 2005, que eu já havia apreciado tempos atrás, mas muito rapidamente (clique aqui). Desta vez deu para apreciar o vinho mais tranquilamente, e confirmar a sua ótima qualidade. Vinho distinto, com notas de cerejas maduras, ameixas, tabaco e especiarias. Em boca, ótima presença e taninos levemente arenosos. Uma beleza! Se você ainda não conhece, tem que ir atrás.
O Carmelo Patti Malbec 2007 também é muito bom, sem aqueles traços meio enjoativos da maioria dos vinhos argentinos feitos com esta uva. Tem um fundinho especiado, terroso e animal bem legal. Ele andou ganhando muitos elogios por aí, inclusive, foi eleito melhor vinho argentino pelo Descorchados 2012, o que é um ótimo reconhecimento. Mas eu ainda prefiro o Cabernet...
E depois de apreciar os vinhos do Sr. Carmelo, passamos para os vinhos de Matias Michelini, enólogo irriquieto e que tem ganhado muitos elogios pelos seus vinhos. Comecei pelo Montesco Punta Negra 2012, um Pinot Noir bem diferente, que para mim, se destacou. Segundo Sebastian, ele matura em grandes tonéis de 1.500 litros, de 1948 (se me lembro bem...). É um vinho sem muita extração, sem exageros, com notas de cereja seca e framboesas, em meio a notas terrosas e especiadas. É leve, delicado e muito agradável, pedindo sempre uma outra taça. Este vamos apreciar de novo. Gostei muito!
Daí passei para o Montesco Parral 2012, um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Bonarda (40:30:30), com passagem de 12 meses em barricas de carvalho francês e americano. O vinho é denso, com fruta madura,  notas minerais e especiadas. A baunilha aparece em meio a notas tostadas. Lembrou alguns bons exemplares americanos. É muito sedoso em boca. Está novo ainda e deve ganhar com algum tempo de adega.
Mas eu gostei mais do seguinte, que era o Demente 2012 (foto abaixo), um corte de Malbec e Cabernet Franc. É um vinho mais pegado, mineral e com aquele toque especiado da Cabernet Franc, que eu tanto gosto. Um ótimo vinho! Faturou 93 pontos do Mr. Parker e 94 pontos no Descorchados 2014. A ser conhecido. É outro que deve ganhar complexidade com um tempinho descansando.
E para finalizar, o Montesco Agua de Roca 2013, um Sauvignon Blanc de baixo teor alcoólico (9%), bastante cítrico e com muita mineralidade (daí o nome). Um vinho bem diferente e que pede comida. Como disse meu amigo Vitor, do saudoso Louco por Vinhos, é vinho diferente, que pode causar estranheza a paladares menos rodados. Realmente, diferente. 
Bem, gostei dos vinhos apreciados no estande da Neve Wines. Os Carmelo Patti, sempre muito bons, e os de Matias Michelini, que eu não conhecia, me surpreenderam. Espero que logo estejam no Brasil.
Eu e o Demente... Foto emprestada do Face da Neve Wines - tirada pelo Sebastian


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Guru 2012: Grande branco português!

Este Guru 2012 é feito pelo casal Jorge Serôdio Borges e Sandra Tavares da Silva, os quais produzem o grande Pintas, Passadouro e tantos outros vinhos de muita qualidade. Sou fã incondicional de seus vinhos. O Guru é um branco de pequena produção, menos de 6.000 garrafas. É feito com Códega, Viosinho, Gouveio e Rabigato, de vinhas com mais de 50 anos de idade, com maturação por 6 meses em barricas de baixa tosta. Segundo os produtores, a Gouveio e Códega são castas encorpadas e que suportam bem a madeira, sendo fundamentais para a estrutura e longevidade do vinho. O vinho começa bem pela cor, palha brilhante, bonita. Mas é ao nariz que começa a dar o ar da graça. É floral, fruta na medida certa, cítrico e com um fundinho amendoado delicioso. Em boca, repete o nariz, é volumoso, mineral e com acidez vibrante. O final de boca é mineral e levemente amendoado. Uma delícia! Sem dúvida alguma ocupa o primeiro escalão no que tange a brancos portugueses. Estamos aqui falando de um vinho muito sério e de grande qualidade. Recomendadíssimo!

Ps. Faltou a foto da taça com a bela cor do vinho. Mais uma prova de que é um vinhão: Quando vimos, já havíamos bebido tudo!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Viu Manent ViBO Punta del Viento 2011: Um GSM Chileno

A vinícola Viu Manent é conhecida por produzir ótimos Malbecs no Chile. Seu Viu 1 é um vinho de muita classe. A linha ViBO, cujo nome vem de Viu Bottini, proprietário da vinícola, começou com um Malbec feito com uvas argentinas e tem agora novos lançamentos. Um deles é este ViBO Punta del Viento 2011. Fugindo do trivial, o vinho é feito com aquele corte típico do sul do Rhône e também adotado bastante na Austrália, que leva Grenache, Syrah e Mourvèdre, ou seja, o GSM. No caso deste ViBO, ele leva 68% de Grenache, 21% de Mourvèdre e 11% de Syrah. A fermentação é feita por leveduras nativas e a maturação por 13 meses em barricas de carvalho francês de segundo e terceiro usos. É um vinho com aromas florais e de frutas silvestres. Em boca, caracteriza-se pela ótima acidez que lhe aporta muito frescor. O uso das barricas de segundo e terceiro usos fizeram com que a madeira não deixasse marcas. O vinho tem bastante clareza e é perfeito para comida. Às cegas, dificil acertar que se trata de um exemplar chileno. O JP, que não é fã da Grenache, não apreciou muito. Mas eu, que gosto de vinhos mais frescos, sem madeira sobrando, gostei muito. Acredito que em 1-2 anos ele deve ficar ainda melhor. Gostei mais dele que de seu irmão Malbec (clique aqui). A propósito, o Patrício Tápia também, pois outorgou-lhe belos 94 pontos no Descorchados 2014.

domingo, 25 de maio de 2014

Perez Cruz Limited Edition Syrah 2011: Quente

Rapidinho: Tinha expectativa com este Perez Cruz Limited Edition Syrah 2011. Gosto do Chaski e do Liguai do produtor. O Quelen gostei do 2008, mas no 2009 senti muita goiaba. O Malbec (Cot) também é legal, menos óbvio. Bem, então fui para este Syrah. O vinho tem uma pequena pitada (7%) de Carmenére e matura por 15 meses em barricas de carvalho francês. Ao nariz mostra notas de frutas bem maduras, chocolate, alcaçuz e pimenta. O álcool sobressai um pouco. Em boca, repete o nariz, a madeira aparece e mostra-se quente, maduro. O final é especiado e herbáceo. Eu li muitos elogios ao seu irmão de 2010, com menções para seu frescor. Tenho notado mais frescor e menos madeira nos chilenos de 2010. Este Syrah de 2011, no entanto, carece desta característica que tanto gosto. Bem, o vinho é prato cheio para novo-mundistas. Não faz muito meu estilo. Se for apreciá-lo, o faça com um belo churrasco para equilibrar.

sábado, 24 de maio de 2014

Crasto Douro 2011: Este não falha!

A grande safra de 2011 em Portugal tem sido aclamada e gerado grandes vinhos. E não é só para os Portos Vintage - Os vinhos de mesa também estão excelentes. Sempre que posso experimento um da safra, e este Crasto Douro 2011 não poderia escapar. É um vinho de bom preço e que sempre agrada. Feito com Tinta Roriz, Tinta Barroca e Touriga Franca, ele não passa por madeira e mostra sempre ótimo frescor. Este está mais concentrado que seus irmãos de anos anteriores, tanto na cor, quanto nos aromas e paladar. Ao nariz mostra notas de cereja, framboesas e especiarias. Em boca, mostra a fruta madura, frescor e taninos muito sedosos. O final é maduro e longo. Este vinho sempre impressiona por não passar pela madeira e mostrar tanta riqueza e equilíbrio. E mais, a um preço muito condizente. É do tipo que não pode faltar na adega. Companhia perfeita para um bom bacalhau. Eu sempre tenho umas garrafinhas de 375 ml prontas para o abate e apreciação rápida.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Gran Tarapacá Pinot Noir Gran Reserva 2012: Bom preço!

Rapidinho: Primeiro vinho da linha Gran Reserva da tradicional Tarapacá feito com a Pinot Noir. É produzido com uvas de 3 diferentes vinhedos do Vale do Leyda e passa 8 meses em barricas. Tem notas de cerejas e morango, em meio a canela e um tostadinho de fundo. Em boca repete o nariz e é bem redondinho. Minha crítica é quanto aos 15% de álcool, que para mim, não rima com Pinot Noir. Aliás, rima com poucos vinhos. De qualquer forma, é um bom Pinot chileno pelo preço, por volta de 60 pilas. 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Quinta Vale D. Maria 2008: Outro vinhão de Cristiano Van Zeller!

O Caião pegou firme com este Quinta Vale D. Maria 2008, mais uma bela obra do Douro Boy Cristiano Van Zeller. O 2007 já pintou por aqui tempos atrás (clique) e este 2008 não ficou atrás. Mesmo por que, a safra também foi excelente. Além de Van Zeller, há a participação de Sandra Tavares da Silva e Joana Pinhão na confecção desta bela obra. O vinho é feito com um blend de 41 castas, dentre elas a Rufete, Tinta Amarela, Tinta Francisca, Sousão, Touriga Franca, Tinta Roriz e outras tantas provenientes de vinhas velhas de mais de 60 anos de idade. A maturação é feita por 21 meses em barricas de carvalho francês 75% novas e 25% de 1 ano. É um vinho com ótimos aromas de frutas maduras (amoras e cereja preta) em meio a alcaçuz, chocolate e grafite. Em boca é amplo, muito equilibrado e com final longo. O achei mais robusto e mais maduro que o de 2007. Mas como seu irmão, é outro vinhão! Certeza de agradar. Valeu Caião!




segunda-feira, 19 de maio de 2014

Puligny-Montrachet Alain Chavy 2010 e uma taça generosa de Opus One 2007

Sai para almoçar com a família e levei um Puligny-Montrachet Alain Chavy 2010 para apreciar com a patroa no Barone. Alain Chavy é de uma família que produz vinhos em Puligny-Montrachet há mais de 200 anos. Desde 2003 ele deixou os trabalhos ao lado de seu irmão e passou a produzir vinhos sozinho, em 6,5 hectares da comuna. O produtor evita utilizar produtos químicos nos vinhedos e parte de suas barricas são de 400 litros, que ele acredita deixar menos marcas do carvalho no vinho. Seus vinhos são caracterizados por uma acidez vibrante, que também lhes conferem longevidade. Este em questão mostrava aromas cítricos, florais e de pêra asiática (aquela mais azedinha, menos doce). Em boca, destacava-se pelo acidez vibrante e pelo final longo e rico, com um leve tostadinho. Uma delícia de Puligny-Montrachet. E ainda por cima, paguei um valor mais que justo por ele. Ôba!
E enquanto apreciava o belo vinho, recebi uma taça generosa de um tinto de muito respeito enviada pelo Eustáquio, presidente da ABS de São Carlos. Era um Opus One 2007. O vinhão, um dos Opus que agradaram muito a crítica, é feito com Cabernet Sauvignon (79%), Merlot (8%), Cabernet Franc (6%), Petit Verdot (6%) e Malbec (1%). Matura por 19 meses em barricas novas de carvalho francês. É um vinho riquíssimo em aromas de frutas maduras (cassis e framboesa), tabaco, alcaçuz e chocolate. Mas é em boca que mostra seu poder. É untuoso, denso, mas com muita elegância. Tudo perfeitamente integrado. E o grande destaque: A persistência! Você toma e ele fica lá, indefinidamente. Uma beleza! Que vinhão! Obrigado, Eustáquio. Bem, a foto peguei no site da vinícola, pois não tirei da garrafa.



domingo, 18 de maio de 2014

O Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto "bombou", mesmo!


Lendo uma postagem do Beto Duarte no seu Papo de Vinho, cujo título mencionava que o Encontro de Vinhos de Ribeirão Preto "bombou", resolvi fazer esta e dar uma "coladinha" básica no título. Na verdade, é para confirmar o que o Beto disse. O evento estava muito bom, com muita gente e bons vinhos. Minha única crítica vai para uma parte do público, ainda inexperiente, que ficava em turmas ao redor de estandes, indefinidamente, impedindo o acesso de outras pessoas (inclusive, aos cuspidores...). Bem, mas eles apreendem um dia... 
A seguir, algumas fotos de vinhos que achei destaque. De cara, queria dizer que não sei por que o Casillero del Diablo Devil's Collection estava na lista dos Top Five. Aliás, para mim, dois vinhos da lista deveriam liderá-la: Quinta da Romaneira Reserva e Quinta da Romaneira Porto 10 Anos. O Quinta da Romaneira Reserva substitui aqueles do rótulo preto, cujo excelente 2007 já pintou aqui no blog. O Quinta da Romaneira Reserva 2008 é mais denso que o 2007, mostrando notas de amoras maduras, figo, defumadas e alcaçuz. Uma beleza de vinho! O Porto 10 Anos também estava uma delícia! Frutas secas, caixa de charuto, muito sedoso e com final longo. Belo 10 Anos! Ah, e o mais simples da vinícola, o Sino da Romaneira, já é muito bom. Para mim, foram os destaques do evento. Aliás, os vinhos levados pela Portus Cale, e apresentados pelo simpático Vinicius, fizeram sucesso. Também fizeram sucesso os vinhos da Ideal Drinks, apresentados pelo Humberto. Vários deles já apareceram aqui no blog, e o destaque, claro, vai para o ótimo Principal Reserva. Mas não podemos esquecer do Quinta da Mimosa, Castelão de primeira, e do cítrico e vibrante Espumante Colinas. Os vinhos da Ideal Drinks são muito bons.
Não colocarei fotos nesta postagem dos Carmelo Patti e Passionate Wine, para os quais farei uma postagem separada. 
Bem, vejam as fotos a seguir.

O Rei da noite!
Muito macio e com longo final
Estava curioso para experimentar este 2011. Esta novo, pegado, mas mostra grande estrutura.
Estará belíssimo em alguns anos. Os Quinta da Bacalhoa envelhecem muito bem
Outro muito novo, ainda mais para um Moscatel de Setúbal.
Cítrico, casca de laranja, excelente acidez... Grande futuro!

Bom vinho... Só falta a Ânfora...rs
Destaque em sua faixa de preço. Muito ajustado.
Ótimo Ripasso!
Ôpa! Dois degraus acima! Frutas maduras, defumado, alcaçuz e chocolate amargo.
Final longo e com aquele amarguinho característico delicioso. Outro destaque do evento.
Em comparação com o rótulo vermelho, este passa por madeira e tem um pouco mais de Nero d'Avila em relação à Frappato.
Cremoso e muito sedoso, com ótima fruta e alcaçuz ao fundo. Mais sério que o de rótulo vermelho, mas tão divertido quanto.
Bom Malbec (e de bom preço), da Familia Cassone
Cabernet Franc que promete, feito no Chile pela Família Cassone. Gostei.

Foi o vencedor do Top Five. Malbec com um pouco de Cabernet Sauvignon e Merlot.
Denso, especiado, sedoso e com longo final.
Muito bom agora, mas deve melhorar com algum tempo de adega. 
Muita elegância e riqueza, a um preço muito justo. Cremoso. 

Notas de ameixa e herbáceas. Boa complexidade para um Crianza. Mas ainda novo.

Os vinhos de Julio Bastos dispensam apresentações.
Este mostrava muita presença, tanto ao nariz, quanto em boca.
É uma boa introdução ao belo Dona Maria Reserva.
Bem, isso aí! Teve mais coisa, mas para não ser muito extenso, vou parar por aqui. Logo postarei sobre os Carmelo Patti e Passionate Wine. Ah, para terminar, tenho que relatar sobre um Parmesão gostoso que aprecisamos lá, da Queijo d'Alagoa, da minha amada Minas Gerais. Muito bom! Acesse o site do produtor























sábado, 17 de maio de 2014

E.Guigal Chateauneuf du Pape 2004, Vietti Nebbiolo Perbacco 2006 e Herminia Excelsius 2009: Três ótimos vinhos!

O JP nos brindou recentemente com um ótimo E.Guigal Chateauneuf du Pape 2004. Deste produtor não se esperaria menos que um belo vinho. Este Chateauneuf é feito com 85% Grenache, 5% Syrah, 5% Mourvèdre e 5% outras castas, de vinhedos de mais de 50 anos de idade. A maturação é feita por 3 anos em barricas de carvalho. Sua cor é muito bonita, rubi, brilhante, e os aromas lembram framboesas e ameixas, em meio a especiarias, como canela, noz moscada e alcaçuz. Em boca é amplo e macio, mostra acidez correta e taninos muito redondos. O final é longo, especiado e com um toquezinho herbáceo bem legal. Um belo vinho, claro! Valeu JP!
O Paolão nos ofertou um Vietti Nebbiolo Perbacco 2006. Já comentei aqui no blog que acho este um dos melhores custos benefícios. É um Nebbiolo que ganha de muito Barolo meia-boca que pinta no mercado. É... tem sim Barolo meia-boca! Se você não quer gastar uma boa grana com um Barolo de qualidade, este Perbacco é uma ótima opção. Com a vantagem que fica pronto mais cedo e dispensa longas decantações. Este 2006 mostrava notas de amoras maduras e framboesas, em meio a couro e tabaco. Em boca, repete o nariz e mostra taninos já arredondados pelo tempo. A acidez é correta e o final é longo e com um fundinho de tabaco. Como sempre, um Perbacco que não decepciona. Já está na hora de ser abatido, pois acho que não ganhará mais com o tempo.
E para fechar, um vinho que levei, o Herminia Excelsus 2009. Este vinho ficou na lista dos Top 100 da WS em 2013, na 39a posição, com 93 pontos. É um Riojano de estilo moderno, mais frutado e sem muitas marcas da madeira. É feito com 50% Garnacha e 50% Tempranillo, corte não trivial em Rioja. A maturação em barricas de carvalho é por tempo mais curto que o usual, por apenas 9 meses. O vinho é floral e com notas de frutas maduras, com destaque para ameixa e framboesa. Em boca mostra ótima acidez e taninos muito corretos. Destaque também para sua mineralidade. O final é longo, com um fundo especiado. É um ótimo vinho, com muita clareza e que justifica os elogios. Comprei na Viavini e ainda peguei um descontinho. Valeu a pena. Recomendo!



quinta-feira, 15 de maio de 2014

E.Guigal Hermitage 2003: Isso é Syrah!!!

O Domaine Guigal foi fundado em 1946 na pequena vila de Armuis, berço da denominação Côte-Rotie. O fundador, Etienne Guigal, chegou no local em 1924, com apenas 14 anos, e cuidava de 67 hectares de vinhedos em Côtie-Rôtie. No começo de sua carreira, trabalhou no desenvolvimento da conhecida Vidal-Fleury (atualmente da família Guigal). No entanto, em 1961, com apenas 51 anos de idade, Etienne foi acometido com uma cegueira total, e seu filho Marcel assumiu seu lugar. Em 1975 nasceu o filho de Marcel, Phillipe, que é o atual comandante do Domaine. A gama de vinhos produzidos é grande, mas é claro, seus Côte-Rôtie e Hermitages são os grandes destaques. 
Este E.Guigal Hermitage 2003 foi uma belíssima e gentil oferta do amigo Akira. É um 100% Syrah (claro) maturado por 36 meses em barricas de carvalho 50% novas. É um vinho de bela cor granada, escura, e com muita riqueza de aromas. Ao nariz mostra notas de cereja preta, cassis e ameixas, em meio a alcaçuz e chocolate amargo. Em boca repete o nariz e mostra uma sedosidade incrível. O vinho é intenso, untuoso, mas muito macio. Os taninos estão devidamente arredondados pelo tempo. O final é interminável, com notas especiadas e de chocolate. Uma delícia! Elegância pura! Como mencionei no título da postagem, isso é Syrah!!! Valeu, Akira!

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Poliphonia Signature 2009: Alentejano de primeiríssima!

Eu estava muito curioso para beber este Poliphonia Signature 2009, até que o nosso amigo Paulinho Flaquer, que está se especializando em levar grandes vinhos portugueses em nossas reuniões, o levou, matando minha vontade. Ele e seu irmão de 2008 foram muito elogiados pela crítica, tendo o 2009 sido eleito como melhor Alentejano em 2013 pelo crítico português Anibal Coutinho. O vinho é produzido pela Tapada do Fidalgo, sob a batuta do enólogo Pedro Baptista. É um corte de Alicante Bouschet e Syrah, e matura por 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, mostra notas de frutas compotadas, ameixas e marmelo, em meio a baunilha, alcaçuz, notas balsâmicas e pimenta do reino. Logo ao ser aberto, a baunilha aparece bastante, mas como tempo vai dando lugar a outras nuances. Portanto, decanter nele! Em boca é denso e muito polido, com taninos muito sedosos. O final de boca é longo e especiado. Um vinho muito macio e com anos pela frente. Acredito que em alguns anos a baunilha deve se acalmar e o vinho ficar ainda melhor. É um vinhão! Dos grandes. Valeu, Paulinho!

terça-feira, 13 de maio de 2014

Vinhos que provei no Encontro Mistral 2014

Nesse meu sétimo Encontro Mistral, com direito a uns saudosos Tours entre eles, não podia ser diferente: Provei muito vinho bão! Visitei menos produtores este ano, mas pude bater bons papos com eles. Eu gosto de conhecê-los, saber de seus vinhos, etc. Como cheguei cedo (como sempre), peguei estandes mais vazios... Uma beleza! Além disso, não tinha muita gente, pelo menos no começo, o que facilitou as coisas. Só o estande da Bollinger que encheu logo na abertura. Todo mundo queria começar bem o evento. Eu só peguei uma taça lá para o final, pois não gosto de agito. E estava boa, claro. Comecei pela Borgonha, mais precisamente, Domaine Faiveley. E comecei muito bem. Os brancos estavam ótimos, com destaque para o Puligny-Montrachet, fresco e com um tostadinho gostoso ao fundo. Os tintos, finíssimos, desde os mais simples até o mais complexo Clos de Cortons Faiveley Grand Cru 2006, que estava algo difícil de descrever. Vinho riquíssimo: terroso, mineral, vibrante, especiado, final interminável. Uma maravilha, mostrada por Eve Faiveley (foto), com muito orgulho, claro.
E do lado de Faiveley estava o Prof. Piero Mastroberardino, com seus vinhos tradicionalíssimos da Campanha. Seus vinhos fizeram muito sucesso. Brancos e tintos vivíssimos, focados, com ótima acidez e muita clareza. Todos muito bons, com destaque, para o Raudici Taurasi Riserva 2006, um belo e potente tinto feito com a Aglianico. Dê um tempo para a Sangiovese e Nebbiolo e experimente estes vinhos. Tenho certeza de que vai gostar!
Prof. Piero Mastroberardino com seu Radici Taurasi Riserva 2006! Nota: Se for usar a foto, cite a fonte!
 Dali parti para os vinhos de Remirez de Ganuza. Já os havia provado no último Encontro Mistral, e recentemente, mandei ver em um Remirez de Ganuza Reserva 2004. Um vinhaço! O Trasnocho 2006, outra beleza. E o branco R Punto 2009, que já bebi algumas vezes, estava ótimo: Fresco, ótima fruta, intenso e mineral. Delicioso! Os vinhos de Remirez de Ganuza são vinhos de excelência. A parte que me deixou decepcionado: Fiquei sabendo depois que foi servido o Gran Reserva 2004, o vinho que ganhou 100 pontos do Mr. Parker. Deve ter sido para poucos "privilegiados"... Fazer o que, né?

Se for usar a foto em outro blog, cite a fonte!
E como estava na Península Ibérica, fui direto para o estande do grande Luis Pato. Eu sou fã de seus vinhos. São vivos, sem exageros de extração, baixo álcool, pouca madeira, tudo no ponto certo. Todos deliciosos. Comecei por um branco especial, de vinhas velhas, do ano de 1996 (foto), e que mostrava um frescor impressionante para um vinho de 18 aninhos... E o Sr. Luis Pato disse humildemente que era apenas uma experiência...rs. Que vinho! Os tintos, todos ótimos. Destaque para o Quinta do Ribeirinho Primeira Escolha 2008, muito sedoso, para o leve e fresco Rebel 2010, feito com 100% Baga, sem madeira e muito fácil de beber, e para o Pato D'Oiro 2010, vinhaço feito em parceria com José Bento dos Santos, com 45% Baga da Bairrada, 45% Tinta Roriz e 10% Syrah da Quinta do Monte D'Oiro. Oba! Tenho um destes na adega e que vai descansar por uns tempos lá. Mas também gostei dos outros vinhos, como o Vinhas Velhas e o BTT 2009, cujo nome é a abreviação de Moutain Bike em Portugal. Este último, é feito com Baga, Touriga Nacional e Tinto Cão, e é uma delícia!
Nota: Se for usar a foto em outro blog, cite a fonte! Please!
Se for usar a foto em outro blog, cite a fonte, please!

De Joseph Drouhin, bebi ótimos vinhos. Bons vinhos do Oregon (Cloudline e Drouhin Laurene), belos brancos (Chablis e Puligny-Montrachet) e tintos de muito respeito (Chambolle-Musigny, Grevrey-Chambertin, Volnay Premier Cru etc). Vinhões apresentados por Christophe Thomas, que do alto de seus quase 2 metros de altura, mostrava com muita simpatia e elegância seus vinhos. A cada elogio para eles, fazia uma reverência nipônica, que traduzia o seu contentamento em produzir algo que dá felicidade aos outros. 
Pode usar a foto em outro blog, mas cite a fonte, please!

E bem pertinho dali estava o estande do grande René Barbier com seus vinhos grandiosos do Priorato. Não é preciso comentar muito sobre seus vinhos, que são referência na região. Mas quando cheguei, ele me perguntou se eu gostava de brancos. Ao receber a resposta (mais que) positiva, me serviu uma taça do Nelin 2009, branco feito com Garnacha blanca e outras variedades. Disse-me que se podia beber depois dos tintos, visto que era um branco untuoso. E era mesmo! Para mim, um dos destaques do evento. Um vinho focado, intenso, riquíssimo, com final muito longo. Uma beleza que quero apreciar logo com mais tranquilidade. E é claro que seus Clos Manyetes e Clos Morgador estavam belíssimos...
Se for usar a foto em outro blog, cite a fonte, please!
Clos Mogador 2010: Untuoso! Ao fundo, o 2011, que parecia mais pronto
E a jornada continuou...
Parti para o estande da Tenimenti Luigi d'Alessandro. Sou fã incondicional de seus vinhos (veja postagens sobre o Il Bosco 2004 e Migliara 2006). O simpático Gaetano Saccoccio mostrava com alegria seus grandes Syrahs da Toscana, dentre eles os grande Il Bosco (2008 e 2009) e o belíssimo Migliara 2008. Conversei por longo tempo com ele sobre seus ótimos vinhos, que para muitos, são verdadeiros Hermitages toscanos. Lembro que logo chegou um pessoal para apreciá-los, que após a manifestação da surpresa por ver Syrah toscano, e beber os primeiros goles, disseram que era um Syrah diferente, que não lembrava Syrah. Na maior polidez, Gaetano explicou-lhes que aqueles eram ao estilo do norte do Rhone, diferente dos mais difundidos Australianos e Chilenos, que geralmente são "jammy". Estes de Luigi d'Alessandro são vinhos vibrantes, límpidos, com estrutura para longos anos em adega, especiados, minerais, tudo de bom... Syrah de verdade! Mas precisam de tempo ou ao menos, boas horas de decanter. Vinhaços! Recomendo com os olhos fechados. Mas atenção: Se o seu negócio é Syrah chileno ou australiano, talvez estranhe...rs.
Nota: Se quiser usar a foto em outro blog, no problem... Mas cite a fonte, please.
E o que dizer de uma vinícola de 1200 anos? É o caso da Tenuta di Capezzana. Gosto muito de seus vinhos, desde o Barco Reale, passando pelo Villa Capezzana até chegar no Ghiaie dela Furba é um supertoscano de primeira. O Capezzana IGT 804, Syrahzão (de novo, italiano?), de produção pequena (3.600 garrafas), foi produzido em comemoração aos 12 séculos da vinícola, é uma beleza. Veja a foto dos vinhos abaixo. Nela, note na esquerda uma garrafinha pequena, de azeite Capezzana. A propriedade é conhecida também por produzir grandes azeites. Olha, e este é bom. Denso, cremoso! Um belo azeite. Estou ansioso pela sua chegada na Mistral para pegar uma garrafa.


Emanuele Gastel com o raro Capezzana 804. Nota: Tudo bem usar a foto, mas cite a fonte, please!
E já que estamos na Itália, veja abaixo o vinhão da Castello di Ama, apresentado por Paolo Porfiri. Esta vinícola também dispensa apresentações. Eu estava curioso para baber o L'Apparita. E lá estava o 2008. Um super Merlot tremendamente elogiado pela crítica. Alguns já fizeram a pergunta: "Para que gastar milhares de dólares em um Petrus se existe o L'Apparita?" Não entro no mérito de comparações, mas só digo o seguinte: É um super vinho! Que elegância! Untuoso, vibrante, mineral e com final interminável. Uma beleza!
Serei mais rápido daqui prá frente, pois a postagem está ficando imensa. Colocarei as fotos e breves citações.
Para não dizer que não apreciei sulamericanos, provei os vinhos de Alejandro Vigil com Adrianna Catena. Destaque para o bom El Enemigo Syrah-Vionier, para o Malbec (muito bom) e Gran Enemigo (concentrado, mas elegante e especiado)
Paul Sauer 2010! Sou fã incondicional. Pena não terem o 2009. Mas este, estava ótimo, claro!
Falar o que dos vinhos de Francisco Olazabal? Meão 2011, grandioso! Porto Vintage 2011, esplêndido! Meandro, sempre bom e o novo Touriga Nacional, muito fresco e elegante (só achei o preço um pouquinho salgado).



Pinot Noir Neozelandês de muita classe: Amplo, mineral, especiado, uma delícia! Vinhaço!
Que Sauvignon Blanc! Mineral, fruta cítrica (lima e grapefruit) e com acidez perfeita. Muito bom!
Um bebê! rsrsrs...
Único chileno que provei. Mas gostei! Da bela safra de 2011, mostrou-se diferente dos habituais Pinot Noir chilenos. É terroso, sem muita extração. Muito bom!
Outro destaque da Nova Zelândia: Especiado, terroso e de bom preço. Está esperando que para comprar uma garrafa?
Merlot de primeira! E de bom preço. Também coloco na cesta!
Quinta da Pellada - Excelência no Dão! Todos ótimos! O Quinta da Pellada, belíssimo! O Primus 2011, um dos melhores brancos portugueses que bebi: Fresco, mineral, muito rico e ainda deve melhorar. Pape, delicioso! Vinhões de grande produtor e de uma região que a meu ver é pouco explorada.
Sem comentários!
Excelente! O último vinho que provei! Uma beleza de vinho. Recomendadíssimo!
Para arrematar... Bom, né? rsrs.
Isso aí, pessoal! Teve mais coisa, mas já está longa demais a postagem... Até daqui a dois anos.