sábado, 31 de março de 2012

Fritz Haag Brauneberger Juffer Riesling Kabinett Trocken 2007 - Delícia de Riesling!

Os vinhedos de Fritz Haag se estendem por dois km na margem esquerda do Mosel, do lado oposto ao vilarejo de Brauneberg. O vinhedo Juffer tem cerca de 32 hectares, e seu nome significa "solteira", em um dialeto Mosel-Franconiano. Foi dado por um antigo proprietário do local em homenagem às suas 3 filhas que, contra a sua vontade, decidiram não se casar. Os Rieslings de Brauneberger são feitos com uvas selecionadas colhidas no início da safra. Seus Kabinett são vinhos caracterizados pelo frescor, leveza e delicadeza, como bem descrito no site da vinícola. Além disso, os vinhos têm como característica a mineralidade. Este Fritz Haag Brauneberg-Juffer Riesling Kabinett Trocken 2007 (êta nome comprido!) estava delicioso. Notas cítricas, de maçã verde e um fundinho gostoso de mel. Em boca, seco, mas com leve doçura natural, ótima acidez e mineralidade. Perfeito para acompanhar peixes e frutos do mar com molho levemente condimentado, mas também delicioso sozinho. Uma boa compra que fiz na Grand Cru tempos atrás, com um ótimo desconto. Se você quer apreciar Rieslings de verdade, não pode deixar de conhecer os exemplares alemães. Quando o produtor é bom, mesmo aqueles mais baratos dão muito prazer. E os mais "salgados", são de tirar o chapéu. 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Aurélio Montes "invadiu" a Califórnia: Napa Angel Cabernet Sauvignon 2006!

Aurélio Montes é sem dúvida um dos responsáveis pelo crescimento dos vinhos chilenos. Já em suas linhas básicas pode-se notar a qualidade de seus vinhos. Mas nas linhas superiores é que a coisa pega: Montes Alpha M, Montes Folly e Purple Angel são de tirar o chapéu. E o "Anjo" resolveu bater as asas além da Cordilheira dos Andes. Seu projeto mais recente é audacioso: Produzir vinhos na Califórnia! E desde que fiquei sabendo de sua nova investida, em um Encontro Mistral, fiquei curiosíssimo para experimentar algum dos seus vinhos produzidos na terra do Tio Sam. E a oportunidade surgiu pelas mãos do amigo Paulão neste último final de semana, quando ele e sua esposa Regina nos deram o prazer da visita. E eu que dizia "O Paulão não tá fraco, não...", mudei para "O Paulão tá é muito forte!". Levou para o almoço um belo Napa Angel Cabernet Sauvignon 2006. Que beleza! Vinho intenso e ao mesmo tempo com grande finesse, típica de Aurélio Montes. Notas de figo seco, cereja e chocolate ao leite, com um fundo de ervas, cedro e leve defumado. Nada daqueles exageros doces de alguns Cabs americanos, nem o excesso de baunilha. E o vinho também mostrava mineralidade. Em boca, macio, elegante, com taninos corretos e sedosos. Vinho muito prazeroso. O danado evaporou logo.
Interessante é que ele não tem agradado muito os americanos. A Wine Spectator, por exemplo, parece que não se entusiasmou muito com ele. E o kiko? Acho que é por que ele foge um pouco do padrão americano. Por outro lado, o provaram em 2008, e eu acho que é vinho que exige um pouco mais de adega (e decanter, antes de beber). Agora, está ótimo! E tem potencial para evoluir muito bem em adega. Eu torço para que o Montes dê seu show na Califórnia. E também para que o Paulão continue forte! Gracias amigo! A propósito, todos os vinhos de Aurélio Montes são importados pela Mistral.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Trinch! 2006 - Um belo Cabernet Franc do Vale do Loire

Tempos atrás, por sugestão de meu amigo Eugênio, do Decantando a Vida, bebi um Trinch! 2009, de Catherine e Pierre Breton, produtores do Vale do Loire (aliás, a Cabernet Franc é chamada Breton no Loire... Coincidência? Acabei de ver no site deles que é uma feliz coincidência). O vinho é produzido em Bourgueil, que fica ao norte de Chinon, onde também são produzidos excelentes Cabernet Francs. O Trinch! 2009 estava uma delícia, mas eu fiquei com vontade na época de beber uma garrafa com uns aninhos a mais nas costas. E pude fazê-lo nessa semana que passou, apreciando um Trinch! 2006. Só lembrando, os vinhos do Domaine Breton são feitos seguindo os preceitos da biodinâmica e de forma orgânica, sem fertilizantes químicos, inseticidas ou herbicidas, e utilizando leveduras indígenas. Além disso, os vinhos tem pouco ou nenhum SO2. 
Este 2006 estava uma beleza. Nada daquele peso de Cabernet Franc do novo mundo, e sim, pureza e muita mineralidade. Notas de amoras pretas, violeta, , azeitona preta, grafite e pimenta-do-reino. Em boca, seco, mineral, com taninos obviamente mais redondos que o de 2009. É um vinho gastronômico e senti não tê-lo apreciado com comida. Mas mesmo assim, estava muito bom. Uma bela compra que fiz no Bota-Fora da World Wine Ribeirão Preto nesse começo de ano. Se quiser experimentar um Cabernet Franc de verdade, não exite.

domingo, 25 de março de 2012

Luigi Bosca Finca los Nobles Cabernet-Bouchet 1995! 17 anos muito bem vividos!

O amigo Paulão não tá fraco. Dias atrás ofertou ao Fernandinho e a este que vos escreve um vinho de muita estirpe. Não apenas por que é um vinho top de uma vinícola muito respeitada na Argentina, mas por que era um exemplar de 17 anos! Mais uma vez pude confirmar que os vinhos argentinos envelhecem melhor que os chilenos. O vinho em questão era um Luigi Bosca Finca los Nobles Cabernet-Bouchet 1995. O vinho é feito a partir de uvas provenientes de vinhedos de altitute, com mais de 90 anos de idade. As uvas utilizadas são a Cabernet Sauvignon e Bouchet, cultivadas juntas (Field Blend). É como se fosse as famosas vinhas velhas portuguesas. Aliás, a segunda uva é a Bouchet, que dizem ser como a Cabernet Franc é chamada no Pomerol e Saint Emilión. Não confundir com a Alicante Bouschet, que é um cruzamento de Grenache e Petit Bouschet. Até a Wine Spectator faz esta confusão na descrição deste vinho (mas de outra safra). No site da Luigi Bosca eles citam que a Bouchet é um antigo clone da Cabernet Franc, mas com a casca mais fina que a Cabernet Sauvignon. Bem, polêmicas uvísticas à parte, o fato é que era um grande vinho. Ele matura 24 meses em barricas novas de carvalho francês e mais 12 em garrafa antes de ser comercializado. Este 1995 estava rico em aromas de cereja preta, cassis, tabaco, café, leve couro e alcaçuz. Em boca, muita presença e maciez, com taninos já perfeitamente redondos. Um vinhaço! De dar chinelada em muito Bordeaux por aí. Em sua ficha técnica a vinícola lhe dá 20 anos de guarda. E estão certos! Pudemos certificar isso. Valeu Paolão!
A propósito, este vinho (não desta safra, claro) pode ser encontrado na Decanter.

sábado, 24 de março de 2012

11 anos do Spazio 203 - Que bela comemoração!

Nesta sexta-feira a confraria do Ciao foi em peso à comemoração dos 11 anos do Spazio 203 em São Carlos. E como era esperado, foi uma bela noite. Paulo Piccolli e sua filha Marina aguardaram os convidados na entrada do salão com espumantes nacionais (isso mesmo! Alheios à crise... Afinal, sempre foram incentivadores dos produtores nacionais, principalmente daqueles menores, tipo boutique). Destaque para o Brut Rosé da Cave Pericó, com ótima fruta, e o diferenciado Estrelas do Brasil Brut Champenoise, muito complexo, com toques oxidados, mel e de panificação. Muito bons! Meu amigo Eugênio Oliveira, do Decantando a Vida, ficaría ali, fixo, só apreciando o Estrelas, que ele admira.
Fomos então para o salão principal, onde  nos aguardava uma mesa com um belo coquetel preparado pelo Chef Ricardo Lobo. Paulo Piccolli ofereceu vários vinhos de sua adega particular, que estavam muito bons. Destaque para o Undurraga Cabernet Sauvignon 1999, Boscato Reserva Merlot 2007, Hacienda Monastério 1999, Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2008, Sancerre Domaine Vacheron 2007 (muito fresco e mineral) e um branco de Zinfandel (que na verdade era rosé...) que surpreendeu, da californiana Buehler. Este último, foi sucesso geral, com notas de mel, morango e um fundo lembrando vinho do porto. Delicioso!
Alguns dos vinhos apreciados
Undurraga Cabernet Sauvignon 1999 - Muita elegância
E ao final, Paulo nos mostrou sua adega, com o orgulho de sempre (plenamente justificado!) e abriu um Havenswood Zinfandel 1999. Uma beleza de vinho! Muito denso, untuoso, de encher a boca (mas com a elegância aportada pelos anos de adega). E olha que nem sou muito fã de Zinfandel... Mas este estava particular, mostrando que vinhos feitos com esta uva evoluem muito bem.
Paulo apreciando o Ravenswood

Paulo e JP
Vinicius se iniciando (bem) no mundo do vinho
Um momento ímpar! Foi uma noite  belíssima em comemoração ao aniversário de um espaço que deve ser motivo de orgulho para os São Carlenses. Afinal, não é toda cidade que pode contar com um local desta qualidade. E que o aniversário de 12 anos seja ainda melhor! Parabéns Paulo!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Chateau La Nerthe - Chateauneuf du Pape branco 2008 - Delicioso!

Este eu comprei tempos atrás na Grand Cru. E para quem está acostumado apenas com os Chateauneuf tintos, vale a pena experimentar os brancos, que são muito ricos. Este em questão, um Chateauneuf du Pape La Nerthe branco 2008, estava uma beleza. É feito com as uvas Grenache Blanc, Roussanne, Bourboulenc e Clarette. Vinho rico, cheio de nuances, com aromas de pêra, carambola madura, maçã e mel, envoltos em um amendoado bem gostoso. Em boca, repetia o nariz e mostrava um leve amanteigado. Gostoso mesmo! Par perfeito para o Camarão à Grega do Ciao Bello. Recomendo mesmo!


quinta-feira, 22 de março de 2012

Briga de Merlots: Stags Leap 05, Má Partilha 07 e o suiço Terra Matta 09

Ontem fui à casa do amigo Carlos para uma degustação de Merlots de diferentes procedências. Chegando lá ele já estava com duas garrafas abertas, uma do português Má Partilha 2007 e outra do californiano Stags Leap Merlot 2005. Eu levei um mais inusitado, da Suiça, o Terra Matta Merlot 2009. Vamos a eles! O Stags Leap é um vinho redondo, muito aromático (já senti ao descer a escada da adega do Carlão) e de estilo americano clássico. A fruta, representada pela ameixa bem madura, fica envolta em muito alcaçuz, baunilha e café. Os taninos são redondos e o vinho desce muito fácil. Vinho gostoso e sem arestas! Novo mundo típico. O Má Partilha foi para mim a decepção. Já bebi outros menos arredios. Neste da bela safra de 2007 a madeira é muito presente, talvez produto do longo estágio em barricas novas de carvalho francês. A fruta fica escondida em meio a madeira e especiarias. Mesmo depois de muito tempo aberto não melhorou. Acredito que pode melhorar com anos de adega. Vamos ser pacientes e dar-lhe tempo. 
E o Merlot suiço que levei? Uma boa surpresa! O vinho é produzido pela vinícola Fratelli Matasci, na DOC Ticino, em Tenero-Contra (Ticino), localizada no centro sul da Suiça, próxima à divisa com o nordeste da Itália. Fica na porção norte do Lago Maggiore. A influência italiana é sentida até no contra-rótulo, escrito em italiano. A vinícola usa bastante a Merlot, inclusive para produzir rosés e até brancos, em cortes com a Chardornnay e Sauvignon Blanc e também sozinha. Este Terra Matta Merlot 2009 é da Linea Terroir, elaborada com vinhas selecionadas. O vinho não passa por madeira e tem pouco álcool (12,5%). É um vinho leve, aromático, com notas florais, de frutas (cassis) e um pouquinho de noz-moscada e cravo. Em boca é leve, fácil de beber e bem alegre. Uma ótima surpresa! Ficou na outra extremidade dos outros dois provados. Eu gostei!
Valeu a experiência com os 3 Merlots, totalmente distintos. Grazie Carlão!

Pontual Touriga Nacional-Trincadeira 2003

A Alentejana PLC - Companhia de Vinhos do Alandroal foi fundada em 2000 pelos sócios Paulo Nigra Fiuza, Luis Bulão Martins e Carlos Portas (das iniciais dos nomes vem o PLC...). O primeiro vinho foi engarrafado em 2001, e era justamente um Touriga Nacional - Trincadeira. Atualmente a vinícola produz outros vinhos, como o Pontval Reserva, Syrah e também brancos. Este Pontval 2003, de uma bela safra e feito com Touriga Nacional e Trincadeira, passa apenas 6 meses em barricas francesas e americanas. Os aromas de cereja madura e torrefação sobressaem entre notas de tabaco e couro. Em boca, repete o nariz e mostra taninos domados, mas presentes e terrosos. É um vinho com boa presença e bem gastronômico. Ficou bom mesmo no dia seguinte. Um bom vinho que adquiri tempos atrás no Empório Brigante, em São Carlos.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Contra as Salvaguardas para o Vinho Nacional!

Blogueiros e enófilos em geral estão se mobilizando contra as Salvaguardas aos Vinhos Nacionais. Vejam o artigo de Ciro Lilla, Presidente das importadoras Mistral e Vinci, sobre o tema. VAMOS NOS MOBILIZAR! Assine a Petição Pública Contra o Aumento do Imposto de Importação para Vinhos (clique aqui)! Apoio aos vinicultores nacionais, SIM! Principalmente aos pequenos. Prejuízo para os consumidores, NÃO!

terça-feira, 20 de março de 2012

A volta do amigo Paulo: Noite "Power" na Confraria do Ciao

E o Paolão voltou, definitivamente! E para comemorar, nada como uma noite especial, com boa comida e belos vinhos. E não foram poucos. Serei breve na descrição das 8 garrafas abatidas, sem seguir muito a ordem, mesmo por que, várias foram abertas simultaneamente. Vou pela ordem da foto.
Valbuena 2002, de Vega Sicilia - Levada pelo JP. Precisa dizer algo? Já é a terceira garrafa que bebo deste 2002, e todas estavam belíssimas (ver comentário sobre uma delas aqui). A finesse irretocável de um Vega Sicilia! Delicioso! Isso aí JP!
Brane-Cantenac 1995 (Grand Cru Classé, Margaux) - Esse foi levado por este que vos escreve. Um senhor de uma ótima safra! Mostrou as qualidades de um Bordeaux aberto na hora correta. Notas de cassis, cravo, tabaco e café. Taninos doces e perfeitos. Bom mesmo!
Clos Fourtet 2005 (Premier Grand Cru Classé de Saint Emilion) - Bordozão oferecido pelo amigo Tom, de uma safra histórica. Um bebezão nervoso! Fruta viva em meio a alcaçuz e café. Taninos ainda nervosos, mas já perfeitamente apreciável, de preferência após uma boa decantação. Vinhaço encorpado e cheio de camadas! Na minha opinião, ficou ali na ponta, junto com o Valbuena. E se tivesse sido decantado por no mínimo 2 horas, e fosse mais "velhinho", seria o primeirão.
Don Melchor 2006 - Levado pelo amigo Margarido. Esse é certeza de agradar. Já comentei sobre este de 2006 aqui no blog (clique aqui). Um vinho potente, carnudo, com toques balsâmicos, café e cacau. Uma beleza!
Chateau Tertre de La Mouleyre 2009 (St. Emilión) - Levado pelo amigo Paolão. Vinho de um produtor relativamente novo (iniciou em 1995) e que desde 2001 adotou o cultivo orgânico (não confundir com outros "Tertre"...). Supreendemente aberto para um da belíssima safra de 2009, com boa fruta e alcaçuz. De corpo leve para médio. Embora já apreciável, deve ganhar complexidade com os anos. Vinho muito agradável e diferente do que se esperaria de um Bordeaux tão novo.
Lindaflor 2006 - Levado pelo amigo Caio. Já comentei aqui sobre o Lindaflor 2002 e 2003. Sempre um ótimo vinho. Este acho que vai ganhar com o tempo, pois ainda tava meio nervoso. Mas já estava uma delícia, com notas de figo e ameixa bem integradas à madeira.
Cartuxa Reserva 2007 - Brinde do amigo Rodrigo, pela segunda vez (veja aqui os comentários sobre o primeiro levado por ele). Um vinho delicioso, com boa fruta, mas sem exagero, muito elegante e prazeiroso. Fica uns degraus acima de seu irmão menor, o Colheita. 
Barbaresco Produttori de Barbaresco 2006 - Levado pelo amigo Fernandinho. Um bom Barbaresco, também já comentado aqui. Tânico e que precisa respirar, como todo bom Barbaresco. Aliás, definitivamente: Barbarescos e Barolos não são recomendáveis para encontros rápidos e com muita gente. São vinhos para tomar devagar, após longo tempo em decanter. Ao contrário, entrarão em desvantagem contra vinhos mais prontos para beber.

Bem, a noite foi muito boa: "Power", como diz o titulo da postagem.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dois Vallados Touriga Nacional e um Italiano com alma francesa na casa do Carlão - 3 ótimos vinhos!

Nessa última semana os amigos Carlão e Akira me convidaram para apreciar belos vinhos na casa do primeiro. E todos estavam ótimos! Um deles era o Quinta do Vallado Touriga Nacional 2006. Vinho de um produtor que gosto muito, e que já é figurinha carimbada entre nossa turma. Já comentei aqui sobre o    2007. Este 2006 eu ainda não havia apreciado. É diferente de todos os outros. Menos frutado, mais herbáceo e com um fundinho de chocolate amargo. Vinho mais austero, para paladares menos adeptos da fruta. Gostei bastante do danado, mas confesso que prefiro o seu irmão mais jovem, servido paralelamente, o Quinta do Vallado Touriga Nacional 2009. Apesar de jovem, este me mostrou mais riqueza que o primeiro. O nariz era muito rico, com notas de amora, chocolate, tostado e a típica violeta, com um fundinho abaunilhado.  Em boca, os taninos ainda estão presentes, mas o vinho é perfeitamente apreciável, sem problemas. Um vinhão! Com longos anos pela frente. 
Esses dois vinhos apreciados são conhecidamente de grande qualidade, mas para mim, a grande surpresa foi outro vinho ofertado pelo amigo Akira, o italiano Campo Madonna Montresor Cabernet Sauvignon 2008. Um vinho do Vêneto, de um produtor que produz Amarones. Eu duvido que alguém acertasse se tratar de um Cabernet Sauvignon. O vinho estava mais para um mini-Chateauneuf, daqueles mais tradicionais, por incrível que pareça (inclusive a garrafa!). Inicialmente, mostrava ao nariz notas de estábulo e musgo, leves, sem exageros. Com o tempo, estas notas foram ficando mais sutis e abrindo as portas para notas de cereja, framboesa e toques especiados (cravo e noz-moscada). Em boca era muito gostoso, de leve para médio corpo e muito agradável. Ótimo custo benefício, sem dúvida! A conferir! 
Três belos vinhos! Valeu Carlão e Akira!
PP (pós-postagem): Vejam nova postagem sobre o Vallado Touriga Nacional 2006 aqui.

domingo, 18 de março de 2012

Adega Aberta no Spazio 203 - São Carlos

No próximo dia 23 de março a Adega Spazio promoverá uma nova Adega Aberta para os apreciadores de vinhos e boa gastronomia. Como sempre, o empolgado e simpático Paulo Piccolli oferecerá ótimos vinhos e um belo coquetel, desta vez preparado pelo excelente Chef Ricardo Lobo. Vale a pena conferir! Os eventos no Spazio 203 são sempre muito agradáveis.

domingo, 11 de março de 2012

Estava sumido, mas voltei! Com um Pouilly-Fuissé e um Barolo respeitáveis!

E os amigos já estavam pensando que eu havia fechado o blog. Ou então, parado de beber vinho. Bem, digo que foi ligeiramente a segunda opção, por quase duas semanas. Tudo isso devido a um conjunto de fatores, que ia do calor intenso a defesas de teses de meus alunos, que me tomaram muito tempo nos últimos dias. Mas voltei! E estava impaciente para isso. Nessa sexta-feira fui ao Ciao ver o amigo Fernandinho e levei um vinho que ele adora (e eu também). Era um Pouilly Fuissé "Terroirs de Vergisson" 2005, do produtor Verget. Tanto o Fernandinho quanto eu gostamos de dois "Pouillys", o Fumé e o Fuissé. E para os poucos que ainda confundem, os Pouilly-Fumé são produzidos no Loire, com a Blanc Fumé (como chamam a Sauvignon Blanc por lá) e os Pouilly-Fuisse são borgonheses, do distrito do mesmo nome, que se localiza em Mâconnais, e são feitos com a Chardonnay. E ambos são muito bons (quando o produtor é bom, claro). Este Verget 2005 é produzido na comuna de Vergisson, que é uma dos cinco vilarejos do distrito e fica ao norte no distrito. Os vinhos alí produzidos são geralmente mais encorpados que os das outras comunas. E este que levei estava uma beleza! Cor dourada, brilhante, e aromas deliciosos de frutas, como pera, carambola e mamão, em um fundinho de mel. Em boca, untuoso, com ótima textura, levemente glicerinado e com final muito longo. A acidez era perfeita! Delicioso mesmo, e par perfeito para o Escondidinho de Bacalhau que o Fernandinho ofereceu. 
E não é que surgiu o amigo Paulão, cheio de sorrisos e trazendo em mãos um dos meus preferidos! Que beleza! Um Barolo Vietti Castiglione 2006. E aí a coisa pega! Barolo é Barolo, e este estava uma delícia. O vinho é produzido com uvas de um vinhedo pequeno que fica entre Castiglione Falleto, Monforte, La Morra e Novello. O produtor é respeitabilíssimo, e já postei aqui sobre o Nebbiolo Perbacco dele, que é uma bela introdução aos seus Barolos. Este Barolo apreciado começou como sempre, tímido, fechadão, mas em poucos minutos mostrou a que veio: Aromas de pétalas de rosas, ameixa, cereja preta, funghi e uma pitadinha de eucalipto ao fundo. Em boca, amplo, com taninos obviamente presentes, mas corrretíssimos. Uma "marravilha", como diria o Claude Troigros. Par perfeito para o Risoto al Funghi Secchi ofertado pelo Fernandinho. Aliás, os dois vinhos harmonizaram perfeitamente com os pratos. Noite perfeita! Grazie amigos Fernandinho e Paulão!
A propósito, os vinhos de Vietti são importados pela Mistral e os de Verget pela World Wine