O amigo Paulão não tá fraco. Dias atrás ofertou ao Fernandinho e a este que vos escreve um vinho de muita estirpe. Não apenas por que é um vinho top de uma vinícola muito respeitada na Argentina, mas por que era um exemplar de 17 anos! Mais uma vez pude confirmar que os vinhos argentinos envelhecem melhor que os chilenos. O vinho em questão era um Luigi Bosca Finca los Nobles Cabernet-Bouchet 1995. O vinho é feito a partir de uvas provenientes de vinhedos de altitute, com mais de 90 anos de idade. As uvas utilizadas são a Cabernet Sauvignon e Bouchet, cultivadas juntas (Field Blend). É como se fosse as famosas vinhas velhas portuguesas. Aliás, a segunda uva é a Bouchet, que dizem ser como a Cabernet Franc é chamada no Pomerol e Saint Emilión. Não confundir com a Alicante Bouschet, que é um cruzamento de Grenache e Petit Bouschet. Até a Wine Spectator faz esta confusão na descrição deste vinho (mas de outra safra). No site da Luigi Bosca eles citam que a Bouchet é um antigo clone da Cabernet Franc, mas com a casca mais fina que a Cabernet Sauvignon. Bem, polêmicas uvísticas à parte, o fato é que era um grande vinho. Ele matura 24 meses em barricas novas de carvalho francês e mais 12 em garrafa antes de ser comercializado. Este 1995 estava rico em aromas de cereja preta, cassis, tabaco, café, leve couro e alcaçuz. Em boca, muita presença e maciez, com taninos já perfeitamente redondos. Um vinhaço! De dar chinelada em muito Bordeaux por aí. Em sua ficha técnica a vinícola lhe dá 20 anos de guarda. E estão certos! Pudemos certificar isso. Valeu Paolão!
A propósito, este vinho (não desta safra, claro) pode ser encontrado na Decanter.
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