sexta-feira, 31 de março de 2017

Provoquei o Caião, e ele se destacou na noite: Carm Maria de Lourdes 2011 - Um belo vinho!


Trocamos mensagens no grupo e nelas provoquei o Caião, que não resistiu e chegou em nossa reunião com um Carm Maria de Lourdes tinto 2011. E foi o melhor da noite, fácil. O vinho é feito com 70% Touriga Nacional e 30% Touriga Franca, com estágio de 24 meses em barricas francesas. O vinho já dá o cartão de visitas ao nariz, mostrando notas de amoras silvestres, chocolate amargo e um herbáceo muito agradável, que foi se transformando ao longo da noite. Com o tempo, surgiam notas de alecrim, mentoladas e tantas outras. Um camaleão! Em boca, destaque para o seu frescor e mineralidade. Os taninos eram finos e o final longo, mineral e com notas de chocolate amargo. Uma delícia de vinho, que pedia sempre outra taça. Para mim, foi o primeirão na noite, fácil. A ser repetido, quantas vezes possível...rs.

O Paulinho, que tem colecionado primeiros lugares nas noites, levou um Tiago Cabaço Vinhas Velhas tinto 2012. Também é vinho de categoria. A enóloga é a Susana Esteban, que sempre produz ótimos vinhos. É feito Aragonez, Alicante Bouschet e Trincadeira, com pisa a pé e maturado em barricas de carvalho francês 50% novas e 50% de segundo uso. Apenas 6.666 garrafas foram produzidas. Ao nariz mostrava notas de frutos maduros, ameixas e framboesas, em meio a notas minerais e amadeiradas. Em boca mostrou maciez e bom frescor, com taninos finos, sedosos, e final terroso. Um vinho muito bom, que manteve a posição de destaque do Paul.
Eu levei um vinho embrulhado, para desafiar a turma. Por incrível que pareça, ninguém acertou! E era um Malbecão típico, concentrado, fruta livre leve e solta, taninos pegados etc: Kaiken Ultra Malbec 2008. Inclusive, eu já havia comentado aqui no blog sobre ele (clique aqui). Esta garrafa parecia melhor que a anterior que bebi... Tinha menos tabaco e o vinho parecia menos pesado. Mas ainda carregava características que não me pegam mais tanto. O pessoal gostou. Como eu mencionei na outra oportunidade, já gostei mais dele...
E para finalizar, um Marques de Vargas 2008 levado pelo JP. Riojano que mostrou muita madeira, exagerada. Não me agradou, e acho que nem aos outros confrades. Troféu para o JP!



terça-feira, 28 de março de 2017

Famille Perrin Gigondas La Gille 2010 lidera noite na confraria

Noite cheia na confraria. A foto mostra os vinhos apreciados. Para mim, o primeiro da noite foi o vinho levado pelo JP (finalmente!). Era um Famille Perrin Gigondas La Gille 2010. O vinho é feito com Grenache e Syrah, com envelhecimento em foudres e barricas. É um vinho com aromas de framboesas e cassis, em meio a especiarias, notas florais e minerais. Em boca é mais seco, e mostra clareza e frescor. Os taninos são evidentes e finos, e o vinho mostra boa mineralidade. O vinho, de grande safra no Rhone, se destacou frente aos outros, quase todos com notas mais doces. Muito bom! 
Seguindo com os demais, o Rodrigo levou um Las Ocho 2013, espanhol da Chozas Carrascal. Eu já comentei aqui sobre o 2010, que gostei bastante e achei um bom custo benefício. O vinho vem da região de Valência e como o próprio nome diz, é feito com 8 uvas, as quais são vinificadas separadamente. É vinho com bom corpo, fruta madura (ameixas e amoras) entre notas balsâmicas e tostadas. Em boca toques de chocolate amargo e um fundo de café. Achei um pouco mais doce que seu antecessor, mas a qualidade se mantém. 
Do lado dele, um Beronia Gran Reserva 2008, levado pelo Little John. Este também já havia bebido e gostado, até mais que seu antecessor de 2006. O vinho está bem redondo, madeira doce, presente, mas nada que incomodasse, cereja preta e tostado. Vinho muito gostoso e que mantém a regularidade. 
No centro da foto, o vinho levado pelo Paul, Rei dos portugueses, mas que desta vez levou um vinhão argentino: D.V. Catena Cabernet Sauvignon La Piramide 2011. O Paul comprou este vinho por minha recomendação, e fez a gentileza de levá-lo. Gracias, amigo! Esta é uma linha que fica acima da linha D.V. normal. É irmão do D.V. Malbec Adrianna e D.V. Nicasia. O vinhedo Piramide tem seu nome em homenagem ao formato da vinícola e é plantado em altitude de 950 m. A produção é limitada a 50 barricas. O vinho tem notas de cassis e abaunilhadas, que com o tempo foram se mesclando a notas de especiarias, principalmente pimentas. Em boca é muito macio, sedoso, com acidez média e taninos redondos. Tem um dulçor característico, lembrando alguns Cabernet americanos, mas bem mais comedido. Eu acho que bebemos muito rapidamente. Ele merecia ter sido decantado, pois com o tempo ele foi se equilibrando mais. Um bom Cabernet Sauvignon, mas que não considerei muito superior a um D.V. Cabernet-Cabernet normal. Alguns anos em adega lhe fariam bem.
O penúltimo vinho da foto, levado por este que vos escreve, é um Soffocone di Vinciguata 2007, produzido pelo artista plástico italiano Bibi Graetz (do famoso, e caro, "Testamatta"). O vinho é feito com Sangiovese (80%), Colorino (10%) e Canaiolo (10%), e maturado 12 meses em barricas de carvalho. Meu amigo Vitor, fã e entendedor de vinhos italianos (e outros tantos), havia me dito que bebeu um tempos atrás e achou um pouco pesado. Eu decidi então deixar o meu mais tempo na adega, para beber com 10 aninhos. E me parece que o tempo lhe fez bem. O vinho tinha aromas de cereja preta, chá, tostados e um toque de couro. Em boca mostrou boa acidez e taninos redondos. O final era longo e com um toque de chá preto. Paul e eu gostamos do danado. Considerei o segundo da noite (empatado com o Beronia), só atrás do Gigondas.
E para finalizar, um bordeaux levado pelo Thiago: Chateau Saint-Louis Vieux Galvesse 2011. O nome é grande, mas o vinho não. E é só...rs.


domingo, 26 de março de 2017

Jantar na Mercearia 3M, com vinhos da Qualimpor: Esporão Reserva branco 2015, Esporão Reserva tinto 2013, Quinta dos Murças 2010 e outros...

Nesse último sábado fui a um jantar na Mercearia 3M, organizado pelo Idinir, equipe e importadora Qualimpor. Tudo estava ótimo, a companhia, comida e vinhos. Estes últimos foram apresentados pelo Antonio Bravo, da Esporão, que fez uma bela exposição, não apenas dos vinhos, mas de história. 
Nos vinhos, alguns bons de entrada, da linha Pé Tinto (o branco foi meu preferido - leve e fácil de beber) e o best buy Monte Velho (também o branco me chamou mais a atenção, pela boa mineralidade). Subindo um bom degrau, um ótimo Esporão Reserva Branco 2015. Este é sempre uma compra garantida. Vinho com muita presença, fresco, cítrico, mineral e levemente cremoso. Companhia certa para um bom peixe e ótima introdução para o Private. É difícil de ser batido em sua faixa de preço.
Seu irmão Esporão Reserva tinto 2013, o da foto, também fez bonito. Outro que não pode faltar na adega de bebedores de bom gosto. Denso, fruta madura, ameixa, defumado, cacau e baunilha. Já pode ser bebido agora, tranquilamente, mas o tempo deve dar uma amansada na baunilha, que ainda está saliente. Se for beber agora, uma boa decantação é recomendada. Ótimo vinho, como sempre.
Passando para os durienses, um ótimo Assobio 2014. Este eu bebo desde o seu lançamento, e ele está mantendo a qualidade. Este 2014 me chamou a atenção pelo bom frescor e mineralidade. Tem notas de framboesa, especiarias e chocolate. Em boca é fresco, mineral, taninos finos e final especiado. Foi o que melhor harmonizou com o filet com molho mostarda. Muito bom! Confesso que gostei ainda mais que o badalado 2011, que ganhou 94 pontos da Wine Enthusiast e ficou em quarto lugar entre os 100 da lista de melhores compras de 2014.
E para finalizar, um ótimo Quinta dos Murças 2010. Já havia bebido o 2008 bom tempo atrás, que apesar da riqueza e complexidade, na época pedia tempo para amaciar. Este 2010, com 7 anos, ainda está crescendo. Vinho com aromas de amoras silvestres, chocolate amargo, azeitona preta, leve tabaco e especiarias. Em boca, ótima acidez e taninos firmes. O final é longo e mineral. Um ótimo duriense, típico, que deve ganhar ainda com adega, mas já pode ser bebido agora.  

Evento muito agradável! Ao final, vinhos com desconto e parte do valor do convite (que já era bem justo) ainda podia ser abatido de compras. 


domingo, 19 de março de 2017

Noite boa no Paolão, com vinho bão: Pascal Jolivet Exception 2004, Shea Wine Cellars 2011 e Beronia Reserva 2012

O Paolão nos convidou para uns vinhos em sua casa e lá mandamos coisa boa. Abaixo as fotos dos danados:

Oferta do Paolão: Pascal Jolivet Exception 2004. Um belo Sancerre feito por produtor reconhecido no Loire. É produzido com uvas de 3 diferentes vinhedos especiais. As uvas são misturadas e fermentadas juntas em tanques de inox, com suas próprias leveduras. É a mais pura expressão da Sauvignon Blanc! Cor belíssima, jovial para um vinho de 13 anos. Aromas de pera e frutas cítricas, em um belo fundo mineral. Em boca, ótima fruta, frescor e mineralidade. Um belo Sancerre, do andar de cima. Lição de como deve ser um belo Sauvignon Blanc.Isso aí, Paolão!

Levado por mim, a pedido do Paolão, que queria um Pinot Noir do Oregon: Shea Wine Cellars 2011. Eu queria ver a evolução deste depois da última vez que bebi (clique aqui). Está indo muito bem, ganhando complexidade, com a fruta sendo equilibrada com toques de tabaco e terrosos. A baunilha deu uma acalmada... Belo vinho!

Beronia Reserva 2012, levado pelo JP. Este nunca decepciona (o vinho, não o JP...rs). Sempre mostra-se uma excelente compra, principalmente se feita no exterior. Tem aromas de cereja preta, tostados, leve tabaco e madeira doce. Em boca, repete o nariz e mostra um final amadeirado, levemente adocicado. Bom vinho, como sempre, mas achei um pouco mais doce que seus antecessores. Mas nada que incomode e deprecie o vinho.

Quinta do Portal Grande Reserva 2009

A Quinta do Portal gaba-se por ser a primeira vinícola duriense a rotular um vinho como Grande Reserva, o que foi aplicado em sua safra de 1996. Este Quinta do Portal Grande Reserva 2009 foi feito com Touriga Nacional (60%), Tinta Roriz (30) e Touriga Franca (10%), e maturou 12 meses em cascos novos de carvalho francês. O floral da Touriga Nacional já está devidamente amaciado pelo tempo, sem exageros, e a fruta madura reina, com notas de cereja preta e ameixa, com um fundo tostado. Em boca é muito macio, boa persistência, acidez média e taninos muito redondos. Um belo vinho do Douro, sem exageros e muito elegante. Embora digam que sua guarda é de mais de 12 anos, acho que não ganhará mais com adega. Seu irmão de 2011 foi muito premiado, inclusive, ganhando como melhor vinho no concurso de vinhos de Portugal em 2016. 




segunda-feira, 13 de março de 2017

Marquesa de Alorna Grande Reserva 2011, Dominique Laurent Cuvée n. 1 2011, Amayna Pinot Noir 2011, Pulenta VIII Chardonnay 2015, De Lucca Marsanne Reserve 2013 e Chateau D'Esclans Rosé 2013

Bons vinhos na reunião da confraria. Vejam a turma abaixo.


De Lucca Marsanne Reserve 2013: Levado por mim. 50% do vinho passa 2 meses em madeira. Branco de bela cor citrina, aromas de damasco, florais e minerais. Em boca, seco, ótima acidez e mineralidade. O Caião preferiu o Chardonnay Pulenta, pois achou este Marsanne muito "macho". Eu achei muito bom o vinho, principalmente por ser mais seco.

Levado pelo Joãozinho, este Pulenta VIII Chardonnay 2015 estava bem agradável. Cor clara, aromas florais, pera, abacaxi e toques minerais. Em boca, repetia o nariz e mostrava bom frescor. Só queria que fosse mais seco.

Chateau D'Esclans 2013, um Rosé de Provence levado pelo Thiago. Famosa cor de casca de cebola, aromas de morango e framboesa. Em boca, um pouco mais de peso que eu espero para um rosé da provence. Leve amargor ao final. Faltou-lhe um pouco mais de frescor. 

Amayna Pinot Noir 2011, chileno levado pelo Rodrigo. Eu achei bem melhor que o 2010 que bebemos recentemente. Sempre critico os Amayna PN por excesso de goiaba, seja no aroma, seja em boca. Este estava mais equilibrado. A mirtacea estava lá, mas bem mais comedida. O vinho tinha notas tostadas da madeira e aromas de cereja preta, com a goiaba alí, acompanhando... Em boca, bem sedoso, toques minerais e taninos finos. Gostoso. Só que tinha um Borgonha ao lado...

Dominique Laurent Cuvée Numero 1 2011. Este foi legal: Duas garrafas! Uma levada pelo Caião e outra pelo JP. Ambas ótimas! Só um detalhe: As duas rolhas não estavam legais, indicando que o vinho talvez tivesse problemas daqui a um tempo. Mas os vinhos estavam ótimos! O rei da madeira, Dominique Laurent, dosou muito bem a danada neste vinho. Ela aparece, mas está bem integrada com boa fruta e toques minerais. Vinho aromático e muito macio em boca, com final longo e especiado. Quem comprou no Bota-Fora da World Wine, se deu bem. Mas eu beberia logo, com medo de outras rolhas estarem do mesmo jeito.

Marquesa de Alorna Grande Reserva 2011! Vinhão levado pelo Paulinho, o Rei dos Portugueses. Ele, que havia nos brindado com um branco 2012, da mesma linha, levou esta preciosidade. Vinho potente, madeira presente, mas de ótima qualidade, notas de amoras, cacau e grafite. Em boca, acidez vibrante, amplo, denso, mineral e com final longo. Os taninos ainda estão jovens. Um grande vinho que tem que ser acompanhado de uma bela carne gordurosa. Tem muitos anos pela frente. Mais um grande vinho levado pelo Paul. Foi o Rei da noite, sem dúvida. Briga fácil com outros bem mais caros e famosos em Portugal. O branco dele também é excelente. Ah, o azeite também...rs.



Etna Bianco Le Vigne Niche 2011: Excelente branco Siciliano!

Após ler o artigo no blog Bacco e Bocca sobre o Etna Bianco, da Tenuta delle Terre Nere, corri ao site da Mistral para ver se ainda tinha sobrado alguma garrafa. Depois de alguma paciência, consegui comprar, nos últimos lotes, algumas deste Etna Bianco Le Vigne Niche 2011. No entanto, logo depois, em outro artigo, o Bacco relatou que os que havia comprado (se não me engano, da safra 2010), não estavam legais. Alguns de seus leitores também disseram ter comprado o mesmo vinho, e que também não estava legal. Obviamente, fiquei preocupado, mas não desesperado, pois além das diferenças entre garrafas que podem ocorrer (e de acondicionamento, considerando que comprei em São Paulo), há também a diferença na safra. Assim, fiquei torcendo para que as minhas estivessem boas. Abri uma recentemente e para minha felicidade, o vinho estava excelente. Ufa! 
A linha Le Vigne Niche foi iniciada em 2007. O vinho é feito com 100% Carricante, de vinhedos orgânicos de pequenas parcelas (não ultrapassando 3,5 hectares de extensão), plantadas na inclinação norte do Monte Etna, com idade variando entre 25-60 anos e baixo rendimento. A fermentação e maturação são feitas em grandes tonéis de carvalho francês, por 10 meses. A madeira não deixa marcas negativas.
O vinho tem uma bela cor citrina, límpida e brilhante. Os aromas são florais, minerais, fruta lembrando maçã golden e um fundo amendoado e com notas sutis de cera de abelha. Em boca mostra ótimo frescor, mineralidade e complexidade. O final é longo e mineral. O vinho vai mudando em taça, característica de vinho bão. Bem, tem (muito) vinho que muda para pior...rs. Não é o caso. Para mim, o vinho está excelente e tem ainda anos de vida pela frente. É par perfeito para peixe e cia, além de poder ser bebido sozinho, claro.



sábado, 11 de março de 2017

Quinta do Ameal Escolha 2013: Fino!

A Quinta do Ameal fica no norte de Portugal, no Vale da Mina, região do Minho, ou seja, dos vinhos verdes. O proprietário é Pedro Araújo, bisneto de ninguém menos que Adriano Ramos-Pinto. A Quinta é do século XVIII, pequena, belíssima, com jardins de cair o queixo, e investe no enoturismo. Lá trabalha-se apenas com a Loureiro, de forma orgânica e com pouca intervenção. Este Quinta do Ameal Escolha 2013 é feito com uvas de vinhedos de baixa produção (5 ton/hectare) e passa 6 meses em barricas usadas de carvalho francês, de Nevers. Apenas 4.000 garrafas são produzidas, em anos selecionados. A cor é linda, citrina, brilhante, e os aromas são florais, de flor de laranjeira, em um fundo levemente amendoado. Em boca é mineral, fresco, com notas amendoadas e final longo. Para completar as qualidades, tem apenas 11% de álcool. Desce fácil, ganha complexidade em taça e acompanha com maestria pratos com peixes e frutos do mar. Belo branco, refinado e delicioso! O de entrada deles também é muito bom. Até a Wine Advocate, de Mr Parker, que gosta de coisas mais pesadas, já atribuiu 94 pontos ao da safra 2015.

sábado, 4 de março de 2017

Esporão 4 Castas 2015, Marques de Riscal Reserva 2011 e Arboleda Syrah 2012

Fomos nessa sexta-feira à tarde beber uns vinhos na Mercearia 3M, de nosso amigo Idinir. Começams com um Esporão 4 Castas 2015, feito com Touriga Nacional, Trincadeira, Syrah e Alicante Bouschet, em proporções iguais. O vinho estagia 6 meses em cubas de betão e barricas de carvalho francês e descansa adicionais 6 meses em garrafa. Tem cor densa, escura, e aromas que se iniciam com o floral da Touriga Nacional e de ameixas e amoras, em meio a notas de cacau e baunilha. Em boca é denso, com ótima acidez, mas ainda está nervoso, com taninos pegados. Precisa de tempo em garrafa ou então, decanter e boa carne gordurosa para acompanhar. Foi unânime entre os amigos que para beber sozinho, tá pegado.
Seguimos com um Marques de Riscal Reserva 2011. Este não tem erro! Riscal nunca decepciona. Se você não quiser gastar muito em um jantar com amigos, e não decepcionar, é só levar um Riscal, Quinta da Bacalhoa ou Esporão Reserva. Este 2011 tem uma cor mais escura que os mais antigos, e aromas de cereja, toffee e cítricos. Em boca, repetia e nariz, mostrava boa acidez, maciez, taninos finos e final amadeirado. Sim, como esperado, a madeira aparece. Mas para um Rioja, nenhuma surpresa. Estava delicioso o vinho. Eu tenho notado uma tendência de modernização do Riscal nas últimas safras. Espero que não exagerem e percam a tradição.
E para finalizar, escolhi um Arboleda Syrah 2012. Vinícola do grupo Errazuriz, e que tem à frente o grande Eduardo Chadwick. Passa 12 em barricas de carvalho. Ao nariz, notas de amoras maduras, chocolate e especiarias. Notamos uma ponta de álcool sobressaindo. Em boca, um pouco quente e com taninos sedosos. Com comida, melhora. Mas seu irmão feito com a Pinot Noir é bem superior. Não surpreendeu a turma, ainda mais pelo preço, similar ao do Riscal. Aliás, o resultado foi que a turma reclamou comigo da escolha e todos levaram garrafas de Riscal para casa, pois ele não deu chances aos outros dois.
Isso aí!