Bons vinhos ontem na confraria. Só o que eu levei que estava bem ruinzinho, a meu ver... Então nem comentarei sobre ele. O João Paulo levou um vinho que gosto muito e que tem uma relação custo-benefício invejável: O Amancaya. Este argentino de sangue francês é das Bodegas Caro, uma parceria entre a Catena Zapata e Chateau Lafite Rothschild. É o irmão mais novo do Caro, um excelente vinho e que não é tão caro assim. Este Amancaya 2009 estava uma delícia. Caminha em direção ao seu irmão mais velho. Apesar de novo apresentava muita elegância e frutas na medida. Outros que bebi, de safras anteriores, tinham uma presença muito forte da Cabernet e madeira, além de uma acidez um pouco alta. Este estava no ponto. Equilibrio perfeito entre a fruta da Malbec (50%) e a elegância da Cabernet Sauvignon (50%). Vinho sedoso, redondo, equilibrado, com notas de cassis, ameixa e cereja. E como casou bem com aquela polenta frita do Ciao Bello...
O Paulão levou um vinho de um produtor que gosto muito: Casa Lapostolle. É o produtor mais francês no Chile. Seus vinhos são páreo para muitos franceses bem mais caros. Aliás, um dos melhores cabernet sauvignon que bebi do Chile foi um Cuvee Alexandre 2001, bebido em 2008. São vinhos que envelhecem muito bem. O vinho levado pelo Paulão era um Cuvée Alexandre Merlot, de 2007. O vinho conta com 85% de Merlot e 15% de Carmenére de vinhedos de Apalta de mais de 60 anos de idade. Estava ótimo. Vinho encorpado e com personalidade. No entanto, penso que está muito novo. A carmenére lhe aporta notas clássicas de pimenta que ainda estão sobrepujando a fruta. E os taninos ainda pegam um pouco. É vinho para decantar e o melhor seria esperar um tempinho na adega. Mas em pouco tempo deve arredondar os taninos e alcançar um equilibrio que o deixará muito melhor que muitos franceses que chegam aqui pelo dobro do preço.
O Rodrigo e Tom fizeram um doblé! Pela primeira vez na confraria dois confrades levaram o mesmo vinho! Era um vinho bom, aliás. Um Mitolo Jester Shiraz 2004. É um vinho típico Australiano, denso e com muita fruta. Este estava bem sedoso, frutado (ameixa e amora) mas confesso que o achei um pouco doce para o meu gosto. Prefiro um pouco mais de taninos e acidez, como os do Rhone. É um vinho que deve envelhecer bem.
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