quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Premium de Final de Ano! Barca Velha 2000, Castello di Brolio 2006, Clos Apalta 2007, Côte-Rotie Guigal 2004, Migliara 2006, Matallana 2004, Rieussec 2005 e Quarts de Chaume 2003


Entrada da cozinha do Tom, e o próprio se aquecendo no Pinball
 Como em todo final de ano, pela terceira vez, a Confraria do Ciao se reune para um grande jantar regado a grandes vinhos. Desta vez foi na casa do Tom, em uma bela mesa ao ar livre, em meio a grandes árvores. De entrada o Tom nos presenteou com Barquetes de Haddock... Uma delicia! Depois tivemos os Pernis de Cabrito que assei lentamente, por 8 horas, que sem modéstia alguma estavam muito bons; o Porquinho de Leite do Tom, também feito com o esmero de sempre e os Galetos defumados chegados na brasa. Hummmmm.... Tudo muito bom! Para a sobremesa fiz meu aclamado Creme Brullé, par acompanhar os brancos que citarei depois de falar dos tintos. Eu havia dito que nem comentaria sobre os vinhos, apenas citaria seus nomes, mas tenho que falar um pouquinho, pois não resisto.
A lista não foi fraca: Castello di Brolio 2006 - Uma maravilha do Barone Ricasoli que ficou em quinto lugar na lista dos melhores do mundo em 2009 da Wine Spectator, com 96 merecidos pontos. Um vinhaço, com notas de amora, alcaçuz e baunilha. Encorpado, superequilibrado, com taninos finíssimos e final longo. Eu sou suspeito, pois sou fã incondicional dos Italianos, mas este Chianti Clássico estava demais, e duas garrafas foram pouco. Foi a abertura da noite...
Continuamos com um que o Fernandinho adorou: Clos Apalta 2007. Vinho da Casa Lapostolle, a mais francesa no Chile, que ganhou 93 pontinhos da WS nestas safra. Só lembrando, o 2005 foi o primeirão dois anos atrás, feito inédito para um Chileno. É um vinho de primeira, raçudo mas sedoso. Fruta na medida certa (cassis e ameixa). Notas de cacau, baunilha e tabaco. O apimentado no final, aportado pela Carmenére é uma delícia. A Petit Verdot lhe dá taninos que ainda precisam de tempo para ficarem mais redondos. Apesar de já estar uma maravilha, achei uma criança. Deve ganhar muito com alguns anos na adega.
Em seguida veio o vinho que para mim foi o destaque da noite, o Migliara 2006 da Italiana Luigi D'Alessandro. Esta vinicola é especialista em Syrah, e é considerada por muitos a que melhor trabalha esta casta na Itália, no nível dos melhores Hermitages. Eu achei este vinho um grande injustiçado na lista dos Top 100 deste ano. Teve 98 pontos da WS e nem apareceu na lista. Uma maravilha de vinho. Bastante mineral e longe dos Syrah frutados e enjoativos do novo mundo. Notas florais e deliciosas de amora, framboesa, anis e pimenta preta. Taninos super finos e um final interminável. Ainda bem que ainda tenho uma garrafa dele, pois deve envelhecer maravilhosamente. João Paulo, Paulao e eu adoramos.
Na mesma linha, mas agora partindo para o Rhone, apreciamos um E. Guigal Côte Rotie 2004. Um belo vinho de um produtor grande destaque no Rhone.  Vinho floral e com boa fruta (groselha e cereja), em meio a alcaçuz. Também aparecem as notas características de carne e azeitona. Um vinho delicioso, claro. E a noite continuava...
Veio então um espanhol, do onipresente e competente Telmo Rodriguez, o  "enfante terrible". O vinho escolhido foi Ribeira del Duero, o Matallana 2004. Apesar de estar muito gostoso, notas de couro, caramelo e fruta na medida, deixou um pouco a desejar. Confesso que esperava mais para um vinho de Telmo Rodriguez, ainda mais pelo precinho salgado... Os vinhos que ele faz a região de Toro são melhores, sem dúvida.
Bem, para fechar tem uma Magnum de um ícone: Barca Velha 2000!  Vinho clássico português, da Casa Ferreirinha, e responsável por colocar o Douro na posição de destaque que hoje ocupa. O vinho só é lançado em safras excelentes e até hoje, desde o primeiro em 1952, não chegaram  a vinte. Este ficou 3 horas no decanter, quietinho, abrindo toda sua potencialidade. Por incrível que pareça, não tinha nada de precipitado. Não preciso nem dizer que é um belíssimo vinho. Rico, complexo e para ficar na memória. De encher a boca. Mas vou gerar a ira de meus confrades agora: Confeso que prefiro o Quinta do Vale Meão! Para mim é mais rico e o preço é bem melhor. Além disso, é feito com uvas de vinhas utilizadas pelo Barca Velha.

Eu acaricando a magnum do danado...


Paulo e Fernandinho
Colocando o Barca no decanter, sob os olhares do Caio

Caio, João Paulo, Tom e Margarido, em frente ao porquinho

O amigo Rodrigo se deleitando...
Para fechar a noite, e acompanhando o Creme Brullé e queijo azul, tomamos um Quarts de Chaume 2003 de Baumard. Este produtor doVale do Loire faz vinhos brancos de cair o queixo, com a Chenin Blanc. Este, que teve 96 pontos da WS, é amendoado, com notas de mel e pessego. Tem excelente acidez e mineralidade que compensam o doce. Para competir com ele bebemos um Chateau Rieussec 2005, de Sauternes. Uma maravilha que justifica os 96 pontos da WS. Vinho pleno, com notas firmes de damasco e mel. Equilibrio perfeito e final interminável. Todos o adoraram.


O que dizer mais da noite? Comida maravilhosa, vinhos espetaculares e amigos sensacionais. Não tem palavras.
Tom, Fernandinho, Caio, Paolao, Rodrigo, João Paulo e Margarido: Obrigado pela noite e por mais um ano!

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