Nessa última quinta levei à reunião premium da confraria um superchileno que ficou em primeiro lugar na lista dos top 100 da Wine Spectator. Neste ano, como sempre faço, arrisquei dois palpites certeiros para os top 10: Crasto vinhas velhas 2005 e Clos Apalta 2005. Fiquei feliz quando vi o Crasto faturar (com justiça, aliás) o terceiro lugar, e apreensivo quando vi que o Clos Apalta ainda não aparecia. Mas ai veio a surpresa: Ficou em primeiro! Feito único para um vinho chileno. E felizmente, eu havia já adquirido duas garrafas do danado, antes de sair a lista, pois depois que a ela saiu ele sumiu rápido das lojas. A propósito, os vinhos da Casa Lapostolle são comercializados pela Mistral. Bem, mas vamos ao vinho. Abri com antecedência e decantei por aproximadamente 3 horas, como recomendado pelo produtor. Aliás, o vinho já estava com leve borra na garrafa (não é filtrado) e precisava mesmo ser decantado. Logo ao abrir, os primeiros aromas já foram surpreendentes. Muita riqueza de frutas e também notas oriundas dos 24 meses em barricas de carvalho francês novas. Depois da decantação, acho que perdeu um pouco dos belos aromas de entrada. Mesmo assim, notas de cassis, amora, alcaçuz eram bem evidentes, se misturando ao chocolate amargo, cacau, baunilha, grafite e café-com-leite. A carmenére aparece bastante no vinho, com suas notas apimentadas (o vinho é um corte de 42% Carmenere, 28% Cabernet Sauvignon, 26% Merlot e 4% Petit Verdot). Aliás, nas últimas safras a porcentagem desta uva tem aumentado (o 2007, já comentado aqui no blog, tem 63% e o 2008 73% dela). Na boca é bastante amplo, untuoso e com taninos bem resolvidos. Mas eu esperava que o vinho estivesse mais sedoso, como um 2004 que experimentei anos atrás em degustação da Mistral (bem, o 2004 tinha mais Merlot em sua composição). Em verdade, este 2005 tinha uma notinha herbácea que me incomodou um pouquinho. É um grande vinho? Sem dúvida alguma! Mas para ser primeiro do mundo? Ai já não sei... A verdade é que a expectativa era muito grande, o que as vezes pode atrapalhar. Além disso, tomamos o vinho no final da festa, depois de ter tomado vários outros. Mas não sei o que meus confrades dizem disso. Eu geralmente fico mais feliz quando bebo um vinho sem muita expectativa e ele me surpreende positivamente. No caso deste Clos Apalta 2005, é um grande vinho, mas acho que vou esperar mais um tempo para abrir a outra garrafa que tenho na adega.
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