sábado, 16 de abril de 2011

Yacochuya 2006

O amigo João Paulo nos ofereceu o argentino Yacochuya 2006, vinho top da bodega San Pedro de Yacochuya, localizada em Cafayate, Salta. A bodega é uma parceria entre Arnaldo Etchart e o onipresente Michel Rolland. O vinho Yacochuya é muito controverso, principalmente pela sua graduação alcoólica (este 2006 possui 16,2%). Por isso, é sempre motivo de muitas discussões. Mas o importante aqui é considerar as características do lugar onde é feito e a personalidade própria do vinho. É vinho de altitude (2.035 m) e de uma região que é quente de dia e fria à noite. Isso lhe dá características próprias, principalmente a concentração e potencia. Quem conhece os vinhos da Colomé, também de Salta, sabe que eles também tem estas características. Este Yacochuya 2006 é feito com Malbec de videiras de mais 60 anos. Aliás, a área plantada da bodega é pequena (apenas 16 hectares, na maioria de Malbec, mas também Cabernet Sauvignon, Tannat e Torrontés). A crianza é por cerca de 18 meses em barricas novas de carvalho francês de 225 litros. O vinho é muito concentrado, daqueles de mastigar, e o álcool, embora em quantidade acima do usual, está bem integrado e não sobressai. Notas de amora, ameixa preta e figo, tudo muito maduro. Além disso, notas tostadas, de baunilha e de chocolate com leite. Na boca é untuoso, com taninos muito redondos e final longo. É um vinho excelente, para ser decantado e apreciado devagar. Deve ganhar com algum tempo de adega. No caso deste vinho, vá desarmado! Se há preconceito contra vinhos menos densos, há também aquele para com vinhos muito densos. A meu ver, preconceito não combina com o mundo do vinho. Aliás, não combina com nada!
A bodega produz ainda o mais em conta San Pedro de Yacochuya (outro vinho concentrado, mas nem tanto quanto seu irmão mais velho) e um Torrontés excelente, um dos melhores da Argentina, que mesmo apesar da alta concentração alcoólica possui tudo bem integrado. Aliás, os Etchart produzem excelentes Torrontés, inclusive alguns de ótimo preço. Os vinhos Yacochuya são importados pela Grand Cru, podendo também ser encontrados na Wine.
Ainda neste dia, o amigo Caio nos brindou com um vinho que gosto muito e que já foi comentado aqui no blog: O Poesia 2002. Aqui, já do outro extremo da Argentina e com característica completamente diferentes do Yacochuya. Primeiro, porque é um corte de Malbec (60%) e Cabernet Sauvignon (40%). Depois, porque não tem tanta potência quanto o Yacochuya. Vinho redondo, sedoso, complexo e com final longo. Um vinhão! Entre os melhores.

2 comentários:

  1. Na Argentina custa hoje $ 456,00
    Muito bom vinho.

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    1. Caro(a),
      Realmente um ótimo vinho (mesmo que potente e com graduação alcoólica alta...rs).
      Abraços,
      Flavio

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