domingo, 27 de novembro de 2011

Uma noite sublime com vinhos de Lopez de Heredia na Gran Reserva, São Carlos

Nessa última semana os amigos Clóvis e Elena, do Empório Gran Reserva, nos brindaram com uma belíssima noite regada a vinhos da tradicionalíssima bodega espanhola R. Lopez de Heredia. A centenária bodega é hoje administrada pelos descententes de Don Rafael Lopez de Heredia y Landeta, que a criou em 1877 em Haro, a capital de Rioja Alta. Os vinhos desta bodega são a expressão máxima da tradição riojana. São vinhos feitos à moda antiga, utilizando leveduras selvagens, transiegas manuais, sem filtração, com longo envelhecimento em carvalho americano usado, longo descanso em garrafa antes da comercialização etc. Seus brancos, são sublimes e muito longevos - Vinhos de exceção! Eu tive o prazer de apreciar vários vinhos do produtor, e eles sempre me agradaram, e muito (veja aqui comentários sobre o Tondonia Reserva 2000, Bosconia 2000 e Gravonia 1996). 
Bem, os vinhos apreciados na noite, e acompanhados do sempre delicioso coquetel Gran Reserva, foram quatro. O primeiro deles foi o Tondonia Gran Reserva branco 1987. Vinho feito com 85% Viura e 15% Malvasia, e que passou 9 anos e meio em carvallho e 6 anos em garrafa! Isso mesmo! Uma beleza de vinho! Bela cor dourada e nariz típico, com notas amendoadas, de maçã seca, amanteigadas, de panificação e de mel. Em boca, muito gostoso, com aquele toquinho levemente oxidado característico. Um vinho de 24 anos e impecável. Embora eu ache que já atingiu seu ápice. Depois dele, partimos para os tintos e apreciamos um Bosconia Reserva 2003. É um vinho feito com 80% Tempranillo, 15% Garnacha e 5% Mazuelo e Graciano. Eu achei o mais rústico de todos os tintos, e mais austero. Acredito que estará melhor após alguns anos de adega. Os taninos ainda estão pegando um pouco. Mas estava muito bom, com notas de cereja, de funghi secchi, de alcaçuz e aquelas notas cítricas que eu gosto.
Seguimos então com o Tondonia Reserva 2001. O vinho é feito com 75% Tempranillo, 15% Garnacha e 10% de Graciano e Mazuelo, e passa 6 anos em carvalho e 2 em garrafa. Este estava mais potente que o 2000 que apreciei recentemente. Inclusive a cor estava um pouco mais escura. Esta mais pronto que o Bosconia e mais redondo, com notas de cereja, de tabaco, baunilha e cítricas. Em boca, bem gostoso, com bela acidez e taninos elegantes.
Bem, e aí veio a fera: O Tondonia Gran Reserva 1991. Vinho feito com o mesmo corte do Tondonia Reserva, mas que passa 8 anos em carvalho americano. A primeira impressão já foi deliciosa. Notas de cereja seca, caramelo e cítricas. Muito complexo. Vinho cheio de camadas. E foi se alterando com o tempo. Em boca, elegância pura, muita finesse. Como era de se esperar de um Tondonia: Excelente!
Bem, a noite foi belíssima, com todos os ingredientes para torná-la agradabilíssima: Belos vinhos, boa comida e companhia de pessoas amigas! Querer mais o que? Uma próxima, claro...

2 comentários:

  1. Flavio,

    Degustação TOTALMENTE FAIXA-PRETA. Estou para colocar esse comentário aqui faz tempo. Da Lopez Heredia já tomei Gran Reserva branco 1981, que inclusive postei, e o rosé que não é importado para o Brasil. Os tintos infelizmente ainda não provei, mas espero que aconteça. Vinhos para iniciados.

    Abraço

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  2. Caríssimo Eugênio,
    Obrigado! Realmente os vinhos Lopez de Heredia são muito particulares. Para iniciados, como você disse. Você precisa experimentar os tintos também. São impressionantes. Imagino que o Rosé deve ser no mesmo padrão. Eu não bebi ainda e estou curioso para experimentar. Você gostou dele?
    Grande abraço,
    Flavio

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