sábado, 14 de janeiro de 2012

E na primeira reunião da Confraria do Ciao em 2012, só vinhobão: Xisto 2005, Chateau Larrivet Haut-Brion 2000, Chateau L'Arroseé 2007 e dois Barolos!

Nessa última quinta-feira a Confraria do Ciao se reuniu pela primeira vez em 2012. E de quebra comemorou os aniversários dos confrades Caio e Fernandinho (que estava resfriado e não foi... infelizmente). A noite começou com um vinho que levei, que figura entre os tops portugueses, o Xisto 2005. A confraria já apreciou este vinho uma vez, levado pelo amigo Rodrigo (clique aqui). Desta vez, o vinho estava mais aberto, mesmo porque, eu o decantei por mais de uma hora antes de levar. É um vinhaço! Potência e elegância juntas. É feito com 60% Touriga Nacional, 15% Touriga Franca e 25% Tinta Roriz. O envelhecimento é feito em barricas de carvalho Francês 60% novas e 40% de 1 ano, por um período de 18 meses. Aromas ricos de amoras, violetas e chocolate amargo, em meio a alcaçuz e grafite. Em boca, amplo, poderoso, com taninos presentes e acidez perfeita. Aguentaria mais  uns bons anos. Quem tiver uma garrafa do danado pode guardar por que ele deve evoluir muito bem.
O Caião, aniversariante, levou um Gran Cru Classé de Saint Emilion, o Chateau L'Arroseé 2007. O blend tem Merlot como majoritária (60%), cortada com 20% de Cabernet Sauvignon e 20% de Cabernet Franc. Vinho novo ainda, mas que surpreendentemente já se mostrava aberto. Ao nariz, mostrava muita fruta, com destaque para cereja e groselha, em meio a notas florais e um toquezinho de cravo. Em boca, muito sedoso e redondo, com tudo muito harmônico. Um vinho delicioso e que deve ganhar novas nuances com o tempo.
O JP levou um Gran Vin de Pessac-Leognan, o Chateau Larrivet Haut-Brion 2000. O vinho, que é feito com 55% Merlot, 40% Cabernet Sauvignon e 5% Cabernet Franc, passa 16 a 18 meses em barricas 50% novas de carvalho Francês. Bem, aqui a safra fala alto. O vinho tem poder e muita finesse. A fruta divide espaço com aqueles aromas que adoro, de couro, tabaco e alcaçuz. Em boca, mais seco que o L'Arroseé e com final longo. Um belíssimo vinho que foi se abrindo com o tempo e no final da noite mostrava-se um Bordeaux autêntico, muito elegante. Eu gostei muito mesmo.
O amigo Tom levou um Barolo Livio Pavese 2006. A Cantina Livio Pavese fica em Treville, Valle D'Aosta, é uma das poucas que pode engarrafar Barolos e Barbarescos fora da DOCG. É um Barolo mais para o estilo leve, mais amigável. Foi decantado e ao longo da noite foi mostrando, além das notas de framboesa e cereja, aquelas notas de rosas típicas da Nebbiolo. Em boca os taninos estavam presentes, como era de se esperar, e a acidez marcante pedia comida. Ficou perfeito com a polenta frita ao molho de queijo. Mas sinceramente: Leva umas boas chineladas do Langhe Nebbiolo Perbacco de Vietti.
O amigo Rodrigo, coincidentemente, levou outro Barolo, mas de estilo bem diferente do anterior. Era um Poderi Colla Bussia Dardi Le Rose 2006, do vinhedo de Bussia, em Monforte. É um vinho mais potente, austero, rico em aromas de alcatrão, funghi e alcaçuz. A fruta ainda está sobrepujada por eles. Os taninos ainda pegam e levarão tempo para arredondar. Um vinho com muita presença, que deve ficar bom daqui a alguns anos. Bebe-lo nesta idade, sem ao menos decantar, foi um grande pecado, para não dizer desperdício...
Bem, a noite foi de vinhos de pegada. Em minha opinião, o Xisto foi destaque, seguido de perto pelo Larrivet Haut-Brion e L'Arroseé, ambos excelentes. Os Barolos, pelas circunstâncias, não tiveram muita chance. O Caião pode até discordar, mas no ano que vem, como aniversariante, terá que levar o primeiro da noite, por que desta vez o Xistão foi implacável... rs.

8 comentários:

  1. É Flavitz,
    Foi uma pena não termos decantado os Barolos,realmente foi um crime.Já o Xisto,"VIXE" que belo vinho,felizmente tenho uma garrafa do 2005 guardada.
    Abs, JP

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  2. Pois é JP! Até que o Livio descansou um pouco, talvez menos que deveria. Mas o outro, precisaria um bom tempo... Mas realmente, o Xisto estava perfeito. E ainda bem que você ainda tem uma garrafa!!! rsrs...
    Abraços,
    Flavitz

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  3. Flavio,
    mais um degustação pra história.
    Tenho um conhecido que vai pra Portugal no meio do ano.
    Esse Xisto estava bem cotado. Além do Vallado, Ferreirinha Res Esp, D. Maria e Vale Meão. E o branco Redoma Res.
    O que achas? Alguma sugestão?
    Abraço.

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  4. Realmente Alexandre! Foi muito boa! O Xisto é uma boa pedida, sem dúvida. Assim como todos os outros que você citou, que são todos excelentes! Eu sugeriria também um Solar dos Lobos Grande Escolha, que tem sido badalado em Portugal. E se der também, um Quinta do Vesúvio, que é um vinhão. Além dos grandes Crasto, como o Maria Teresa e Vinha da Ponte. Bem, Portugal é prato cheio.
    Grande abraço,
    Flavio

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  5. Flavio,

    O Xisto é mesmo "xou", já tomei o 04 e estava fantástico. Hoje tenho uma certa preferência pelos do Alentejo como Herdade da Malhadinha, Altas Quintas Reserva, Avó Sabica e o na minha opinião, o melhor vinho tinto português Dúvida, mas o Xisto realmente é fantástico.

    Abraço,

    Eugênio

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  6. Grande Eugênio,
    Realmente é um vinhão. Eu estou precisando experimentar esses Alentejanos que você citou. O Dúvida você havia me indicado ano passado e acabei não buscando o danado. Mas este ano vou atrás.
    Abraços,
    Flavio

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  7. Alexandre,
    Veja o comentário do amigo Eugênio com ótimas sugestões para suas compras em Portugal.
    Abraços,
    Flavio

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  8. Obrigado Flavio e Eugênio.
    Vamos ver se a empreitada vai dar certo.
    Abraço!

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