quinta-feira, 19 de junho de 2014

Esporão Reserva 2006, Yarden Cabernet Sauvignon 2009, Goulart B - Black Legion 2010 e Agapito Rico Vedré 2007

Nesta reunião da confraria (já antiga) o Fernandinho levou, meio tímido, um Esporão Reserva 2006. Bem, a safra não foi lá estas coisas, mas quando o negócio é Esporão Reserva, pode-se esperar coisa boa sempre. E este estava um mel. Os anos lhe fizeram muito bem. O vinho, feito com Aragonês, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Alicantes Bouschet e 12 meses de maturação em carvalho, mostrava muita elegância. Ao nariz aromas de cerejas e framboesas, em meio a alcaçuz, canela e tabaco. Em boca, muito equilibrio, boa acidez e taninos devidamente arredondados pelo tempo. O final deixava um toque de tabaco bem gostoso. Uma delícia de vinho! 
O Tonzinho levou um ótimo vinho Israelense, da Golan Heights Winery, o Yarden Cabernet Sauvignon 2009. É feito com uvas de altitude de regiões frias da Galiléia. Ao nariz é bem rico, com notas de cerejas e cassis, em meio a chocolate amargo, notas herbáceas e de madeira. Em boca mostrava juventude, muita estrutura, vivacidade e taninos firmes. Um ótimo Cabernet Sauvignon, que pode ser bebido agora mas que com certeza ganhará bastante com uns anos de adega. Um vinho que deve ser conhecido.
Eu levei um Goulart B Black Legion Special Blend 2010. O nome do vinho é uma homenagem aos voluntários afrodescendentes comandadas pelo Marechal Gastão Goulart, que lutaram na revolução de 1932 e eram conhecidos como a "Legião Negra". Ele é feito com 80% Malbec e 20% Cabernet Franc. O corte me agrada. A maturação é feita por 12 meses em tonéis de carvalho francês. O vinho, logo ao ser aberto é um pouco mais pegado, mas com o tempo vai se abrandando. Notei que ficou até leve depois uma hora descansando. Tem notas clássicas de ameixa, chocolate e um fundinho de madeira. Em boca é leve e bem equilibrado, com final especiado. Gostei dele, apesar de esperar uma presença maior da Cabernet Franc. Estou notando em alguns vinhos que apreciei da vinícola (que não foram muitos) a tendência em produzir vinhos menos pesados, o que acho legal.
O Paolão levou um Vedré 2007, espanhol de Jumilla, próxima à Murcia, sul da Espanha. A vinícola era conhecida como Agapito Rico, mas agora parece que se chama Bodegas Carchelo. Este Vedré é feito com 50% Monastrel, 25% Syrah e 25% Tempranillo. A maturação ocorre por 14 meses em barricas novas e usadas de carvalho francês. O vinho é do tipo jammy, com fruta em compota, concentrada, chocolate e um toque de café. Em boca repete o nariz e mostra taninos doces. Para o meu gosto, achei enjoativo. Outro problema: A rolha sintética brancona, dando aquele toque artificial que não me agrada. Não é um vinho que eu coloco na cesta. Eu prefiro seu irmão Carchelo.

2 comentários:

  1. Bela postagem, Flavio.

    Sobre a safra 2006 no Alentejo, da qual se diz ser bem ruim, indaguei o representante do Mouchão, no Encontro da Alentejana aqui de Recife, e ele me disse que houve muita variação, sendo, no caso deles, uma safra muito boa. Já tomei o Mouchão 2006 e o 2007, e o primeiro, hoje, dá um banho no segundo, embora, aparentemente, o segundo tenha um potencial de guarda bem maior.

    O Vale de Ancho 2006, por exemplo, também está fenomenal.

    Nessa linha, observe que Paulo Laureano lançou seu Reserve Julieta Talhão 24 no ano de 2006. Ele só o faz em safras ideais. A ponto de, após ela, só ter saído em 2009.

    Abs.,

    Roberto.

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    1. Oi Roberto,
      Obrigado! É aquele negócio: Craque recebe a bola quadrada e devolve redondinha! Quando o produtor é bom eu nem encano muito com a safra. Acontece geralmente o que você bem mencionou, ou seja, elas geram vinhos menos longevos.
      Um amigo aqui me reservou na adega um Julieta Talhão 24... Estou só aguardando o dia em que ele vai me brindar com o danado...rs.
      Abraços,
      Flavio

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