terça-feira, 29 de março de 2016

Sassoalloro 2006, Serras del Priorato 2011, Angelica Zapata Cabernet Franc 2011, Oyster Bay Merlot 2012, Tua Rita Tierre 2011 e Miguel Torres Nectaria 2009

Não sei se meus confrades concordam comigo, mas essa reunião da confraria teve lá suas arestas. Comecemos por um vinho levado pelo Paulinho, e que tem pedigree: Sassoalloro 2006. Um Sangiovese com o carimbo de Jacopo Biondi-Santi e da grande safra de 2006. Esperar o que? Um ótimo vinho, obviamente. Bem, os aromas eram muito bons, com notas de frutas em meio a chá, especiarias e um tostado charmoso ao fundo. Em boca, começava repetindo o nariz, mas, de repente, sumia! Ou seja, persistência muito baixa. E isso foi notado de cara pelo próprio Paulinho, que o levou. Eu nunca vi um Sassoalloro de persistência tão curta. Ou seja, tinha tudo para ser o grande destaque da noite, mas essa caracterísitca comprometeu, e muito. Considero isso um grande problema, ainda mais para um vinho que não é barato e leva a assinatura Biondi-Santi. O mais curioso de tudo: Este vinho já pintou por aqui no blog, e não mostrava esta característica. Curioso, dei uma olhada na rede para saber da impressão de outros apreciadores. Bem, na Cellartracker, falam bem, na Wine Spectator, idem, com 90 pontos. Só no blog do Silvestre Tavares é que tinha uma opinião próxima da nossa, principalmente no que se referia à persistência. Fico com o Silvestre... Como explicar isso? Cada garrafa uma garrafa? Pode ser. Veja aqui também sobre o 2008
O Rodrigo levou outro que gosto muito, e que há tempos não bebia: Angelica Zapata Cabernet Franc 2011. É um ótimo Cabernet Franc da Catena. Ao nariz boa fruta e toques abaunilhados. Em boca, repetia o nariz e mostrava boa acidez e intensidade. O final era abaunilhado, pedindo mais uns aninhos de adega para se acomodar. É Cabernet Franc que pende mais para Bordeaux que para Loire. Bom e macio agora, mas eu acho que estará bom mesmo daqui a um tempinho.
À direita dele o Tierre 2011, da italiana Tua Rita, levado pelo Caião. Vinho mais simples da vinícola, feito com 80% Merlot e restante de Alicante. Nariz um pouco fechado e com notas vegetais. Em boca se mostrava seco, meio reticente, com herbáceo um pouco acima do meu limiar. Não gostei. Longe de seu irmão logo acima, o Perlato del Bosco.
Seguindo à direita na foto, um Oyster Bay Merlot 2012, levado pelo JP. Neozelandês fácil de beber, com bons aromas de frutas maduras (ameixas) em meio a notas de cedro e tostados. Vinho gostoso, que não surpreende, mas não decepciona. 
O último tinto foi para mim um dos melhores da noite: Serras del Priorato 2011. Foi levado pelo Tiago. É feito pela Clos Figueras, ficando no mesmo nível do Font de la Figuera. É um corte de Garnacha (65%), Carignan (15%), Syrah (10%) e Cabernet Sauvignon (10%), com maturação por 7 meses em barricas de carvalho de 300 e 500 litros. Ao nariz mostra notas florais, de frutas silvestres, balsâmicas e minerais. Em boca é intenso e mineral, com ótima acidez e final longo, com notas minerais e de cacau. Um Priorato clássico, novo ainda e com muitos anos pela frente. Pede comida. Gostei muito, inclusive, do rótulo, bem bonito! 
E para finalizar, um vinho de sobremesa levado por este que vos escreve: Nectaria 2009. É produzido pela Miguel Torres, no Chile, com Riesling botrytizada. Este me enganou. Pensei se tratar de um vinho leve, mais suave... Mas não! Mostrava potência em todos os níveis. Sua cor era intensa, dourada, e ao nariz notas florais, de damasco, mel e gengibre. Em boca mostrava uma acidez destacada, que surpreendia. Era um vinho intenso, picante e com final longo. Acredito que o bebemos de forma errada em vários aspectos: Novo, muito gelado e com acompanhamento inadequado. Ou seja, matamos o vinho! Se fosse bebê-lo agora o deixaria em decanter por umas duas horas, temperatura entre 8-10 graus e para acompanhar, queijo azul ou um cheesecake de damasco. 
Isso aí!





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