segunda-feira, 27 de maio de 2013

Aniversário do JP na Confraria: Vega Sicilia Único 1995, Valbuena 2005, Barolo Seghesio La Villa 2004, Mirto 2006, Tokaji Oremus 5 Puttonyos 2003 e Bacalhôa Moscatel Roxo 1999!

Nessa última reunião da Confraria do Ciao comemoramos o aniversário do amigo JP. E é claro, foi em grande estilo. Já que no meu eu levei um Sassicaia, o JP pegou pesado e chutou o balde: Vega Sicilia Único 1995


Fazer qualquer comentário sobre esse vinho é quase que desperdiçar palavras. Mas para não dizer que não falei das flores: O vinho é feito com 85% Tempranillo e 15% Cabernet Sauvignon, de vinhedos antigos. Matura 22 meses em barricas novas de carvalho francês, 28 em barricas usadas e 24 meses em tinas de madeira de grande capacidade. Ou seja, mais de 6 anos maturando, além de um tempo em garrafa antes de ser comercializado. Ao nariz mostra muita complexidade, com notas de cereja preta e ameixa em compota, em meio a notas balsâmicas, leve mentolado, incenso, especiarias indianas (noz moscada e curry) e chocolate. Parece exagero, né? Só com um desses na frente, descansando um tempo na taça, para saber que ele é tudo isso mesmo. Em boca, repete o nariz e mostra intensidade máxima, mas com elegância impecável. Tudo, tudo, no lugar: Acidez, taninos, álcool, madeira, tudo perfeitamente integrado. Uma maravilha!!! Esse é um mito. Sem nenhum exagero posso tecer-lhe adjetivos como sensacional e estupendo! O JP matou a pau e colocou a turma em uma tremenda saia-justa para os próximos aniversários...rs. Parabéns, meu amigo.
E como se não bastasse, chega o amigo Rodrigo com um irmão do Vega: O Valbuena 2005. Que combinação! O Rodrigo não poderia ter tido idéia melhor. Tivemos a oportunidade de sentir a diferença entre os dois, que são grandes. E aqui, nada do Valbuena ser sobrepujado de forma implacável pelo seu irmão maior. Os vinhos são distintos. O Valbuena é feito com uvas de vinhedos mais jovens. A Tempranillo é majoritária, mas leva pitadas de Merlot (+) e Malbec (ou Cabernet Sauvignon, dependendo da safra). A maturação é feita em tempo menor que o Único, e é utilizada também barrica americana. O vinho também é grandioso. Ao nariz é mais frutado, com notas de cereja e ameixa em meio a especiarias. Em boca possui acidez vibrante, que lhe aporta muito frescor. É também mais tânico que seu irmão "maior". Tem ótima pegada e um final longuíssimo. Um vinhaço! É certo que os dez anos de diferença em relação ao Único apreciado, e as próprias características de cada um, deixam diferenças claras. No entanto, o "carimbo" Vega Sicilia aparece em ambos: Elegância e sedosidade! Que maravilha! Mandou bem demais, Rodrigo!
Eu levei um Barolo Seghesio Vignetto La Villa 2004. É a segunda garrafa que abro desse danado. A primeira apreciei sozinho, de forma "egoísta"...rs (clique aqui). Abri com umas 3 horas de antecedência, decantei e levei para o Ciao. Lá, ainda estava nervoso, e deixamos mais um tempo em decanter. Não vou comentar muito sobre ele. É só acessar a postagem acima. É vinho muscular, na linha dos Barolos mais potentes, com notas de cerejas pretas, ameixas, alcaçuz, café, funghi secchi e pétalas de rosas. Em boca é tânico, como deve ser um bom Barolo, mas com taninos redondos. Bem, eu sou suspeito para dar meu parecer sobre esse vinho, por ser Barolista de carteirinha, e por ter levado, claro. Só digo uma coisa: É bão!
O Tonzinho levou um Rioja, das Bodegas Ramon Bilbao, o Mirto 2006. As Bodegas ficam em Haro, coração de Rioja, e completam 90 anos no próximo ano. O Mirto é seu vinho top, e é feito com 100% Tempranillo. A maturação é de 2 anos em barricas de carvalho francês (Allier). O engarrafamento é feito sem clarificação ou filtração. É um vinho com aromas de cassis, cereja, tabaco e chocolate. A madeira também aparece, com notas cedro. Em boca repete o nariz e destaca-se pelo frescor, aportado por uma acidez vibrante. O final é longo e persistente. É vinho que pede comida. Seus 7 anos ainda não se fazem sentir. É um vinho de categoria, no estilo mais moderno, e que poderia ser guardado ainda por muitos anos. Surpreende pela qualidade obtida na safra, que ficou na sombra das grandes 2004 e 2005. 
Bem, de tintos foram esses... Mas como a noite ainda era uma criança, abrimos dois belos vinhos de sobremesa. O primeiro deles foi levado pelo amigo Caio, e era outro com o carimbo Vega Sicilia: Tokaji Oremus 5 Puttonyos 2003. Não repetirei aqui a velha história dos Puttonyos. Quem quiser relembrar clique aqui.  Esse levado pelo Caião, com seus 10 aninhos, estava delicioso! Ao nariz mostrava de início toques de folhas secas, amassadas, em meio a gengibre e frutas secas. Em boca, notas de damasco e gengibre se mesclavam as notas oriundas da botritização (que não sei explicar como são, só sentir...). Um vinho longo e delicioso! 
E como a turma ainda tinha gás, o JP abriu um delicioso Bacalhôa Moscatel Roxo 1999. O vinho é feito com 100% Moscatel Roxo e matura 8 anos em barricas de carvalho de 200 litros, utilizadas para Wisky. É delicioso! Vinho muito rico, com notas florais, de flor de laranjeira, frutas secas, mel e marmelo. Em boca é amplo e com acidez que equilibra o dulçor. Um ótimo vinho!
Bem, pessoal, é isso aí! O aniversário do JP foi comemorado em altíssimo nível, como merece! O próximo aniversariante, tá  no aço!

4 comentários:

  1. Flavio,
    Resolvi comentar para dizer que não há comentário a fazer sobre tais vinhos.
    Como disseste sobre o Tokay, só sentindo, só provando.
    Ainda estou na fila dos demais...
    Abraço!

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    1. Grande Alexandre!
      Realmente... Alguns vinhos dispensam comentários. E os Tokaji, como você citou, devem ser sentidos. O pessoal badala muito o D'Yquem, mas pode-se encontrar Tokaji por preços bem melhores e que satisfazem tanto quanto ele (alguns amigos dizem que a distância é curta, ou até inexistente).
      Grande abraço,
      Flavio

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  2. Tô com o Alexandre: ficou difícil comentar dessa vez... o naipe dos vinhos intimidou geral !! Então, escrevo apenas pra dizer que meu aniversário tb tá chegando, hehehe. Não tenho um Sassicaia, nem um Vega Sicília na minha adega, mas, se o pessoal daí tiver precisando abrir outro "imortal", posso humildemente ceder a data, rs.
    Abs.

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    1. Oi Vitor!
      Combinado! Você já tem o motivo, que é a data! E aceitamos a doação de bom grado...rsrs. Aliás, você está intimado a nos visitar faz um tempo. Tem que dar um jeito aí e aparecer em São Carlos para uma especial. Aí, damos um ultimato na turma para abrir a adega, sem dó! rs.
      Abraços,
      Flavio

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