sexta-feira, 11 de julho de 2014

Ótima noite com Brunello Podere Paganico 2008, Regina di Renieri 2009, Barolo Elvio Cogno 2009, Quinta da Bacalhoa 2011, Chateau Rayas La Pialade 2007 e um Alambre 20 Anos para arrematar!

Noite fria e turma sedenta para matar uns tintões lá no Barone. O Joãozinho levou um Brunello di Montalcino Podere Paganico 2008, embrulhado, mas que acertei no nazo. A vinícola é pouco badalada e tem apenas 3 hectares de vinhedos. São apenas 3 vinhos produzidos: Aberlardo, Rosso e este Brunello. Este Brunello, apesar de novo, já deu muito prazer. Segue o estilo mais fresco. Ao nariz mostra notas de cerejas, cedro, chá, tabaco e couro. Com o tempo foi liberando uns aromas mentolados legais. Em boca, mostra grande clareza e frescor. É seco, com taninos presentes e longa vida pela frente. O final é longo e especiado. Muito bom! Valeu, Joãzinho!
O Tonzinho levou um que eu queria experimentar já há algum tempo, o Regina di Renieri 2009. O vinho é produzido pela Castello di Bossi, da Toscana. E para aqueles que acham estranho, é outro Syrah italiano. Bem, vinhos feitos com esta uva não são incomuns com muitos pensam, vide os belos Luigi D'Alessandro. E não são aqueles Shirazões australianos e chilenos, pesados, extraídos... Eles seguem mais a linha do Rhone. E este, que passa 18 meses em barricas e 12 em garrafa antes de ir ao mercado, estava muito bom. É um vinho floral, mas sem exagero, com notas de amoras, especiarias e minerais. Em boca é amplo, especiado e mineral, com final levemente terroso. Os taninos são sedosos e o final longo. Um belo Syrah! A WS lhe tascou belos 94 pontos. Valeu a espera para prová-lo.
O Caião continou na Bota, mas agora no norte, com um Barolo Elvio Cogno Cascina Nuova 2009. O 2007 já apareceu umas vezes aqui no blog (clique aqui). Este é o Barolo de entrada da vinícola, e segundo o produtor Valter Fissore, é uma introdução ao tema para quem quer entrar no mundo destes grandes vinhos. E uma bela introdução... O vinho é muito bom. Está novo, claro. Mas já bem apreciável. O decantamos por um tempo e pudemos sentir uma ótima evolução. Ao nariz mostra notas de pétalas de rosa, cerejas, funghi secchi, couro e especiarias. Em boca, repete o nariz e é claro, mostra taninos ainda nervosos, que devem se arredondar com uns bons anos de adega. Vinho refinado! Como o Caião disse, ele está sem vinho "fraco" na adega...rs.
E saindo da Bota e indo para a península ibérica, um lusitano de primeira, sempre: Quinta da Bacalhôa 2011. Bem, este dispensa comentários. É um vinho que sempre agrada e que justifica o preço. Aliás, coloque do lado de um Cabernet chileno do mesmo preço e verá o que vai acontecer. O Quinta do Bacalhoa é feito majoritariamente com Cabernet Sauvignon, mas tem uma pitadinha de Merlot. Passa 11 meses em barricas novas de carvalho francês. Este, particularmente, da maravilhosa safra de 2011, está muito rico. No começo é nervoso, mas em pouco tempo vai mostrando a que veio. Ao nariz mostra notas de cereja preta e cassis, em meio a especiarias e um fundo de madeira muito bem integrado. Em boca é amplo, mas com tudo no lugar. Os taninos ainda aparecem, mas são corretos, e o final é longo e muito prazeiroso. Um ótimo Quinta da Bacalhoa e que acena para uma bela evolução em adega. É um vinho que não pode faltar na adega de apreciadores de bom gosto... Daqueles para comprar vários e ir acompanhando a evolução. E como o Esporão Reserva, é um injustiçado pela crítica. É só ver as notas fraquinhas que leva da Wine Spectator. 
O Thiago manteve a turma na Europa, mas levou um Francês: Chateau Rayas Côtes du Rhône La Pialade 2007. Bem, aqui trata-se de um produtor tradicional do Rhone. Não é um Côtes do Rhône dos mais simples. É mais elaborado. O vinho é feito com 80% Grenache, 15% Cinsault e 5% Syrah. Sua cor é rubi clara, bem bonita, e ao nariz mostra notas bem frutadas, de framboesa e cerejas, em meio a uvas passas e cravo. Em boca, repete o nariz e mostra notas terrosas e especiadas. Tem um final levemente rústico e que lembra folhas secas. Deixa na língua um amargor que pode incomodar alguns mais sensíveis à esta característica. Suplica por comida. É um vinho que precisa ser entendido.
E para finalizar, um Alambre 20 Anos, de José Maria da Fonseca, levado pelo JP. É um vinho especial, feito com um blend de vinhos de diferentes colheitas, em que o mais novo possui 20 anos e o mais velho, perto de 80 anos! São vinhos eternos. Vejam a bela cor âmbar do danado na foto. Ao nariz mostra notas de doce de laranja da terra (nem todos conhecem... tinha um pé no fundo de minha casa em Minas, cujas frutas eram usadas pela minha querida Mãe para fazer este doce), amêndoas, tabaco e café. Em boca é denso, guloso, e perfeito para acompanhar sobremesas. Este foi muito bem com uma torta de maçã com passas. Mas cuidado! Tem 18% de álcool e engana...rs.
Isso aí! Outra bela noite com os confrades!

2 comentários:

  1. Olá, Flavio!
    Depois da Copa, ou melhor, depois dos 7x1, voltei a aparecer.
    Belos vinhos.
    Vejo críticas por aí, mas eu não tenho nenhum problema com vinhos europeus (Itália, Portugal, Espanha) feitos com castas francesas. Gosto bastante até. Adquirem particular elegância nessas outras paragens.
    E faturastes dois interessantes (dispensáveis os comentários acerca dos demais Barolo, Brunello,...).
    Só estou dispensando, atualmente, vinho alemão.
    Dá muita dor de cabeça! (rs)
    Abraço!

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    1. Grande Alexandre!
      Rapaz, o lombo tá doendo até agora com o famigerado 7 a 1! kkkk...
      O que acho legal nos vinhos italianos feitos com castas francesas é que eles mantêm o acento italiano, com aquela bela acidez característica. Quanto ao vinho alemão, acho que dará dor de cabeça por um bom tempo, inclusive, em nossos hermanos (ou pelo menos, tem uma torcidinha de umas 200 mi de pessoas por isso...rs).
      Abraços!
      Flavio

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