segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Bela noite com 4 vinhos espanhóis e um argentinão de responsa: Destaque para um Pago de Carraovejas Crianza

Na última reunião da Confraria, no restaurante Barone, não combinamos nada, mas a turma foi aparecendo com espanhóis debaixo do braço. Só nosso amigo Joãozinho que surgiu com um ótimo argentino, já descrito aqui no blog: Trapiche Single Vineyard Viña Jorge Miralles 2008. Como já o descrevi, vou apenas referenciar a postagem (clique aqui). Mas quero só ressaltar que foi um dos melhores da noite e que é um vinhão! Tudo na medida certa, muita elegância e intensidade. Malbec de primeira e que não pode deixar de ser conhecido.
Todos os restantes foram espanhóis, e apenas dois deles, da mesma região. Vamos a eles.



Começarei pelo rei da noite, que foi um Pago de Carraovejas Crianza 2008, levado por nosso confrade Paolão. Aliás, ele já havia ofertado outras garrafas dele, mas de um 2007 (uma delas descrita aqui). É um vinhaço! Sou seu fã incondicional! O danado é muito aromático, com notas de frutas maduras (cerejas e framboesas) em meio a cedro, baunilha, cítrico e especiarias. Mais uma vez destaco as especiarias. É uma patente do vinho. Em boca é delicioso, equilibrado, grande frescor, frutas e especiarias dando o show. Unanimidade na noite! Imaginem seus irmãos maiores...rs. Mas não é um Crianza barato, infelizmente. Mas vale cada gota.
O outro Ribeira del Duero foi levado pelo JP, e era um Valderiz 2009. Este vinho tem ganhado elogios aos montes de todo lado. O legal é que na maioria das avaliações ele ganha 93 pontos, o que mostra coerência. É feito com 95% Tinta del País (Tempranillo) e 5% Albillo, cultivadas de forma orgânica e biodinâmica. É um vinho com aromas mais quentes que seu conterrâneo Carraovejas, que é mais fresco. Este Valderiz mostra notas de ameixa, tabaco, noz-moscada e alcaçuz, com um fundinho tostado. Em boca é muito redondo, com taninos sedosos e final de boca especiado. Um ótimo Ribera! Pode ser bebido agora, mas deve ganhar com adega. Ótima compra no bota-fora da World Wine.
O Caio levou o também espanhol P.F. 2011, das Bodegas y Viñedos Ponce, que produzem também o La Casilla (clique aqui). É vinho orgânico e biodinâmico, feito com a uva Bobal, na região de Manchuela. Passa 10 meses em barricas. Esse deu certo trabalho. No começo estava fechadão, mas depois foi melhorando. Tem notas de ameixas, balsâmicas, herbáceas, e um fundom mineral. O pessoal não gostou muito, mas eu achei legal. Acho que o lado herbáceo fez o pessoal estranhar. É um vinho que pede compreensão. Além disso, ele enfrentou conterrâneos excelentes, que fizeram uma sombrinha...rs. Mas de qualquer forma, eu preferi o seu irmão La Casilla. No entanto, se tiver uma garrafa desta, deixe decantando por uma hora antes de beber. E se for paciente, guarde mais um tempo em adega. 
E eu levei outro espanhol, mas de Bierzo, das Bodegas Luna Beberide, o ART 2009. É um vinho muito bem avaliado pela crítica, tendo levado 91 pontinhos da WS e 94 de Mr. Parker. Como se espera, é feito com Mencía. Ao nariz, mostra notas de amoras, chocolate amargo, alcaçuz e azeitona preta. Em boca, repete o nariz, mostra mineralidade e um final apimentado. É de corpo médio, mas tem boa complexidade. Foi outro que precisou de tempo para se mostrar, e que também gostei. No entanto, aqui no Brasil é mais caro que o Carraovejas, e aí o negócio complica. Mas na Black Friday da World Wine foi uma bela compra. Tanto ele quanto o P.F. são bons vinhos, que exigem compreensão dos bebuns, e que frente à frente com dois Ribera del Duero, podem sair no prejuízo, visto que estes tem sempre um perfil mais fácil de agradar.
Isso aí!




4 comentários:

  1. Grande Flavio! Engraçado, recentemente aconteceu algo similar com a minha turma, mas com diferente região: acabamos levando Bordeaux sem termos realmente combinado (em breve postarei).
    Mas este Pago, meu amigo, realmente é sensacional. Inclusive ja escrevi sobre ele ha um tempinho ( http://mondovinho.blogspot.com.br/2012/08/um-tinto-espanhol-raro-e-gostoso.html )
    Pena o preço, se fosse um pouco mais acessível compraria em caixas!
    Grande abraço

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    1. Grande Mario!
      Rapaz, parece que o pessoal entra em sintonia! rsrs... Estou aguardando a sua postagem sobre os Bordeaux.
      Ah, vi seu artigo sobre o Carraovejas. Do mesmo ano, né? Concordo em gênero, número e grau! Ele tem um lugar de destaque entre os espanhóis. Certa vez, na Espanha, o garçom de um restaurante me recomendou, dizendo se tratar de um vinho raro e excelente. E apreciei a beleza, no restaurante, por um preço um pouquinho mais caro que se encontrava nas (poucas) lojas de lá. Eu acabei trazendo um Reserva que está guardadinho na adega. Fico imaginando como ele é, considerando que o Crianza já é excelente! Como você disse, se tivesse um bom preço aqui, era para comprar de caixas...
      Grande abraço,
      Flavio

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  2. Este vinho Pago de Carraovejas Crianza 2008 e de qual importadora?

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    1. Oi Carina,
      Tudo bem?
      Ele é importado pela Peninsula (www.peninsulavinhos.com.br).
      Abs,
      Flavio

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