quinta-feira, 9 de julho de 2015

Vinhos do meu aniversário: Ibéricos - Casa Ferreirinha, Mogador, Mouchão, Que bonito Cacareaba entre outros

Há um tempinho, comemorei meu aniversário com a Confraria do Ciao. O tema, para a comida e vinhos, era península ibérica. E a noite foi excelente...
Recebi meus amigos com o único não ibérico, e era um Champagne R. Pouillon Premier Cru 2008. Era um champagne com ótimos aromas de maçã, pêssego, brioche, frutas cítricas e panificação na medida. Em boca mostrava cremosidade, mas também muito frescor, com um fundinho de gengibre muito gostoso. Como não podia deixar de ser, agradou a todos. Delicioso!
Abri dois belos brancos para meus amigos. O primeiro foi o brancão riojano de Benjamin Romeo, o Que Bonito Cacareaba 2009. Aqui não é só nome que é bonito. O vinho é excelente. A cor era amarelo dourado, brilhante, lindíssima, e os aromas muito ricos de damasco maduro, côco, amêndoas e mel. Em boca era untuoso, cremoso, com ótima acidez e um final longo e amendoado. Uma beleza de branco, do produtor do grande Contador. Uma resposta do produtor aos grandes Tondonias, mas em outro estilo, mais untuoso.
O outro branco foi um ótimo Quinta das Bágeiras Pai Abel 2008. O vinho é produzido na Bairrada, por um produtor que se destaca por produzir ótimos vinhos de todos os tipos, desde espumantes até belos garrafeiras. Este Pai Abel é um branco top do produtor, com aromas de frutas cítricas, mel e amêndoas. Em boca mostrava boa intensidade, acidez correta e um gostinho de gengibre. É um vinho para comida e com grande potencial de envelhecimento. Sobrou um pouquinho e matei no dia seguinte, e estava ótimo! É um produtor a ser mais conhecido.
Bem, e partindo para os tintos, começo com o vinho levado pelo JP: Casa Ferreirinha Reserva Especial 2003. É a quarta garrafa deste que aprecio, e obviamente, não me canso. É um vinhaço, com aromas deliciosos, florais e de frutas silvestres. Em boca repete o nariz, é superelegante e rico. Falar o que de um Ferreirinha Reserva Especial já com mais de 10 anos? Beleza pura!
O Paulinho levou um que também já apreciamos, e que eu também adoro: Mouchão Colheitas Antigas 2003. Só lembrando a história dos Colheitas Antigas: -A partir de 2002 a tradicional vinícola Alentejana começou um projeto no qual a cada safra ela guarda garrafas para serem comercializadas 10 anos depois, para mostrar a longevidade do Mouchão. O resultado é um só: Evolução perfeita! É um vinho fresco, com ótima fruta, notas balsâmicas e final longuíssimo. Outra beleza!
O Paolão levou um espanhol de primeira grandeza, do Priorato: Clos Mogador 2010. Aqui também os comentários são meio que dispensáveis. É um vinho do grande René Barbier, o mago do Priorato. Vinho rico, untuoso, floral e mineral. Notas de ameixas, kirsch, balsâmicas e alcaçuz. Uma beleza, que precisaria (e mereceria) mais uns bons anos para arredondar na adega. Mas como o Paolão levou, a gente tomou, com o maior prazer, claro...rs. Dos grandes!
O Caião levou um Curriculum Vitae 2010, duriense de Cristiano Van Zeller. No começo o vinho estava meio pegado, mas depois de um tempinho respirando, mostrou-se um vinho intenso, concentrado, com ótima fruta e grande presença em boca. Outro que merecia mais uns aninhos de adega, mas que já estava bom para ser apreciado.
E voltando aos espanhóis, o vinho tinto que ofertei, que é o top da vinícola riojana LAN. Era um Culmen 2004. Eu gosto muito dos vinhos desta vinícola, e este não foge a regra. É um riojano com um toque moderno, mais concentrado que os tradicionais. Ao nariz mostrava notas de ameixa e cerejas pretas, em meio a um tostado na medida e tabaco. Em boca era amplo, com ótima estrutura e taninos devidamente arredondados. O final era longo e levemente tostado. Riojano de primeira! Lembrou-me bastante o Pagos Viejos 2000 que bebi anos atrás. Até a WS gostou dele, lhe outorgando 96 pontinhos... 
E para finalizar, com o bolo personalizado, um vinho mais que especial: Trilogia Moscatel de Setúbal! Este é uma raridade. Foi lançado em 1999 para celebrar o novo milênio, e é feito com vinhos de 3 grandes safras do século XX: 1900 (15%), 1934 (15%) e 1965 (70%). Obviamente, meu interesse foi por esta última, majoritária no vinho. Para todo o mundo, foram produzidas menos de 14.000 garrafas de 500 ml. Aqui o negócio pega! Cor âmbar, linda, e aromas refinadíssimos de avelãs e outras frutas secas, em meio a doce de casca de laranja, caixa de charuto e mel. Em boca, repete o nariz, o dulçor é cortado por uma ótima acidez e o final é interminável! Uma maravilha! Perfeito para celebrar uma data especial. Beber um vinho desses é viajar no tempo. João Paulo Martins, um dos maiores críticos portugueses, lhe tascou nada menos que 19,6 pontos em 20...
Isso aí, pessoal!


A famosa Paella do Paschoal





2 comentários:

  1. Boa Flavio,

    Sou fã desse Que bonito cacareaba do Benjamin Romeo!!!

    Abraço,

    Eugênio Oliveira

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    Respostas
    1. Grande Eugênio!
      Sumido, meu amigo!
      Rapaz, também gostei do Cacareaba. A sua imponência começa pela garrafa, passa pela cor e termina no sabor. Belo vinho!
      Abraços,
      Flavio

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