segunda-feira, 13 de junho de 2016

Encontro Mistral 2016: Vinhão de 100 pontos e muitos outros!

No meu oitavo Encontro Mistral apreciei, como sempre, muita coisa boa. E é claro, muita coisa passou, pois só tenho um fígado. Farei descrições breves daqueles que mais me marcaram. Começarei aqui pelo hemisfério sul, por dois motivos: 1. Por tratar-se de um vinho que recentemente foi agraciado com 100 pontos pelo James Suckling (ex-WS); 2. Por que o enólogo, o grande Alejandro Vigil, mostrava uma alegria e disposição em atender a legião de visitantes que dava gosto. Simpatia pura! E na foto à esquerda, ele segura orgulhoso o vinho agraciado com 100 pontos: Adrianna Vineyards Fortuna Terrae 2012. Um super vinho, grande riqueza aromática, fino, com uma clareza incrível, sem exageros e acidez vibrante. Novo, um bebê, mas com grandes anos pela frente para mostrar todo o seu potencial. Esqueça aqueles Malbecs densos, concentradões etc... Aqui o negócio é finesse... Mas precisa de tempo... Ah, o que acho dos 100 pontos? Deixa prá lá, vai...
Grandes vinhos na mesa do Alejandro: Estiba Reservada 2003, Nicolas Catena Zapata e os belos El Enemigo, com destaque para o Gran Enemigo Gualtallary 2011, com Cabernet Franc majoritária e uma pitadinha de Malbec. Grande vinho! Um dos melhores vinhos argentinos da atualidade, na minha modesta opinião.
Continuando nos vinhos sulamericanos, partindo para o Chile, não há como não destacar o superelegante Monte Alpha M 2011. Vinho de estirpe, grande presença e maciez. Junto dele, o untuoso Montes Folly 2011, Syrah de primeiríssima, para brigar com grandes australianos. Mudando de estande, mas não de pais, fiquei impressionado com a riqueza do Clos Apalta 2011. Mais nervoso que o Montes M, intenso, taninos vivos, especiarias e grande final. Um vinhaço!
Para variar, os espanhóis deram um show: Pesquera, Conde de Valdemar, Perez Páscoa e os Macan de Vega Sicilia. Belos vinhos. De Pesquera, gostei de todos, como o ótimo El Vínculo Paraje La Golosa, mas fiquei mesmo impressionado com o primeiro vinho que bebi, o branco Alejairén 2011, feito com a uva Airén, amplamente plantada e utilizada para vinhos mais simples, e que agora dá origem a um belíssimo branco, encorpado, amendoado e longo. Uma delícia! Bem, o "Ale" do nome deve ser de Alejandro Fernandez, o mago produtor dos Pesquera e El Vínculo.

De Conde de Valdermar, a surpresa de um Inspiración Valdemar Tempranillo branco 2013, que segundo o representante da vinícola, é feito com uma cepa mutante da Tempranillo. O vinho, bem gostoso. Mas gostei mesmo foi do Conde de Valdemar Gran Reserva 2005. Que vinhão! Cereja preta, tostado, tabaco, tudo de bom... Marcante!

Continuando nos espanhóis, fiquei impressionado com a riqueza e sedosidade dos vinhos de Perez Páscoa. Seu Cepa Gavilan já é ótimo, mas fiquei impressionado com o Viña Pedrosa La Navilla 2009 e o top Perez Páscoa Gran Reserva 1999. O primeiro, um vinho de pago, rico e delicioso, e o segundo, sensacional! Notas de ameixa, cereja, caixa de charuto e alcaçuz. Vinho top, entre os melhores que bebi na noite. Maravilhoso!

Todos os da vinícola de Mallorca Anima Negra estavam excelentes! Deliciosos o AN/2 e o AN Anima Negra, mas o Son Negre 2007... Que estrondo! Vinho rico ao nariz e riquíssimo em boca: denso, untuoso, mastigável e com final longuíssimo! Uma beleza!



Passando para os portugueses, a lista é grande. Mas devo destacar aquele que achei o melhor branco da noite: Campolargo 2011! Uau! Que vinho! Já bebi algumas vezes o 2009, mas o 2011 consegue estar ainda melhor. Impressionante. Vinho riquíssimo, fresco, cítrico, especiado e mineral. Na minha opinião, uma dos melhores brancos portugueses.
Quinta do Vale Meão dispensa comentários. É tudo de bão. O grande Meão 2012 ainda está muito novo, mas é claro, grandioso. Mas o Quinta do Vale Meão Porto Vintage 2012, apesar de novo, estava sensacional! Tomaria várias taças...
Minha visita mais agradável foi no estande do Sr. Dominic Symington. A conversa foi muito prazeirosa. O entusiasmo do Sr. Symington é algo impressionante. Ele fala de seus vinhos com tanto carinho que dá gosto. E obviamente, ele tem toda razão, pois os vinhos são excelentes! O Altano Quinta do Ataíde 2009, uma delícia; O Chryseia 2012, um monstro de vinho, para muitos anos na adega. Estou devendo a postagem de um que bebemos na confraria tempos atrás. Adorei! E os Portos Graham's? Falar o que destes vinhos? Deliciosos! Fiquei com vontade de levar aquela garrafona do 10 Anos para casa...rs. E o 20 Anos estava uma beleza!

Ainda tenho que citar os belos brancos da vinícola grega Gaia, frescos e minerais. O tinto top da vinícola também é grande.



Da Borgonha, não há muito que dizer: Drouhin e Faiveley dispensam comentários. Belos brancos e tintos representando os mais nobres dos vinhos. 



Da Itália, muita coisa boa. Difícil enumerar todos os belos vinhos apreciados: Felsina, Castello del Terriccio, Capezzana e Castello di Montepó/Biondi-Santi... Só coisa boa! Mas só destacando, belíssimo o Syrah Capezzana 804, da vinícola homônima e o Schidione 2000 de Castello di Montepó/Biondi-Santi. Este último, uma beleza de vinho, devidamente amaciado pelo tempo. Ah, e a WS lhe deu apenas 87 pontinhos... Só pode ser brincadeira. O Brunello de Montalcino Biondi Santi 2008 estava ainda muito nervoso, mas é claro, grande. Para agora, gostei do Rosso di Montalcino 2012, que estava uma delícia.

E que tal terminar este post com um maravilhoso Quarts de Chaume 2008, servido pelo produtor Florent de Baumard? Este vinho é um néctar, intenso, dulçor equilibrado por bela acidez... Belíssimo! Mas se não quiser gastar muito, compre seu irmão menor, o Coteaux du Layon, que já terá muito prazer.



É para fechar a noite em grande estilo!

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