sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Esporão Private Selection Branco 2010, Chateau de Maligny Chablis 2010, Sidónio de Sousa Garrafeira 2000, Baron de Ley Gran Reserva 2007, Conde de Los Andes 2004, Tres de 3000 Ayles 2007, Mimosa 2009, Carmelo Patti Cabernet Sauvignon 2005 e Eastdell Icewine Cabernet Franc 2008!

Fizemos uma reunião em minha casa, com muito vinho bão, pernil de cabrito etc. Tava ruim, não...
O Paolão levou um vinho enganado. Pensava levar um Esporão Private Selection (Garrafeira) tinto e levou um Esporão Private Selection Branco 2010. Que ótimo engano! Eu gosto dos dois, mas na noite quente, o brancão fez um sucesso danado. Este 2010 é feito com Antão Vaz e Semillon, vinificadas em barricas de carvalho francês, estágio de 6 meses sur lie e batonnage. Uma beleza de vinho! Notas de mamão, mel e amendoadas, com um fundinho de baunilha. Amplo e muito sedoso, com final muito longo. Brancão! Perfeito para uma posta de bacalhau.
O Caio levou outro branco, um Chateau de Chablis 2010. O vinho é feito pela família Durup, que possui mais de 130 hectares na região. O vinho tinha notas de pêssego e amendoadas. Em boca era mineral e com bom frescor. Um bom Chablis, refrescante, como deve ser.
Na sequência da foto, o vinho levado pelo Joãozinho, o riojano Baron de Ley Gran Reserva 2007. A vinícola Baron de Ley foi concebida em 1985, mas começou a produzir efetivamente ao final dos anos 90. Este Gran Reserva é feito com 90% Tempranillo e 10% outras castas (não mencionadas), de vinhedos plantados em Rioja Baixa. A crianza foi de 24 meses em barricas de carvalho francês e americano (50/50) e ficou 5 anos em garrafa antes de sair ao mercado. Ou seja, tá fresquinho...rs. O vinho mostra notas de cereja em meio a especiarias, tabaco, tostado, baunilha e caramelo. Estas últimas características são bem evidentes e se sobressaíram. É fresco em boca, e com taninos bem sedosos. Um bom vinho, que por enquanto mostra juventude. O tempo lhe fará bem.
O Tonzinho deu um replay do Conde de Los Andes Gran Reserva 2004. Como já comentei aqui, remeterei ao outro artigo (clique aqui). Mas vale citar que as notas de baunilha estão mais sutis e que o vinho se mostra mais especiado (o que eu gostei).
E logo à direita do Conde de Los Andes, o vinho que ofertei. E saí um pouco da rotina, abrindo um Baga tradicional, um Sidónio de Souza Garrafeira 2000A vinícola começou com Sidónio de Sousa, avô de seu atual gestor, o engenheiro Paulo Sousa. Sidónio foi dos Estados Unidos para Portugal na década de 30, e vendia vinhos a granel ou para cooperativas. Só depois dos anos 80, com participação de Paulo Sousa, é que a vinícola começou a melhorar sua produção própria. São apenas 12 hectares de vinhas, nos quais a Baga divide lugar com a Touriga Nacional, Merlot, Bical, Maria Gomes e Arinto. As vinhas de Baga tinham mais de 90 anos, mas foram cortadas recentemente. Assim, o último Garrafeira feito com uvas destas vinhas antigas foi o 2005. 
A fermentação deste Garrafeira 2000 é feita por leveduras da própria uva, sem adição de leveduras industriais. A maturação é feita em barricas usadas de carvalho, algumas delas com décadas. A vinícola também produz excelentes espumantes, pelo método tradicional. Logo postarei aqui sobre o Super Bruto Natural Tinto 1999 que adquiri junto com este Garrafeira 2000. Este garrafeira passou 12 meses em barricas usadas. Fiquei impressionado com sua longevidade. Catorze anos e o vinho está lá, fortão. É um Baga típico, austero, nervoso, em que a fruta não reina. Os aromas são bem especiados e herbáceos. A madeira aparece, bem integrada. Em boca repete o nariz e mostra-se seco, com taninos nervosos e final herbáceo. Um vinho gastronômico por natureza, que implorava uma leitoa à pururuca. Não é vinho para todos os paladares. É do tipo ame-o ou deixe-o. Eu fico com a primeira opção. E prometo que a outra garrafa que está na adega, lá ficará por um tempo, até que faça uma bela leitoa que lhe acompanhe. Ufa, gastei muitas linhas com o Sidónio...rs. Vamos ao próximo.
O vinho seguinte é o levado pelo Fernandinho, e que fez muito sucesso. É o Tres de 3.000 Ayles 2007, espanhol da região de Aragón. Seu irmão Serendípia foi comentado aqui no blog dias atrás (clique aqui). Mas enquanto o Serendípia era um puro Garnacha, este Tres de 3.000 é um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Garnacha, que passa 12 meses em barricas de carvalho de diferentes procedências (francês, americano, romeno e russo). Notas de framboesa e amora se mesclam a tabaco e especiarias. A madeira aparece, mas sem incomodar. Em boca é amplo, sem exagero de fruta madura, e com notas minerais. Possui um ótimo frescor, o que faz com que esperemos sempre pela próxima taça. Um ótimo vinho! Destaque para o lado mineral e frescor.
Bem, a turma não estava contente e resolveu ainda abrir duas garrafas antes do de sobremesa.
A primeira foi um Quinta da Mimosa 2009, levado pelo Rodrigo. Português da região de Palmela, feito com a conhecida Castelão (Periquita) pelas Casas Ermelinda Freitas. Estagia 12 meses em meia-pipas de carvalho francês. É um vinho denso, com aromas de geléia de amoras e framboesas, em meio a tabaco e baunilha. Em boca, repete o nariz e mostra untuosidade e grande persistência. Um vinho muito bom e com grande potencial de guarda. Além disso, tem um preço muito justo. Dá chinelada em muito vinho mais caro. Experimente e depois me diga o que achou.
E o último antes da sobremesa foi um levado pelo JP, e que nem lembro direito como estava... Infelizmente...rs. E era um vinho que eu gosto muito, um Carmelo Patti Cabernet Sauvignon 2005. O vinho passou 2 anos em barricas, e foi engarrafado em 2007. É um vinho que precisa ser decantado, e não o foi. Da tacinha que bebi, lembro as características dos Cabernet do Sr. Carmelo: fruta na medida certa, nada de super extração, tabaco e especiarias. Cabernet distinto e com longa vida pela frente. Tem outra garrafa, JP?
Bem, e para finalizar a noite e acompanhar um belo e delicioso Cheese Cake de frutas vermelhas, vindo fresquinho do Glace Art, abri uma garrafa de um Ice Wine Canadense feito com Cabernet Franc. Este até merece uma foto separada, pois a garrafa é linda, jateada, com fundo grosso, destacando a bela cor avermelhada do vinho. Nem preciso contar a história dos Ice Wines, por que já é batida. Este East Dell Cabernet Franc Ice Wine 2008 tinha aromas de morango e cereja, em meio a uns toques de tabaco. Em boca, repetia o nariz e tinha um retrogosto levemente apimentado. Combinação mais que perfeita para o Cheese Cake. Uma delícia!!! Um néctar!
Bem, pessoal, foi isso...rs. Muita comida e vinho bão!





2 comentários:

  1. Blz Flávio

    Olha que inveja....só de ver a foto já fiquei com água na boca. (noite de cachorro gde. né!)
    Bom destes eu já tomei o Esporão Private....e realmente concordo contigo o final é muito longo e saboroso.
    Este Mimosa...é dum dos que já vi e espero comprar lá com Idinir..

    Abs
    Orlando
    IT: pega mais leve...rsrs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Orlando,
      Rapaz, a turma começou o ano pesado. Tem umas postagens por vir que mostrarão ótimos vinhos. E olha que o calor tá bravo... Tô imaginando quando ele der uma trégua...rs.
      O Private Selection da Esporão é realmente uma beleza. Tanto o tinto quanto o branco. O Mimosa, pode comprar sem medo. E é um vinho que você pode abrir e ir tomando umas taças. Ele aguenta bem depois de aberto, com o vacuvin.
      Abraços,
      Flavio

      Excluir