Ontem, quinta-feira, fomos ao Barone apreciar um belo cordeiro com uns vinhões, claro. O primeiro deles foi levado pelo confrade Paulinho, o Rei dos Portugueses, que dessa vez levou um super italiano: Il Bosco Syrah 2007! O vinho é da Tenimenti Luigi D'Alessandro, e para quem pensa que não tem Syrah bom na Itália, precisa experimentar este. O 2004 já pintou por aqui, e eu o elegi entre os melhores do ano em que bebi. Na Wine Spectator, que tascou 95 pontos nesse Il Bosco 2007, não é incomum o chamarem de Côte-Rôtie ou Hermitage italiano. E não é prá menos. É um vinhaço! Notas de amoras, madeira bem casada, alcaçuz, chocolate e com um tempo, um mentolado delicioso. Em boca é intenso, com excelente acidez e belos taninos, aparentes e que dão uma estrutura incrível para o vinho. Teria anos e anos pela frente. Mas este, gentilmente ofertado pelo confrade Paulinho, que o comprou por minha indicação na Itália, já foi...rs. Mas a lembrança dele ainda está aqui na boca. Isso é Syrah! Sou fã incondicional! Grazie, Paul! Foi eleito o melhor da noite, batendo o próximo, que também é um vinhão.
O outro vinhão que citei também já pintou por aqui, e foi levado por este que vos escreve: Pintia 2007! Bem, é um produto da Vega Sicilia na região de Toro, e obviamente, tem pedigree. E qualidade, claro... Levei embrulhado e o Paulinho matou ser espanhol, assim como o Caio. Interessantemente, este exemplar está bem diferente do que bebemos em 2011, que se mostrava mais achocolatado e balsâmico. Este agora tinha as notas de cereja preta e amora, em meio a alcaçuz, chocolate amargo e balsâmicas. Mas essas últimas eram mais sutis que no que bebemos anteriormente. Sua cor também era diferente, sendo esse bebido ontem de uma rubi mais claro, bem límpida e bonita. Na boca a diferença também foi patente. Surpreendentemente, esse de ontem estava mais pegado, mais nervoso, com bela acidez e taninos salientes, indicando que o vinho teria muitos anos ainda. Um grande vinho, de bela estrutura e par perfeito para o carneiro (assim como o Il Bosco). No entanto, foi quase unanimidade que o Il Bosco o superou. Eu concordo!
Os outros dois vinhos eram chilenos. O Q Clay Blend 2008 é da vinícola Bisquertt, e foi levado pelo Caião. É um corte de 75% Syrah e 25% Cabernet Sauvignon. Aqui a fruta madura manda, em meio a chocolate e um fundinho apimentado. Mas em boca todos achamos doce, e com baixa acidez. Vinho com baixa acidez não pede outra taça. Ele deve ter seus fãs, mas não agradou a turma.
O outro é o Talinay Pinot Noir 2012, da Tabali. Este vinho eu tinha curiosidade para conhecer, pois sempre leio elogios a ele. É um Pinot Noir típico chileno, com fruta madura (cereja e framboesa) em meio a um toque terroso e leve tostado. Em boca é delicado, tem uma entrada doce, mas com um final levemente cítrico que quebra o dulçor. Gostei dele, mas não acho que tem tanto assim para a badalação, principalmente pelo preço. Mais barato que ele, e para mim mais empolgantes, considero o Arboleda, Sofia e Falernia.
Isso aí!
Olá Flávio, grandes vinhos como sempre!
ResponderExcluirE a ponta de estoque da Mistral, aproveitou alguma coisa?
Nesse fim de 2015 tomei um Chassagne-Montrachet Les Vergers 2007 do Camille Giroud (comprei na Vinci) que estava espetacular, um dos melhores brancos que já bebi, batendo vinhos mais caros, inclusive. E ainda tinha longa vida pela frente. Vai ser meu novo parâmetro para chardonnay... kkkk Pena que os preços estão tão caros com esse dólar, mais impostos, que fica cada vez mais difícil ter esse tipo de vinho na adega. Ainda bem que ainda consigo comprar alguns Chablis a preços muito interessantes, outro dia abri um Willian Fevre Chablis que estava muito bom.
É isso aí, estamos atentos aos seus textos, continue!
abraços,
Alexandre (DF)
Grande Alexandre!
ExcluirComo vai, meu amigo? Estou aqui imaginando esse Camille Giroud que você bebeu. Um aigo me disse que bebeu um tinto deles e estava uma beleza! Incrível como os caras trabalham com sabedoria a Chardonnay e Pinot Noir, não? A gente depois não quer mais beber de outros lugares...rs.
Eu comprei umas coisas boas da Mistral e Vinci. Mas ainda estão no desembaraço. Já recebi um e-mail da Vinci com a notícia que não tem 3 da lista. Justamente 3 borgonhões. Mas ainda sobrou coisa boa. Só assim para comprar vinho, pois os preços estão absurdos. Como você disse, impostos, dólar caro, e eu adicionaria apetite de muitas importadoras. Os caras subiram muito mais que os impostos. Eu tenho comprado umas coisas na Cellar, que pratica preços mais justos. Você compra deles?
Abraços,
Flavio
Ps. Estou tentando publicar mais no blog. Tenho muita coisa no forno...rs.
Por aqui tudo certo!
ResponderExcluirEu não tomo Borgonha como gostaria, por causa do preço, mas sempre compro algum nessas promoções. Tenho tido mais felicidade com os brancos, até agora 0 de decepção.
Outro branco de cair o queixo foi um Beaune Clos des Mouches 2007, do Drouhin.
O problema é que a gente vai ficando mais exigente, e com esses preços são vinhos que eu não vou ver por um bom tempo... kkkkk
Eu também aproveitei pra comprar alguma coisa nessa última promoção, inclusive alguns Borgonhas. Promoção de verdade a gente sempre aproveita.
Nunca comprei na Cellar, vou ficar de olho, valeu a dica!
grande abraço!
Alexandre.
Grande Alexandre,
ExcluirPois é, se a gente pudesse, ficaria só nos brancos e tintos da Borgonha. Apesar que, se a gente pegar um Borgonha branco genérico, de um bom produtor, ele bate a maioria dos Chardonnay do novo mundo que rondam pelo mercado. Agora, se for um borgonhão sincero, aí o negócio pega...rsrs. Mas o duro é o preço, cada vez mais alto.
Em relação às últimas promoções, pelo menos desta vez foram de verdade. Os preços estavam legais (na medida do possível) e deu prá comprar coisa boa. Mas tiveram umas promoções picaretas por aí que fico aqui pensando se alguém caiu.
Tem um recado na página da Cellar que a partir de março terão aumento por volta de 10%... Tá dificil. Mas mesmo assim, comparando com os preços lá fora, a gente nota que eles são mais justos.
Grande abraço!
Flavio