quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Saudades de meu amigo Pepe

Esta foto é um pouco antiga. Acho que tem uns 4-5 anos. Foi a penúltima visita que recebi de meu amigo Pepe (último da direita, ao lado de outro grande amigo, o Wilton José). O Pepone, como eu o chamava, era um Uruguayo típico: Intenso e com muita raça. É, os uruguaios não são raçudos só no futebol. Imprimem intensidade em tudo que fazem. Era assim meu amigo Pepone. Quando entrei no laboratório do meu querido orientador Dorry, ele estava iniciando o mestrado e se dispôs a me ensinar o que sabia da Bioquímica e Biologia Molecular. Aprendi muito com ele, que confiava muito em mim e me dava muita liberdade, o que ajudou demais no meu crescimento científico. Nosso laboratório era intenso, sem frescura e muito alegre. Ríamos todo o tempo. E o Pepone sabia rir! Sua risada era engraçada e muito sincera. Ficamos muito amigos. Até que um dia ele concluiu o mestrado e foi com a esposa para a Califórnia, fazer seu doutorado em Stanford. Lembro quando fui visitá-lo e passamos bons momentos juntos lá. E quase todo ano ele vinha ao Brasil e não deixava de vir à minha casa em São Carlos. Mesmo que tivesse um monte de compromissos, alugava um carro e vinha para comermos um churrasco e bebermos vinho. Nem preciso dizer que ele sabia fazer e comer um churrasco com ninguém, né? Nesta foto estávamos bebendo um vinhão argentino: Finca La Celia Supremo 2002. Vinho concentrado, corte com Malbec, Cabernet Sauvignon e outras uvas, se não me engano. Pepone gostou muito. Na última vez que me visitou, há pouco mais de 3 anos, estava um pouco triste, mas não deixou de participar de meu aniversário. Programou tudo para estar aqui no dia. Que grande homenagem recebi! Não esqueço e nem esquecerei aquele dia. Mas infelizmente, pouco depois de um mês, recebi a notícia de sua partida... Até hoje não acredito. Difícil acreditar. Aliás, prefiro não acreditar, e pensar que ele vai me chamar no Skype e dizer que mês que vem estará no Brasil e virá a São Carlos para um churrasco...





2 comentários:

  1. Amigo Flavio,
    As histórias da vida sempre nos deixam algum ensinamento.
    Não me canso de aprender com elas.
    A partida de entes e amigos queridos... As boas lembranças são as que ficam.
    Churrasco, vinho e risadas, a vida bem vivida.
    Hoje mesmo encontrei um conhecido. Ao vê-lo, sorri, como sempre faço. E ele me disse: pra ti está sempre bom, sempre sorrindo. Respondi: é das poucas coisas que ainda não pagamos para fazer.
    Agora, com essa tua lembrança, estou refletindo. Que bom que o que deixamos para as pessoas ao nosso redor é uma demonstração de alegria, uma presença agradável.
    Está sempre bom? Claro que não. Mas nem por isso vamos deixar a peteca cair.
    Passou do dia de abrir um vinho com o amigo.
    As histórias de vida ficam melhores presencialmente.
    Grande Abraço e obrigado por compartilhar a lembrança.
    Saúde!

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    1. Amigo Alexandre!
      Que belas palavras as suas! Eu que agradeço ao amigo!
      Realmente, as histórias nos ensinam muito. E as lembranças de momentos bem vividos sempre nos trazem alegrias, apesar deque, às vezes, vem envoltas em muita saudades...
      Concordo com você: Nada melhor que um belo sorriso. Ele pode mudar o dia de uma pessoa que o recebe. E para quem o dá, faz bem demais para o coração e para a alma!
      Tenho certeza de que um dia beberemos uns vinhos juntos e contaremos boas histórias, marcando mais alguns momentos de boas lembranças na vida.
      Um grande abraço,
      Flavio

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