Antes de começar esta postagem quero deixar claro que odeio qualquer tipo de bairrismo, xenofobia, preconceito etc. Além disso, quero deixar claro que adoro nossos patrícios portugueses. Todos que eu conheço são de uma fidalguia impressionante. Como posso deixar de admirar a fidalguia de Jorge Serôdio Borges? Ou de João Portugal Ramos? Ou então, do Sr. Domingos Alves de Souza? Além de produzirem grandes vinhos, são de uma finesse impressionante. Mas li uma crônica em um site português que me deixou bastante chateado (http://mariajoaodealmeida.clix.pt/cronicas.php?ID=97). Senti nela a mais pura arrogância, completamente injustificável. Na crônica, a articulista cita que "Seria muito mais lógico que direccionassem as medidas proteccionistas para as maravilhosas frutas brasileiras ou para o café, por exemplo, produtos onde a qualidade é bem mais evidente do que no vinho, com um longo caminho de qualidade ainda por percorrer". Um típico comentário de quem pensa que o Brasil ainda sobrevive apenas de frutas e café.
A articulista ainda cita: "Recordo de há uns anos ter viajado até o Rio Grande do Sul, e ter visitado várias adegas em Flores da Cunha, Bento Gonçalves e Garibaldi, muitas delas iniciadas por emigrantes italianos que ali colonizaram aquelas terras. Não fiquei impressionada. Aliás, com alguns dos vinhos fiquei mesmo horrorizada…escapavam alguns espumantes que agradaram ligeiramente". Palavras típicas de quem pensa que o Brasil ainda é colônia! E de quem não conhece ótimos espumantes brasileiros. Precisamos melhorar? Claro que sim! Todos nós precisamos! As salvaguardas ajudarão nisso? Na minha opinião, não! Aliás, a meu ver, prejudicarão! Mas o que não podemos é aguentar arrogância de pessoas que pouco conhecem de nosso país.Ps. E para quem pensa que não gosto dos vinhos portugueses, espanhóis, italianos, franceses e tantos outros europeus, é só navegar no meu (ou melhor, seu!) blog.
ps 2. Quem quiser ler uma declaração muito legal de Adolfo Lona, argentino que mora no Brasil há quase quarenta anos, sobre as salvaguardas, acesse o blog do amigo Luiz Cola (http://www.vinhosemaisvinhos.com/2012/04/adolfo-lona-manifesta-indignacao-diante.html). E experimente um dia os espumantes de Adolfo Lona! Verá que a articulista citada acima está completamente equivocada.
Flavio,
ResponderExcluirSe realmente verdadeiras, as manifestações dos portugueses que mencionaste são mesmo muito infelizes.
Mas esse tema "salvaguardas" já gerou tantas medidas extremistas - a começar pela própria pretensão protecionista - que não dúvido do uso do artifíico da "notícia plantada".
Até porque o ato nobre de reconsideração dessa medida infeliz parece não estar na pauta dos "ilustres" proponentes do pleito de salvaguardas.
Abraço e, como consumidor, ressalto minha posição a favor da livre concorrência e do preço justo.
Abração!
Grande Alexandre!
ResponderExcluirComentário perfeito! Eu fiquei realmente triste ao ver o artigo da articulista, que depois verifiquei, parece também escrever mensalmente para o Estadão, no Caderno Paladar. Isso acaba gerando um descontentamento que prejudica a todos.
Por outro lado, como citado por você, será que um dia virá a nobre reconsideração dessa medida, pelos ilustres proponentes? Acho que não. Infelizmente penso que esse pedido de salvaguardas já causou uma ferida dificilmente cicatrizável!
E como você, sou favorável ao preço justo (dificilmente encontrado... rs) e da livre concorrência!
Abração!
Flavio
Flavio,
ResponderExcluirÉ aquela historia.
Durante vários anos, muitos produtores de vinho ignoraram o Brasil, pela falta de seriedade e falta de continuidade das regras.
Quando o governo mostrou ALGUMA continuidade, resolveram investir no Brasil.
Fazer anuncios, viajar ao Brasil, investir no importador, mandar amostras, promoções, tudo isso custa. Os produtores podem gastar isso em outro lugar. Usando agencias de publicidade, hoteis, taxis, e tudo aquilo que significa gastar em um mercado, na minha cabeça, é innvestir.
e o que ele reclama, com razão, é a nossa mania, ainda de colonia, ultrapassada,e o pouco séria, de mudar as regras o tempo todo. Isso nos carros, nos vinhos, e em tudo o que tem se importado por aqui.
Eles poderiam ter escolhido gastar essa verba em outro país. Acreditaram no Brasil.
Durante muitos anos - por falta de certezas aqui - não nos encararam como pais sério. Não estavam muito errados.
A prepotencia deles, se deve no minimo, ao chute no traseiro, que de verdade, merecemos, pois contratos, acordos, e regras aqui são feitos para não serem cumpridos.
Caro Fernando,
ResponderExcluirConcordo com tudo que você escreve. Não dá para ficar mudando a regra dessa maneira, gerando perda de credibilidade. Eles têm todo o direito de reclamar, mas que o façam de maneira correta. O que tenho ouvido são palavras a meu ver desrespeitosas e as vezes com um boa pitada de arrogância. Aí não dá!
Grande abraço e seja sempre bem-vindo!
Flavio