quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Mais uma bela noite da confraria: Chateauneuf La Bernardine, Brunello Argiano, Capellanes Reserva, Chateau Ormes de Pez e Andeluna Grand Reserve

A Confraria do Ciao, desfalcada do Fernandinho e Caio, apreciou vinhos de primeira linha na cozinha do Tom. Iniciamos por um levado por este que vos escreve, um Chateauneuf du Pape La Bernardine 2004, de Michel Chapoutier. Este é sempre certeza de agradar. Chapoutier é um mago, que produz belos vinhos no Rhone (e se aventura também em outras paragens, como Austrália e Portugal). É um produtor inovador. É só ver seus rótulos com descrição em Braille para notar. Adepto da vinicultura orgânica e biodinâmica, produz vinhos vivos, sinceros, e com alma. O La Bernardine é um dos poucos Chateauneuf feitos com apenas duas uvas, a Grenache (majoritária) e a Syrah. O vinho tem uma cor rubi linda, brilhante. O nariz é rico em notas de framboesa, cítricas e café. É vinho mineral, fresco e com acidez vibrante - Gastronômico por natureza. A Grenache mostra toda a sua força. Uma delícia de vinho. Ah, os vinhos de Chapoutier são importados pela Mistral.
O amigo João Paulo não deixou por menos. Levou um excelente Pago de Los Capellanes Reserva 2006. Que beleza! Um Ribeira del Duero rico, vivo, de encher a boca. Vinho feito com 90% Tempranillo e 10% Cabernet Sauvignon, e que descansa por 18 meses em barricas francesas novas e levemente tostadas. Ao nariz notas de cassis e cereja maduras, mescladas com notas tostadas, carameladas e de baunilha. Em boca, amplo, sedoso, com taninos presentes e muito finos. Um espetáculo! Todos os vinhos desta vinícola são muito bem conceituados e cultuados na Espanha, que produz o Joven, o Crianza, o Reserva, e os grandes Parcelas Nogal e Parcela Picón (de parcelas de apenas 6 e 2 hectares, respectivamente). Felizmente, a Cava de Vinhos, de Itaipava, está trazendo estes maravilhosos vinhos para o Brasil.
O confrade Paulão levou um Malbecão, de Andeluna Cellars. A vinícola é relativamente nova. Foi fundada pelo empresário americano Ward Lay (das batatas fritas Lay's) e Ricardo Rutini. Em 2007, passou a ser inteiramente do primeiro. Aliás, a vinícola ocupa uma construção muito bonita, aos pés dos andes. O vinho levado pelo Paulão era um Andeluna Malbec Grand Reserve 2005, da linha top da vinícola. Um vinho denso, no qual o figo suplanta a ameixa (eu gosto disso). Além disso, notas de violeta, chocolate, baunilha e alcaçuz. Em boca, bem redondo e macio. O único problema, pelo menos no início, era que a fruta ficava escondida atrás de um tostado um pouco acima do desejado. Mas com bastante tempo aberto ele foi melhorando e ficou muito agradável, companhia perfeita para a carne assada feita pelo Tom.
O confrade Rodrigo matou a pau e levou um dos meus vinhos preferidos: Um Brunello de Montalcino! Bem, não sou bobo nem nada, né? Que maravilha! Como gosto da Sangiovese. A beleza foi um Brunello de Montalcino Argiano 2006. Pois é, de uma safra espetacular, mas novinho, novinho... Mas não estávamos nem aí, mandamos ver. Vai que estraga! (rs). O produtor é excelente, e o vinho, estava uma delícia. Obviamente, ainda um pouco fechado pela idade. Mas depois de aberto, com o tempo foi manifestando toda a riqueza da Sangiovese, com notas florais, de cereja, chá preto e tabaco. Que maravilha! Vinho cheio de camadas e com uma sedosidade muito boa, amplo, intenso, rico. Tudo! Isso é Brunello! Em alguns anos deve ficar uma maravilha. Valeu Rodrigo! Os vinhos da Argiano são importados pela Vinci.
E o Tonzinho fechou a noite com um Cru Burgeois de Saint Estèphe, o Chateau Les Ormes de Pez 2004. A vinícola é propriedade da familia Cazes. É um vinho descomplicado, mas que tem presença.  Um típico corte bordalês: Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (70:20:10), elegante, com boa fruta mesclada a notas de cedro e baunilha. Vinho de bom valor e que não decepciona. Se não me engano, é importado pela Mistral.
Nem preciso dizer que a noite foi top, preciso? Fernandinho e Caião: Perderam!

4 comentários:

  1. Flavitz,
    Que continue assim, todo mundo levando bons vinhos!!!
    Abraço
    Tom

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  2. Flavio sou fã de carteirinha do La Bernardini, esse 2004 devia estar bem guardado pois acho que essa safra já não está à venda na Mistral. Se ainda não conhece não deixe de tomar o La Bernardini Branco, um branco de primeira.

    Abraço,

    Eugênio

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  3. Oi Eugênio,
    Esse tava guardadinho na adega... Eu gosto muito dele também. É um vinho vivo, sem tanta modernidade, como alguns Chateauneuf recentes. Eu ainda não provei o branco, mas quero experimentá-lo logo.
    Grande abraço,
    Flavio

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  4. Olá Tom,
    Pois é, vamos manter o incentivo para a turma não esmorecer e manter o padrão!
    Abração,
    Flavitz

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