Nessa quinta passada o Paulão se redimiu, depois da "mancada" que deu na semana passada. Levou um vinho embrulhado, que agradou a todos. De cara mostrava ser um vinho com uns 10 anos de idade, não só pela cor, já tendendo ao vermelho tijolo, mas também pelo nariz e boca, que indicaram um vinho maduro, evoluído. Não era vinho de muitas dimensões, mas muito gostoso. Todos pensaram se tratar de um espanhol, devidos as notas de cereja e tabaco, mas não era. Para nossa surpresa, tratava-se de um Trapiche Medalla Cabernet 2002. O vinho contém majoritariamente Cabernet Sauvignon, mas tem pitadas de Merlot e Malbec. Bem, a safra ajudou muito, pois vinhos deste ano foram acima da média na Argentina. Mas o vinho surpreendeu pela qualidade e também mostrou que os vinhos argentinos podem sim evoluir bem, até mesmo aqueles que não pertencem aos primeiros escalões. Estava realmente muito gostoso, redondo, sedoso e agradou a todos. Paulão arriscou, e se deu bem. Mas lembremos que é um vinho de quase 10 anos e de uma grande safra. É difícil extrapolar para outros Medalla mais novos. Vale tentar.
O Caião levou um Post Scriptum 2008, segundo vinho do grande Chryseia (de Prats e Symington). O vinho é feito com Touriga Franca (40%), Touriga nacional (40%) e Tinta Roriz (20%). Ainda está novo, mas já mostra todas as suas qualidades. A baunilha ainda é muito presente, denunciando sua juventude, mas as notas de frutas, como a ameixa e cereja, estão presentes. Depois de um tempo notas de tabaco também surgiam. Um belo vinho, de grande presença em boca, com taninos finos e longo final. Deve ganhar muito com os anos. Uma bela compra!
Eu levei um Gattinara 2003, de Dessilani. Bem, o amigo JP e eu somos fãs dos Gattinara, que para muitos, são considerados mini-barolos. Guardadas as devidas proporções, são vinhos muito interessantes. A Nebbiolo mostra neles suas qualidades, como a riqueza de aromas e seu lado camaleão, que faz com que o vinho mude com o tempo. Este Gattinara 2003 estava uma delícia. Inicialmente, lembrava um borgonha pelas notas de morango e cereja, em meio às notas florais e de funghi secchi. O vinho tinha ainda mineralidade e a acidez típica de italiano, própria para comida. Não deu tempo de apreciarmos muito suas mudanças, por que ele se foi logo e o tempo era curto (este é o problema em se apreciar Nebbiolos em curto espaço de tempo - não dá para curtir seu lado camaleão). O danado ficou perfeito com o Tagliarini ao molho pomodori e polpetas. Vinho para bons paladares... Não é JP? rs.
JP levou o espanhol Casalobos 2005, já comentado aqui no blog (clique aqui). Do começo do ano para cá modificou pouca coisa, a não ser pelas notas de pitanga, perceptíveis ao nariz e em boca. É um vinho que precisa respirar para mostrar suas qualidades. Notas também de amora, ameixa, mescladas a toques balsâmicos e de alcaçuz. Em boca é potente, mineral e com taninos ainda pegando um pouco. Um vinho muito bom, que pede uma carne assada.
O amigo Tom levou um vinho de um produtor que eu tinha curiosidade para conhecer, o Parcela #7 2006 do advogado suiço Mauro Von Siebenthal. O produtor não mais advoga, nem tampouco mora na Suiça, e sim, no Chile, onde produz belos vinhos. O Parcela #7 2006, foi feito com Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot. Bem bordalês. A primeira vista, o álcool se mostra presente, mas depois de um tempo o vinho fica mais equilibrado. As notas de cassis e groselha se misturavam a notas de pimenta, alcaçuz e leve café. Em boca era fresco e bem agradável. Gostei! Fico aqui curioso para experimentar o Montelig...
Bem, e para terminar o Rodrigo levou um vinho mais simples, mas que mostra ser daqueles de ótimo custo benefício, o espanhol Casajus Splendore 2007. O vinho passa 24 meses em barricas de carvalho (que aparecem nele). O nariz mostra a madeira em meio a frutas maduras, como a groselha e cereja. O vinho tem ainda notas especiadas. Lembrou-me o Vega Sauco. É um vinho alegre e que oferece bastante pelo preço.
Bem, foi uma noite muito boa, com bons vinhos e com características bem distintas.
Flavio o post apresentou algum problema à partir da descrição do Parcela #7, verifique.
ResponderExcluirO Gattinara é um vinho que ainda está na minha lista dos ausentes, tenho que prová-lo, mas é tanto vinho que não acho tempo. O Post Scriptum é um belo preço/qualidade que sempre recomendo. O Chryseia (seu irmão mais velho) eu também ainda não tomei, tenho um 03 que estou esperando envelhecer mais.
Quanto aos vinhos do Von Siebenthal já tomei todos, exceto o Tatay de Cristóbal. Recomendo o Carabantes 2003, para mim o melhor preço qualidade.
Abraço
Oi Eugênio,
ResponderExcluirObrigado pelo alerta. Já corrigi. Acontece umas coisas loucas no blogger de vez em quando.
O Gattinara tenho certeza de que você gostará. O Chryseia é muito bom. Já postei sobre o 2006 aqui no blog (http://vinhobao.blogspot.com/2011/03/chryseia-2006-grande-vinho.html). Mas o achei muito novo. Acredito que o 2003 já esteja bom (aliás, deve estar ótimo!).
Grande abraço,
Flavio