sexta-feira, 8 de março de 2013

Ciao: Barolo Gaja Gromis 2000, Erasmo 2007 e Luca Malbec 2007!

Estou atrasado com mais essa postagem... Mas vamos lá... Mais uma noite de belos vinhos na Confraria do Ciao. A noite estava meio esvaziada, mas os que foram levaram ótimas garrafas.
O Tonzinho, disse que levaria um Quinta da Bacalhoa 2010, que eu queria experimentar. No entanto, após falar ao telefone com o JP, resolveu passar em sua casa e mudou de idéia, levando um grande Barolo Gaja Gromis 2000. Matou a pau! Dianteira certeira! Bem, sou suspeito, mas não teve jeito: Barolão no peito! 
O Rei da Noite!!! Sem apelação!
O produtor, não precisa palavras, Angelo Gaja é quem produz alguns dos melhores, e mais caros, Barolos no mundo. Aliás, é considerado o melhor produtor da Itália. Mas nesse aspecto, tenho minhas ressalvas. Esse Barolo Gromis é de um ano que rendeu grandes Barolos e estava soberbo. Era uma mistura de Barolo tortoniano com helveciano, aliando o equilíbro típico de Gaja com a potência. Maturou 12 meses em barricas francesas e mais 12 em grandes cascos de carvalho francês. Vinho encorpado, tânico (como deve ser), notas de fruta maduras, pétalas de rosas, funghi, alcaçuz e tabaco. O final era longo e muito prazeiroso. Uma beleza! Valeu Tonzinho!
O confrade Rodrigo nos brindou com um vinho que gosto muito, mas que ainda não havia provado dessa safra, o Erasmo 2007. O 2006 já apareceu algumas vezes aqui no blog (clique aqui). Esse 2007, como os anteriores, é um típico corte bordalês (Cabernet Sauvignon 70%, Merlot 20% e Cabernet Franc 10%). Também foi destaque no Descorchados 2012, com 95 pontos. Ao nariz, notas de groselha, cassis e especiadas de cravo e alcaçuz. Em boca, repete o nariz e mostra-se mais seco que o 2006, com um leve fundo herbáceo. Eu gostei dele, mas confesso que preferi o do ano anterior. Quero colocá-lo frente a frente com o 2006 para conferir. Os 95 pontos do Descorchados talvez sejam um pouco exagerado, mas é um vinho correto como sempre e para mim, difícil de ser batido em sua faixa de preço (estava a 72 pilas para sócios do Club Wine).  Agradou a todos. Acredito que deve melhorar bastante com um tempo de adega.
E para finalizar, um vinho levado pelo JP e que é sempre sucesso na mídia falada, escrita e cochichada, o Luca Malbec 2007. Inclusive, foi top 100 da WS em 2008, com 93 pontos. O vinho de Laura Catena é muito bem feito. Sem arestas. Malbec típico, com notas de figo, mirtilo, alcaçuz, anis e café. Em boca, destaque para a sua sedosidade e taninos finíssimos. Mesmo eu já tendo dito que estou enjoado de Malbec puro, não dá para deixar de elogiar a qualidade desse, que é impecável. 
Isso aí, pessoal! Mas uma bela noite na Confraria do Ciao!  

4 comentários:

  1. Flávio, essa confraria é um saco sem fundo de Barolos 2000 e 2001, hein? Parabéns!
    Meu Erasmo 2007 vai mofar na adega. Sério. Quero vê-lo com 10 anos de idade.
    Dos Malbecs-Malbecs, o Luca é um bom exemplar mesmo. Não tem aquele jeito mais elegante de alguns, mas não é uma geléia, nem superextraído. Vale o preço, mas ainda prefiro o Syrah. Vc provou os dois, com qual ficaria?
    Abs.

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    1. Oi Vitor!
      Obrigado!
      Rapaz, quando aparece um Barolão até lacrimejo...rs. É felicidade pura!
      Acho que o Erasmo deve melhorar mesmo com o tempo. Também vou guardar uma garrafa para apreciar daqui a uns anos.
      Quanto ao Luca, você tem toda razão: Não é aquela geleiona e nem superextraído. Mas respondendo à sua pergunta, eu prefiro o Syrah! Acho um ótimo vinho e com preço justíssimo.
      Abraços,
      Flavio

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  2. Flavio,

    Você é um privilegiado, sempre grandes vinhos na confraria!

    Tive as mesmas impressões sobre o Erasmo, exatamente o que você disse. Inclusive preciso comprar outra garrafa para fazer o que o Vitor falou, deixa-lo mofando na adega.

    Quanto ao Luca eu confesso que gostei mais do Malbec, mas já faz tempo que os tomei, uns 3 anos. Provarei novamente o Syrah quando puder. Pra falar a verdade nenhum syrah da Argentina me encantou até agora.

    Alias quanto aos Malbec eu posso dizer que passei um tempo grande sem provar muita coisa, mas de um ano para cá voltei com eles e tenho achado os vinhos melhores, mais secos, mais ácidos, com uma fruta menos "geleiósa". Mais gastronômicos também. Fico curioso para tomá-los mais velhinhos. Estou comprando alguns e guardando, vamos ver como ficam com uns 5 anos nas costas.

    abraços,

    Alexandre/DF

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    1. Rapaz, realmente... A turma manda ver! De vez em quando aparece uma zurrapa, mas é até bom prá gente tirar uns sarros nos outros. Mas na maioria das vezes, é coisa boa.
      Então, acho mesmo que o Erasmo vai melhorar com um tempo descansando na adega. Vamos ver como fica em uns aninhos. É um vinho que sempre me agradou.
      Quanto ao Luca, talvez eu tenho feito a comparação em uma fase em que me encontro meio enjoado dos Malbecs, mas sem dúvida é um vinho muito bem feito. Aliás, a Laura Catena é craque. O Syrah eu gostei, e considerando o preço, encaixou bem. Mas é aquele negócio, sou mais um Maycas del Limari Reserva Especial...
      Acho que o pessoal tá mudando um pouco "a fórmula" dos Malbecs. Penso que é uma tendência mesmo, de fazer vinhos menos geleionas. Pelo jeito, não somos os únicos a enjoar.
      Temos notado justamente que os vinhos argentinos envelhecem muito bem e adquirem nuances muito elegantes com o tempo. Apreciamos alguns mais antigos e foram gratas surpresas. Acho que vale mesmo a pena fazer o que você está fazendo, ou seja, comprar e guardar por alguns anos. Eu tenho um Catena Alta 2002 aqui na adega que já está me olhando com o canto de olho. Acho que vou abatê-lo logo...rs.
      Grande abraço,
      Flavio

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