quarta-feira, 4 de maio de 2016

Passeio Enogastronômico da Adega Alentejana: Desfile de grandes vinhos portugueses e também espanhóis...

Dias atrás fui no Passeio Enogastronômico da Adega Alentejana em Campinas. O evento foi excelente: Grandes vinhos e oportunidade de bater um papo com os produtores. Um deles, é este da foto, do qual sou fã: Jorge Serôdio Borges, da Wine and Soul. Era um dos primeiros estandes que eu visitava em degustações de sua antiga importadora, e foi o primeiro que visitei neste Road Show da Alentejana. O Jorge, além de grande enólogo, é uma pessoa muito educada e que atende as pessoas forma muito polida. E tinha uma coleção de vinhos em sua mesa que dava vontade de ficar lá a noite toda. Listar a característica de todos aqui é uma tarefa hercúlea. Todos são vinhos de primeira. Mas vou destacar alguns para representar o seu belo portfólio. 
O primeiro deles, um grande Pintas 2013, que o Jorge tem em mãos na primeira foto. Esse é poderoso! Grande riqueza aromática e em boca. Estrutura para muitos e muitos anos em garrafa. Grandioso! Também excelente o Passadouro Reserva 2011. Vinho especiado, mineral e com notas apimentadas e de chocolate amargo. Em boca, os taninos são firmes e lhe asseguram grande longevidade. Vinhaço! Do seu lado, um Quinta da Manoella Vinhas Velhas de grande complexidade. Vinho de produção muito pequena e feito com uvas de vinhas com mais de 100 anos. Elegante, mineral, longo, riquíssimo! Outro grande vinho! Daqueles que você bebe e diz "Uau"! Também gostei muito do M.O.B branco, que não conhecia, e que traz consigo a qualidade de seu irmão tinto. Lembrando que M.O.B. são as iniciais de três grandes enólogos que se juntaram em um projeto: Moreira (Jorge), Olazabal (Francisco) e Borges (Jorge Serôdio). E para finalizar, um que considero um dos melhores brancos portugueses: Guru 2014! Este é um branco de tirar o chapéu. Notas florais, cítricas, minerais e leve defumado. Em boca, uma delícia. Vinho bão demais! Bem, os vinhos do Jorge são certeza de agradar. É fechar os olhos e mandar ver.
Saí da mesa do Jorge feliz e migrei para o estande de outro craque: Paulo Laureano. Aqui também é difícil descrever todos os vinhos (eram muitos). Tenho que destacar alguns, como o que está em minhas mãos na foto: Mouchão 2010. Sou fanzaço deste vinho. Seu estilo é inconfundível. Adoro a fruta madura em meio aos toques balsâmicos, herbáceos, alcaçuz e algo que lembra fumo de corda. É vinho para mais de metro, que evolui na taça e que tem grande longevidade. Para tomar calmamente, sentado na varanda de uma roça, trocando uns dedos de prosa com um bom amigo. 
O Paulo Laureano Reserva também estava muito bom, assim como o belo branco Dolium Escolha 2012. Este último, um 100% Antão Vaz de produção pequena, fermentado em barricas novas de carvalho francês e com estágio de 8 meses com battonage. É rico em fruta cítrica e notas minerais. Intenso e de grande persistência. Branco de primeira! E é claro, além dos belos vinhos, não posso deixar de destacar a simpatia e amabilidade de Paulo Laureano. Dá gosto ver o prazer com que ele apresenta os seus vinhos e recebe as pessoas. 
Mudando de estande, um produtor que eu conhecia só de nome, e que gostei demais: Quinta de La Rosa. O enólogo é o supracitado Jorge Moreira, que divide com Francisco Olazabal e Jorge Seródio o projeto M.O.B. Os vinhos são de grande qualidade, desde os mais simples até o Quinta de La Rosa Reserva 2012 mostrado na foto, que é dos grandes. Vinho muito rico, com fruta madura (ameixa e framboesa) em meio a notas de chocolate amargo, terrosas e alcaçuz. Vinho denso, rico, com muita presença. Um grande duriense, que deve ser melhor conhecido pelo público brasileiro. Gostei bastante também do Passagem Reserva 2012, muito macio e mais pronto para beber. 
Muito bons também os vinhos da Quanta Terra. O Terra-a-Terra Reserva 2011 estava muito bom, redondo, sedoso, até glicerinado, enquanto seu irmão maior, Quanta Terra Grande Reserva 2011 se mostrava com maior complexidade, estruturado, com bela acidez e taninos firmes, indicando que deve evoluir maravilhosamente em adega. Belos vinhos! 
Da Lavradores de Feitoria, falar o que de um  Poeira 2011? Não precisa muito, né? É um grande vinho, intenso, rico e com anos e anos pela frente. Dos grandes portugueses. Do seu lado, um bem mais barato e que achei bem legal: Chorinho 2013. Rótulo bonito, bom preço e muito agradável. O nome, claro, é uma homenagem ao estilo musical brasileiro. 
Da Adega de Borba, gostei do Adega de Borba Premium 2012, em seu estilo mais moderno e do sempre bom Adega de Borba Reserva 2013, do rótulo de cortiça. Mas o Adega de Borba Grande Reserva 2011, cujo nome é grafado com letras douradas, tinha uma riqueza acima da média. Delicioso! E pude beber pela primeira vez o Adega de Borba Reserva Branco 2013. E se a primeira impressão é a que fica: Fiquei fã! Uma delícia de branco! Rico, mineral e um toque fumado. Bão mesmo!
Ufa... quanto vinho!
Para finalizar com os tintos de mesa portugueses, um que para mim foi um destaque no evento: Monte do Pintor Reserva 2011. Aqui não é só a safra que ajuda. Este vinho é bom sempre, e briga com vinhos mais caros. Este de 2011, em particular, estava demais. Um vinho com ótima fruta, mineralidade, acidez que lhe aportava muito frescor, notas de chocolate amargo... Vinhão! Este tenho que conseguir uma garrafa para beber com calma. Se meu leitor encontrar, compre! E se não gostar, pode me xingar...
E embora o evento seja da Adega Alentejana, que detaca-se pelos vinhos portugueses, tinha também um estande do grupo espanhol Artevino. Havia vinhos do Toro, Ribera del Duero e Rioja, mas meu destaque foi para os Riojanos da Izadi, tanto o Izadi Crianza 2013 quanto o Izadi Selección 2012. Este último, Rioja que mescla modernidade e tradição. Mais escuro, fruta madura e leve tostado, compondo um vinho muito bom! Gostei!

Bem, a postagem está ficando muito longa e cometerei o pecado de não descrever em detalhes os ótimos vinhos de Tiago Cabaço, Susana Esteban, Quinta do Noval (incluindo os belos Portos, Cedro, Labrador Syrah) etc. Vou finalizar com a menção aos Portos da Vallegre, cujo representante nos deu ótimas explicações sobre os vinhos e nos brindou com belos exemplares. O branco é uma delícia e o Porto Ceremony LBV 2011 destacava-se pela amora silvestre, cacau e notas minerais. Muito bons!

Isso aí! Gostei muito do evento. É um que coloquei na agenda e sempre que tiver, estarei lá.