quinta-feira, 29 de setembro de 2016

3 borgonhas: Camille Giroud Beaune Lulunne 2007, Chambolle-Musigny Champy Les Bussieres 2006 e Dominique Laurent Cuvee N. 1 2009

Rapidinho: O branco, um Camille Giroud Beaune Lulune 2007, tem aromas de côco, abacaxi em compota, mel e leve amanteigado. Em boca, repete o nariz e mostra boa acidez. No entanto, as notas de abacaxi e mel me incomodaram um pouco, assim como a ausência de aspectos mais minerais. Fica melhor mais gelado. De qualquer forma, não gostei.
O Chambolle-Musigny Champy Les Bussieres 2006 estava muito bom. Tem um estilo diferente de seu irmão de 2005 que bebi recentemente. Este 2006 tem cor rubi mais clara, notas bem frutadas ao nariz, com destaque para morango e framboesas, em meio a notas terrosas. Em boca mostra boa acidez, boa fruta, toques minerais e taninos finos. O final é médio/longo e levemente condimentado. Muito gostoso! Menos complexo que o de 2005, mas muito bom.
O último borgonha é um Dominique Laurent Cuvee n. 1 2009. O vinho é o de entrada do produtor, que é um négociant, mas que produz ótimos vinhos. É considerado o "rei da barrica", e isso pode ser notado neste vinho. Ela aparece, principalmente no começo. Mas depois de um tempo o vinho se equilibra e a fruta começa a surgir mais forte e agradável, em meio a especiarias. Em boca o vinho tem bom volume, boa acidez e mineralidade. Os taninos são macios e o final especiado. É um vinho acima da média para um vinho de entrada. Bem, também no preço, que fica acima de borgonhas genéricos. Brigou sem problemas com o Champy, e para alguns paladares, o superou. Também gostei, ainda mais, pelo preço que paguei.


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Champagne Henriot Brut Souverain

Rapidinho: Champagne não tem hora, lugar, acompanhamento etc. Sempre é hora de abrir um, pois celebrar é preciso. A vida, por exemplo... E um Champagne Henriot, mesmo sendo o base, já cumpre bem a missão. O Champagne Henriot Brut Souverain é um assemblage cuja composição varia de ano para ano, mas geralmente possui quantidades equilibradas de Chardonnay e Pinot Noir. Ele permanece 3 anos com as borras nas caves da vinícola. Sua cor é dourada e o perlage fino. Ao nariz mostra notas florais, cítricas, de maçã e panificação. Em boca é fresco e com boa cremosidade. O final é longo e com notas de frutas secas. Um bom Champagne para ser bebido solo ou com acepipes. É sempre bem elogiado pela crítica. Eu também gosto!


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Greywacke Pinot Noir Marlborough 2011: Um vinho delicioso da Nova Zelândia!

Quando se trata de Pinot Noir, minha lista de preferências começa com a Borgonha (claro!) e segue com Oregon, Nova Zelândia e o resto. A Nova Zelândia produz ótimos vinhos com esta uva. Alguns deles, excelentes, como o caso de Greywacke Pinot Noir Marlborough 2011. O vinho é feito com uvas de diferentes clones, as quais são fermentadas separadamente, assim como a maturação do vinho, que é feita por 16 meses em barricas de carvalho francês 40% novas. Só ao final da maturação o blend é feito. O vinho me lembrou muito um exemplar do Oregon que bebi tempos atrás, da Shea Vineyards (clique aqui). Tem aromas florais e de cerejas pretas, framboesas, sous bois, baunilha, cravo, tabaco e um fundo tostado. Muito rico! Em boca repete o nariz e mostra ótima acidez e taninos muito finos. O final é longo, terroso e com toque de cravo. Destaque para a sua sedosidade e elegância. É um vinho delicioso! Foi top 100 na lista dos melhores vinhos da Wine Spectator em 2013, com 93 pontos e muitos elogios. Merecidos! Para acabar geral com aquele olhar torto que alguns têm para com a screw cap. Pode ser bebido agora ou guardado. O vinho é importado pela Casa Flora e pode ser encontrado na Winestore.



domingo, 25 de setembro de 2016

Mas Doix, Doix 2010: Um Super Priorato!

Sou fã declarado de vinhos do Priorato. Adoro a sua intensidade e mineralidade. A Celler Mas Doix, além deste Doix 2010, produz vários vinhos, dentre eles os mais acessíveis Les Crestes e Salanques, e o raro (e caro) 1902, um 100% Carignan de videiras plantadas em 1902. Só 3 barricas deste vinho são produzidas. Isso, obviamente, reflete no preço. O Doix, embora também seja um vinho top da vinícola e tenha um preço também salgadinho, é mais acessível que o 1902. Ele é considerado o seu vinho emblemático. 
Como todo bom Priorato, ele é feito com uvas de videiras de rendimento baixíssimo, no caso, apenas 300 gramas por planta. O vinho é um corte de Carignan (55%) e Grenache (45%), de videiras de 110 e 100 anos, respectivamente. A maturação é realizada em barricas novas de carvalho francês por 16 meses. Sua cor é escura, brilhante, e os aromas surgem potentes logo ao vinho ser aberto: Notas de frutas silvestres, florais, alcaçuz e minerais (claro). Com o tempo foram surgindo notas achocolatadas. Em boca, é de uma clareza incrível. A acidez é vibrante e os taninos muito finos, já domados para um Priorato de apenas 6 anos. O final é interminável e com notas de alcaçuz e chocolate. Um vinhaço, que ficou com a maior nota (94) em um painel da Decanter de "vinhos de pago a serem provados". Paolão e eu ficamos tristes quando a garrafa se esvaziou, e felizes por termos comprado este vinho em uma bela promoção na Wine. Pena que nunca mais o encontramos lá.




sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Poggio Granoni 2006, M.O.B. 2011, Quinta do Perdigão Alfrocheiro 2007, Erasmo 2009 e Gran Tarapacá Etiqueta Azul 2012

Noite boa da confraria. O Thiago levou um toscano, o Poggio Granoni 2006, da vinícola Castello di Farnetella (Felsina). A propriedade fica na DOCG Chianti Colli Senesi. É um corte de Sangiovese (70%) e quantidades iguais de Cabernet Sauvignon, Syrah e Merlot, com maturação por 12 meses em barricas de primeiro e segundo uso. Tem aromas muito límpidos de framboesa, pitanga, tabaco, café e toques minerais. Acidez vibrante e taninos sedosos. Fundo levemente apimentado. Um belíssimo vinho! Valeu, Thiagão!
O Caião levou um ótimo Quinta do Perdigão Alfrocheiro 2007. Sou fã dos vinhos do Dão, e muito da Perdigão. Sempre lembro de um Touriga Nacional 2001 que bebi, que deixou saudades. Este Alfrocheiro estava também ótimo. Aromas vegetais, folhas secas, em meio a fruta bem dosada. Em boca, mais seco e com toques vegetais, que lhe davam uma característica mais gastronômica. Um estilo mais austeror, até com certa rusticidade (que eu gosto). Não é vinho para ser bebericado, e sim, para acompanhar comida. Gostei muito!
O JP (se não me engano) levou um que queria conhecer, o Gran Tarapacá Etiqueta Azul 2012. É um vinho feito apenas em colheitas que a vinícola considera excepcionais. Ele tem algo no blend que eu gosto: Cabernet Franc! Ela é majoritária no corte, sendo 29% de Las Pircas e 14% de Hacienda Chada, ambos no Alto Maipo. O vinho tem ainda 21% de Cabernet Sauvignon de Mirador e 15% de CS de Vial. O corte se completa com 21% de Syrah. É um vinho muito rico, tanto ao nariz quanto em boca. Tem aromas de frutas silvestres, cereja preta, baunilha, picância na medida, algo tostado e mineral. Em boca é amplo, volumoso e muito equilibrado. Nada de exageros aqui. O final de boca é longo e levemente achocolatado. Um ótimo vinho, com grande potencial de guarda. Seu irmão Etiqueta Negra também gosta de uma adega. Mas eu gostei ainda mais deste Etiqueta Azul. Tendo chance, experimente. Pode ser encontrado a preço justo.
Eu levei outro chileno, que gosto muito: Erasmo 2009. Nesta safra ele deu uma fugidinha em relação àquele corte clássico bordalês característico, e incluiu uma pitada de Syrah. O corte final tem 60% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 10% Cabernet Franc e 5% Syrah. A maturação é por 18% meses em barricas e mais 12 em garrafa. A cor continua bonita, rubi, brilhante. Ao nariz, notas de amoras, cassis, leve apimentado e um mentoladinho que vai surgindo com o tempo em taça. Em boca, repete o nariz, mostra boa acidez e taninos redondos. O final é longo e especiado. Mais uma vez, um Erasmo que mantém a sua qualidade e boa relação custo/benefício.
E para fechar, o Paulinho, Rei dos Portugueses, nos brincou com um replay de um belíssimo M.O.B. 2011, já apresentado aqui. Mas só lembrando, o vinho é produto de um projeto de 3 grandes enólogos portugueses na região do Dão, mais especificamente, na Quinta do Corujão: Jorge Moreira, Francisco Olazabal e Jorge Serôdio Borges. Como eu perguntei na outra postagem: Precisa dizer mais? Este vinho mostra grande elegância, aromas de framboesas e amoras, em meio a especiarias doces. Em boca possui ótimo frescor e sedosidade. Perfeito agora, mas deve ganhar ainda mais complexidade com algum tempo de adega. Pode repetir quantas vezes quiser, amigo Paul! Eu, pelo menos, ficarei muito feliz!
Isso aí!





terça-feira, 20 de setembro de 2016

Uma super noite com Buçaco Branco 2009, Chateau Brown Blanc 2009, Chateau d'Yquem 1997, Aalto PS 2009, Crasto Tinta Roriz 2012, Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010 e Brunello Siro Pacenti PS 2008!

Acho que o pessoal da confraria já tinha até desistido, ou até mesmo esquecido desta postagem. Faz tempo, claro. Trata-se dos vinhos que bebemos em nossa especial do final de 2016! Quase um ano depois, estou aqui postando. Bem, antes tarde do que nunca. E alguns leitores já haviam reclamado. Vamos lá então.
Prá começar, belos brancos. O primeiro deles, e também o que gostei mais, foi um grande Buçaco Branco 2009. Este, como os Tondonias, é difícil não agradar. A bela cor amarela brilhante do vinhão, feito com uvas da Bairrada e do Dão, apresentava um vinho com aromas deliciosos de uvaia, florais, ervas frescas, cítricos e alecrim. Em boca, a acidez vibrante lhe aporta um frescor impressionante. É cítrico, mineral e com notas de ervas frescas. O final, interminável, é mineral e muito fresco. Um super branco, que nunca cansa. Uma raridade do Castelo do Bussaco.
O outro branco apreciado, do lado do Buçaco na foto, foi um Chateau Brown Blanc 2009.  Aqui muda-se o estilo. O vinho é um bordeaux de Pessac-Léognan feito com Sauvignon Blanc (majoritária) e Semillon. A fermentação é feita em barricas 50% novas, sobre as lias, com batonnage periódico. A maturação ocorre por 8 meses em barricas 50% novas com tosta leve. O vinho tem aromas de pera, pêssego e ervas, tudo sobre um tostado muito elegante. Em boca é amplo, denso, com boa acidez e notas tostadas da barrica. Muito equilibrado, com final longo e amendoado. Ótimo branco bordalês! Estilo distinto em relação ao Buçaco, mas também, delicioso.
E passando para os tintos, só vinho de primeiríssima também. O primeiro que descreverei, e também um dos melhores da noite, é um Aalto PS 2009. Aqui o negócio pega. O vinho é produzido por ninguém menos que Mariano Garcia, que foi durante 30 anos enólogo da Vega Sicília. A bodega produz apenas dois vinhos, o excelente Aalto e o grandioso Aalto PS (de Pagos Selecionados). As videiras, de baixo rendimento, de onde vêm as uvas para este vinho possuem de 60 a 100 anos. A maturação ocorre por 22-24 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, o vinho mostra notas de cerejas pretas, ameixas, toffee, chocolate e tabaco. Em boca é volumoso, intenso, acidez perfeita e taninos muito sedosos. Uma explosão de sensações que perduram pela noite e deixam lembranças. Um soco com uma luva de veludo. Sempre digo aos amigos que, se quiserem me dar 3-4 garrafas deste em troca de uma de Vega Sicília (é esta a relação), faço a troca na hora e saio dando risadas. 
Ainda na península ibérica, e com a mesma uva, passamos para um Crasto Tinta Roriz 2012. Embora a uva seja a mesma Tempranillo espanhola, as características são distintas em relação ao Aalto. Em comum, a grandiosidade! O Crasto matura 16 meses em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, mostra notas florais, frutas silvestres, chocolate amargo e especiarias. Em boca, repete o nariz e mostra acidez vibrante, mineralidade e final longuíssimo, levemente achocolatado e com notas de alcaçuz. Os taninos são firmes e devem arredondar com o tempo. É mais fresco e mineral que seu primo de Ribera del Duero. Uma beleza de vinho, com aptidões gastronômicas e longa vida pela frente. Se tiver um desses, guarde sem medo. Mas se não resistir, será feliz também. Vinhaço!
Um outro tinto de muita categoria apreciado foi um Delas Hermitage Domaine des Tourettes 2010, em garrafa Magnum. O Domaine Delas, embora tenha sua história iniciada há mais de 100 anos, teve uma completa reformulação em 1996, com introdução de grandes cascos por barricas francesas. O Domaine des Tourettes compreendem apenas 10 hectares de Syrah. A cada safra os produtores variam a proporção entre barricas novas e usadas, para tirar o melhor resultado. Ao nariz o vinho mostrava notas de amoras, florais, cacau, couro e alcaçuz. Em boca, repetia o nariz e mostrava  nervo e estrutura tânica. O final era longo, mineral, especiado e com notas de chocolate amargo. Um vinho grande, de grande safra, excelente produtor e que teria anos e anos pela frente. Já poderia ter sido bebido agora, mas sem dúvida, era o que mais necessitava de mais tempo em adega. Para ser bebido agora, precisa de decanter e uma boa carne gordurosa para fazer frente aos taninos.
E finalizando os tintos, um belo Brunello di Montalcino Siro Pacenti PS 2008. Eu sou fã incondicional deste produtor. E o Caio também, depois de beber um 2000 que levei anos atrás em um aniversário. É um vinho que mostra o seu melhor após uma década. Portanto, já adianto que este 2008 ainda estava nervoso. Ao nariz, notas florais, de cereja, cítricas e chá. Em boca, acidez marcante e taninos levemente terrosos. O final, longo, era especiado e mineral. Um belo Brunello, completo e com grande estrutura. Mas como o Hermitage supracitado, ainda novo. Imagino este vinho daqui a uns 3 anos ou mais... 
Bem, e para finalizar a noite e acompanhar o meu aclamado Creme Brulée, um super vinho, representação máxima de Sauternes: Chateau d'Yquem 1997! Alguns irmãos seus já pintaram aqui no blog, mas considero este, o melhor d'Yquem que já bebi. Aliás, o melhor Sauternes que já bebi. Aqui, a qualidade se juntou a uma excelente evolução nesses quase 20 anos. O vinho estava extraordinário! A cor belíssima dourada, nos introduzia um vinho soberbo, com aromas riquíssimos, florais, de pêssego, damasco, mexerica, em meio a notas de gengibre, mel e frutas secas. Em boca, uma explosão de sabores, com acidez equilibrando o dulçor e um final interminável. Que qualidade! Um super vinho, para ficar na memória. Seu gosto ainda está nas minhas lembranças.
Ah, e o JP ainda ofertou uns portos. Vou me abster para não alongar a conversa.
Isso aí! Grande noite! Vejam abaixo a cara do Paulinho tentando eleger o que mais gostou...rs.

Paulinho indeciso, mirando os vinhos... Tudo em duplicata.





domingo, 18 de setembro de 2016

Niver do JP: Barolo Ornato Pio Cesare 2005, La Rioja Alta 904 2001 e outros vinhões!

Esta postagem também estava engavetada... E trata dos vinhos apreciados no último aniversário do JP (pois é, o do ano passado ainda nem postei). Foi uma noite de primeira. O JP levou todos os vinhos embrulhados para a turma identificar. E foram vinhões. Comecemos pelos brancos. Um deles foi um que cujo produtor já passou por aqui algumas vezes: Georges Vernay Condrieu Les Chaillées de L'Enfer 2007. O termo "Chaillées" vem do dialeto local e signifca "rochoso", em referência ao solo seco e pedregoso do terraço onde o vinhedo, de apenas 2,5 hectares, é plantado. O "L'Enfer" é devido ao calor e aos comentários das pessoas que ali estavam, dizendo que estavam no inferno.  É um vinhão! Aromas florais, pera, melão e frutas secas. Em boca é um pouco mais seco que seus irmãos e com um toque amendoado. Acho que o tempo já está se manifestando, mas o vinho ainda estava belíssimo. 
Outro branco foi o Pera-Manca branco 2012. Bem, o vinho tem pedigree e trata-se de um belo branco. É feito com Antão Vaz e Arinto, sendo parte fermentada em inox e outra em barricas de carvalho. Depois da fermentação segue-se um estágio de 12 meses, sobre as lias, com batonnage periódica. Em comparação com alguns anteriores que bebi, a cor é mais clara e os aromas um pouco mais minerais. Talvez pela tenra idade. Tem aromas florais, de abacaxi, maçã gold e mel, em um fundo mineral. Em boca é amplo, cremoso, boa acidez e final levemente amendoado. Um ótimo branco que acompanha muito bem comida. Ficou ótimo com a paella e ficaria ainda melhor com uma posta de bacalhau. 
O último branco, que às cegas todos pensaram se tratar de um Poiully-Fuissé, era um Lindaflor Chardonnay 2013.  O vinho é feito com uvas de vinhedos de altitude (1000 m). A fermentação é feita em barricas novas de carvalhos francês, sobre as lias, com batonnage periodica e estágio por 12 meses. Ao nariz mostra notas de fruta madura, com destaque para pera e abacaxi (sem exagero), leve amanteigado e um fundo mineral. Em boca mostra boa fruta, maciez e mineralidade. Quer saber? Fez mais sucesso que o Pera-Manca. Um ótimo Chardonnay.
E partindo para os tintos, o negócio pegou... Vinhões! O primeiro deles, e para mim o primeiro da noite, foi um Barolo Ornato Pio Cesare 2005. O JP decantou e pudemos acompanhar sua bela evolução durante a noite. A última taça que bebi, devagar, já no final da noite, estava uma maravilha! O vinho tinha notas de morango silvestre, pétalas de rosa, funghi secchi e terrosas. Em boca, foi se amaciando e ganhando complexidade ao longo da noite. No começo, os taninos se mostravam com força, mas depois, tudo foi se equilibrando. A acidez era perfeita e a fruta se mesclava a toques terrosos. Os taninos eram firmes e o final, mineral, era interminável. Que beleza de vinho! Não ganhou 95 pontinhos da WS à toa.
Do lado direito dele, na foto grande ao final da postagem, o vinho que ficou ao seu lado no podium: La Rioja Alta 904 2001! Este considero um grande custo benefício (lá fora, claro). É um vinhaço, que sempre agrada. É a terceira vez que bebemos desta safra e queremos sempre mais...  Aliás, é uma das safras que mais me agradam na Espanha. E este exemplar estava impecável! Nariz finíssimo, com notas de cereja seca, caixa de charuto, especiarias e cítricas. Em boca, maravilhoso! Acidez perfeita, taninos sedosos e final interminável. Se estiver em viagem e vir um deste na frente, não hesite um segundo: Joga (devagar) na cesta! Adoramos este danado! Valeu, JP!
Como não poderia faltar, um ótimo Malbec: Altos las Hormigas Paraje Altamira 2011. É um Malbec de altitude, maturado em foudres de 3.500 litros por 18 meses. Ao nariz mostra notas de ameixas e framboesas, em meio a especiarias e toques minerais. Em boca mostra ótima acidez, taninos sedosos e final longo e mineral. Um ótimo Malbec da sempre confiável Altos las Hormigas.
O JP ofertou ainda um Brunello di Montalcino Da Vinci Collezione Speciale 2006, da Cantine Leonardo da Vinci. Parece ser um exemplar especial da vinícola. Ao nariz, mostrou aromas de cerejas e amoras, em meio a leve tabaco, cítricos e cravo e outras especiarias. Em boca, mostrou boa acidez, taninos firmes e boa persistência. Um bom Brunello, correto e boa pedida para uma carne gordurosa. Mas não surpreende.
Bem, e como ninguém é de ferro, fechamos a noite com um Tokaji Oremus 2006, que estava uma delícia!
Isso aí, JP! 





quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Reunião no Paolão: Amarone Clássico Zenato 2006, Protos Crianza 2012, El Vinculo 2006 e Chapelle de Potensac 2007

Dias atrás passamos na casa do Paolão para beber uns vinhões. Chegando lá, ele já estava bebendo um El Vinculo 2006 com o Fernandinho. Vinho feito sob a batuta de Alejandro Fernandez, do grupo Pesquera, na região de La Mancha. É feito com uvas de vinhedos antigos e passa 18 meses em barricas. Estava muito bom! Aromas de ameixas e especiarias doces, com leve toque herbáceo. Em boca mostrava boa acidez e taninos sedosos. Vinho para uma boa comida. 
Seguindo na espanha, passamos para um Ribera del Duero levado por este que vos escreve: Protos Crianza 2012. Vinho de perfil moderno, com fruta viva, representada pela cereja e framboesa, em meio a canela e cravo. Em boca mostrava grande presença, fruta madura equilibrada pela acidez correta e final longo e especiado, com notas de cravo. Uma delícia! Muito agradável e já pronto para beber, embora pudesse ser guardado.
O Paolão abriu ainda, para acompanhar o jantar, um excelente Amarone della Valpolicella Clássico Zenato 2006. Bem, já coloquei o elogio de antemão. Aqui trata-se de outro patamar. O vinho, apesar dos seus 16% de álcool (o que não me agrada) era de grande qualidade. Aromas de ameixas pretas, amoras e tamarindo, em meio a alcaçuz e couro. Com o tempo, surgiram notas de café. Em boca era amplo, intenso, especiado e com taninos redondos. O final era interminável. Um vinhaço! Como o pessoal diz por aí, vinho para meditação... Rei da noite! Só para informação, foi top 100 da Wine Spectator em 2010, com 94 pontos e designação Highly recommended.
O JP levou um Chapelle de Potensac 2007. É o segundo vinho do Potensac, Cru Bourgeois da familia Delon, proprietária dos Leoville las cases. Mas esse Chapelle não me disse a que veio e não fez minha cabeça. É feito com Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e parece que nesta safra até uma pitadinha de Carmenére. O nariz é bem fraco, pouco expressivo, com notas de cassis e ameixa, em um fundo de canela. Em boca é leve, pouco intensidade e final curto. É fácil de beber, mas não impressiona. Tem sido vendido por aí como sendo oferta, a um preço que seria o correto. Mas perde fácil para um bom Erasmo. Sei que o JP não ficará bravo, pois como ele mesmo sempre diz, "não foi ele quem fez".
Bem, e ainda teve tempo para umas tacinhas (pequenas, claro) de bons destilados. Valeu, Paolão!

Decanter Wine Day em Araraquara: Ótimo evento organizado pelo Empório Basílico!

Tempos atrás fui a Araraquara participar de um evento organizado pelo Empório Basílico, com vinhos da importadora Decanter. O evento foi muito bem organizado e tinha ótimos vinhos. Bons espumantes, boa lista de brancos e muitos tintos de várias nacionalidades. Eu gostei de muitos, mas para não me estender muito, destacarei alguns. A primeira foto é de um branco borgonhês que gostei muito: Santenay Comme-Dessus 2011, do Domaine Roger Belland. O vinho tinha aromas de pera e maçã, em meio a toques amendoados, leve baunilha e minerais. Em boca mostrava ótimo frescor e mineralidade, com final amendoado. Muito gostoso! É daqueles que a gente mata a garrafa e nem vê.
Nos espumantes, meu destaque vai para o Ferrari Maximun Brut e para o português Skuadro Kompassu 2011. O primeiro, muito elegante, fresco e com boa cremosidade. Uma demonstração da qualidade dos espumantes italianos e do produtor renomado. O segundo, fresco, boa presença e mais seco, como costumam ser os espumantes bairradinos. O brasileiro Lírica Crua, da Vinícola hermann, é para paladares que gostam de apreciar coisas diferentes. Ele não passa por degourgement, e as leveduras ficam na garrafa. Eu gostei.
Na foto acima, destaco também o Alambre 2010, um ótimo Moscatel de Setubal de José Maria da Fonseca. Doce de laranja da terra, damasco seco e tabaco se destacam em um vinho com dulçor equilibrado por ótima acidez. Levei prá casa na hora! Nota: Bebi depois de um ano e me deliciei!
Nos tintos, muitos vinhos de qualidade. Mas eu queria destacar três.
O primeiro é o J de José de Sousa 2011. O vinho é feito com Grand Noir, Touriga Francesa e Touriga Nacional. As uvas são maceradas com pisa a pé e o vinho fermenta em antigas ânforas da Adega José de Sousa. É maturado em meias-pipas de carvalho francês, por 14 meses. Menos de 5.000 litros foram engarrafados. Tem aromas de ameixas em compota, amoras, chocolate e especiarias doces. Em boca destaca-se pela intensidade e sedosidade. É muito elegante e de grande persistência. Um vinhão! Pode ser bebido agora ou guardado por bons anos. 
Outro vinhaço que gostei muito foi o Arzuaga Reserva 2006. Bem, o produtor é excelente, e o vinho estava uma delícia. Aromas de cereja preta, tosta e alcaçuz. Em boca, grande presença, bom frescor, taninos redondos e final muito longo. Uma beleza! 
E para fechar o trio, um Cellole Chianti Clássico Gran Selezione 2010, de San Fabiano Calcinaia (foto abaixo). É um Chianti da nova classificação, e que se destaca por aromas e paladar com algum exotismo. Tem aromas florais, de cereja preta e terrosos. Em boca mostra frescor e mineralidade. Um ótimo vinho que deve evoluir muitíssimo bem em adega, mas que já pode ser abatido. 

Bem, teve muita coisa, até mesmo que não fotografei. Mas acho que já dá para notar que o evento foi bem legal. Não perderei o próximo! Parabéns, Rodrigo!



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Torre Muga 2011, Incógnito 2009, Quinta dos Carvalhais Único 2009, Quanta Terra Grande Reserva 2011, Roquette e Cazes 2012, Chateau Maucoil CdP 2012 e Zeta 2008!


Reunião da Confraria há algumas semanas... O confrade Rodrigo voltava de viagem e para nós, volta de confrade é motivo de comemoração! E se é para comemorar, temos que beber vinho bão! E o primeiro foi levado pelo Rodrigo, que tem pegado muito pesado ultimamente. E não foi diferente dessa vez, quando ele levou este Torre Muga 2011. Bem, Muga é sempre certeza de qualidade. Torre Muga então, é certeza de grande vinho. Não é só a garrafa dele que é grande e imponente. O conteúdo também. Este, em particular, tinha um perfil bem mais moderno que anteriores que bebi, e estava bem mais pronto. Lembro de ter bebido da safra 2005, que era um pouco mais nervoso e precisou de um descanso em decanter para se mostrar. Além disso, tinha um toque cítrico mais evidente. Este Torre Muga 2011 tinha notas de ameixas, toffee, caixa de charuto e especiarias (canela e alcaçuz). Em boca era intenso e muito macio, sedoso, um soco com luva de veludo. A boa acidez lhe aportava frescor e os taninos eram sedosos. Como mencionei, é mais modernoso e abordável já de imediato. Vinhaço!
Outro vinhaço foi levado pelo Paulinho, o Rei dos Portugueses! E não é a primeira vez que ele oferece um deste, para a nossa alegria (clique aqui). Era um Incógnito 2009, da Cortes de Cima. Esse vinho, Syrahzão de primeira, fica cada dia melhor. Amoras, chocolate amargo, azeitonas pretas e especiarias. Fresco e mineral em boca. Os taninos, estão ficando cada vez mais amigáveis. Uma beleza!
E continuando nos portugueses, o Quinta dos Carvalhais Único 2009, levado pelo Paolão, era uma raridade. A Quinta é do grupo Sogrape, e o vinho, um Touriga Nacional 100%, como o próprio diz, é algo particular. Ao nariz é muito rico, com notas florais, de amoras e framboesas, em meio a especiarias, tabaco e leve mentolado. Em boca, muita elegância, acidez perfeita, taninos sedos e final longuíssimo. Destaca-se pela finesse e elegância. É um vinho de excessão, de grande complexidade e que deve ser bebido com tranquilidade. Top do Dão! E de Portugal. Valeu, Paolão!
O JP levou um ótimo Roquette e Cazes 2012, que também já pintou por aqui. E como disse em outras ocasiões, achei um dos melhores da linha. Tomara que levem ainda alguns deste para bebermos, pois está muito bom! Frutas silvestres maduras, chocolate e um fundinho abaunilhado. Uma delícia!
Eu levei um Quanta Terra Grande Reserva 2011. Este eu provei recentemente no Passeio Enogastronômico da Adega Alentejana, e gostei muito. Queria então beber mais tranquilo. O vinho é feito com Touriga Nacional (65%), Tinta Barroca (20%), Touriga Francesa (13%) e Sousão (2%), com maturação em barricas novas de carvalho francês por 12 meses. Ao nariz mostra notas florais, de amoras, framboesas, e uns toques de azeitona preta e cacau. Em boca mostra corpo e boa estrutura, frescor e taninos redondos. Elegante e cremoso em boca, melhorando com tempo em taça. Gostei muito! Belo vinho!
Passando para um francês, o Chateauneuf du Pape Chateau du Maucoil 2012. Eu não conhecia este CdP. Ele é feito majoritariamente com Grenache e porções parecidas de Syrah, Mourvédre e Cinsault. No começo estava fechadão, como era esperado para um CdP de apenas 4 anos de idade. No entanto, em pouco tempo foi se abrindo e mostrando notas de amoras, casca de ameixa, bolo de frutas e alcaçuz. Em boca era mineral, fresco e com tanino firmes, ainda por arredondar. Está muito bom agora, mas deve melhorar com algum tempo de adega.  
Ah, não acabou! Tem ainda o único sulamericano da noite. E não era qualquer um. O Thiaguinho chegou um pouco atrasado, mas trouxe um vinhão: Zeta 2008, de Zuccardi. Em 2008, o Zeta não levou a Tempranillo, encontrada em anos anteriores. É um corte de 73% Malbec e 27% Cabernet Sauvignon. As duas foram fermentadas em inox e maturaram separadamente por 14 meses em barricas novas de carvalho francês. Após a realização do blend, o vinho descansou ainda 20 meses em garrafa antes de ser liberado ao mercado. Ao nariz mostrava muita complexidade, com notas de ameixas em compota e amoras, em meio a chocolate amargo e toques de pimenta do reino (sem exageros). Em boca era denso, mas com acidez equilibrada. Os taninos eram sedosos e o final muito longo e achocolatado. Novamente, um ótimo Zeta! Perfeito agora, mas pode ser guardado sem problemas. 
Isso aí! Mais uma noite de primeira!



terça-feira, 13 de setembro de 2016

Monte do Pintor Reserva 2007: Tá na hora!

Meu cunhado Bu, de Jaú, ofertou este Monte do Pintor Reserva 2007 tempos atrás. O vinho, de excelente safra, é feito com Aragonez, Trincadeira e Cabernet Sauvignon, vinificadas e com estágio em barricas novas de carvalho francês. Ao nariz, mostrava notas bem evidentes de compota de ameixa, alcaçuz, tabaco e chocolate. Assim como ao nariz, em boca o vinho mostrava-se maduro, com acidez média/baixa e taninos já bem arredondados pelo tempo. É sedoso e o final longo e achocolatado. Apesar de bom, o vinho me pareceu um pouco maduro (para o meu paladar) e já mostra sinais de cansaço. Se tiver um desses, abra logo. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007, Gê de Emiliana 2005 e outros vinhões!

Reunião cabeluda da turma... Obviamente, tenho que começar pelo maioral da noite, que foi um Casa Ferreirinha Reserva Especial 2007, levado pelo confrade Rodrigo. Ele pegou pesado. E nós agradecemos...rs. Não sei por que na grande safra de 2007 não foi lançado o Barca-Velha (2008 sim). Mas lançaram a 16a Edição do Reserva Especial. Luis Sottomayor, o enólogo atualmente responsável pelo vinho, disse que, se por um lado estava triste por não anunciar um Barca-Velha, estava certo de ter lançado um dos melhores Reserva Especial de sempre. E tenho que concordar com ele. Que vinho! Um dos melhores que bebi este ano, sem dúvida alguma! Queria tomar uma garrafa dele sozinho, começando ao meio-dia e terminando sei lá quando. O vinho está uma maravilha! Aromas finíssimos, com notas de amoras, chocolate amargo, caixa de charuto, florais etc. Em boca, um monstro! Não pela concentração, como a maioria dos vinhos do novo mundo, mas pela finesse, frescor, mineralidade, elegância e tantas outras qualidades. O final de boca é interminável e a gente fica com a lembrança do danado na mente. Tá certo que o preço subiu absurdamente (principalmente aqui no Brasil), que está custando 4 vezes o que custava há não muito tempo atrás, etc, etc. Mas tenho que falar do vinho, que está um espetáculo!
O Tonzinho também caprichou, levando um Gê de Emiliana 2005. Vinho biodinâmico, feito sob a batuta de Álvaro Espinoza. Foi uma ótima surpresa este vinho. Não por que os Emiliana não são bons, mas por que a elegância do danado era de dar inveja a muitos vinhões por aí. É feito com Syrah, Cabernet Sauvignon , Merlot e Carmenére. Ao nariz, nada daqueles exageros de pimentão etc. Mostrava notas de figo e frutas em compota, em meio a chocolate, tostado e notas minerais (grafite). Em boca mostrava intensidade, mas elegância, frescor e sedosidade. O vinho tem ótima persistência e um final achocolatado e mineral. Vinhão! Não dá sinal dos tempos. Teria ainda bons anos de adega. Mas está ótimo para ser bebido agora. Ainda não havia bebido, e fiquei impressionado com a grande qualidade. 
Ao lado do Gê, na foto, um que levei e que já pintou aqui no blog: Quinta do Carmo 2012. Assim, nem vou gastar muitas linhas. Estava muito bom, com notas de kirsch, tabaco e balsâmicas. Vinho que sempre agrada! 
O Paolão também pegou pesado, levando um Pago de Carraovejas Crianza 2008. Ele já nos brindou algumas vezes com o 2007 e também este 2008. Que bom... Aliás, que ótimo! O vinho é excelente! Este 2008 estava muito elegante, sedoso, e com aquelas especiarias deliciosas típicas do vinho. O lado especiado é destaque neste vinho, e me agradam muito. Uma delícia!
O Caião levou um português com pedigree: Pó de Poeira 2010! O irmão "menor" do grande Poeira mostrou a qualidade da casa. E mantém uma característica muito bem-vinda do produtor: Frescor! O vinho mostra notas de ameixa e cereja ao nariz, em meio a notas minerais. Em boca, destaca-se pelo ótimo frescor e mineralidade, que fazem com que a gente sempre peça mais uma taça. Vinho complexo, agradável, alegre. Gostei muito. 

Ao lado do Pó de Poeira, na foto, um ótimo Salanques 2006, da Celler Mas Doix, do Priorato. Foi levado pelo Joãozinho. Este também já apreciamos e se o leitor quiser saber mais detalhes, clique aqui. Mas só para confirmar: Ótimo vinho! 
O Thiago levou um português de responsa: Quinta da Lagoalva de Cima Grande Escolha Alfrocheiro 2009. Vixe, que nomão! E o vinho é bão!
É um vinho especial da Quinta, só feito em anos considerados excepcionais. Passa 10-12 meses maturando em barricas novas e de primeiro ano de carvalhos francês. Ao nariz mostra fruta madura, , chocolate amargo, notas vegetais, tostadas e de tabaco. A madeira aparece, mas é bem integrada. Em boca, repete o nariz, mostra boa intensidade e final longo, especiado e levemente achocolatado. Um ótimo representante da casta.

E para finalizar, o vinho levado pelo JP: Chateau de Haute-Serre 2006. O vinho é um Malbec de Cahors, de George Vigouroux. Parece que não é 100% Malbec, e que tem umas pitadas de Merlot e Tannat. Geralmente os Malbecs de Cahors diferem dos argentinos por possuirem certa rusticidade, que eu aprecio. Isso quebra um pouco o famoso dulçor dos vinhos feitos com esta casta. Este Haute-Serre tem uma pitadinha desta rusticidade, embora não tão evidente. É um vinho equilibrado e tem um toque exótico interessante, tanto ao nariz quanto em boca. Ao nariz mostra notas de geléia de mirtilo e ameixas, em meio a chocolate amargo e especiarias. Em boca mostra notas especiadas e achocolatadas. Eu gostei dele! A turma torceu um pouco o nariz, talvez por aquele toque exótico... Mas acho que não foram justos com o danado.
Isso aí! Noite de reinado do Ferreirinha, mas com outros ótimos vinhos!



sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Alión 2006 lidera noite de belos vinhos, mas o Chateau Guiraud 2003 a fechou com chave de ouro!


Na última terça-feira recebemos o convite de nosso confrade Rodrigo para assistir o jogo do Brasil em sua casa. E a noite foi regada a belos vinhos, que acompanharam belas paletas de cabrito. Do jogo, vimos os gols, e foi só...rs. Descreverei os vinhos na sequência da foto. O primeiro, um LAN Reserva 2009, foi levado pelo Thiago. LAN é sempre certeza de agradar. Este tinha estilo mais moderno, cor mais escura e notas tostadas ao fundo da cereja preta e ameixa. Em boca, boa acidez e taninos redondos. Mais um bom LAN!
Do lado do LAN, um conterrâneo dele, mas de Ribera de Duero: Pingus Psi 2012. Obra de Peter Sisseck, o vinho é uma introdução, cara, aos ainda mais caros Pingus. Ele é feito com uvas de microparcelas e envelhece em barricas utilizadas para o Pingus e Flor de Pingus. Embora as barricas sejam usadas, a madeira aparece um pouco, mas muito bem integrada. Ao nariz mostra notas de ameixas pretas e cerejas, em meio a toques balsâmicos e alcaçuz. Em boca, repete o nariz, é mineral e mostra taninos sedosos. O final é levemente balsâmico e especiado. Foi o melhor da linha que eu bebi. Muito bom! Levado pelo Paulinho, que desta vez, não levou português.
E do lado direito do Psi, um vizinho seu de Ribera del Duero, Alión 2006, levado pelo Tonzinho. Com a assinatura de Vega Sicilia, o vinho roubou a cena e ocupou o primeiro lugar no podium da noite. Aromas complexos, de frutas em meio a muita especiaria, curry e alcaçuz, em um fundo terroso. Em boca, muita presença, acidez correta e taninos firmes. O final era muito longo e especiado. Uma beleza de vinho, estilo moderno, e representante fiel do produtor. Com 10 anos, está ainda um menino. Teria ainda muitos anos pela frente. Excelente Alión! 
À direita do Alión, dois portugueses. O primeiro, um Pôpa Vinhas Velhas 2007, levado pelo Joãozinho. O vinho, de produção pequena (apenas 3.000 garrafas) é duriense produzido unicamente com castas portuguesas, de vinhedos com mais de 60 anos, e tem a consultoria do grande Luis Pato. Não tem estágio longo em madeira, apenas 4 meses, o que faz com que a fruta tenha mais destaque. É vinho com ótimo frescor e com notas especiadas. Bebi pela segunda vez, e gostei! É vinho que pede comida e que fica no lado dos menos potentes. O melhor é bebê-lo sem a companhia de vinhos potentes.
O outro português, mas agora do Alentejo, foi o Monte do Pintor Reserva 2011. Este sou fã e desde que o experimentei em uma degustação da Adega Alentejana, fiquei curioso para bebê-lo mais calmamente. Me pareceu um pouquinho diferente de quando bebi da primeira vez. Na verdade, até me agradou mais. Seu destaque é a ótima acidez, que lhe aporta muito frescor. Desta vez, notei ainda mais um toque terroso bem interessante, em meio à fruta madura e chocolate amargo. Belo vinho, que deve evoluir muito bem. De novo, gostei muito!
O último tinto na foto foi levado pelo JP: Pulenta XI Cabernet Franc 2011. O Joãozinho havia levado um deste cerca de 3 meses atrás. E ele repetiu as sensações da outra vez: Nariz muito picante (pimenta do reino e pimentão), passando por cima das notas de amoras, azeitonas e chocolate amargo. Em boca, o pimentão ainda reinava, e estava lá o toque doce que notei da outra vez. Muito concentrado. Como eu mencionei na outra postagem, já gostei mais deste vinho. Este exemplar, não agradou. Será que alguns bons anos lhe amaciarão? Não sei... Eu prefiro ficar com outros Cabernet Franc que têm sido produzidos na Argentina, como o Numina e o Rutini.
Bem, e para finalizar a belíssima noite proporcionada pelo amigo
Rodrigo, ele me chega com uma garrafa de um grande Chateau Guiraud 2003! Uau! Este nem precisaria comentar muito. É um excelente Sauternes que faz muito sucesso, e que não deve ficar fora da mala de quem viaja. Cor dourada, belíssima, brilhante... Aromas de damasco seco, gengibre, mel e especiarias. Em boca, acidez equilibrando o dulçor e final interminável. Que beleza de vinho! Como mencionado na Wine Spectator, que lhe tascou 95 pontos (aliás, os Guiraud são colecionadores de grandes notas), uma explosão de Botrytis! Clama por queijo azul ou foie gras. E como não poderia deixar de ser, dividiu o podium com o Alión.
Grande noite, amigo Rodrigo! Grazie mile!
Cabrito by Barone e finalização da família anfitriã