Zap-zap rápido sugerindo levar Brunellos e a turma acatou de imediato. O tempo era curto e só o Joãozinho conseguiu abrir com um pouco de antecedência para respirar. Os outros, foram abertos mesmo na hora e respiraram no restaurante mesmo. Mas é legal para acompanhar a evolução dos danados.
O primeiro da foto (e para mim, também o primeiro da noite) foi o Brunello di Montalcino Fontebuia Riserva 1997. Bem, beber um Brunello de 1997 não é todo dia... E este da vinícola Nistri, que produz vinho desde 1865, estava uma beleza! Brunello no estilo tradicional, mais austero, do jeito que eu gosto. A fruta estava lá, mas não era aquela explosão vista em Brunellos de estilo mais modernos. Tinha aromas ricos de cereja seca, ameixa, couro, tabaco, chá preto e terrosos. Muito rico! Em boca era amplo, mineral, acidez perfeita, com taninos firmes e final especiado e muito persistente. Paladar mais seco. A madeira está muito bem integrada e dava um charme especial ao conjunto. Um ótimo Brunello, que parece não ser mais produzido em sua versão Riserva. Paulada do Paulinho!
O segundo foi levado por este que vos escreve, e me foi regalado pelo confrade Joãozinho na ocasião de meu último aniversário. Resolvi então compartilhá-lo com meus grandes amigos. Era um Brunello di Montalcino Argiano 2007. Novo ainda, diferia do anterior por seu perfil mais moderno, já podendo ser apreciado. Mostrava notas de cereja preta, cedro, tabaco, alcaçuz e um tostado na medida. Em boca mostrava-se amplo e incrivelmente sedoso para um Brunello de 8 anos. O final era longo e levemente tostado. É o danado do perfil moderno. Mas estava uma delícia e agradou a todos. Os anos lhe farão muito bem. Como eu gosto de Brunellos mais antigos e mais tradicionais, preferi o Fontebuia, mas este estava excelente também.
O terceiro vinho da foto foi levado pelo confrade Joãozinho, e era um Brunello di Montalcino San Polo 2006. Este também tem um perfil moderno mas fica entre o Argiano e o Fontebuia. A fruta aparece com uma cereja madura em meio a muita especiaria, toques cítricos e madeira. Mas ele não tem aquele tostado do Argiano e tampouco a austeridade do Fontebuia. Em boca mostrava-se vibrante e com ótima acidez, com taninos firmes e final especiado. Um belo Brunello.
O último da foto (e para mim também o que menos impressionou), foi um Brunello di Montalcino La Poderina 2006. Eu o bebi logo ao ser aberto, depois de beber o Fontebuia, só para notar a diferença de estilos. É gritante! O La Poderina é um vinho no estilo fruta madura e exuberante (cereja e framboesa), e em boca mostrava taninos "fracos" para um Brunello. É muito leve, lembrando até um bom Rosso. Mas com o tempo foi melhorando bastante e ao final mostrava toques mentolados e mais complexidade em boca. Um bom Brunello, mas que ficou na rabeira dos 3 anteriores.
Isso aí! Nada como uma Brunellada para aquecer uma noite fria!