quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Catherine e Pierre Breton Clos Senechal 2008: Ótimo!

Catherine e Pierre Breton Clos Senechal 2008: Cabernet Franc de primeira! Como gosto desta uva! E como aprecio os vinhos dessa vinícola. Vinhos puros, sem exageros, aromas vivos de amoras, cacau, azeitona preta, cravo e pimenta-do-reino. Em boca, frescor e mineralidade que só um Cabernet Franc do Vale do Loire oferece. Tudo muito acertado. Ótimo vinho, sempre!





segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Zorzal Field Blend 2011, Quinta da Romaneira 2004, Castell de Falset 2004 e Quinta da Falorca 2008

Zorzal Field Blend 2011: Como o próprio nome diz, é feito com uvas de videiras plantadas juntas em Gualtallary, colhidas no mesmo dia e cofermentadas. Cerca de 55% Malbec e 45% Cabernet Sauvignon, com envelhecimento de 22 meses em barricas de carvalho de segundo uso (70% francesas e 30% americanas). Aromas de framboesas e ameixas, em meio a leve baunilha e  notas apimentadas. Ótimo volume em boca, boa acidez e taninos redondos. Muito bom vinho dos irmãos Michellini. Obs.: No 2012 a proporção de Cabernet Sauvignon aumentou.

Quinta da Romaneira 2004: O Paulinho nos brindou com este vinho, que mesmo com mais de 10 anos, mostra força. Notas de frutas silvestres, cacau e minerais. Em boca mostra grande presença, boa acidez e taninos finos. Final longo, mineral, e com notas de cacau. Um ótimo vinho, pouco badalado, mas que figura entre os grande do Douro. Os Romaneira envelhecem muito bem, têm ótima qualidade e brigam fácil com vinhos bem mais caros.


Castell de Falset 2004: Não me canso deste vinho! Sempre que pinta em promoções da World Wine o coloco na cesta. Este 2004 está ainda melhor, pela bela safra. Fruta madura, toques licorosos, café e alcaçuz. Muito redondo e macio em boca, com final longo e frutado. Gosto muito!

Quinta da Falorca Tinto 2008: Já pintou por aqui e dispensa comentários. Com 10 anos e ainda bonzão. É a qualidade e longevidade do Dão!






sexta-feira, 19 de outubro de 2018

No Niver do Thiagão, só tinha vinho bão: Flor de Pingus, Alion, La Rioja Alta 904, Chateau Musar, Brunelão, Prelúdio, Callabriga e Barolão!


O aniversão do Thiagão contou com vinhos de primeira linha! Descreverei da esquerda para a direita, na foto.
O primeiro é o uruguaio Familia Deicas Preludio 2009. Um blend feito com seleção das melhores barricas da vinícola. Denso, com aromas de fruta madura, amoras e ameixa em calda, escoltadas por chocolate, tostado e alcaçuz. Denso e muito redondo em boca, com final longo e tostado. Vinhão, que está entrando em sua melhor fase graças aos anos de adega. Levado pelo Paulinho.
O Alion 2007 dispensa comentários. Estava delicioso e bem pronto. Eu acho que já atingiu o seu topo e penso que não deve evoluir mais. Cereja preta, toffe, café e especiarias. Com o tempo, um mentolado gostoso. Em boca, repete o nariz e mostra grande estrutura. Carimbo da Vega Sicilia! Muito bom! Levado pelo JP. 
Seguindo, um Brunello di Montalcino Pian delle Vigne 2012, de Antinori. Muito melhor que anteriores que bebi dele! Muita riqueza aromática, com notas de cereja, framboesa, tabaco e notas minerais. Em boca, bela acidez e taninos firmes. O final é muito longo e mineral. Uma beleza de Brunello, que deve seguir evoluindo por muito anos. Levado pelo Joãozinho.
Do lado dele, um monstro chamado La Rioja Alta Gran Reserva 904 2007. Esse já pintou por aqui e dispensa qualquer tipo de comentário. Não lembro quem levou... Mas por exclusão, deve ter sido o Rodrigo. Parabéns então!
O aniversariante levou um belo Flor de Pingus 2013. Esse também tem pedigree. Novinho, cheio de vida e doido para ficar mais uns bons anos na adega. Mas dançou! Saca-rolhas nele! Um Ribera del Duero de primeira, com aromas de amoras, especiarias, defumado e minerais. Em boca, intenso, mas com ótimo frescor e mineralidade. Taninos firmes e em camadas. Nervoso! Vai premiar quem tiver paciência. Este, agradou demais! Vinhaço!
Eu levei um Barolo Luigi Einaudi Terlo 2006, que já pintou aqui no blog. E quatro anos depois, o vinho está uma beleza! Notas florais, framboesa, minerais e de funghi secchi. Muito macio e com taninos ainda bem vivões e que dão estrutura ao vinho. Barolo delicioso, devidamente agraciado com o benefício do tempo.
O Paolão levou um vinho Libanês, de grande qualidade: Chateau Musar 2009! Um grande vinho feito com Cabernet Sauvignon, Carignan e Cinsault, em proporções iguais. Aromas incríveis de amoras, cacau, muitas especiarias e ervas frescas, azeitona preta e notas minerais. Em boca, também riquíssimo, mais seco, com ótima acidez, taninos finos, abundantes, e boa mineralidade. Nota mentolada bem legal. Final longo e especiado. Uma delícia de vinho, para paladares velho mundo. Teria anos e anos pela frente. Gostei demais!
E para finalizar, o vinho levado pelo Caião: Callabriga Douro 2014. Belo vinho das Casas Ferreirinha. Parece que nesse ano foi feito majoritariamente com Touriga Franca, cortada com Touriga Nacional e Tinta Roriz. Bem apreciável para um 2014! Pode beber agora, sem problemas! Aromas de kirsch, amoras, caixa de charutos e alcaçuz. Em boca, boa fruta, acidez correta e taninos finos. Muito bom vinho!
That's all!






quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Benanti Passito di Pantelleria Coste di mueggen 2004: Para fechar um jantar com muita classe!

Benanti Passito di Pantelleria Coste di mueggen 2004: Vinho de sobremesa Siciliano, feito com a Muscat di Alexandria. Cor mais escura, quase âmbar e notas de frutas secas,  doce de laranja-da-terra e tabaco. Aromas muito atraentes. Em boca é intenso, com acidez equilibrando o dulçor e final longo e com toques de frutas secas e tabaco. Vinho delicioso, que pode ser bebido sozinho, ou acompanhando um Saint Agür. Um Cheesecake de damasco seria bom par também. Sempre digo que um bom vinho de sobremesa mascara a maioria daqueles servidos durante a refeição, deixando uma ótima impressão. Esse é um deles!




terça-feira, 16 de outubro de 2018

Na cozinha do Tonzinho: La Rioja Alta 2001, Gran Enemigo, Montchenot, Prado Enea etc

Postagem atrasada... De novo! Mas aos poucos, vou colocando tudo em dia. Esta foi na cozinha do Tonzinho, com muita carne boa, como sempre. 

La Rioja Alta Gran Reserva 904: Já pintou no blog (clique aqui), mas sempre bom elogiar, pois é um vinho que nunca passa em branco. Grande vinho! E da safra que adoro na Espanha.

Montchenot Gran Reserva 2003: Grande vinho das Bodegas Lopez. Adoro este vinho. Acho que foi levado pelo JP. Corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Malbec, com maturação por 10 anos em grandes tonéis de 5.000/20.000 litros. Tem cor mais clara, rubi brilhante, e aromas muito finos de cassis e framboesa, em meio a leve couro e tabaco. Em boca mostrou ótimo frescor e taninos devidamente amaciados pelo tempo e maturação feita com esmero. Vinho sem exageros, que não enjoa e pede sempre uma taça a mais. Um belo vinho, sempre!

Olha que turma boa: O primeiro da foto é um Gran Enemigo 2009, das Bodegas Aleanna, de Alejandro Vigil e Adrianna Catena. Vinhão feito com Cabernet Franc majoritária (75%) e completado com Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Malbec. Vinho concentrado na cor e no sabor! Aromas de amoras maduras, cacau, azeitona preta e pimenta-do-reino. Intenso em boca, com taninos vigorosos e final longo. Cabernet Franc à moda Bordeaux, com mais peso.  Um vinhão! Também na foto um Prado Enea Gran Reserva 2004, das Bodegas Muga. Este é impossível não agradar. Aromas de cereja preta, tostado gostoso e toque cítrico. Em boca, repete o nariz e tem final longo e prazeiroso. Uma delícia de vinho, que já pintou por aqui, e que espero pinte outras vezes. O último na foto é outro vinhaço: Quinta do Vale D. Maria 2010, do craque Cristiano Van Zeller. Este também já apareceu aqui no blog e dispensa comentários. Vinhão!

E nesta foto ainda dá para ver 3 vinhos ainda não descritos. O primeiro é o espanhol Vizar Selección Especial 2008, das Bodegas Vizar, levado por este que vos escreve. Comprei ele na Wine, e tinha bom preço. Vinha com a fama de que seu irmão, o Syrah El Redondal, era o vinho preferido do Rei da Espanha (não era o Imperial Gran Reserva?). Mas o Syrah é realmente bom (clique aqui). Mas este Vizar Selección Especial 2008 é um corte de 50% Tempranillo e 50% Syrah, com maturação por 14 meses em barricas. É um vinho diferente, com a fruta silvestre envolta em um fundo mineral e com notas de cacau e couro. Em boca mostrou boa acidez e mineralidade, com taninos vivos e um toque de ervas frescas interessante. O final é longo e com notas de alcaçuz. Eu gostei bastante dele, pois tinha bom nervo e saía do trivial.
Ainda na foto um Bila-Haut Occultum Lapidem 2012, levado por não sei quem. Mas esse alguém, acertou, pois este vinho é sempre bem-vindo! Obra de M. Chapoutier, com a Syrah majoritária, é um dos melhores representantes do Languedoc-Roussillon. Só metade do vinho matura em madeira, que não deixa marcas. Vinho com fruta viva, grande frescor e mineralidade. É daqueles que  evaporam logo da taça, e que vai bem sozinho ou acompanhando comida.
E para finalizar, um Chateau La Croix de Marbuzet 2007, um Bordeaux de Saint-Estephe. O vinho é uma mescla de Merlot (majoritária) e Cabernet Sauvignon. Boa fruta, notas de alcaçuz e couro. Em boca, repetia o nariz e mostrava bons taninos. Bom, mas não empolgou. 








segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Morgado de Santa Catherina Reserva 2013

Morgado de Santa Catherina Reserva 2013: Vinho branco Português da região de Bucelas, feito pela Quinta da Romeira. Um Arinto 100% com passagem por 10 meses em madeira. Há tempos queria beber este vinho, que sempre é elogiado, pela qualidade a baixo preço. A cor é forte, amarelo dourado, como mostra a foto. Ao nariz é bem aromático e mostra notas de frutas cítricas, abacaxi, pontinha de maracujá, baunilha e minerais. Em boca, acidez vibrante, cítrica, com toque amadeirado e final mineral. É um bom vinho, que entrega boa qualidade pelo seu preço. Não é daqueles para bebericar e sim, para escoltar comida. Acompanharia muito bem uma bacalhoada ou pratos com peixes mais gordurosos. Eu peguei um queijo da Canastra um pouquinho mais curado para escoltá-lo, e deu certo. Como crítica, achei a madeira um pouco saliente para o meu gosto. Mas tem gente que aprecia assim. Particularmente, se tivesse que comprar novamente, pegaria seus irmãos Prova Régia, que são mais delicados neste sentido. É vendido pela Wine, que atualmente está sem estoque da última safra que vendiam (2015). 







domingo, 14 de outubro de 2018

Noite com surpresa no final: Tonzinho pegou pesado!

Essa reunião da turma também foi há algum tempo. E trata-se de mais uma noite no Restaurante Cabanha, com predominância de vinhos argentinos (para combinar com as carnes do local). Mas teve dois "intrusos" italianos na parada.
Promis Ca'Marcanda 2010: Obra de Angelo Gaja, com Merlot majoritária, cortada com Syrah e Sangiovese. Sempre um bom vinho. Esperava mais deste 2010, pela safra, mas estava muito bom. Aromas de cereja preta e amora, em meio a toques de chocolate e apimentados. Bom frescor em boca, sedosidade e taninos redondos. Apesar do corte e jeitão internacional, ainda mantém a identidade italiana, principalmente pela acidez. Difícil não agradar. Só o preço, que é meio salgado... Levado pelo Caião.


Bressia Profundo 2007: Argentino feito com Malbec (50%) e o restante Cabernet Sauvignon (30%), Syrah (10%) e Merlot. Aromas de figo, framboesa, baunilha e canela. Em boca, intenso e sedoso, com final longo e frutado. Bom e saboroso blend argentino. Não me lembro quem levou. O Tonzinho já nos brindou com um desses anos atrás (clique aqui). 


Zorzal Terroir Único Malbec 2011: Levado por este que vos escreve. Malbec que não passa por madeira. Aromas de frutas silvestres e minerais, que se repetem em boca, em um vinho fresco, mineral e nem um pouco enjoativo. Na mão contrária dos Malbecs pesadões. Gostei!

Almanegra: Não sei que ano, nem o corte, nem quem levou... O fato: Não sou fã desse vinho, que acho doce.

Tikal Natural Malbec 2011: Vinho orgânico de Ernesto Catena, mesmo produtor do Almanegra. Apesar de ser menos doce que o Almanegra, ainda traz esta característica. Fruta muito viva e especiarias. Saboroso em boca, mas com o dulçor que eu, particularmente, não sou muito fã.

Pulenta X Gran Malbec 2009: Levado pelo JP. Um Malbec clássico, mas muitíssimo bem feito. Aromas de framboesa, cereja preta, baunilha e madeira bem dosada. Em boca, muito sedoso, mas com boa acidez equilibrando o dulçor da casta. Vinho intenso e com final muito longo. A madeira aparece, mas está bem integrada. Perfeito para um bife de chorizo!
E eis que chega o Tonzinho com com um vinho embrulhado, com uma baita interrogação. A dúvida era grande. De vez em quando o Tonzinho costuma pregar umas peças na gente. Mas desta vez...



Flaccianello Della Pieve 2006! Um vinho top, que arrebatou 99 pontos da Wine Spectator! Já pintou por aqui. Assim, não preciso escrever muito sobre ele, que é um vinho grandioso! Aromas de cereja preta, tostados, baunilha, especiarias e café. Em boca, um monstro: intenso, sedoso, taninos em camadas e final interminável. Uma crítica? Tinha que ter respirado mais, sem dúvida! Merecia decanter.






sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Rapidinho: Cono Sur Reserva Especial Syrah 2012, Altos las Hormigas Reserva 2007 e Tormentas PN Piratini 2013

Rapidinho: 

Cono Sur Reserva Especial Syrah 2012: Amora madura, café, chocolate, baunilha e pimenta-do-reino. Syrah novomundista. Mas justo pelo preço, que não é alto.
Tormentas Garagem Pinot Noir Piratini 2013: Destaque em questão de Pinot Noir brasileiro. Ponto fora da curva. Bom também este Piratini 2013, mas confesso que ainda prefiro os mais antigos.



Altos Las Hormigas Reserva 2007: Esse não decepciona. Foi um dos responsáveis pela visibilidade da Malbec argentina. Sempre bem feito, sem exageros e com boa capacidade de envelhecimento. 





quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Paulo Laureano Selectio Tinta Grossa 2009, Sophenia Roberto L 2009, Achaval Ferrer Malbec 2011, El Enemigo Bonarda 2009 e Goulart Petit Grand Vin 2009

Outra noite no Cabanha, regada a vinho bão e muita carne. Destaque total para o vinho abaixo.
Paulo Laureano Selectio Tinta Grossa 2009: Pouco mais de 5000 garrafas produzidas, pelo craque Paulo Laureano. Vinho com aromas de frutas silvestres, mirtilo, ervas frescas, azeitona e minerais. Em boca, ótimo frescort, aninos firmes e em camadas. Final longo e mineral. Vinho no estilo que eu gosto, até com uma pequena rusticidade que lhe tira da normalidade. Eu gostei demais. O melhor da noite, fácil. Levado pelo Rei dos Portugueses, Paulinho!


Sophenia Roberto L 2009: Levado pelo JP. Roberto Luka (Roberto L) foi, em 1997, um dos primeiros a plantar Malbec em altitudes no Tupungato. O vinho é um blend, com Malbec majoritária. Ameixa em calda forte, baunilha e bastante tostado. Muito concentrado. Para os fãs do estilo.

Achaval Ferrer Malbec 2011: Levado pelo Thiagão. Muita fruta! Framboesa e cereja, bem vivas em fundo abaunilhado. Agradável, apesar do toque doce característico. 

El Enemigo Bonarda 2009: Levado pelo Tonzinho. Mirtilo, cacau e toques florais. Concentrado, mas com boa acidez e mineralidade. Um novo conceito e patamar para a Bonarda. 

Goulart Petit Grand Vin 2009: Levado por este que vos escreve. Malbec típico, frutado e com notas amadeiradas. Bem feito, agradável e sem exageros. Bom com a carne, claro. 

A turma reunida...






terça-feira, 9 de outubro de 2018

Carpineto Nobile di Montepulciano Riserva 2013: Ainda novo, mas muito bom!

A Carpineto foi fundada em 1967 e produz uma grande gama de vinhos, exportando para mais de 70 países ao redor do mundo. Seus vinhos são importados e comercializados pela Wine, e possuem, além de ótima qualidade, bom preço. Já bebi algumas vezes o Nobile Riserva, que aprecio muito. Aliás, o Nobile sempre arrebata altas notas, principalmente, da Wine Spectator, que parece gostar dos vinhos do produtor. Este Carpineto Nobile di Montepulciano Riserva 2013, por exemplo, faturou 95 pontos da revista. Ele é feito com 70% Prugnolo Gentile (como a Sangiovese é chamada na DOCG) e 30% de Canaiolo e outras variedades permitidas. O envelhecimento é feito por 24 meses em grandes barris ovais de carvalho da Eslavônia (não Esloveno!) de 5.500 litros, e uma pequena parte em barricas de carvalho francês. O vinho permanece ainda um ano em garrafa antes de sair ao mercado. Diferentemente do 2008, que bebi tempos atrás e está no ponto, este 2013 ainda está novo (para o meu gosto). Ao nariz mostra notas claras de cereja preta, leve couro, amadeiradas, baunilha, tostados e especiarias doces. Em boca, a baunilha e tostado ainda sobressaem (também para o meu gosto - Tem gente que aprecia assim), mas o vinho mostra ótima acidez e ótimos taninos. O final é longo e tem leve tabaco e notas minerais. Vinho muito complexo e com grande potencial para adega. No dia seguinte estava melhor, para o meu paladar, o que corrobora seu potencial de envelhecimento. Perfeito para uma boa carne assada ou massa com molho vermelho. Vai premiar quem tiver paciência e segurar na adega por uns anos. Eu guardarei as outras garrafas por um bom tempo (ou se não resistir, deixarei decantando um bom tempo). Quem comprou, a um ótimo preço, pode ficar feliz que fez um bom negócio.





Dois Chilenões 2010: Enclave e Pangea

Nem posso dizer que é uma briga boa entre dois chilenos, pois ficaria estranho, por se tratar de vinhos da mesma vinícola (Ventisquero), que os coloca na lista de seus grandes vinhos [que tem ainda o Vértice (Carmenére/Syrah), Herú (Pinot Noir) e Tara (Chardonnay)]. Ambos são obras da parceria do enólogo chileno Felipe Tosso e o australiano John Duval. O Enclave 2010, embora seja citado como Cabernet Sauvignon apenas, tem pitadas de Petit Verdot, Carmenére e Cabernet Franc, que agregam complexidade ao vinho.  Matura por 18 meses em barricas 50% novas. É um vinho rico ao nariz, com notas de cassis, cerejas, pimentas, mentolado e toques minerais. Em boca é bastante fresco e com bom nervo, mostrando taninos firmes. O final é longo e terroso. Vinho para bons anos de adega. Realmente grande! 
E o seu irmão, também top da vinícola, é o Pangea Syrah 2010. Aqui o nome celebra a parceria chileno-australiana. Apropriado, principalmente considerando a casta utilizada, que é vedete na Austrália. Este ficou 22 meses em barricas (50% novas) e mais 18 meses descansando em garrafa antes de sair ao mercado. O engarrafamento é feito sem filtragem ou clarificação. O vinho tem cor densa, escura, instransponível, e aromas de mirtilo e amoras, em meio a chocolate amargo, pimenta-do-reino e notas minerais. Em boca, apesar da densidade, não é daqueles Syrazões quentes, alcoólicos. Possui bom frescor e mineralidade, além de taninos firmes e final longo e mineral. Precisa de decantação, pois ao ser aberto se mostra nervoso. É vinho para longa guarda e que pede uma boa carne gordurosa assada. Muito bom também! Ótima dupla! O problema de ambos é o preço, um pouco salgado.






segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Escorihuela Gascon Malbec 2015

Escorihuela Gascon Malbec Biodinâmico 2015: Vinho biodinâmico, sem passagem pela madeira, e que ganhou notas altas da crítica (veja os 94 pontos de Tim Atkins). O produtor é um dos mais antigos da Argentina (mais de 130 anos - fundada em 1884).  Cor rubi, bonita, aromas florais e de fruta madura, como ameixa e framboesa, em meio a notas de especiarias doces. Em boca, boa acidez, que lhe aporta bom frescor, e taninos finos. Eu esperava ainda menos dulçor, mas ele é um pouco menor que os tradicionais Malbecs. Bom para acompanhar comida, desde o tradicional churrasco, até massas com molho vermelho. Só o preço que acho meio salgado.



Confraria: Hamilton Russell Chardonnay 2013, Crasto Vinhas Velhas 2009, Felsina Chianti Clássico Berardenga 2008 e Quelen 2010

Reunião da confraria, ocorrida há algum tempo:

Hamilton Russel Chardonnay 2013: Sulafricano sempre muito bem avaliado (este teve 93 pontos WS), caro e novo mundo típico. Levado pelo Paolão. Cor amarelo dourado, forte, brilhante, e aromas de abacaxi, mamão, mel e minerais. Em boca é intenso, com boa acidez e final cítrico. Bem feito, mas para fãs do estilo.

Crasto Vinhas Velhas 2009: Querido da turma! Levado pelo JP. Sempre certeza de fazer bonito. Este já deu as caras por aqui, e dispensa comentários. 
Felsina Chianti Clássico Berardenga 2008: Produtor de primeira linha e vinho que o justifica. Sangiovese 100%. Aromas de cereja e pitanga, em meio a notas de couro e casca de laranja. Em boca é cítrico, com ótima acidez e corpo médio.Os taninos são vivos e o final cítrico.  Não é um vinho fácil. Pede comida. Eu gostei bastante. 

Quelen 2010: Vinho top da vinícola chilena Perez Cruz. Feito com Petit Verdot, Carmenére e Malbec, quase que nas mesmas proporções. Eu já bebi o 2008 e o 2009 (no qual senti muita goiaba). Este 2010 foi o melhor dos 3. Tinha aromas de cassis, goiaba (mas sem exagero), alcaçuz e pimenta-do-reino. Em boca, repetia o nariz e mostrava boa acidez e taninos redondos. É um vinho que envelhece bem e ganha elegância com o tempo. Mudei um pouco minha opinião sobre ele.












sábado, 6 de outubro de 2018

Champagne Billecart-Salmon Brut Rose: Delícia!

Champagne Billecart-Salmon Rose Brut: Cor bonita, perlage fina, aromas de morango, levedura, notas amendoadas e leve tostado. Uma delícia em boca, seco, com ótimo frescor e toques cítricos de toranja. Para boas celebrações, solo ou acompanhando um bom salmão defumado (para combinar também com o nome). Delicioso! Champagne de primeira linha. Sem muito mais a dizer.




sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Niver do Paulinho: Vertical de Viña Alberdi Reserva!



Aniversário do Paul, que nos brindou com vários vinhos, incluindo uma vertical de Viña Alberdi, da La Rioja Alta. 

A noite começou com um branco: Roquevale Reserva branco 2011, feito com Fernão Pires, Roupeiro e Arinto. O pessoal gostou, mas eu tive minhas reservas. Não é vinho para beber sozinho, e sim, com uma posta de bacalhau. Notas amadeiradas, baunilha e abacaxi. Senti falta de frescor em boca.
Depois, fomos para os tintos, com um Pesquera Crianza 2013, de Ribera del Duero, abrindo a fila. Pesquera sem exagero de baunilha (que às vezes pinta nos vinhos jovens do produtor), cereja, toques terrosos e de ervas frescas. Diferente de alguns anteriores. Muito bom! No nível dos Alberdi que se seguiram. O poder da safra ficou claro na vertical, tendo se destacado os vinhos das reconhecidamente, melhores.

Viña Alberdi Reserva 2005: Tranquilo o melhor da noite. A safra de 2005 foi grande, e refletiu no vinho. Vinho com aromas de cereja, caixa de charuto, madeira velha. Bela estrutura e frescor em boca, com final de tabaco e leve couro. Muito bom! 

Viña Alberdi Reserva 2006: O mais fraco da noite. Aqui também a safra se manifestou. Sem o frescor dos outros. Mais ralo e mais maduro, com notas terrosas ao fundo. Foi geral a constatação.

Viña Alberdi Reserva 2007: Na fruta, lembra o 2005, mas tem menos estrutura em boca. Mas tem bom frescor, acidez cítrica e final condimentado. Abaixo do 2005, mas muito bom também!

Viña Alberdi Reserva 2008: Diferente de todos seus irmãos. Boa fruta (cereja), madura, toques animais (couro). Sedoso em boca, com taninos bem redondos. Menos cítrico que seus irmãos de 2005 e 2007. Mas gostoso também!

Viña Alberdi Reserva 2011: O segundo melhor da noite, na minha opinião. Safra boa! Vinho com bela fruta, cereja e pitanga, notas florais e cítricas, com um fundinho mentolado muito gostoso. Belo frescor e taninos em boca. Ainda com muita força para evoluir. Muito bom!

Para mim, a sequência, decrescente, foi: 2005, 2011, 2007 e 2008 empatados e 2006 na rabeira (mas não que não estivesse bom...rs).

E para finalizar a noite, dois Sauternes (muito gelados, a meu ver - Esqueceram no freezer!). O primeiro foi um selecionado para o restaurante La Tour D'Argent, de Paris. Vinho cremoso, com bom Botrytis, notas de damasco e gengibre. Bem gostoso. Foi muito bem com queijo azul.
O segundo foi um Sauternes Schroder e Schyler 2009. Faltou força nele. Aromas de abacaxi e poucas notas de Botrytis. Em boca, menos doce que o primeiro, mas também, com menos intensidade. Faltou peso...

Noite muito boa, Paul! Gracias e felicidades!



Morgon Marcel Lapierre 2011: Uma delícia!

Morgon Marcel Lapierre 2011: Isso é Beaujolais! Não aquelas coisas que tentam socar anualmente na gente e que, após encalharem e envelhecerem nas prateleiras, dão um descontinho de 10% para quem compra 6 garrafas...rs. Um Cru de Beaujolais é outra coisa. E este Morgon de Marcel Lapierre, provindo de uvas cultivadas organicamente, é uma beleza! Vinho longevo, de grande estrutura, com aromas florais e de frutas como cerejas e framboesas, em meio a notas minerais, terra molhada, e especiarias. Em boca, o frescor e estrutura característicos. Delicioso! Pede sempre uma taça a mais. Com ou sem comida.




quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Saudades de meu amigo Pepe

Esta foto é um pouco antiga. Acho que tem uns 4-5 anos. Foi a penúltima visita que recebi de meu amigo Pepe (último da direita, ao lado de outro grande amigo, o Wilton José). O Pepone, como eu o chamava, era um Uruguayo típico: Intenso e com muita raça. É, os uruguaios não são raçudos só no futebol. Imprimem intensidade em tudo que fazem. Era assim meu amigo Pepone. Quando entrei no laboratório do meu querido orientador Dorry, ele estava iniciando o mestrado e se dispôs a me ensinar o que sabia da Bioquímica e Biologia Molecular. Aprendi muito com ele, que confiava muito em mim e me dava muita liberdade, o que ajudou demais no meu crescimento científico. Nosso laboratório era intenso, sem frescura e muito alegre. Ríamos todo o tempo. E o Pepone sabia rir! Sua risada era engraçada e muito sincera. Ficamos muito amigos. Até que um dia ele concluiu o mestrado e foi com a esposa para a Califórnia, fazer seu doutorado em Stanford. Lembro quando fui visitá-lo e passamos bons momentos juntos lá. E quase todo ano ele vinha ao Brasil e não deixava de vir à minha casa em São Carlos. Mesmo que tivesse um monte de compromissos, alugava um carro e vinha para comermos um churrasco e bebermos vinho. Nem preciso dizer que ele sabia fazer e comer um churrasco com ninguém, né? Nesta foto estávamos bebendo um vinhão argentino: Finca La Celia Supremo 2002. Vinho concentrado, corte com Malbec, Cabernet Sauvignon e outras uvas, se não me engano. Pepone gostou muito. Na última vez que me visitou, há pouco mais de 3 anos, estava um pouco triste, mas não deixou de participar de meu aniversário. Programou tudo para estar aqui no dia. Que grande homenagem recebi! Não esqueço e nem esquecerei aquele dia. Mas infelizmente, pouco depois de um mês, recebi a notícia de sua partida... Até hoje não acredito. Difícil acreditar. Aliás, prefiro não acreditar, e pensar que ele vai me chamar no Skype e dizer que mês que vem estará no Brasil e virá a São Carlos para um churrasco...





Montirius Les Violletes 2007: Simples, mas com nervo!

Montirius Les Violletes 2007: Syrah do Sul do Rhone. Parece que não passa por madeira. Biodinâmico. Abri com desconfiança, pela idade. Comprei este vinho no Empório Basílico, de Araraquara, quando era naquel rua bonita, arborizada, no centro da cidade. Faz tempo, portanto. Logo que abri enviei a foto para a Confraria, e o JP perguntou: "Suco de uva"? Bem, a resposta era óbvia: "fermentado de..." rsrs. E bem fermentado. Mas sem muita extração. Fruta boa, amora e framboesa, em meio a couro, toques condimentados e notas vegetais, talvez do engaço. Seco e mineral em boca. Taninos ainda com bom nervo. Gostei muito. Simples e com certa rusticidade. Muita gente não gostaria. Vinho que pede comida e é barato lá fora. Ah, a foto ficou de acordo, não?





segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Indie Xisto 2015, J.Alberto 2016, Pio Cesare Il Nebbio 2016, Lindaflor Chardonnay 2015 e Montes Outer Limits Sauvignon Blanc 2011

Indie Xisto 2015: Vinho feito por Luis Seabra, ex-Nierpoort. Estava curioso para bebê-lo e o Thiagão matou a curiosidade. Feito com Tinta Roriz, Touriga Franca e Tinta Amarela, de videiras com mais de 70 anos de idade. Vinte e dois meses de barrica, mas sem marcas. Aromas de amoras, florais e minerais. Em boca, acidez vibrante e ainda bastante tânico. Belo vinho, com ótima estrutura, mas que precisa de algum tempo para se acalmar. Guardarei minha garrafa. É importado pela Clarets. Seu irmão branco, Xisto Cru 2013, que é excelente, já pintou aqui no blog.

J.Alberto 2016, das Bodegas Noemia, da Patagônia Argentina. Gosto muito! A pitada de Merlot dá um toque todo especial. Não é Malbec doção, enjoativo. Ao nariz mostra notas de cereja preta, framboesa, alcaçuz e tostado. Em boca tem boa acidez e belos taninos. Belo vinho levado pelo JP.

A turma toda junta. À direita do J.Alberto o Pio Cesare Il Nebbio 2016. JP e eu sentimos cara e aromas de vinhos do Pacalet. Estranho, né? Mas tinha cor cereja, brilhante, clara, e aromas de morango e especiarias. Em boca, bem fácil de beber. Aliás, fácil demais. Muito liso. Faltou taninos esperados para a Nebbiolo. Faltou pegada! Não justifica o preço, pelo menos aqui. À direita do Indie um Lindaflor Chardonnay 2015, levado pelo Tonzinho. Decepção total. Tudo que não gosto em um Chardonnay. Já nos aromas mostrava as características que não me agradam: Muito abacaxi, erva-doce (ou algo assim), mel, côco, baunilha. Em boca, repetia o nariz e não dava nenhuma vontade de beber mais. Dei só uns goles e passei... O último da direita foi levado por este que vos escreve: Montes Outer Limits Sauvignon Blanc 2011. SB sem madeira, pequena maturação em inox. Ainda vivão, com aromas fortes de maracujá e frutas cítricas. Em boca, ótima acidez e final frutado. Bom, ainda que eu prefire SB sem a saliência do maracujá e mais mineral.