terça-feira, 9 de outubro de 2018

Dois Chilenões 2010: Enclave e Pangea

Nem posso dizer que é uma briga boa entre dois chilenos, pois ficaria estranho, por se tratar de vinhos da mesma vinícola (Ventisquero), que os coloca na lista de seus grandes vinhos [que tem ainda o Vértice (Carmenére/Syrah), Herú (Pinot Noir) e Tara (Chardonnay)]. Ambos são obras da parceria do enólogo chileno Felipe Tosso e o australiano John Duval. O Enclave 2010, embora seja citado como Cabernet Sauvignon apenas, tem pitadas de Petit Verdot, Carmenére e Cabernet Franc, que agregam complexidade ao vinho.  Matura por 18 meses em barricas 50% novas. É um vinho rico ao nariz, com notas de cassis, cerejas, pimentas, mentolado e toques minerais. Em boca é bastante fresco e com bom nervo, mostrando taninos firmes. O final é longo e terroso. Vinho para bons anos de adega. Realmente grande! 
E o seu irmão, também top da vinícola, é o Pangea Syrah 2010. Aqui o nome celebra a parceria chileno-australiana. Apropriado, principalmente considerando a casta utilizada, que é vedete na Austrália. Este ficou 22 meses em barricas (50% novas) e mais 18 meses descansando em garrafa antes de sair ao mercado. O engarrafamento é feito sem filtragem ou clarificação. O vinho tem cor densa, escura, instransponível, e aromas de mirtilo e amoras, em meio a chocolate amargo, pimenta-do-reino e notas minerais. Em boca, apesar da densidade, não é daqueles Syrazões quentes, alcoólicos. Possui bom frescor e mineralidade, além de taninos firmes e final longo e mineral. Precisa de decantação, pois ao ser aberto se mostra nervoso. É vinho para longa guarda e que pede uma boa carne gordurosa assada. Muito bom também! Ótima dupla! O problema de ambos é o preço, um pouco salgado.






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